Devocional Diário TUDO PARA ELE, de Oswald Chambers Publicação: Editora Betânia.

IMPORTANTE: AS DEVOCIONAIS DIÁRIAS ESTÃO ARQUIVADAS E VOCÊ PODE PESQUISAR O DIA DO ANO QUE QUISER E LER A QUALQUER MOMENTO.


Passo a publicar também, algumas meditações de Brennan Manning, do devocional "Meditações para Maltrapilhos". (dez/2011)

"Estas leituras diárias foram coletadas de várias fontes, mas principalmente de conferências proferidas por Oswald Chambers no Bible Training College, Clapham, durante os anos de 1911 a 1915; depois, de outubro de 1915 a novembro de 1917, das palestras feitas nos cultos noturnos dos acampa-mentos do Y.M.C.A (Associação Cristã de Moços), em Zeitun, no Egito.

Em Novembrode 1917, meu marido foi chamado à presença de Deus. Desde então muitas dessas palestras foram reunidas em volumes e publicadas. Parte destes textos é constituída de mensagens pronunciadas durante a hora devocional no colégio - hora que, para muitos alunos, foi um marco em sua vida espiritual. "

"Os homens estão sempre se voltando aos poucos que dominam o segredo espiritual, cuja vida está escondida com Cristo em Deus. São os da religião dos velhos tempos, pendentes dos cravos da cruz." (Robert Murray McCheyne.).

Por sentir que o autor desta obra é um desses, cujos ensinamentos os homens voltam sempre a consultar, é que este livro foi preparado e lançado com uma oração para que, dia a dia, suas mensagens continuem a produzir a vida e a inspiração vivificantes do Espírito Santo".
B.C. 1927

31/07/2010

31 de Julho

Sendo Integralmente Dele
"Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, 
em nada deficientes”, Tg 1,4.

Muitos de nós somos corretos no essencial; mas há algumas áreas de nossas vidas nas quais somos desleixados. Não é uma questão de pecado, mas de resíduos da vida carnal que tendem a tornar-nos desleixados. O desleixe é um insulto ao Espírito Santo. Não devería­mos ser desleixados em nada, nem no comer, nem no beber, nem na maneira de cultuar a Deus.
Não só deve ser íntegro e básico todo o nosso relacionamento com Deus, mas a expressão externa desse mesmo relacionamento deve ser correta também. Deus não deixará escapar nada; ele analisa cada pormenor de toda a nossa vida. De inúmeras maneiras Deus nos fará voltar diversas vezes ao mesmo ponto de sempre. Ele nunca se cansa de fazer-nos voltar a determinado pon­to, até que aprendamos a lição de coração, porque quer que sejamos ín­tegros, em nada deficientes mesmo. Pode ser um problema de impulsividade, mas Deus, com a mais persistente paciência, muitas vezes tem-nos feito voltar a encarar esse problema; ou o problema pode ser uma tendência para nos entregarmos a devaneios ou a uma individualidade independente. E Deus está tentando fazer-nos reconhecer aquele pormenor que não está totalmente correto em nós.
Temos tido momentos maravilhosos durante este semestre, aprendendo a verdade sobre a redenção de Deus e nosso coração acha-se em perfeita comunhão com ele. A maravilhosa obra que ele está realizando dentro de nós dá-nos a certeza de que, nos pontos importantes, estamos de bem com ele. "Ora", diz o Espírito através de Tiago, "a perseverança deve ter ação completa em nós". Fique de olho nos pequenos desleixes: "Oh, por agora está bem assim". Não importa o que seja, Deus insistirá em chamar a nossa atenção para qualquer pormenor, até que sejamos integralmente dele. 

30/07/2010

30 de Julho

A Disciplina da Desilusão
"Mas o próprio Jesus não se confiava a eles... porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana", Jo 2,24-25.

A desilusão põe fim aos juízos falsos. Ter os olhos abertos através da desilusão e do desapontamento pode deixar-nos céticos e muito severos em nosso juízo em relação aos outros, mas a desilusão que vem de Deus leva-nos a ver as pessoas como elas realmente são. Isso, todavia, não nos leva ao ceticismo; nem teremos coisas amargas que ferem para lhes retornar. Muitas das experiências cruéis da vida provêm do fato de termos certas ilusões. Não somos fiéis uns aos outros em função do que na realidade somos, mas apenas em função do juízo que fazemos uns dos outros. Tudo é ou maravilhoso e bonito, ou mesquinho e ignóbil, depen­dendo da idéia que fazemos sobre as coisas.
Grande parte do sofrimento da vida humana é causada por nossa relutância em nos desapontarmos. Acontece do seguinte modo: se amamos uma pessoa e não amamos a Deus, exigimos dela total perfeição e retidão; como não encontramos isso nelas, tornamo-nos cruéis e com sede de vingança; estamos exigindo de um ser humano algo que ele não nos pode vir a dar. Só existe um Ser capaz de satisfazer o anseio profundo do coração humano e esse ser é o Senhor Jesus Cristo. A razão por que o Senhor parece ser tão rigoroso em relação a cada relacionamento humano, é que ele sabe que todo relacionamento não baseado na lealdade a ele primeiro, terminará em fracasso. O Senhor não confiava em ninguém, todavia nunca manifestou desconfiança nem amargu­ra contra alguém. A confiança dele em Deus e no que a graça divina poderia fazer por qualquer pessoa, era tão perfeita que ele não entrava em desespero por causa de ninguém. Se colocarmos nossa confiança em qualquer ser humano, acabaremos por nos desesperar do resto mundo também.

29/07/2010

29 de Julho

Vê Jesus Nas Nuvens?
"Eis que vem com as nuvens", Ap 1,7

Na Bíblia, as nuvens acham-se sempre relacionadas com Deus. As nuvens são aquelas tristezas, sofrimentos ou provações de nossa vida, que parecem desafiar todo o domínio de Deus. São precisamente essas nuvens que o Espírito de Deus está usando para nos ensinar a andar na fé. Se não houvesse nuvens, não obteríamos fé. “As nuvens são o pó dos Seus pés”, Naum1:3; são um sinal de que ele está ali presente conosco. Que grande revelação é saber que a tristeza, a desolação e o sofrimento são as nuvens que acompa­nham Deus! Deus não pode aproximar-se de nós sem as nuvens; ele não pode aproximar-se com toda a sua luminosidade sem haver proteção.
Não é certo afirmar que Deus nos quer ensinar alguma coisa através das provações que recaem sobre nós: através de cada nuvem que Ele envia, Ele quer que desaprendamos algo, por certo. Seu propósito, ao mandar uma nuvem, é simplificar nossa fé até que nosso relacionamento com ele seja exatamente como o de uma criança — apenas Deus e minha alma — onde as outras pessoas se tornam em sombras. Enquanto as outras pessoas não se tornarem sombras, nuvens e escuridão me envolverão de quando em quando ainda. Será que meu relacionamento com Deus se vai tornando cada vez mais simples?
Existe uma relação entre as estranhas providências de Deus e aquilo que sabemos dele; temos que aprender a interpretar os mistérios da vida à luz do conhecimento que temos de Deus. A menos que sejamos capazes de encarar de frente os mais negros e sombrios acontecimentos, sem lançar dúvidas sobre o próprio caráter de Deus, na verdade mal o conhecemos.
"... E encheram-se de medo ao entrarem na nuvem", Lc 9,34. Há mais alguém dentro de sua nuvem a não ser Jesus? Se houver, a situação tornar-se-á ainda mais escura para si oportunamente; você tem que chegar a um ponto onde não haja ninguém mais senão Jesus, Mc 9,8

28/07/2010

28 de Julho

O Propósito de Deus ou o Meu?
"Logo a seguir, compeliu Jesus os seus discípulos a embarcar e passar adiante para o outro lado...", Mc 6,45-52.

Temos tendência para pensar que, se Jesus Cristo nos der uma ordem e lhe obedecermos, ele nos levará a um grande sucesso. Nunca devemos colocar nossos sonhos de sucesso como o propósito de Deus para nós; seu propósito talvez seja exatamente o oposto do nosso. Imaginamos que Deus está a levar-nos a um determinado fim, para um alvo desejado; mas ele não está. Chegar ou não a um alvo específico é mero incidente. Aquilo que chamamos de processo, Deus chama de alvo.
Qual é meu sonho no tocante ao propósito de Deus? O propósito dele é que eu dependa dele e do seu poder. Se eu conseguir manter-me calmo e despreocupado no meio dum tumulto, este é o propósito de Deus. Deus não está a operar visando uma determinada conclusão a meu favor; o alvo dele é o que considero o processo — que eu o veja andando sobre as ondas, sem nenhuma praia à vista, nenhum êxito, nenhum alvo meu; apenas a certeza absoluta de que está tudo bem porque eu o vejo andando sobre o mar. É o processo, não o fim, que glorifica a Deus.
O treino de Deus é para já, não para daqui a pouco. Seu propósito é para este momento, não para algo no futuro. Não temos nada a ver com o "depois" da obediência; se nos preocuparmos com o "depois" estaremos errados. O que os homens chamam de treino e preparação, Deus chama só de alvo.
O alvo de Deus é capacitar-me para a compreensão de que ele pode andar sobre o caos de minha vida hoje ainda. Se temos um outro alvo em vista, não prestamos atenção necessária e quanto baste ao que acontece no tempo presente. Mas, caso reconheçamos que o alvo é a obediência, então cada momen­to, seja ele como for, torna-se precioso e importantíssimo.

27/07/2010

27 de Julho

O Caminho Para o Conhecimento

"Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina..." João 7,17


A compreensão das coisas espirituais não vem através intelecto, mas da percepção na ocorrência da obediência. Se alguém deseja conhecimento científico precisará utilizar a curiosidade intelectual; mas, se deseja entender o ensino de Jesus Cristo, só terá acesso a ele através da obediência de todo seu ser, integralmente como ele é. Portanto, se me falta compreensão das coisas espirituais, posso ter certeza de que saiu uma ordem dele porque não Lhe quero ser obediente. A escuridão intelectual é o resultado direto da ignorância; a escuridão espiri­tual vem em decorrência de eu não querer ser obediente a alguma orientação Sua.
Sempre que alguém recebe uma palavra de Deus é logo posto à prova quanto a ela. Desobedecemos e depois ficamos nos perguntando por que não crescemos espiritualmente. "Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta", disse Jesus, "ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti... não me digas mais uma palavra... mas vai primeiro reconciliar-te com teu irmão depressa". O ensinamento de Jesus afeta-nos em nossa vivência diária e quotidiana. Não é possível alguém permanecer diante dele indiferente e fingindo ser o que não é, nem por um segundo sequer. Sua orientação torna-nos escrupulosos e minuciosos. O Espírito de Deus aponta em nós o espírito da auto-justificação para o eliminar; ele nos torna sensíveis a coisas nas quais nem sequer havíamos pensado antes.
Quando Jesus o convencer de alguma coisa através da compreensão da sua Palavra, não tire o seu corpo para fora, tentando escapar. Se o fizer, transformar-se-á num hipócrita religioso. Pense bem quais são as coisas que o fazem encolher seus ombros e descobrirá por que não cresce espiritualmente. "Vai primeiro" — mesmo correndo o risco de ser considerado fanático; você tem que obedecer ao que Deus lhe diz primeiro e acima de tudo.

26/07/2010

26 de Julho

A Caminho da Pureza
"Mas o que sai da boca procede do coração; e é isso o que contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas as coisas que contaminam o homem..." Mt 15,18-20.

Inicialmente confiamos em nossa ignorância e até chegamos a chamá-la de inocência; confiamos também em nossa inocência e a chamamos de pureza; e quando ouvimos essas afirmações duras do Senhor, encolhemo-nos e dizemos: "Mas eu nunca senti nenhuma dessas coisas terríveis em meu coração". Reagimos contra o que Jesus Cristo nos revela. Ou Jesus Cristo é a suprema autoridade em matéria de coração humano, ou então é melhor nem lhe darmos atenção. Estou pronto a confiar na revelação de Jesus, ou prefiro confiar em minha inocência ignorante? Se eu usar como padrão uma consciência sincera, o mais provável é que mais cedo ou mais tarde caia em mim, reconheça que o que Jesus Cristo disse é verdade e fique abismado ante a possibilidade da existência do mal e do erro em mim. Enquanto eu permanecer refugiado na minha suposta inocência, estarei alimentando uma ilusão. Se nunca agi como um malfeitor foi só por causa da minha covardia e dos limites que a civilização impôs sobre mim; mas, quando me acho desnudo diante de Deus, descubro que é Jesus Cristo quem está certo em seu diagnóstico a meu respeito.
A nossa única salvaguarda é a redenção de Jesus Cristo. Se me entregar a ele, nunca precisarei experimentar as terríveis inclinações para o mal que pode haver dentro do meu próprio coração. A pureza está além do meu alcance natural, mas, quando o Espírito Santo entra em mim, ele se manifesta na minha vida da mesma maneira que se manifestou na vida de Jesus Cristo — através duma pureza absoluta.

25/07/2010

25 de Julho

Será que Sou Abençoado Assim?
"Bem-aventurados os...", Mt 5,3-11.

Quando lemos as afirmações de Jesus pela primeira vez, elas logo nos parecem ser maravilhosamente simples e em nada surpreendentes e pas­sam para o nosso subconsciente sem nunca serem plenamente enten­didas sequer. As bem-aventuranças, por exemplo, parecem ser apenas belos e agradáveis preceitos feitos para aqueles que vivem num mundo místico, mas praticamente inúteis para o severo mundo de trabalho quotidiano no qual nos inserimos ainda. Entretanto, não demoraremos a descobrir que as bem-aventuranças contêm a dinamite do Espírito Santo dentro delas. Elas explodem, por assim dizer, quando as circunstâncias de nossa vida as conseguem fazer detonar. Quando o Espírito Santo traz à nossa lembrança uma dessas bem-aventuranças, pensamos: "Que afirmação admirável!" e será ali que temos de decidir se estamos dispostos ou não a aceitar a tremenda revolução espiritual que se produzirá em nossa vida, se obedecermos às suas palavras. É assim que o Espírito de Deus opera. Não é preciso nascer de novo para se aplicar literalmente o Sermão do Monte. A interpretação literal dele é uma brincadeira de criança; mas a interpretação do Espírito de Deus envolve uma aplicação à nossa vida quotidiana das afirmações do Senhor e isso sim, é coisa séria; é para quem já amadureceu, depois de haver nascido – isto é obra de santo.
Os ensinos de Jesus são muito diferentes de nossa maneira natural de encarar as coisas e, de início, podem-nos causar uma enorme estranhe­za. Temos que lentamente ir uniformizando nossa conduta e nosso falar aos preceitos que Jesus Cristo ensina dentro de nós, na mesma medida que o próprio Espírito Santo os aplica à nossa vida. O Sermão do Monte não é um conjunto de regras e regulamentos – é uma declaração de como viveremos sempre e quando o Espírito Santo estiver controlando nossa vida por inteiro.

24/07/2010

24 de Julho

A Sua Própria Natureza e Os Nossos Motivos  
“Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus”, Mt 5,20 

As características de um discípulo, nunca serão que ele faz coisas boas ou bonitas, mas que antes estas são perfeitas em seus motivos, havendo sido tornados bons através do poder natural de Deus. A única coisa que pode exceder “fazer-bem” é “ser de bem”. Jesus veio colocar em todos nós, em todos quantos deixariam serem tomados pela hereditariedade que se pré-dispõe pela justiça, a qual em tudo excede a dos fariseus, uma hereditariedade. Jesus disse com isto algo assim: “Se fores meu discípulo, não podes ser apenas certo em tuas ações, mas também em todos os teus motivos, aspirações e em todas as profundezas de todos os teus pensamentos”. Teus motivos devem ser tornados tão puros que nem Deus ache algo sobre o que te repreender. Quem conseguirá permanecer firme nessa Luz de Deus e ali não ser achado nada nele que Deus repreenda ainda? Apenas o Filho de Deus e Jesus Cristo reclama para Ele exclusivamente que, através de Sua redenção Ele possa colocar dentro de qualquer um de nós Sua própria natureza divina e nos possa tornar tão puros quanto uma criança envolta n’Ele, seria. A pureza que Deus exige de nós é impossível, a menos que possamos ser transformados e refeitos interiormente; e foi precisamente isso que Jesus se encarregou de fazer através da redenção.
Ninguém pode tornar-se puro obedecendo a leis. Jesus Cristo não nos apresenta regras e regulamentações; Ele nos oferece seus ensinos como verda­des cuja interpretação depende diretamente da disposição de nossos corações, a qual ele nos incute. A grande maravilha da salvação de Jesus Cristo é que ele altera toda a nossa hereditariedade. Ele não altera a natureza huma­na; altera a sua fonte, sua origem e através disso seus motivos também. 

23/07/2010

23 de Julho

Santificação  
"Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus... santificação"
 1 Co 1,30

O Lado da Vida. O mistério da santificação é que aquilo que Jesus é, Suas qualidades, são impostas em mim pela Sua presença e como oferta, não gradualmente mas instantânea e assim que consiga penetrar naquela fé onde Ele se me “tornou (…) santificação da parte de Deus”. Santificação é aquela santidade de Jesus vivendo em mim mesmo como se fosse minha e sendo exibida como tal ainda.
O segredo mais valioso sobre a santificação, nunca consiste em tentar imitar Jesus, mas antes que todas as qualidades que Jesus tem se possam exibir em mim e por mim livremente e de forma espontânea ainda em minha carne humana. Santificação é simplesmente “Cristo em vós…”, Cl 1,27. É sempre a Sua própria Vida que me é imputada e oferecida pela graça de Deus. Estarei ainda disposto a tentar que essa santificação seja tão real quanto ela é em Sua Palavra?
Santificação significa a implantação do próprio Jesus dentro de mim, exclusivamente. É esse mistério oferecido de Seu próprio amor, paciência, santidade, fé, pureza e santificação que será exclusivamente exibida por e em nós mesmos, em toda a alma santificada – sempre. Santificação nunca será obter poder de sermos tornados santos, mas acima de tudo poder obter a própria santidade de Jesus através de sua presença em nós mesmos, a qual ele tem como exibir em mim. Santificação é um implante mais do que uma imitação e uma conduta. Uma imitação é algo radicalmente diferente dela. A perfeição de tudo acha-se sedeada em Jesus Cristo e o grande mistério da santificação será que todas as virtudes e qualidades de Jesus Cristo se acham ao meu dispor – elas mesmo e não só as minhas próprias. Isso tem por consequência uma aprendizagem em mim de como viver exclusivamente nele uma vida raramente ordeira, capaz de impressionar e incapaz de ser expressada de outra forma, sendo “mantido através do poder de Deus”, 1Pd 1,5

22/07/2010

22 de Julho

A Santificação
"Pois esta é a vontade de Deus, a vossa santificação", 1 Ts 4,3

O Lado da Morte. Na santificação, Deus tem que operar em nós tanto pelo lado da morte quanto pelo lado da vida. Muitos de nós passamos tanto tempo no lugar da morte que adquirimos nosso as­pecto sepulcral. Logo, antes da santificação trava-se sempre uma batalha feroz em nós, algo que luta e se debate com ressentimento contra as exigências que Jesus Cristo faz. Assim que o Espírito de Deus começa a mostrar-nos o que significa a santificação, começa a luta. "Se alguém vem a mim e não aborrece... sua própria vida, não pode ser meu discípulo", Lc 14,26.
No processo de santificação, o Espírito de Deus faz-me despojar de tudo, até que não sobre nada além de "mim mesmo"; é aqui que entra do lado da morte. Será que estou disposto a ser "eu mesmo" e nada mais — nem amigos, nem pais, nem irmãos, nem interesses pessoais — pronto para a morrer logo a seguir? Essa é a condição primordial para a santificação. Não é de admirar que Jesus tenha dito: "Não vim para trazer paz, mas antes espada", Mt 10,34. É aí que começa a batalha onde tantos de nós desistem logo. Recusamo-nos a identificarmo-nos com o tipo de morte de Jesus nesse ponto. "Mas isso é exigir demais", dizemos; "ele não pode querer que eu faça isto ou aquilo". Nosso Senhor é exigente; e ele quer que vamos fazê-lo sim.
Será que estou disposto a despojar-me de tudo, até ao ponto fulcral de ser apenas restar "eu mesmo"? A despojar-me decididamente de tudo o que meus amigos pensam de mim, de tudo o que penso de mim mesmo e entregar a Deus esse "eu" despojado e desajeitado para ser crucificado? Tão logo isso aconteça, ele me santificará exclusivamente de forma integral e passo a viver sem me preocupar com mais nada, a não ser meu Deus, 1Ts 5,23-24.
Quando pedimos a Deus: "Senhor, mostra-me o significado da santificação", ele de pronto o fará então. Santificar-se significa ser um com Jesus. A santificação não é algo que Jesus Cristo coloca em mim; será ele próprio em mim, 1 Co 1,30.

21/07/2010

21 de Julho

A Entrada e o Caminho do Reino
"Bem-aventurados os pobres de espírito", Mt 5,3

Tomemos o cuidado de não apresentar o Senhor primeiro como Mestre. Se Jesus Cristo é apenas Mestre, a única coisa que ele pode fazer é atormentar-me com um padrão ao qual não posso corresponder. De que adianta apresentar-me um ideal que jamais conseguirei alcan­çar? Seria mais feliz sem conhecê-lo. De que adianta dizer-me que devo fazer o que nunca conseguirei perpetuar — ser puro de coração, fazer mais do que o meu dever, ser consagrado a Deus de forma perfeita? Preciso conhecer Jesus Cristo como meu Salvador para que seus ensinamentos representem para mim mais do que um mero ideal que tende a levar-me ao desespero. Depois de nascer de novo, do Espírito de Deus, perceberei que Jesus Cristo não veio apenas para ensinar; veio para fazer de mim aquilo que ele ensina que devo ser. A redenção significa que Jesus Cristo pode colocar em qualquer pessoa a mesma disposição que governou a sua própria vida e todos os padrões estabelecidos por Deus se baseiam nessa disposição que torna a obediência simples e concisa.
Os ensinamentos do Sermão do Monte levam o homem natural ao desespero — exatamente o que Jesus desejaria que fizesse. Enquanto abriga­mos a noção farisaica e pretensiosa de que podemos cumprir o que Jesus ensinou, Deus nos deixará prosseguir até esbarrarmos nossa ignorância contra algum obstáculo; só então nos pré-disporemos a ir ter com ele como pobres de espírito para recebermos dele tudo que devemos ser. "Bem-aventurados os pobres de espírito"; esse é o primeiro princí­pio básico do reino de Deus. No reino de Jesus Cristo, o essencial é pobreza e não o que possuímos ainda; não decisões e votos de fidelidade a Jesus Cristo, mas um sentido oportuno de absoluta incapacidade sem ele: "Por mim mesmo, não posso fazer nada". Ao que Jesus responde: "Bem-aventurado és tu". Essa é a Porta estreita de entrada no reino. E levamos tanto tempo para acreditar que somos pobres! Mas, só o reconhecimento da nossa própria pobreza nos leva ao terreno fértil onde Jesus opera. 

20/07/2010

20 de Julho

Dependência da Presença de Deus
"Mas os que esperam no Senhor... caminham e não se fatigam", Is 40,31

Não sentimos nenhuma emoção quando andamos; andar é um teste para os atributos da estabilidade e equilíbrio físico apenas. Mas, "Caminhar e não se fatigar" será sempre o limite máximo da força física. A palavra "andar" é usada na Bíblia como forma de expressão natural dum caráter. “E no dia seguinte, João (…) viu Jesus que passava (andava)”, Jo1,35-36. Não há nada de abstrato na Bíblia, ela é sempre viva e real. Deus não diz: "Sê espiritual", mas antes, "Anda na minha presença", Gn 17,1.
Sempre que nos achamos em más condições físicas ou emocionais, busca­mos certas experiências que emocionam, como incentivo. No plano físico, isso leva a manifestações que se dizem do Espírito Santo, só que falsas; na vida emocional leva à destrui­ção da moralidade e a afetos desordenados; e no plano espiritual, se insistirmos em ter sensações, em "subir com asas", Is 40,31, acabaremos caindo e destruindo a espiritualidade.

A realidade da presença de Deus não depende do lugar onde estamos, mas apenas da determinação de colocarmos sempre o Senhor diante de nós. O problema começa quando nos recusamos a contar com a realidade da sua presença. Poderemos conhecer a experiência de que fala o salmista: "Portanto, não temeremos, ainda que...", Sl 46,2, quando nos baseamos em fatos reais e ocorrentes; não na consciência da presença de Deus, mas na realidade dela: "Ora, ele esteve aqui o tempo todo!" Em momentos críticos de nossa existência, é necessário pedir orientação a Deus, mas não deveria ser necessário estar sempre dizendo: "Oh, Senhor, dirige-me nisso e naquilo". É claro que ele o fará! Se as nossas decisões, tomadas com sensatez, não estiverem de acordo com a vontade de Deus, ele fará o que for preciso para nos revelar isso; aí o que temos a fazer é permanecer quietos e esperar pela orientação que nos advém da sua presença.

19/07/2010

19 de Julho

A Submissão de Quem Crê
"Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem: porque eu o sou", Jo 13,13.

O Senhor nunca insiste em exercer Sua autoridade sobre nós; ele nunca diz: "Não farás isso..." Ele deixa-nos inteiramente livres para obedecer-Lhe ou desobedecer-Lhe — tão livres, que podemos cuspir-lhe na face, como fizeram alguns; tão livres, que podemos matá-lo como fizeram os homens; e ele nunca dirá uma palavra sequer. Mas, quando sua vida é criada em mim pela redenção, logo ali reconheço o seu direito de ter absoluta autoridade sobre mim. É um domínio moral: "Tu és digno", Ap 4,11. Só o meu lado indigno é que se nega a curvar-se diante de quem é digno. Se, ao encontrar alguém mais santo do que eu, não reconheço a sua dignidade nem obedeço à revelação que me vem através dele, isso apenas manifesta o meu lado indigno. Deus forma nosso caráter através de pessoas que são um pouco melhores do que nós em todos os sentidos, não no sentido intelectual, mas no espiritual, até que nos submeta­mos ao domínio do próprio Senhor Jesus; a partir daí nossa atitude passa a ser de obediência total somente a ele.
Se o Senhor insistisse na obediência, ele tornar-se-ia num feitor e deixaria de ter autoridade. Ele nunca insiste na obediência, mas, se assim que o virmos, lhe obedecermos naturalmente, ele imediatamente se torna nosso Senhor e assim viveremos em adoração a ele de manhã à noite. O que revela meu crescimento na graça é a maneira como encaro a obediência. Temos que tirar da lama a palavra "obediência". A obediência só é possível entre iguais; é o relacionamento entre pai e filho, não entre amo e servo. "Eu e o Pai somos um". "Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu". A obediência do Filho foi a do redentor, porque ele era Filho, não para que se tornasse Filho depois de obedecer.

18/07/2010

18 de Julho

O Mistério de Crer
"Ele perguntou: Quem és tu, Senhor?" At 9,6.

Através do milagre da redenção, Saulo de Tarso, de fariseu obstinado e fogoso, foi transformado num humilde e dedicado escravo do Senhor Jesus Cristo em apenas um instante.
Não há nada de extraordinário nas coisas que conseguimos explicar. Temos o comando daquilo que somos capazes de explicar e, consequentemente, é natural que procuremos explicar tudo. Obedecer já não é natural; nem desobedecer é necessariamente pecado. Não existe virtude moral alguma nesse tipo de obediência, a menos que haja o reconhecimento de uma autoridade superior naquele que nos ordena. Não obedecer a outra pessoa talvez seja constituído um ato de eman­cipação. Se alguém diz a outrem: "Você tem que..." e "Você fará", ele quebranta o espírito humano e o torna imprestável para Deus. A obediência faz do homem um escravo, a menos que por trás da sua obediência haja o reconhecimento do domínio de um Deus santo. Muitas pessoas começam a aproximar-se de Deus quando desistem de ser religiosas, porque só existe um Senhor para o coração humano, que não é a religião, mas Jesus Cristo. Ai de mim, porém, se, quando eu o vir, disser: "Não farei". Ele nunca insistirá para que eu o faça, mas isso significa que comecei a assinar a sentença de mor­te do Filho de Deus em meu próprio coração. Quando me coloco frente a fren­te com Jesus Cristo e digo: "Não farei", ele não insistirá; mas estarei distanciando minha alma do verdadeiro poder recriador que existe em sua redenção. Se me exponho à luz, perante a graça de Deus o grau da minha pecaminosidade não fará diferença alguma; mas, ai de mim, se eu recusar ver na luz Jo 3,19-21.

17/07/2010

17 de Julho

O Milagre de Crer
"A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva", 1 Co 2,1-5.

Paulo era um erudito de primeira linha e um excelente orador. Ele não fala aqui movido por uma falsa humildade, mas antes afirmava que, se ao pregar o evangelho tentasse impressionar as pessoas com "osten­tação da sua linguagem", ocultaria o poder de Deus. O crer em Jesus é um milagre produzido apenas pela eficácia na redenção e não por uma linguagem comovente e convincente, nem por persuasão de palavras bonitas, mas unicamente pelo que acontece através do poder de Deus. O poder criador da redenção ao manifestar-se através da pregação do evangelho, nunca será por causa da personalidade do pregador.
O verdadeiro jejum que o pregador pode fazer não é abster-se de alimentos, mas antes da eloquência, de fala convincente e de dicção que impressiona — de tudo que possa impedir que o evangelho de Deus seja apresentado tal qual ele é. O pregador está ali como o representante de Deus: "Como se Deus exortasse por nosso meio", 2Co 5,20. Ele está ali para apresentar o evangelho de Deus e não almejando meros ideais humanos. Se for somente por causa de minha pregação que as pessoas desejam tornar-se melhores, elas jamais se aproxima­rão de Jesus Cristo. Tudo o que houver em minha pregação que resulte em louvor para mim acabará por transformar-me num traidor de Jesus; estarei impedindo a operação do poder criativo de sua redenção?
"E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo”, Jo 12,32.

16/07/2010

16 de Julho

A Noção do Domínio Divino
"Quanto mais vosso Pai que está nos céus dará boas coisas aos que lhe pedirem?" Mt 7,7-11

Jesus estabelece as regras de conduta para com todos aqueles que têm o seu Espírito. Com um simples argumento contido nestes versículos, ele incen­tiva-nos a estar sempre a pensar no controle que Deus exerce sobre todas as coisas, o que significa que o discípulo deve manter tanto uma atitude de perfeita confiança quanto o anseio de pedir e de buscar.
Programemos nossa mente com o conceito de que Deus está presente. Depois que a mente toma consciência dessa mesma verdade, quando estivermos em dificuldades, tão fácil quanto respirar será pensar assim: "Ora, meu Pai está vendo tudo!" Isso não exigirá nenhum esforço; acontecerá naturalmente quando sobrevierem problemas. Antes disso, porém, o normal seria procurar uma pessoa ou outra para nos ajudar; agora, a noção do controle divino começa a ser formado com grande intensida­de em nós que buscamos uma solução de Deus para tudo. Jesus estabelece as regras de conduta para aqueles que têm o seu Espírito e o princípio básico é: Deus é meu Pai; ele me ama; nenhum detalhe de minha vida que eu possa imaginar será esquecido por ele; por que razão estarei eu a preocupar-me?
Há ocasiões, diz Jesus, em que Deus não pode remover as trevas da nossa vida; mas confiemos nele mesmo assim. Deus parecerá ser um amigo insensível, mas não o é; parecerá ser um Pai anormal, mas não o é; parecerá ser um juiz injusto, mas não o é. Mantenhamos cada vez mais forte a convicção de que em tudo existe um desígnio de Deus. Nada acontece, nem situação nenhuma, sem que a vontade de Deus assim o determine; portanto podemos descansar em perfeita confiança nele. Orar não é apenas pedir, mas é uma atitude de coração que produz o clima no qual pedir é perfeitamente natural. "Pedi e dar-se-vos-á", Mt 7,7.

15/07/2010

15 de Julho

A Honra e o Dever Espiritual da Minha Vida
"Pois sou devedor tanto a gregos como a bárbaros", Rm 1,14

Paulo sentia-se arrasado com o sentido de sua dívida para com o Senhor Jesus Cristo e deixava-se consumir só para poder expressá-lo. A grande inspiração da vida de Paulo foi a compreensão que tinha de como era Jesus Cristo que lhe fornecia seu crédito espiritual. Terei esse mesmo sentimento de dívida para com Cristo sempre que olho uma alma perdida? É uma questão de honra espiritual para mim, como servo de Deus, saldar essa dívida para com Cristo também no tocante a elas? Cada parcela de minha vida que tem valor, devo-a à redenção de Jesus Cristo e aquilo que esta conseguiu em mim; estarei fazendo algo para que ele possa manifestar sua redenção em outras vidas assim também? Só poderei fazer isso na exata medida na qual o Espírito de Deus operar em mim esse mesmo sentimento de dívida.
Não me posso considerar num nível superior às demais pessoas, mas antes um escravo do Senhor Jesus. "Não sois de vós mesmos, fostes comprados por um preço", 1Co 6,19-20. Paulo entregou-se a Jesus Cristo. Ele diz: "Sou devedor a todas as pessoas da terra, pelo evangelho de Jesus; sou livre apenas para ser um escravo exclusivo". Essa é a característica da vida daquele que assume essa questão de honra espiritual. Pare de orar por si mesmo e deixe-se consumir pelos outros, como escravo de Jesus. Esse é, na realidade, o sentido de ser feito "pão repartido" e "vinho distribuído". 

14/07/2010

14 de Julho

Sofrendo a Aflição e Indo a Segunda Milha
"Eu, porém, vos digo: Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra", Mt 5,39

Estes versículos revelam a humilhação que é ser cristão. No plano natural, se alguém não repõe ou retorna uma agressão é considerado covarde; mas, no espiritual, se alguém deixa de fazê-lo, isso é a manifes­tação do Filho de Deus nele. Quando você é insultado, não só não deve ressentir-se, como deve aproveitar a situação para manifestar o Filho de Deus em si mesmo. Não se pode imitar a disposição de Jesus; ou ela existe em si já, ou não existe. Para o servo de Deus, o insulto torna-se uma oportunidade para ele revelar a incrível doçura do Senhor Jesus Cristo.
O ensinamento do Sermão do Monte não é: "Cumpra o seu de­ver" — mas, antes "Faça sempre o que não é o seu dever também". Não é nosso dever andar a segunda milha, nem apresentar a outra face, mas Jesus diz que, se somos seus discípulos, que o faremos. Não haverá aquela atitude: "Bem, eu não posso fazer mais nada; tenho sido tão mal interpretado e mal compreendido que não vou fazer mais nada". Todas as vezes nas quais insisto em meus direitos, magôo o Filho de Deus; ao passo que, se recebo o golpe, evito que Jesus seja atingido. Esse é o sentido de preencher o que resta das aflições de Cristo. O discípulo reconhece que o que está em jogo em sua vida não é a sua própria honra, mas a honra do seu Senhor.
Nunca procure justiça para si nos outros, mas nunca deixe de ser justo. Estamos sempre buscando justiça, mas o ensinamento do Sermão do Monte é: "Nunca busques obter justiça; mas nunca deixes de oferecê-la".

13/07/2010

13 de Julho

O Preço da Visão
"No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor", Is 6,1.

A história da nossa experiência com Deus é frequentemente a história das mortes dos nossos heróis. Não poucas vezes, Deus tem-se atarefado em demasia afastando nossos amigos para se colocar no lugar deles dentro de nós e logo ali desfalecemos, falhamos e desanimamos por causa disso. Aplique esta verdade à sua vida: no ano em que "morreu" aquele que representava para mim tudo o que Deus é eu desisti de tudo ou adoeci? Fiquei desanimado ou vi o Senhor?
A visão que obtenho de Deus depende do estado do meu caráter. O caráter determinará o tipo de revelação. Antes que eu possa dizer "Vi o Senhor", é necessário que haja em meu caráter algo de Deus já. Enquanto eu não nascer de novo e não começar a ver o Reino de Deus, verei as coisas apenas do ponto de vista dos meus preconceitos. Preciso submeter-me a uma remoção dos eventos externos e de uma purifi­cação interior total.
É preciso que Deus ocupe o primeiro lugar, o segundo lugar, o terceiro lugar, até que a nossa vida esteja de frente para ele e ninguém mais tenha essa importância para nós. "Em todo este mundo, não há mais ninguém além de ti, meu Deus, mais ninguém para além de ti!"
Continue a pagar o preço. Mostre a Deus que você está disposto a viver de acordo com essa visão que obteve dele.

12/07/2010

12 de Julho

A Igreja Espiritual
"Até que todos cheguemos... à medida da estatura da plenitude de Cristo", Ef 4,13.

A reconciliação significa recolocar toda a raça humana no relacio­namento correto que Deus determinou para ela e é isso que Jesus Cristo alcança através da redenção. A Igreja deixa de ser uma sociedade espiritual quando passa a visar o seu próprio desenvolvimento como organização. A reabilitação da raça humana segundo o plano de Jesus Cristo consiste em experimentar e expressar Jesus Cristo tanto na coletividade quanto na vida pessoal de cada cristão individual fora dela. Jesus Cristo enviou apóstolos e mestres com esse mesmo propósito — para que a per­sonalidade dele pudesse permear todo o Corpo. Não estamos aqui para desenvolver uma vida espiritual só nossa, ou para viver num comodismo espiritual; estamos aqui para evidenciar Jesus em nossa vida de tal modo que o Corpo de Cristo possa ser edificado como tal.
Acho-me edificando o Corpo de Cristo, ou estou interessado somente em meu desenvolvimento pessoal? A essência de tudo é o meu relacionamento pessoal com Jesus Cristo — "Para o conhecer", Fil.3:10. Cumprir o desígnio de Deus significa uma entrega total a ele. Sempre que desejo coisas para mim mesmo, esse relacionamento se desvirtua. Será uma grande humilhação descobrir que não me tenho preocupado em experimentar e expressar Jesus Cristo, mas antes em desfrutar do que ele pode fazer por mim.
Meu alvo é o próprio Deus, não a minha alegria, nem a paz, nem tão-pouco as bênçãos, mas a ele próprio, o meu Deus.
Estarei medindo minha vida por esse padrão ou por algo inferior a isso?

11/07/2010

11 de Julho

O Santo Espiritual e Vigoroso
"Para o conhecer", Fp 3,10

A iniciativa do servo do Senhor não visa a auto-realização, mas antes o conhecimento do Senhor Jesus Cristo. A pessoa espiritual nunca pensa que situações sejam meros acasos, nem pensa em sua vida como sendo secular e sagrada; ela vê todas as situações em que se acha como oportunidades de conhecer o Senhor Jesus Cristo. Há uma entrega despreocupada e pessoal nas mãos do Senhor. O Espírito Santo está resolvido a levar-nos a conhecer Jesus Cristo em todas as áreas de nossa vida e ele nos fará retroceder sempre ao mesmo ponto até que o consigamos. A auto-realização leva à entronização do trabalho; ao passo que o servo de Deus entroniza Jesus Cristo no seu trabalho. Quer comendo, ou bebendo ou lavando os pés dos discípulos, seja o que for, temos que tomar a iniciativa de conhecer Jesus Cristo nisso. Cada fase de nossa vida tem sua contrapartida na vida de Jesus. O Senhor desfrutava do seu relacionamento com o Pai até mesmo nos trabalhos mais humildes. "Sabendo (Jesus)... que ele viera de Deus e voltava para Deus... tomando uma toalha... passou a lavar os pés aos discípulos".
A meta da pessoa espiritual é "para o conhecer". Será que eu o conheço onde estou hoje? Se não o conheço, estou falhando na relação com ele. Eu estou no mundo não para me realizar, mas para conhecer a Jesus nas coisas. No trabalho cristão, é por demais frequente sermos levados a agir apenas pela percepção daquilo que deve ser feito e de que devemos fazê-lo. Na pessoa espiritual nunca se achará essa atitude. Seu objetivo é chegar ao conhecimento de Jesus Cristo sob qualquer circunstância na qual possa ser achado.

10/07/2010

10 de Julho

O Preguiçoso Espiritual
"Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimular­mos ao amor e às boas obras. 
Não deixemos de nos congregar", Hb 10,24-25.

Todos nós somos potencialmente comodistas espirituais. Não queremos, por assim dizer, vermo-nos envolvidos com as durezas desta vida; nosso único objetivo é chegar a uma posição de comodidade. O que Hb 10 enfatiza é que devemos nos estimular uns aos outros e mantermo-nos unidos — duas coisas que exigem iniciativa, a iniciativa da realização de Cristo e não a da auto-realização. Viver uma vida retraída, reclusa, é o oposto da espiritualidade que Jesus Cristo ensinou.
O verdadeiro teste de nossa espiritualidade acontece sempre que nos deparamos com a injustiça, a maldade, a ingratidão e o tumulto, coisas essas que têm a tendência de nos tornar comodistas es­pirituais. Usamos a oração e a leitura bíblica com o objetivo de nos acomodarmos espiritualmente. Queremos Deus apenas visando o alcance da paz e da alegria — não queremos conhecer Jesus Cristo da maneira que ele nos ensinou; desejamos apenas o gozo que ele nos pode oferecer. Esse é o primeiro passo em direção ao erro. Todas essas coisas são efeitos simples e nós tentamos antes transformá-las em causas.
"Também considero justo", disse Pedro "despertar-vos com essas lembranças", 2Pd 1,13. Às vezes é muito desagradável recebermos uma cotovelada de um "despertador" espiritual destes, de alguém que está cheio de atividade espiritual. Ativismo e atividade espiritual não são a mesma coisa. Ativismo pode ser uma falsificação da atividade espiritual. O perigo do comodismo espiritual está em que nós não queremos ser despertados; só queremos permanecer tranquilos. Jesus Cristo nunca estimula a idéia de comodismo: "Ide avisar a meus irmãos...", Mt 28,10.

09/07/2010

9 de Julho

Examina-te a ti Mesmo
"Não podereis servir ao Senhor", Js 24,19.

Você tem a mais leve confiança em qualquer outra coisa dentro de si mesmo que não seja Deus? Resta-lhe alguma confiança em qualquer virtude normal, em qualquer conjunto de circunstâncias à sua volta? Está confiante em si próprio, em relação a algum ponto dessa nova posição que Deus o colocou? Esse é o exame principal que deve fazer. É correto dizer: "Não posso viver uma vida santa", mas você pode resolver deixar que Jesus Cristo o torne santo e o seja dentro de si. "Não podereis servir ao Senhor", mas podemo-nos dispor de tal maneira que o poder de Deus possa atuar através de nós. Seu relacionamento com Deus está acertado de modo que ele possa manifestar dentro de si a sua maravilhosa vida?
"Não, antes serviremos ao Senhor". Não se trata de um impulso, mas de um compromisso deliberado. Você diz: "Mas Deus nunca poderia ter-me chamado para isso; sou por demais indigno, isso não pode ocorrer comigo." É consigo mesmo e quanto mais fraco e mais frágil você for, melhor então. Aquele que tem algum valor pessoal no qual ainda confie será sempre o último a confessar: "Eu servirei ao Senhor".
Nós dizemos: "Se eu pudesse realmente crer!" O certo é: "Se eu realmente vou crer quando posso!" Não é de admirar que Jesus Cristo tenha falado tanto do pecado da incredulidade. "E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles". Se acreditássemos mesmo que Deus falou sério tudo quanto ele disse — como seríamos nós? Será que tenho coragem de deixar Deus ser para mim tudo o que ele diz que será de fato?

08/07/2010

8 de Julho

Vontade de Ser Tornado Voluntarioso
"Escolhei hoje a quem sirvais", Js 24,15.

A vontade é o homem total em sua ação. Eu não posso renunciar à minha vontade, preciso é exercitá-la. Preciso tomar a decisão de obedecer e a decisão de receber o Espírito de Deus. Quando Deus nos dá uma visão da verdade, nunca é para sabermos o que ele irá fazer, mas antes, isso sim, o que nós iremos fazer com ela. O Senhor tem colocado diante de todos nós algumas proposições importantes e a melhor coisa a fazer é lembrar o que fizemos quando fomos tocados anteriormente por Deus, isto é, naquele momento em que fomos salvos, a primeira vez em que vimos Jesus ou nos apercebemos de alguma verdade. Naquela ocasião foi fácil submetermo-nos a Deus. Voltemos àqueles momen­tos agora, quando o Espírito de Deus coloca diante de nós alguma nova proposta de obediência exclusiva.
"Escolhei agora a quem servireis". Trata-se de uma escolha deliberada e não de algo pelo qual nos deixamos levar irrefletidamente; e tudo o mais ficará em suspenso até que decidamos sobre isso. A proposição é apenas entre nós e Deus; não consultemos mais carne e sangue sobre isso. A cada nova proposta, as outras pessoas vão ficando cada vez mais "por fora" de nossas decisões e será aí que entrará a tensão. Deus permite que a opinião de seus servos tenha certo peso para nós; todavia, vamos nos tornando cada vez mais conscientes de que os outros não compreendem o passo que estamos dando. Não é de nossa conta descobrir para onde Deus nos está conduzindo; a única coisa que Deus nos explicará é sobre ele mesmo.
Diga a ele: "Serei fiel até ao fim". Assim que você decidir ser leal só a Jesus Cristo, transformar-se-á numa testemunha contra si próprio em primeiro lugar. Não consulte outros irmãos sobre esse assunto ainda; diga apenas diante dele: "Eu te servirei". Tome a decisão de ser leal; mas, depois, dê valor à lealdade dos outros também. 

06/07/2010

7 de Julho

Todas as Decisões Nobres São Difíceis



"Entrai pela porta estreita... porque estreita é a porta e apertado o caminho...", Mat.7.13,14.

Se quisermos viver como discípulos de Jesus, teremos que nos lem¬brar de que todas as coisas nobres nos são difíceis. A vida cristã é glorio¬samente difícil, mas a sua dificuldade não nos faz desfalecer e desmoronar sem mais nem menos; ela antes nos incita a vencer. Será que apreciamos tanto a maravilhosa salvação de Jesus Cristo que damos o máximo de nós mesmos só pela glória de Deus?

Deus nos salva pela sua graça soberana através da expiação que Jesus produziu dentro de nós; ele efetua em nós tanto o querer como o fazer, Fil.2:13, segundo a sua boa vontade; mas temos que desenvolver essa mesma salvação em nossas vidas práticas. Uma vez baseados na sua redenção exclusivamente, começamos a fazer o que ele ordena naturalmente e até descobrimos que podemos fazê-lo. Se falhamos, é porque não a aplicamos da forma acertada. Quando vier a crise ela se manifestará em qualquer dos casos, estejamos praticando ou não essa mesma salvação. Mas, se obedecermos ao Espírito de Deus e aplicarmos na prática o que Deus colocou em nós através do seu Espírito, quando surgir uma crise, descobriremos que seremos sustentados tanto pela nossa própria natureza adquirida da graça de Deus, como pela própria graça dentro de nós.

Graças a Deus que ele nos dá coisas difíceis de serem feitas! Sua salvação é algo agradável, mas também é algo heróico e santo. Ela nos põe à prova em todos os sentidos. Jesus está conduzindo muitos "filhos" à glória e Deus não nos isentará dos requisitos exigidos para um filho. A graça de Deus produz homens e mulheres que têm uma forte semelhança de família com Jesus Cristo em exclusivo e não seremos uns fracotes. É necessária uma enorme dose de disciplina para se viver a vida nobre de um discípulo de Jesus em situações reais da vida prática. Mas será sempre necessário um esforço para se ser tornado nobre.

05/07/2010

6 de Julho

Visão Tornada Realidade


"A areia ressequida se transformará em lagos", Is 35,7.

Nós temos sempre visões de algo antes que se possa tornar realidade. Quando nos apercebemos que, embora a visão seja real, ela não é real em nós ainda, é a hora que Satanás chega com as suas tentações; então é fácil dizer que não adianta prosseguir. Em vez da visão se tornar real, surge o vale da humilhação.

"A vida não é como a escória retirada do minério

Mas como o ferro retirado da escória entranha,

E forjado pêlos embates do destino

Para se formar e se tornar útil”.

Deus dá-nos uma visão para depois nos fazer descer até aquilo que tem valor para ele e para que, mediante os embates, nos moldemos até a forma dessa visão; e é nesse vale que muitos de nós desfalecem e desistem. Todas as visões se tornarão reais se tivermos a paciência de esperar por elas. Pense em quanto tempo Deus tem! Ele nunca se apressa. Nós é que vivemos sempre duma pressa frenética. Entramos logo em ação, apenas à luz da glória da visão que temos, sem primeiro ter a visão real feita em nós; aí Deus tem que nos levar ao vale e fazer-nos passar pelo fogo e pela água, para moldar-nos até chegarmos ao ponto em que ele possa confiar-nos a realidade espiritual dessa mesma visão. Desde que recebemos a visão de Deus, Deus tem estado a operar em nós e fora de nós, tentando dar-nos a forma do ideal que ele idealizou. Mas, por norma estamos sempre escapando de sua mão e tentando moldar-nos a nós mesmos à forma que achamos ser a melhor.

A visão não é um castelo de ar; é um vislumbre do que Deus quer que você seja logo. Deixe que o oleiro divino o coloque em sua roda e o gire como e quando quiser e, tão certo como Deus é Deus e você é você, seu ser acabará por ser moldado para se tornar em conformidade exata com a visão que obteve. Não desanime no meio desse processo. Se alguma vez lhe foi dada uma visão de Deus, você até se pode tentar contentar com um nível mais baixo dela, duma forma ou de outra, mas Deus nunca o fará.

5 de Julho

Não Faça Planos sem Levar Deus em Conta

"Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará", Sl 37,5.



Não faça planos sem levar Deus em conta. Deus parece ter um jeito muito especial de transtornar os planos que fazemos quando não o temos em conta. Entramos em situações que não foram determinadas por Deus e de repente verificamos que estivemos "fazendo planos" sem levar Deus em conta, sem considerá-lo o fator mais importante de nossa vida. A única coisa que nos protege contra a possibilidade de nos preocuparmos, é saber colocar Deus em todos os nossos "planos" como o fator mais importante de todos.

Temos o costume de colocar Deus em primeiro lugar na nossa vida espiritual, mas tendemos a pensar que é uma impertinência colocá-lo em primeiro lugar nos acontecimentos práticos de nossa existência. Se imaginamos que temos de assumir uma postura de "santo domingueiro" para nos aproximarmos de Deus, nunca chegaremos perto dele. Temos que nos apresentar como somos.

Não faça planos tendo o mal em vista. Será que Deus realmente não quer que levemos o mal em conta? O amor não leva em conta o mal, 1Co 13,4-5. Não que o amor ignore a existência do mal, mas não o considera quando pode fazer planos. Se ignorarmos Deus, contaremos sempre com o mal; faremos nossos planos tendo o mal em mira e desenvolveremos todos os nossos raciocínios a partir dele.

Não faça planos tendo em vista o dia mau. Quem confia em Jesus Cristo não deve fazer provisão para um dia mau. Jesus disse: "Não se turbe o vosso coração", João 14,1. Deus não protegerá seu coração contra a perturbação. "Não se turbe..." é uma ordem. Acerte sua atitude mil vezes por dia se preciso for, até adquirir o hábito de colocar Deus em primeiro lugar e fazer seus planos contando com a ajuda exclusiva dele.

4 de Julho

Um dos Grandes "Nãos" de Deus

"Não te impacientes; certamente isso acabará mal", Sl 37,8.

Impacientar-se significa tornar-se maltrapilho, mental ou espiritualmente. Urna coisa é dizer: "Não te impacientes", mas ter uma disposição que o capacite a ser naturalmente paciente é outra coisa. Parece muito fácil falar e dizer "descansa no Senhor e espera nele", Sl 37,7 enquanto o ninho não for revirado e quando não estamos vivendo, como tantos estão, em tumulto e angústia; mas em tais condições de tumulto será possível descansar no Senhor? Se esse "não” em “não te impacientes" não funcionar ali, não funcionará em qualquer parte. Esse "não" deve funcionar tanto nos dias tumultuosos, quanto nos dias de paz e calmaria, senão nunca fun¬cionará de jeito nenhum. E se não funcionar no seu caso particular, não funcionará no caso de outra pessoa também. Descansar no Senhor não depende, em absoluto, de circunstâncias externas, mas do nosso relacionamento com o próprio Deus dos Céus.

A inquietação sempre terminará em pecado. Pensamos que um pouco de ansiedade e preocupação é indício de que somos de fato sensatos; pois é muito mais indício de que somos de fato pecadores. A impaciência brota da determinação de desejarmos fazer aquilo que queremos. O Senhor nunca se preocupava e nunca se mostrava ansioso, porque não estava aqui para concretizar suas próprias idéias; estava aqui para pôr em prática as idéias de Deus. Se você é filho de Deus, a impaciência é pecado.

Será que você tem estado alimentando sua alma com a idéia de que sua situação é grave demais para esperar em Deus? Ponha de lado todas as "suposições" e “habite na sombra do Onipotente”, Sl 91,1. Diga firmemente a Deus que você não mais se impacientará com qualquer situação. Toda a nossa impaciência e preocupação são consequência de fazermos planos sem levar os planos de Deus e a forma de Deus trabalhar em linha de conta.

3 de Julho

A Localização Específica do Pecado

"Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros", Is 6,5

Quando chego à presença de Deus, a percepção que tenho não é que sou pecador no sentido geral; apercebo-me de que o pecado está concentrado numa área específica de minha própria vida. Qualquer pessoa diz sem problema: "Oh, sim, eu sei que sou pecador"; mas, quando chega à presença de Deus, não consegue livrar-se com essa afirmação de desculpa. A convicção converge para um ponto específico: "sou isto", ou "aquilo", ou "aquela outra coisa". Isso é sempre sinal de que a pessoa está na presença de Deus. Não há um vago sentido de pecado, mas antes a tomada de consciência da localização específica do pecado nalguma particularida¬de pessoal e individual. Deus começa convencendo-nos de algo específico que seu Espírito vem "martelando" em nossa mente provavelmente há muito tempo; se nos rendemos à convicção, ele também nos leva a encarar a raiz e a origem disso tudo — a grande disposição de pecar que há em nosso coração. Essa é a maneira como Deus sempre nos trata quando estamos conscientemente dentro de toda a sua presença.

Essa experiência de localização específica do pecado ocorre tanto nos crentes — do maior ao menor deles — como nos pecadores. Quando alguém, ainda no primeiro degrau da escada da experiência cristã, diz: "Não sei onde foi que errei", logo o Espírito de Deus lhe aponta uma questão específica. O efeito da visão que Isaías teve da santidade do Senhor foi mostrar-lhe que ele era um homem de lábios impuros. "... com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade foi tirada e perdoado o teu pecado", Is 6,7. A brasa que purifica foi imediatamente aplicada onde o pecado se achava localizado: em sua língua.

2 de Julho

As Condições do Discipulado.

“Se alguém vier a mim e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo. Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo”, Lc 14,26-27.33

Se os nossos relacionamentos mais íntimos se confrontam e chocam de frente com as exigências de Jesus Cristo, ele diz que devemos obediência imediata a ele antes. Discipulado significa devoção pessoal, incondicional e total a uma pessoa única, nosso Senhor Jesus Cristo. Existe uma diferença entre devoção a uma pessoa e devoção a princípios ou a uma causa. O Senhor nunca proclamou uma causa; ele proclamou a necessidade de uma devoção pessoal a Ele mesmo. Ser discípulo é ser um devotado servo do Senhor Jesus pelo amor. Muitos de nós que nos dizemos cristãos, não somos devotados a Jesus Cristo em exclusivo. Ninguém, na terra, pode ter esse devotado amor ao Senhor Jesus, a menos que o Espírito Santo lho tenha incutido. Podemos admirá-lo, podemos respeitá-lo e reveren¬ciá-lo, mas não podemos amá-lo. O único que ama realmente o Senhor Jesus é o Espírito Santo pela Sua presença nele e ele “derrama o próprio amor de Deus em nosso coração” também, Rom.5:5. Sempre que o Espírito Santo vir uma opor¬tunidade de glorificar a Jesus, ele invadirá o seu coração, o seu sistema nervoso, toda a sua personalidade e simplesmente fará vibrar seu ser com devoção exclusiva e imediata a Jesus.

A vida cristã é marcada pela "originalidade moral e espontânea"; consequentemente o discípulo está aberto à mesma acusação que recaiu sobre Jesus Cristo, ou seja, a acusação de incoerência. Mas Jesus Cristo sempre foi coerente em relação a Deus e o cristão deve ser coerente em relação à vida do Filho de Deus que há nele e não em relação a doutrinas rígidas as quais aprendeu. Os homens dedicam-se a credos e Deus tem que arrancar deles, à força, todos os seus preconceitos, para que se possam dedicar a Jesus Cristo.

1 de Julho

A Inevitável Penalidade

"Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo", Mat.5.26.

No céu não existe um cantinho de inferno. Deus está resolvido a tornar cada crente puro, santo e justo; ele nunca lhe permitirá escapar por um só momento do exame peculiar e exaustivo do Espírito Santo. Quando ele o convenceu do pecado, insistiu para que comparecesse imediatamente num juízo e julga¬mento, mas você não compareceu; o inevitável processo entrou em ação e agora você está na prisão e só sairá dela quando tiver pago o último ceitil. "Será essa a obra de um Deus de misericórdia e de amor?" pergunta você ainda. Do ponto de vista de Deus, é um glorioso ministério de amor. Deus fará com que saia dele puro e imaculado; mas ele quer que você reconheça a disposição que abrigava e de onde vai ter de sair — a disposição de defender seus direitos sobre si mesmo. No momento em que você se dispuser a deixar que Deus altere sua disposição, as forças divinas e recriadoras começarão a agir dentro de si mesmo. No momento em que você perceber que o objetivo de Deus é colocá-lo num relacionamento correto e certeiro com ele e em seguida com seus semelhantes, ele irá aos confins do universo para ajudá-lo a entrar nesse caminho. Decida agora: "Sim, senhor, vou escrever aquela carta hoje à noite e pedir perdão"; "Vou reconciliar-me com aquela pessoa agora mesmo".

Essas mensagens de Jesus Cristo são dirigidas à vontade e à consciência, não à razão da pessoa. Se você discutir mentalmente com o Sermão do Monte impedirá que o apelo chegue ao monte do seu coração.

"Por que será que não há progresso na minha vida com Deus?" Do ponto de vista divino, você estará pagando as suas dívidas? Faça agora o que terá de fazer algum dia. Todo apelo moral tem por trás de si o imperativo dever de cumprir da maneira certa e justa.