Devocional Diário TUDO PARA ELE, de Oswald Chambers Publicação: Editora Betânia.

IMPORTANTE: AS DEVOCIONAIS DIÁRIAS ESTÃO ARQUIVADAS E VOCÊ PODE PESQUISAR O DIA DO ANO QUE QUISER E LER A QUALQUER MOMENTO.


Passo a publicar também, algumas meditações de Brennan Manning, do devocional "Meditações para Maltrapilhos". (dez/2011)

"Estas leituras diárias foram coletadas de várias fontes, mas principalmente de conferências proferidas por Oswald Chambers no Bible Training College, Clapham, durante os anos de 1911 a 1915; depois, de outubro de 1915 a novembro de 1917, das palestras feitas nos cultos noturnos dos acampa-mentos do Y.M.C.A (Associação Cristã de Moços), em Zeitun, no Egito.

Em Novembrode 1917, meu marido foi chamado à presença de Deus. Desde então muitas dessas palestras foram reunidas em volumes e publicadas. Parte destes textos é constituída de mensagens pronunciadas durante a hora devocional no colégio - hora que, para muitos alunos, foi um marco em sua vida espiritual. "

"Os homens estão sempre se voltando aos poucos que dominam o segredo espiritual, cuja vida está escondida com Cristo em Deus. São os da religião dos velhos tempos, pendentes dos cravos da cruz." (Robert Murray McCheyne.).

Por sentir que o autor desta obra é um desses, cujos ensinamentos os homens voltam sempre a consultar, é que este livro foi preparado e lançado com uma oração para que, dia a dia, suas mensagens continuem a produzir a vida e a inspiração vivificantes do Espírito Santo".
B.C. 1927

24/12/2011

24 de Dezembro


A Vida Oculta
"A vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus", Cl 3,3.

O Espírito de Deus testifica da extraordinária segurança da vida “oculta com Cristo em Deus”. E isso é constantemente ressaltado por Paulo dentro das suas epístolas. Falamos de viver uma vida santificada como se isso fosse uma coisa muito incerta; porém é a mais segura que existe, porque essa vida contém em si e por trás dela o Deus todo-poderoso do universo. A coisa mais incerta é tentar viver sem Deus. Se já nascemos de novo, a coisa mais difícil será locomovermo-nos em erro; e a mais fácil é viver a partir dum relacionamento concreto e correto com Deus, bastando para isso que prestemos atenção às suas advertências e nos mantenhamos em sua luz, 1João1,7.
Quando pensamos em andar na luz, em ser libertos do pecado, “sermos cheios do Espírito”, Ef 5,18, isso nos parecerá o pico de uma montanha muito alta para concluirmos assim: "Oh, eu nunca conseguiria viver lá em cima!" Mas quando, através daquela graça abundante de Deus lá chegarmos, descobrimos que não se trata de um pico duma montanha, mas antes dum planalto onde existe amplo espaço para se poder viver e crescer livremente apenas. "Alongaste meus passos debaixo de mim e eu não resvalei em meu caminho", Sl 18,36.
Se você realmente vir a Jesus e estiver de fato com ele, eu o desafio a duvidar dele. Quando ele diz: "Não se turbe o vosso coração", João 14,27, se você o vir, eu o desafio a deixar que sua mente se perturbe; quando ele está presente é impossível duvidar mais. Todas as vezes que você entrar em contato direto e muito íntimo e pessoal com Jesus, as palavras dele se tornam excessivamente reais. "A minha paz vos dou", João 14,27 — uma paz que abrange tudo e excede tudo quanto se possa imaginar, desde o alto da cabeça até a sola dos pés, uma confiança irreprimível e impossível de ser ainda contida. "A vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" e a paz perfeita de Jesus Cristo é transmitida em seu íntimo.

22/12/2011

22 de Dezembro


Aquela Atração Vinda Do Pai
"Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer", João 6,44

Quando Deus começa a atrair-me para ele mesmo, surge imediatamente a questão da minha vontade: aceitarei a revelação dada por Deus? Irei a ele? Discutir sobre questões espirituais é uma impertinência. Quando Deus lhe falar, não discuta isso com ninguém mais. A fé não é um ato intelectual, mas acima de tudo um ato moral, mediante o qual me entrego deliberadamente a Ele. Estarei disposto a entregar-me totalmente a Deus e a agir com base só no que ele diz? Nesse caso, verificarei que estou alicerçado na realidade do evangelho, que é tão seguro quanto o próprio trono de Deus.
Ao pregar o evangelho, insista sempre numa decisão da vontade do próprio homem. A fé deve ser a decisão de crer. Deve haver uma capitulação da vontade própria em nós mesmos — não ante um poder persuasivo — mas ante uma firme caminhada direcionada e alinhavada em e para Deus, baseada nele e somente no que ele diz, até que eu perca a confiança no que tenho feito e confie apenas em Deus e nunca mais em mim mesmo. O problema é que não confio em Deus, mas apenas na minha com­preensão intelectual que tenho sobre ele. No tocante aos meus sentimentos, não devo confiar neles nunca mais. Preciso tomar a decisão de crer e isso nunca poderá ser feito sem um esforço violento de minha parte contra mim mesmo, para separar-me da minha antiga maneira de ver as coisas e entregar-me totalmente e só a ele.
Todas as pessoas têm condições de ir muito além do seu próprio alcance. É Deus quem me leva a si e todo o meu relacionamento com ele é, em primeiro lugar, um relacionamento pessoal, não intelectualizado e amestrado. Entro nesse relacionamento pelo milagre de Deus e por minha própria vontade em crer; depois passo a ter uma compreensão e uma apreciação inteligente da maravilha de tal acontecimento pelo lado de dentro de mim.

19/12/2011

19 de Dezembro


Onde a Nossa Mensagem Se Deve Focalizar
"Não vim trazer a paz, mas espada", Mt 10,34.

Nunca se compadeça da pessoa cujo problema o leve à conclusão de que Deus é severo demais para com ele. Deus é mais brando do que possamos imaginar. De vez em quando, porém, ele permite que sejamos severos para que ele possa manifestar toda a brandura que lhe é exclusiva e peculiar. Se alguém não consegue chegar até Deus, será apenas porque existe algo oculto do que ele se recusa ter de renunciar: "Posso admitir que errei, mas não tenho a menor intenção de renunciar àquilo que acho que cabe a Deus aceitar para mim". É impossível lidar com um caso desses compassivamente; temos que ir de encontro à raiz do próprio problema, para que a pessoa revele seu antagonismo obstinado e consequente ressentimento contra a própria mensagem. As pessoas querem as bênçãos de Deus, mas não suportam que lhes toquemos no seu ponto mais sensível.
Se você se tem submetido a Deus, sua mensagem como servo dele é de insistência implacável no sentido de cortar o mal pela raiz seja em quem for; caso contrário nunca haverá cura para tal pessoa. Insista na mensagem até que o ouvinte não mais possa conseguir fugir de sua aplicação prática dentro dele para com ele próprio. Comece por abordar as pessoas a partir do ponto onde estão, até levá-las a perceber o que lhes falta ainda e então apresente-lhes o padrão de Jesus Cristo como vida alternativa para elas. "Nunca conseguiremos ser assim", dirão ainda. Mas será um argumento de obstinação apenas. Lance então o argumento final: "Jesus diz que vocês têm que ser assim e nada menos que tudo isso". "Mas como poderemos vir a ser assim?" "Não poderão; a menos que recebam um novo espírito e um novo Deus em vós para o gerir", Lc 11,13.
É absolutamente necessário que as pessoas tenham plena consciência da sua necessidade absoluta e exclusiva para que a mensagem possa surtir qualquer utilidade prática nelas. Milhares de pessoas estão felizes sem Deus neste mundo. Se eu estive feliz e até vivia uma vida decente até Jesus vir ter comigo, por que foi que ele veio então? Porque esse tipo de felicidade e paz tem bases erradas, fundamentos na areia. Jesus Cristo veio para passar ao fio da espada toda paz que não brote de um relacio­namento pessoal só com ele, exclusivamente.

17/12/2011

O segredo gigantesco

"O Natal para os pagãos é uma publicidade gigantesca", disse Chesterton (1874-1936), "para o cristão é um segredo gigantesco".
E o gigantesco segredo do Natal é que Emanuel, o Deus conosco, é um bebê "envolto em panos e deitado numa manjedoura". Quando Jesus Cristo nasce em mim, a esperança brilha com todo o fulgor e tudo o mais se esvanece num crepúsculo. O telhado pode desabar, o calor pode não estar disponível no inverno, os amigos das boas horas podem estender a outros seu compromisso de lealdade, a popularidade pode decrescer. O reino de Cristo Jesus permanece aceso dentro em mim. Como Dom quixote diz a Aldonza em O homem de La Mancha: "Vitórias e perdas não importam; tudo o que importa é seguir a busca".


"Por meio dele vocês crêem em Deus,
 que o ressuscitou dentre os mortos e o glorificou, 
de modo que a fé e a esperança de vocês estão em Deus". I Pedro 1,21

15/12/2011

15 de Dezembro


“Aprovado Por Deus”
"Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”, 2Tm 2,15

Você não conseguirá expressar-se devidamente sobre algo em que crê ou sublinha até que o faça. Caso não o consiga fazer, alguém ficará mais pobre para o resto da vida perdendo uma bênção por sua causa. Esforce-se para expor para si mesmo alguma verdade vinda de Deus e ele o levará a expressá-la melhor ainda para abençoar outras pessoas à sua volta. Passe pelo lagar de Deus, onde as uvas estão sendo esmagadas. Você deve lutar até conseguir expressar essa verdade de forma experimental e, só então, virá o tempo em que ela se poderá transformar em vinho para fortalecer a todos os outros; mas, se você se quiser apenas acomodar e disser: "Não vou lutar para expressar-me sobre isso para mim mesmo, vou lançar mão das idéias de terceiros para me expressar", a exposição não terá utilidade nenhuma para ninguém, nem servirá para si mais. Tente poder expor para si mesmo o que você crê ser uma verdade de Deus e só assim Deus terá a oportunidade de passá-la a outrem através de si e de suas capacidades, abençoando-as.
Crie em si aquele hábito de desafiar a sua própria mente e ser, analisando todos os fatos que aceita sem questionar, pois, por não questionar poderão vir a adormecer-se a eles mesmos. As posições que assumimos não serão real­mente nossas enquanto não as tornarmos nossas sofrendo com elas e por elas. O escritor que mais nos beneficia não é aquele que nos lega algo que não sabíamos, mas aquele que expressa uma verdade que já estava em nosso interior e desejávamos ansiosamente saber como expressá-la e manifestá-la em nossa vivência prática.

12/12/2011

12 de Dezembro


Personalidade
"Para que sejam um, como nós o somos", João 17,22

A personalidade é aquela coisa única, peculiar e profunda que nos faz distintos de todas as demais pessoas. Nossa personalidade é complexa demais para a compreendermos bem. Uma ilha no mar pode ser apenas o cume de uma grande montanha abaixo de água. A personalidade é como uma ilha; não sabemos nada sobre as profundezas que existem abaixo dela e, por consequência, não somos capazes de nos poder avaliar a nós mesmos mediante o que sabemos de nós mesmos. Inicialmente, achamos que podemos, mas acabamos por entender que só existe um Ser capaz de nos entender muito bem e é quem nos criou.
A personalidade é uma característica do interior de todo o homem espiritual, como a individualidade é uma característica do homem exterior. Torna-se impossível para nós podermos definir o Senhor Jesus em termos de individualidade e de forma independente, mas apenas em termos de personalidade diremos que, "Eu e o Pai somos um", João 10,30. A personalidade tem a propriedade de se poder vir a unir a outra; assim cada pessoa só alcança sua verdadeira identidade quando se une a outra. Quando o amor, ou o Espírito de Deus toca em alguém, essa pessoa se transforma e não mais insiste em sua individualidade como distinta. O Senhor nunca defendeu a individualidade ou um posicionamento isolado de cada indivíduo; suas palavras eram em defesa da personalidade: "Que sejam um, como nós somos um". Se você entregar a Deus os direitos que tem sobre si mesmo, logo ali a verdadeira natureza de sua personalidade corresponder-se-á com a dele intimamente. Quando é Jesus Cristo quem emancipa a personalidade, toda aquela individualidade que temos logo se transfigura; o elemento de transfiguração é o amor, nossa devoção pessoal a Jesus Cristo em pessoa dentro de nós. O amor é o transbordar dessa personalidade em plena comunhão com a dele.

10/12/2011

10 de Dezembro


O Sacrifício de Tudo Que é Natural
"Abraão teve dois filhos, um da mulher escrava, e outro da livre", Gl 4,22.

Neste capítulo de Gálatas, Paulo não lida com o pecado, mas da relação que existe entre o âmbito natural e o espiritual. O natural deve ser transforma­do em espiritual, através do sacrifício, senão ocorrerá um divórcio desastrado da vida real. Por que Deus ordenaria que o natural fosse sacrificado? Ele não ordenou. Não se trata de uma ordem de Deus, mas de sua vontade permissiva. A determinação de Deus foi de que o natural se transformasse em espiritual através da obediência incondicional; mas a presença do pecado tornou necessário que o natural fosse sacrifica­do logo ali.
Abraão teve que oferecer Ismael antes mesmo de poder oferecer Isaque. Alguns de nós estamos a tentar oferecer sacrifícios espirituais a Deus antes de sacrificarmos tudo aquilo que nos possa ser natural. O único meio de podermos oferecer a Deus um sacrifício espiritual, será apresentar nosso corpo como sacrifício vivo a ele diante dele. A santificação significa mais do que libertação de nosso pecado; significa uma entrega deliberada de mim mesmo, a Deus, sem me importar com o preço que me irá custar ainda.
Se não sacrificarmos o natural ao espiritual, a vida natural zombará da vida do Filho de Deus dentro de nós, produzindo uma permanente vacilação e oscilação em todos os nossos passos e mecanismos. Isso é sempre produto de uma natureza espiri­tual indisciplinada e irascível. Erramos por sermos teimosos, recusando-nos a disciplinar-nos física, moral e mentalmente. "Eu nunca fui disciplina­do quando era criança". Mas tem que se disciplinar agora. Se não o fizer, sua vida pessoal não irá ter qualquer valor para Deus.
Enquanto persistirmos em tornar nossa vida natural mimada e acariciada por nós mesmos, Deus não terá porque a abençoar; quando, porém, a colocarmos no deserto e resolutamen­te a subjugarmos a ele e a nós mesmos para lhe obedecer incondicionalmente, então Jesus será com ela; abrirá poços e oásis dentro de nós e cumprirá todas as suas promessas em relação à nossa vida natural, Gn 21,15-19.

09/12/2011

9 de Dezembro


Quando a Vida Natural se Opõe
"E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne,
com as suas paixões e concupiscências", Gl 5,24.

A nossa vida natural não é pecaminosa; devemos separá-la de todo pecado e não ter nada a ver com ele, sob qualquer forma ou pretexto. O pecado nasceu do inferno e do diabo; então eu, como filho de Deus, pertenço ao céu e a Deus. A renúncia aqui não é ao pecado, mas aos meus direitos sobre mim mesmo que é o que faz o pecado em sua essência, sobre minha independência e auto-confirmação; e é aí que a batalha se trava, nessa esfera. São coisas justas, nobres e boas do ponto de vista natural que nos mantêm afastados do melhor que há em Deus. Quando entendemos que as virtudes naturais se opõem naturalmente à nossa rendição total a Deus, estamos em vias de colocar toda a nossa alma bem no centro do seu maior campo de batalha. A maioria dos cristãos não questiona sequer nada mais sobre a malignidade do pecado, do mal e do erro, mas, no entanto, nos embaraçamos no que é bom na aparência. É o bom que é inimigo do melhor; e quanto mais alto subimos na escala das nossas virtudes naturais, tanto mais intensa será a oposição a Jesus Cristo. "E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne" — os custos reais são sacrificar em nós tudo que há de natural e não apenas algumas coisas que há de mal. Jesus disse: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo", Mt 16,24, ou seja, renuncie a todos os seus direitos sobre si mesmo; e ninguém o fará enquanto não compreender quem é Jesus Cristo de forma real e evidente. Cuidado para não se recusar a assistir ao velório e funeral da sua própria independência.
A vida natural não é pecaminosa, mas também não é espiritual e só pode tornar-se espiritual através do sacrifício dela. Se não sacrificarmos resolutamente tudo aquilo que é natural, o sobrenatural nunca poderá tornar-se natural dentro de nenhum de nós. Não há um caminho fácil para se poder chegar lá; a responsabilidade é sempre de cada qual. E não é uma questão de oração, mas de prática, de ação voluntária e ativa contra si próprio.

08/12/2011

8 de Dezembro


O Poder Imparcial de Deus
"Porque com uma única oferta aperfeiçoou para sempre
 quantos estão sendo santificados", Hb 10,14.

Se pensarmos que somos perdoados por estarmos arrependidos de nossos pecados, estamos afrontando o sangue do Filho de Deus. A única explicação para o perdão de Deus e para a insondável profun­didade de sua capacidade de esquecer tudo que fizemos, é a morte de Jesus Cristo. Nosso arrependimento é simplesmente o resultado desse nosso reco­nhecimento pessoal da expiação que ele realizou por nós em nós. "Cristo Jesus... se nos tornou... sabedoria e justiça e santificação e reden­ção", 1Co1,30. Logo que compreendemos que Cristo se tornou tudo isso por nós, começamos a sentir o sublime gozo de Deus dentro; e onde não houver este gozo, a sentença de morte contra todo pecado entrará em ação irreversível a partir de então.
Não importa quem somos ou o que somos, temos reconciliação completa com Deus através da morte de Jesus Cristo e por nenhum outro meio alternativo o teremos e não porque ele a suplique, mas porque ele morreu na cruz de vez. Não a obtemos por méritos pessoais, mas pela sua aceitação. Toda súplica que deliberadamente se recusa a reconhecer a cruz, para nada serve; é o mesmo que bater numa outra porta sem ser na que Jesus abriu por nós. "Não quero passar por esse caminho; é humilhante demais ser recebido como pecador". "Não existe nenhum outro nome... pelo qual possamos ser salvos", At 4,12. Essa aparente insensibilidade de Deus, na verdade, é a expressão do seu coração, pois pelo caminho que ele propõe, as possibilidades de entrada no reino serão, a partir de então, ilimitadas. "Nele temos a reden­ção, pelo seu sangue", Ef 1,7. Identificarmo-nos com a morte de Jesus Cristo significa identificarmo-nos com ele para morrermos para tudo que não se relaciona com Jesus.
Deus só é justo em salvar homens maus se os tornar justos e bons também. O Senhor não faz de conta que estamos bem quando, na verdade, não estamos e nos achamos em erro. A expiação é uma propiciação através da qual Deus, com a morte de Jesus, torna santo um homem que sempre foi ímpio.

07/12/2011

7 de Dezembro



Arrependimento 

"Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação. " - 2 Coríntios 7,10.

A melhor descrição de convicção de pecados que existe é a seguinte:
"Meus pecados, meus pecados, Salvador meu, Com que tristeza se abatem sobre Ti!"
A convicção do pecado é uma das experiências mais raras que os homens têm. É o limiar de uma compreensão de Deus. Jesus Cristo disse que quando o Espírito Santo viesse ele convenceria do pecado. Quando o Espírito Santo desperta a consciência de uma pessoa e a conduz.à presença de Deus, o único relacionamento com que ela se preocupa naquele momento é seu relacionamento com Deus: "Pequei cotra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos." A maravilha da convicção do pecado, do perdão e da santidade se entrelaçam de .tal forma que só a pessoa perdoada é santa; ela prova que está perdoada quando, pela graça de Deus, torna-se o oposto do que fora. ...O arrependimento sempre leva a pessoa a este ponto: "Pequei." O sinal mais certo de que Deus está operando em .alguém é quando ele faz essa declaração e o faz com sinceridade. O que ficar aquém disso é remorso por ter cometido ..um engano, um reflexo do fato de estar irritado consigo mesmo.
A pessoa entra no reino quando as dores atrozes do arrependimento colidem com a sua dignidade; então o Espírito Santo, que gerou essa agonia, começa a formação do Filho de Deus naquela vida. A nova vida se manifestará através de um arrependimento consciente e de uma santidade inconsciente - nunca o contrário.
A pedra fundamental do cristianismo é o arrependimento. Para ser exato, ninguém pode arrepender-se na hora que bem quiser, pois o arrependimento é uma dádiva de Deus. Os Puritanos costumavam orar pedindo o "dom das lágrimas". No dia em que você deixar de conhecer a virtude do arrependimento, estará em trevas. Examine-se e verifique se você esqueceu o que é arrepender-se.

06/12/2011

6 de Dezembro


O Arco nas Nuvens
"Porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a terra." - Gênesis 9,13.

A vontade de Deus é que os seres humanos entrem em um relacionamento moral com ele, e suas alianças têm essa finalidade. Por que Deus não me salva? Ele me salvou, mas não entrei em relacionamento com ele. Por que Deus não faz isso ou aquilo? Ele já fez; mas a questão é -farei aliança com ele? Todas as bênçãos de Deus são consumadas e completas, mas não são minhas enquanto eu não entrar em relacionamento com ele com base na sua aliança.
Esperar Deus agir é demonstrar incredulidade, pois significa que ...não tenho fé nele; espero que ele faça alguma coisa em mim para que depois possa confiar naquilo Deus não o fará, porque não é essa a base do relacionamento dele com o homem. O homem tem que tomar a iniciativa em sua aliança com Deus, como Deus toma a iniciativa em sua aliança com o homem. É uma questão de ter fé em Deus - a coisa mais rara; temos fé apenas em nossos sentimentos.
Eu nãocrerei em Deus enquanto ele não puser em minha mão .alguma coisa para que eu possa saber que a tenho; aí então direi: "Agora creio." Isso não é fé. "Olhai para mim, e sede salvos."
Quando entro de fato em acordo com Deus sobre a sua aliança e me entrego inteiramente a ele, não há nisso nenhum senso de mérito, nenhum esforço humano, mas um singular senso de estar em união com Deus. Aí, com paz e alegria, tudo se transfigura.

05/12/2011

5 de Dezembro


“O Templo do Espírito Santo”
"Somente no trono eu serei maior do que tu…", Gn 41,40.

Tenho que prestar contas a Deus agora e depois, da maneira pela qual governo o meu corpo, sendo ele quem domina. Paulo diz: "Não anulo a graça de Deus", Gl 2,21 — não a torna sem efeito. A graça de Deus é absolutamente incontestável e a salvação de Jesus perfeita e suficiente, consumada para sempre. Não estou sendo salvo; estou salvo, pois a salvação é tão eterna quanto o trono de Deus; o que eu tenho de fazer é pôr em prática o que Deus opera em meu interior. "Desenvolvei a (nossa) vossa salvação", Fl 2,12; eu sou responsável por saber fazer uso de tudo quanto me for fornecido. Isso significará que tenho de manifestar neste corpo a vida do próprio Senhor Jesus, não de maneira mística, mas ela mesmo de forma real e clarividente. "Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão", 1Co 9,27. Todo crente evangélico pode manter o seu corpo sob absoluto controlo, pela causa de Deus. Deus nos deu o controle absoluto sobre o templo do Espírito Santo, 1Co 6,19, inclusive sobre ima­ginações e afeições dele, pelas quais seremos sempre tidos como responsáveis; nunca de­vemos entregar-nos a afeições desordenadas. A maioria dos cris­tãos é mais exigente com os outros do que consigo próprios; ar­ranjamos desculpas para nossas falhas, quando condenamos, nos outros, todas aquelas coisas para as quais não temos nossa inclinação natural virada.
"Rogo-vos, pois, irmãos", diz Paulo, "que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo", Rm 12,1. A questão a decidir será se concordo com meu Senhor e Mestre que meu corpo é o Seu templo exclusivo. Caso assim seja, então toda a lei de Deus para mim em relação ao meu corpo, resume-se nesta revelação — meu corpo é “o templo do Espírito Santo”.

02/12/2011

Convite do Pr Jonathan para o Congresso Nacional de Evangelização no SERTÃO NORDESTINO


Será que minha crença me pertence?

Se há uma única coisa que eu tenha aprendido na neblina densa da meia-idade, é que a jornada de Harã a Canaã é pessoal. Cada um de nós tem a responsabilidade de responder ao chamado do Cristo individualmente e de se comprometer com ele de modo pessoal. Será que creio em Jesus ou nos pregadores, professores e na nuvem de testemunhas que me falaram a respeito dele? O Cristo da minha crença é de fato meu ou aquele dos teólogos, dos pastores, dos meus pais e de Oswald Chambers? Ninguém - nem pais, nem amigos, nem a igreja -  pode nos desobrigar dessa decisão que só cabe a nós a respeito da natureza e da identidade do filho de Maria e de José. A pergunta que ele faz a Pedro - " Quem vocês dizem que eu sou?" é dirigida a todos que desejam ser discípulos.

"Assim, meus amados, como sempre vocês obedeceram,
 não apenas em minha presença, porém muito mais agora na minha ausência,

 ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor"

Filipenses 2,12






Extraído do livro: Meditações para Maltrapilhos / Brennan Manning  p. 347

01/12/2011

1 de Dezembro


A Diferença Entre a Lei e o Evangelho
"Pois, qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto,
 se torna culpado de todos", Tiago 2,10.

A lei moral não toma nota nem leva em consideração, de nenhuma maneira, nossas ditas falhas e fraquezas como seres humanos; ela não leva em conta nossa hereditariedade e fraquezas, mas exige que sejamos integralmente morais como Deus. A lei moral nunca se alterará, nem para os mais nobres, nem para os mais fracos; ela será eternamente inquestionável e sempre a mesma. A lei moral ordenada por Deus não se faz fraca para os fracos, não encobre os defeitos de quem os tem, mas permanece imutável pelos tempos dos tempos e por toda a eternidade fora. Se não a reconhecermos assim, é porque não estamos vivos em Deus; assim que nos tornamos vivos, a vida acaba por se tornar uma tragédia. "Outrora, sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado e eu morri", Rm 7,9. Quando reconhecemos isso, então o Espírito de Deus nos convence do pecado – de todo pecado. Enquanto isso não acontecer e não entendermos que não há esperança, a cruz de Jesus Cristo é uma farsa para qualquer um de todos nós. A convicção do pecado faz qualquer homem sentir-se preso pela lei e sem esperança possível, "vendido à escravidão do pecado", Rm 7,14. Eu como um pecador culpado, por mim mesmo nunca poderei reconciliar-me com Deus porque já estou irreconciliável em mim mesmo. Só existe um meio pelo qual serei justificado diante de Deus: a morte de Jesus Cristo efetuada em mim também. Preciso de me livrar do conceito que me ronda de que poderei um dia reconciliar-me com Deus pela minha obediência sem Cristo vivente em mim mesmo — qual de nós poderia obedecer a Deus com absoluta perfeição assim?
Só reconheceremos o poder desta lei moral quando ela vem precedida por um "se". Deus nunca nos coage. Em certos momen­tos, dependendo do nosso humor, gostaríamos que Deus nos obri­gasse a obedecer-lhe em tudo; noutros, porém, gostaríamos que ele nos deixasse em paz. Mas sempre que a vontade de Deus está em primeiro lugar para nós, não sentiremos em nós a menor sensação de coerção e obrigatoriedade. Quando tomamos a deliberação de lhe obedecer, então ele moverá os céus e terra para a nosso favor com toda a pujança do seu poder.