Devocional Diário TUDO PARA ELE, de Oswald Chambers Publicação: Editora Betânia.

IMPORTANTE: AS DEVOCIONAIS DIÁRIAS ESTÃO ARQUIVADAS E VOCÊ PODE PESQUISAR O DIA DO ANO QUE QUISER E LER A QUALQUER MOMENTO.


Passo a publicar também, algumas meditações de Brennan Manning, do devocional "Meditações para Maltrapilhos". (dez/2011)

"Estas leituras diárias foram coletadas de várias fontes, mas principalmente de conferências proferidas por Oswald Chambers no Bible Training College, Clapham, durante os anos de 1911 a 1915; depois, de outubro de 1915 a novembro de 1917, das palestras feitas nos cultos noturnos dos acampa-mentos do Y.M.C.A (Associação Cristã de Moços), em Zeitun, no Egito.

Em Novembrode 1917, meu marido foi chamado à presença de Deus. Desde então muitas dessas palestras foram reunidas em volumes e publicadas. Parte destes textos é constituída de mensagens pronunciadas durante a hora devocional no colégio - hora que, para muitos alunos, foi um marco em sua vida espiritual. "

"Os homens estão sempre se voltando aos poucos que dominam o segredo espiritual, cuja vida está escondida com Cristo em Deus. São os da religião dos velhos tempos, pendentes dos cravos da cruz." (Robert Murray McCheyne.).

Por sentir que o autor desta obra é um desses, cujos ensinamentos os homens voltam sempre a consultar, é que este livro foi preparado e lançado com uma oração para que, dia a dia, suas mensagens continuem a produzir a vida e a inspiração vivificantes do Espírito Santo".
B.C. 1927

24/12/2011

24 de Dezembro


A Vida Oculta
"A vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus", Cl 3,3.

O Espírito de Deus testifica da extraordinária segurança da vida “oculta com Cristo em Deus”. E isso é constantemente ressaltado por Paulo dentro das suas epístolas. Falamos de viver uma vida santificada como se isso fosse uma coisa muito incerta; porém é a mais segura que existe, porque essa vida contém em si e por trás dela o Deus todo-poderoso do universo. A coisa mais incerta é tentar viver sem Deus. Se já nascemos de novo, a coisa mais difícil será locomovermo-nos em erro; e a mais fácil é viver a partir dum relacionamento concreto e correto com Deus, bastando para isso que prestemos atenção às suas advertências e nos mantenhamos em sua luz, 1João1,7.
Quando pensamos em andar na luz, em ser libertos do pecado, “sermos cheios do Espírito”, Ef 5,18, isso nos parecerá o pico de uma montanha muito alta para concluirmos assim: "Oh, eu nunca conseguiria viver lá em cima!" Mas quando, através daquela graça abundante de Deus lá chegarmos, descobrimos que não se trata de um pico duma montanha, mas antes dum planalto onde existe amplo espaço para se poder viver e crescer livremente apenas. "Alongaste meus passos debaixo de mim e eu não resvalei em meu caminho", Sl 18,36.
Se você realmente vir a Jesus e estiver de fato com ele, eu o desafio a duvidar dele. Quando ele diz: "Não se turbe o vosso coração", João 14,27, se você o vir, eu o desafio a deixar que sua mente se perturbe; quando ele está presente é impossível duvidar mais. Todas as vezes que você entrar em contato direto e muito íntimo e pessoal com Jesus, as palavras dele se tornam excessivamente reais. "A minha paz vos dou", João 14,27 — uma paz que abrange tudo e excede tudo quanto se possa imaginar, desde o alto da cabeça até a sola dos pés, uma confiança irreprimível e impossível de ser ainda contida. "A vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" e a paz perfeita de Jesus Cristo é transmitida em seu íntimo.

22/12/2011

22 de Dezembro


Aquela Atração Vinda Do Pai
"Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer", João 6,44

Quando Deus começa a atrair-me para ele mesmo, surge imediatamente a questão da minha vontade: aceitarei a revelação dada por Deus? Irei a ele? Discutir sobre questões espirituais é uma impertinência. Quando Deus lhe falar, não discuta isso com ninguém mais. A fé não é um ato intelectual, mas acima de tudo um ato moral, mediante o qual me entrego deliberadamente a Ele. Estarei disposto a entregar-me totalmente a Deus e a agir com base só no que ele diz? Nesse caso, verificarei que estou alicerçado na realidade do evangelho, que é tão seguro quanto o próprio trono de Deus.
Ao pregar o evangelho, insista sempre numa decisão da vontade do próprio homem. A fé deve ser a decisão de crer. Deve haver uma capitulação da vontade própria em nós mesmos — não ante um poder persuasivo — mas ante uma firme caminhada direcionada e alinhavada em e para Deus, baseada nele e somente no que ele diz, até que eu perca a confiança no que tenho feito e confie apenas em Deus e nunca mais em mim mesmo. O problema é que não confio em Deus, mas apenas na minha com­preensão intelectual que tenho sobre ele. No tocante aos meus sentimentos, não devo confiar neles nunca mais. Preciso tomar a decisão de crer e isso nunca poderá ser feito sem um esforço violento de minha parte contra mim mesmo, para separar-me da minha antiga maneira de ver as coisas e entregar-me totalmente e só a ele.
Todas as pessoas têm condições de ir muito além do seu próprio alcance. É Deus quem me leva a si e todo o meu relacionamento com ele é, em primeiro lugar, um relacionamento pessoal, não intelectualizado e amestrado. Entro nesse relacionamento pelo milagre de Deus e por minha própria vontade em crer; depois passo a ter uma compreensão e uma apreciação inteligente da maravilha de tal acontecimento pelo lado de dentro de mim.

19/12/2011

19 de Dezembro


Onde a Nossa Mensagem Se Deve Focalizar
"Não vim trazer a paz, mas espada", Mt 10,34.

Nunca se compadeça da pessoa cujo problema o leve à conclusão de que Deus é severo demais para com ele. Deus é mais brando do que possamos imaginar. De vez em quando, porém, ele permite que sejamos severos para que ele possa manifestar toda a brandura que lhe é exclusiva e peculiar. Se alguém não consegue chegar até Deus, será apenas porque existe algo oculto do que ele se recusa ter de renunciar: "Posso admitir que errei, mas não tenho a menor intenção de renunciar àquilo que acho que cabe a Deus aceitar para mim". É impossível lidar com um caso desses compassivamente; temos que ir de encontro à raiz do próprio problema, para que a pessoa revele seu antagonismo obstinado e consequente ressentimento contra a própria mensagem. As pessoas querem as bênçãos de Deus, mas não suportam que lhes toquemos no seu ponto mais sensível.
Se você se tem submetido a Deus, sua mensagem como servo dele é de insistência implacável no sentido de cortar o mal pela raiz seja em quem for; caso contrário nunca haverá cura para tal pessoa. Insista na mensagem até que o ouvinte não mais possa conseguir fugir de sua aplicação prática dentro dele para com ele próprio. Comece por abordar as pessoas a partir do ponto onde estão, até levá-las a perceber o que lhes falta ainda e então apresente-lhes o padrão de Jesus Cristo como vida alternativa para elas. "Nunca conseguiremos ser assim", dirão ainda. Mas será um argumento de obstinação apenas. Lance então o argumento final: "Jesus diz que vocês têm que ser assim e nada menos que tudo isso". "Mas como poderemos vir a ser assim?" "Não poderão; a menos que recebam um novo espírito e um novo Deus em vós para o gerir", Lc 11,13.
É absolutamente necessário que as pessoas tenham plena consciência da sua necessidade absoluta e exclusiva para que a mensagem possa surtir qualquer utilidade prática nelas. Milhares de pessoas estão felizes sem Deus neste mundo. Se eu estive feliz e até vivia uma vida decente até Jesus vir ter comigo, por que foi que ele veio então? Porque esse tipo de felicidade e paz tem bases erradas, fundamentos na areia. Jesus Cristo veio para passar ao fio da espada toda paz que não brote de um relacio­namento pessoal só com ele, exclusivamente.

17/12/2011

O segredo gigantesco

"O Natal para os pagãos é uma publicidade gigantesca", disse Chesterton (1874-1936), "para o cristão é um segredo gigantesco".
E o gigantesco segredo do Natal é que Emanuel, o Deus conosco, é um bebê "envolto em panos e deitado numa manjedoura". Quando Jesus Cristo nasce em mim, a esperança brilha com todo o fulgor e tudo o mais se esvanece num crepúsculo. O telhado pode desabar, o calor pode não estar disponível no inverno, os amigos das boas horas podem estender a outros seu compromisso de lealdade, a popularidade pode decrescer. O reino de Cristo Jesus permanece aceso dentro em mim. Como Dom quixote diz a Aldonza em O homem de La Mancha: "Vitórias e perdas não importam; tudo o que importa é seguir a busca".


"Por meio dele vocês crêem em Deus,
 que o ressuscitou dentre os mortos e o glorificou, 
de modo que a fé e a esperança de vocês estão em Deus". I Pedro 1,21

15/12/2011

15 de Dezembro


“Aprovado Por Deus”
"Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”, 2Tm 2,15

Você não conseguirá expressar-se devidamente sobre algo em que crê ou sublinha até que o faça. Caso não o consiga fazer, alguém ficará mais pobre para o resto da vida perdendo uma bênção por sua causa. Esforce-se para expor para si mesmo alguma verdade vinda de Deus e ele o levará a expressá-la melhor ainda para abençoar outras pessoas à sua volta. Passe pelo lagar de Deus, onde as uvas estão sendo esmagadas. Você deve lutar até conseguir expressar essa verdade de forma experimental e, só então, virá o tempo em que ela se poderá transformar em vinho para fortalecer a todos os outros; mas, se você se quiser apenas acomodar e disser: "Não vou lutar para expressar-me sobre isso para mim mesmo, vou lançar mão das idéias de terceiros para me expressar", a exposição não terá utilidade nenhuma para ninguém, nem servirá para si mais. Tente poder expor para si mesmo o que você crê ser uma verdade de Deus e só assim Deus terá a oportunidade de passá-la a outrem através de si e de suas capacidades, abençoando-as.
Crie em si aquele hábito de desafiar a sua própria mente e ser, analisando todos os fatos que aceita sem questionar, pois, por não questionar poderão vir a adormecer-se a eles mesmos. As posições que assumimos não serão real­mente nossas enquanto não as tornarmos nossas sofrendo com elas e por elas. O escritor que mais nos beneficia não é aquele que nos lega algo que não sabíamos, mas aquele que expressa uma verdade que já estava em nosso interior e desejávamos ansiosamente saber como expressá-la e manifestá-la em nossa vivência prática.

12/12/2011

12 de Dezembro


Personalidade
"Para que sejam um, como nós o somos", João 17,22

A personalidade é aquela coisa única, peculiar e profunda que nos faz distintos de todas as demais pessoas. Nossa personalidade é complexa demais para a compreendermos bem. Uma ilha no mar pode ser apenas o cume de uma grande montanha abaixo de água. A personalidade é como uma ilha; não sabemos nada sobre as profundezas que existem abaixo dela e, por consequência, não somos capazes de nos poder avaliar a nós mesmos mediante o que sabemos de nós mesmos. Inicialmente, achamos que podemos, mas acabamos por entender que só existe um Ser capaz de nos entender muito bem e é quem nos criou.
A personalidade é uma característica do interior de todo o homem espiritual, como a individualidade é uma característica do homem exterior. Torna-se impossível para nós podermos definir o Senhor Jesus em termos de individualidade e de forma independente, mas apenas em termos de personalidade diremos que, "Eu e o Pai somos um", João 10,30. A personalidade tem a propriedade de se poder vir a unir a outra; assim cada pessoa só alcança sua verdadeira identidade quando se une a outra. Quando o amor, ou o Espírito de Deus toca em alguém, essa pessoa se transforma e não mais insiste em sua individualidade como distinta. O Senhor nunca defendeu a individualidade ou um posicionamento isolado de cada indivíduo; suas palavras eram em defesa da personalidade: "Que sejam um, como nós somos um". Se você entregar a Deus os direitos que tem sobre si mesmo, logo ali a verdadeira natureza de sua personalidade corresponder-se-á com a dele intimamente. Quando é Jesus Cristo quem emancipa a personalidade, toda aquela individualidade que temos logo se transfigura; o elemento de transfiguração é o amor, nossa devoção pessoal a Jesus Cristo em pessoa dentro de nós. O amor é o transbordar dessa personalidade em plena comunhão com a dele.

10/12/2011

10 de Dezembro


O Sacrifício de Tudo Que é Natural
"Abraão teve dois filhos, um da mulher escrava, e outro da livre", Gl 4,22.

Neste capítulo de Gálatas, Paulo não lida com o pecado, mas da relação que existe entre o âmbito natural e o espiritual. O natural deve ser transforma­do em espiritual, através do sacrifício, senão ocorrerá um divórcio desastrado da vida real. Por que Deus ordenaria que o natural fosse sacrificado? Ele não ordenou. Não se trata de uma ordem de Deus, mas de sua vontade permissiva. A determinação de Deus foi de que o natural se transformasse em espiritual através da obediência incondicional; mas a presença do pecado tornou necessário que o natural fosse sacrifica­do logo ali.
Abraão teve que oferecer Ismael antes mesmo de poder oferecer Isaque. Alguns de nós estamos a tentar oferecer sacrifícios espirituais a Deus antes de sacrificarmos tudo aquilo que nos possa ser natural. O único meio de podermos oferecer a Deus um sacrifício espiritual, será apresentar nosso corpo como sacrifício vivo a ele diante dele. A santificação significa mais do que libertação de nosso pecado; significa uma entrega deliberada de mim mesmo, a Deus, sem me importar com o preço que me irá custar ainda.
Se não sacrificarmos o natural ao espiritual, a vida natural zombará da vida do Filho de Deus dentro de nós, produzindo uma permanente vacilação e oscilação em todos os nossos passos e mecanismos. Isso é sempre produto de uma natureza espiri­tual indisciplinada e irascível. Erramos por sermos teimosos, recusando-nos a disciplinar-nos física, moral e mentalmente. "Eu nunca fui disciplina­do quando era criança". Mas tem que se disciplinar agora. Se não o fizer, sua vida pessoal não irá ter qualquer valor para Deus.
Enquanto persistirmos em tornar nossa vida natural mimada e acariciada por nós mesmos, Deus não terá porque a abençoar; quando, porém, a colocarmos no deserto e resolutamen­te a subjugarmos a ele e a nós mesmos para lhe obedecer incondicionalmente, então Jesus será com ela; abrirá poços e oásis dentro de nós e cumprirá todas as suas promessas em relação à nossa vida natural, Gn 21,15-19.

09/12/2011

9 de Dezembro


Quando a Vida Natural se Opõe
"E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne,
com as suas paixões e concupiscências", Gl 5,24.

A nossa vida natural não é pecaminosa; devemos separá-la de todo pecado e não ter nada a ver com ele, sob qualquer forma ou pretexto. O pecado nasceu do inferno e do diabo; então eu, como filho de Deus, pertenço ao céu e a Deus. A renúncia aqui não é ao pecado, mas aos meus direitos sobre mim mesmo que é o que faz o pecado em sua essência, sobre minha independência e auto-confirmação; e é aí que a batalha se trava, nessa esfera. São coisas justas, nobres e boas do ponto de vista natural que nos mantêm afastados do melhor que há em Deus. Quando entendemos que as virtudes naturais se opõem naturalmente à nossa rendição total a Deus, estamos em vias de colocar toda a nossa alma bem no centro do seu maior campo de batalha. A maioria dos cristãos não questiona sequer nada mais sobre a malignidade do pecado, do mal e do erro, mas, no entanto, nos embaraçamos no que é bom na aparência. É o bom que é inimigo do melhor; e quanto mais alto subimos na escala das nossas virtudes naturais, tanto mais intensa será a oposição a Jesus Cristo. "E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne" — os custos reais são sacrificar em nós tudo que há de natural e não apenas algumas coisas que há de mal. Jesus disse: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo", Mt 16,24, ou seja, renuncie a todos os seus direitos sobre si mesmo; e ninguém o fará enquanto não compreender quem é Jesus Cristo de forma real e evidente. Cuidado para não se recusar a assistir ao velório e funeral da sua própria independência.
A vida natural não é pecaminosa, mas também não é espiritual e só pode tornar-se espiritual através do sacrifício dela. Se não sacrificarmos resolutamente tudo aquilo que é natural, o sobrenatural nunca poderá tornar-se natural dentro de nenhum de nós. Não há um caminho fácil para se poder chegar lá; a responsabilidade é sempre de cada qual. E não é uma questão de oração, mas de prática, de ação voluntária e ativa contra si próprio.

08/12/2011

8 de Dezembro


O Poder Imparcial de Deus
"Porque com uma única oferta aperfeiçoou para sempre
 quantos estão sendo santificados", Hb 10,14.

Se pensarmos que somos perdoados por estarmos arrependidos de nossos pecados, estamos afrontando o sangue do Filho de Deus. A única explicação para o perdão de Deus e para a insondável profun­didade de sua capacidade de esquecer tudo que fizemos, é a morte de Jesus Cristo. Nosso arrependimento é simplesmente o resultado desse nosso reco­nhecimento pessoal da expiação que ele realizou por nós em nós. "Cristo Jesus... se nos tornou... sabedoria e justiça e santificação e reden­ção", 1Co1,30. Logo que compreendemos que Cristo se tornou tudo isso por nós, começamos a sentir o sublime gozo de Deus dentro; e onde não houver este gozo, a sentença de morte contra todo pecado entrará em ação irreversível a partir de então.
Não importa quem somos ou o que somos, temos reconciliação completa com Deus através da morte de Jesus Cristo e por nenhum outro meio alternativo o teremos e não porque ele a suplique, mas porque ele morreu na cruz de vez. Não a obtemos por méritos pessoais, mas pela sua aceitação. Toda súplica que deliberadamente se recusa a reconhecer a cruz, para nada serve; é o mesmo que bater numa outra porta sem ser na que Jesus abriu por nós. "Não quero passar por esse caminho; é humilhante demais ser recebido como pecador". "Não existe nenhum outro nome... pelo qual possamos ser salvos", At 4,12. Essa aparente insensibilidade de Deus, na verdade, é a expressão do seu coração, pois pelo caminho que ele propõe, as possibilidades de entrada no reino serão, a partir de então, ilimitadas. "Nele temos a reden­ção, pelo seu sangue", Ef 1,7. Identificarmo-nos com a morte de Jesus Cristo significa identificarmo-nos com ele para morrermos para tudo que não se relaciona com Jesus.
Deus só é justo em salvar homens maus se os tornar justos e bons também. O Senhor não faz de conta que estamos bem quando, na verdade, não estamos e nos achamos em erro. A expiação é uma propiciação através da qual Deus, com a morte de Jesus, torna santo um homem que sempre foi ímpio.

07/12/2011

7 de Dezembro



Arrependimento 

"Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação. " - 2 Coríntios 7,10.

A melhor descrição de convicção de pecados que existe é a seguinte:
"Meus pecados, meus pecados, Salvador meu, Com que tristeza se abatem sobre Ti!"
A convicção do pecado é uma das experiências mais raras que os homens têm. É o limiar de uma compreensão de Deus. Jesus Cristo disse que quando o Espírito Santo viesse ele convenceria do pecado. Quando o Espírito Santo desperta a consciência de uma pessoa e a conduz.à presença de Deus, o único relacionamento com que ela se preocupa naquele momento é seu relacionamento com Deus: "Pequei cotra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos." A maravilha da convicção do pecado, do perdão e da santidade se entrelaçam de .tal forma que só a pessoa perdoada é santa; ela prova que está perdoada quando, pela graça de Deus, torna-se o oposto do que fora. ...O arrependimento sempre leva a pessoa a este ponto: "Pequei." O sinal mais certo de que Deus está operando em .alguém é quando ele faz essa declaração e o faz com sinceridade. O que ficar aquém disso é remorso por ter cometido ..um engano, um reflexo do fato de estar irritado consigo mesmo.
A pessoa entra no reino quando as dores atrozes do arrependimento colidem com a sua dignidade; então o Espírito Santo, que gerou essa agonia, começa a formação do Filho de Deus naquela vida. A nova vida se manifestará através de um arrependimento consciente e de uma santidade inconsciente - nunca o contrário.
A pedra fundamental do cristianismo é o arrependimento. Para ser exato, ninguém pode arrepender-se na hora que bem quiser, pois o arrependimento é uma dádiva de Deus. Os Puritanos costumavam orar pedindo o "dom das lágrimas". No dia em que você deixar de conhecer a virtude do arrependimento, estará em trevas. Examine-se e verifique se você esqueceu o que é arrepender-se.

06/12/2011

6 de Dezembro


O Arco nas Nuvens
"Porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a terra." - Gênesis 9,13.

A vontade de Deus é que os seres humanos entrem em um relacionamento moral com ele, e suas alianças têm essa finalidade. Por que Deus não me salva? Ele me salvou, mas não entrei em relacionamento com ele. Por que Deus não faz isso ou aquilo? Ele já fez; mas a questão é -farei aliança com ele? Todas as bênçãos de Deus são consumadas e completas, mas não são minhas enquanto eu não entrar em relacionamento com ele com base na sua aliança.
Esperar Deus agir é demonstrar incredulidade, pois significa que ...não tenho fé nele; espero que ele faça alguma coisa em mim para que depois possa confiar naquilo Deus não o fará, porque não é essa a base do relacionamento dele com o homem. O homem tem que tomar a iniciativa em sua aliança com Deus, como Deus toma a iniciativa em sua aliança com o homem. É uma questão de ter fé em Deus - a coisa mais rara; temos fé apenas em nossos sentimentos.
Eu nãocrerei em Deus enquanto ele não puser em minha mão .alguma coisa para que eu possa saber que a tenho; aí então direi: "Agora creio." Isso não é fé. "Olhai para mim, e sede salvos."
Quando entro de fato em acordo com Deus sobre a sua aliança e me entrego inteiramente a ele, não há nisso nenhum senso de mérito, nenhum esforço humano, mas um singular senso de estar em união com Deus. Aí, com paz e alegria, tudo se transfigura.

05/12/2011

5 de Dezembro


“O Templo do Espírito Santo”
"Somente no trono eu serei maior do que tu…", Gn 41,40.

Tenho que prestar contas a Deus agora e depois, da maneira pela qual governo o meu corpo, sendo ele quem domina. Paulo diz: "Não anulo a graça de Deus", Gl 2,21 — não a torna sem efeito. A graça de Deus é absolutamente incontestável e a salvação de Jesus perfeita e suficiente, consumada para sempre. Não estou sendo salvo; estou salvo, pois a salvação é tão eterna quanto o trono de Deus; o que eu tenho de fazer é pôr em prática o que Deus opera em meu interior. "Desenvolvei a (nossa) vossa salvação", Fl 2,12; eu sou responsável por saber fazer uso de tudo quanto me for fornecido. Isso significará que tenho de manifestar neste corpo a vida do próprio Senhor Jesus, não de maneira mística, mas ela mesmo de forma real e clarividente. "Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão", 1Co 9,27. Todo crente evangélico pode manter o seu corpo sob absoluto controlo, pela causa de Deus. Deus nos deu o controle absoluto sobre o templo do Espírito Santo, 1Co 6,19, inclusive sobre ima­ginações e afeições dele, pelas quais seremos sempre tidos como responsáveis; nunca de­vemos entregar-nos a afeições desordenadas. A maioria dos cris­tãos é mais exigente com os outros do que consigo próprios; ar­ranjamos desculpas para nossas falhas, quando condenamos, nos outros, todas aquelas coisas para as quais não temos nossa inclinação natural virada.
"Rogo-vos, pois, irmãos", diz Paulo, "que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo", Rm 12,1. A questão a decidir será se concordo com meu Senhor e Mestre que meu corpo é o Seu templo exclusivo. Caso assim seja, então toda a lei de Deus para mim em relação ao meu corpo, resume-se nesta revelação — meu corpo é “o templo do Espírito Santo”.

02/12/2011

Convite do Pr Jonathan para o Congresso Nacional de Evangelização no SERTÃO NORDESTINO


Será que minha crença me pertence?

Se há uma única coisa que eu tenha aprendido na neblina densa da meia-idade, é que a jornada de Harã a Canaã é pessoal. Cada um de nós tem a responsabilidade de responder ao chamado do Cristo individualmente e de se comprometer com ele de modo pessoal. Será que creio em Jesus ou nos pregadores, professores e na nuvem de testemunhas que me falaram a respeito dele? O Cristo da minha crença é de fato meu ou aquele dos teólogos, dos pastores, dos meus pais e de Oswald Chambers? Ninguém - nem pais, nem amigos, nem a igreja -  pode nos desobrigar dessa decisão que só cabe a nós a respeito da natureza e da identidade do filho de Maria e de José. A pergunta que ele faz a Pedro - " Quem vocês dizem que eu sou?" é dirigida a todos que desejam ser discípulos.

"Assim, meus amados, como sempre vocês obedeceram,
 não apenas em minha presença, porém muito mais agora na minha ausência,

 ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor"

Filipenses 2,12






Extraído do livro: Meditações para Maltrapilhos / Brennan Manning  p. 347

01/12/2011

1 de Dezembro


A Diferença Entre a Lei e o Evangelho
"Pois, qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto,
 se torna culpado de todos", Tiago 2,10.

A lei moral não toma nota nem leva em consideração, de nenhuma maneira, nossas ditas falhas e fraquezas como seres humanos; ela não leva em conta nossa hereditariedade e fraquezas, mas exige que sejamos integralmente morais como Deus. A lei moral nunca se alterará, nem para os mais nobres, nem para os mais fracos; ela será eternamente inquestionável e sempre a mesma. A lei moral ordenada por Deus não se faz fraca para os fracos, não encobre os defeitos de quem os tem, mas permanece imutável pelos tempos dos tempos e por toda a eternidade fora. Se não a reconhecermos assim, é porque não estamos vivos em Deus; assim que nos tornamos vivos, a vida acaba por se tornar uma tragédia. "Outrora, sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado e eu morri", Rm 7,9. Quando reconhecemos isso, então o Espírito de Deus nos convence do pecado – de todo pecado. Enquanto isso não acontecer e não entendermos que não há esperança, a cruz de Jesus Cristo é uma farsa para qualquer um de todos nós. A convicção do pecado faz qualquer homem sentir-se preso pela lei e sem esperança possível, "vendido à escravidão do pecado", Rm 7,14. Eu como um pecador culpado, por mim mesmo nunca poderei reconciliar-me com Deus porque já estou irreconciliável em mim mesmo. Só existe um meio pelo qual serei justificado diante de Deus: a morte de Jesus Cristo efetuada em mim também. Preciso de me livrar do conceito que me ronda de que poderei um dia reconciliar-me com Deus pela minha obediência sem Cristo vivente em mim mesmo — qual de nós poderia obedecer a Deus com absoluta perfeição assim?
Só reconheceremos o poder desta lei moral quando ela vem precedida por um "se". Deus nunca nos coage. Em certos momen­tos, dependendo do nosso humor, gostaríamos que Deus nos obri­gasse a obedecer-lhe em tudo; noutros, porém, gostaríamos que ele nos deixasse em paz. Mas sempre que a vontade de Deus está em primeiro lugar para nós, não sentiremos em nós a menor sensação de coerção e obrigatoriedade. Quando tomamos a deliberação de lhe obedecer, então ele moverá os céus e terra para a nosso favor com toda a pujança do seu poder.

28/11/2011

28 de Novembro


A Riqueza Para Os Destituídos
"Sendo justificados gratuitamente, por sua graça...", Rm 3,24.

O evangelho da graça de Deus desperta um intenso anseio dentro da alma humana, mas também um ressentimento igualmente intenso, porque a revelação que ele traz não agrada nem um pouco à carne. O orgulho do homem permite-lhe dar e dar, mas não vir e aceitar quando deve. Darei minha vida pela causa e até morrerei por ela; eu con­sagrar-me-ei integralmente; farei qualquer coisa, mas não me humilhe, colocando-me ao nível de um pecaminoso pedinte digno do inferno, dizendo que a única coisa que tenho de fazer é aceitar a dádiva da salvação por Jesus Cristo.
Temos que reconhecer que não podemos comprar nem fazer por merecer coisa alguma vinda de Deus; precisamos recebê-la como dádiva, ou então ficaremos sem ela porque não a quisemos receber. A maior bênção espiritual é reconhecer que somos pobres e destituídos; enquanto não reconhecermos isso mesmo, o Senhor não poderá abençoar-nos com nada. Se acharmos que nos bastamos para nós mesmos, ele não poderá fazer nada por nós e muito menos através de nós; temos que entrar no seu reino através daquela porta da pobreza. Enquanto nos considerarmos ricos, abastados de qual­quer coisa que se assemelhe a orgulho ou uma independência de Deus, Deus nada poderá fazer por nós. Só após ficarmos cientes disso mesmo e espiritualmente famintos é que receberemos o Espírito Santo e do Espírito Santo também. Pelo Espírito Santo, a natureza de Deus torna-se eficaz dentro de nós e por nós, pois ele nos concede a vida de Deus, a que nos vivifica. Essa vida põe "o além" dentro de nós e tão logo isso tenha como acontecer, seremos colocados no reino de Deus, na esfera onde Jesus vive também, João 3,5.

21/11/2011

Construindo um Reino

Com confiança serena e autoridade soberana, Jesus explica: "O reino não é o que você esperava - uma intervenção deslumbrante e dramática de uma gloria irresistível. Como vê, ele começa muito pequeno, minúsculo como uma semente de mostarda. É preciso tempo para crescer; por isso seja paciente".

Outra vez Jesus diz: "É como um fazendeiro que planta uma semente e vai embora; mais tarde ela brota". Pergunte a qualquer fazendeiro da Pensilvânia ou de Vermont, ou de qualquer parte do hemisfério norte quando ele planta o trigo e ele responderá: "fins de setembro ou começo de outubro". Pergunte o que ele faz no intervalo da colheita, e a reposta que ele dará a sua pergunta ingênua será: "Nada! Ele cresce sozinho".

É assim que acontece com o reino de Deus, Jesus explicou. O reino crescerá por si só. O que o Pai plantou será colhido, e nada o impedirá. Nem heresias, nem cismas, erros eclesiásticos vergonhosos, defeitos, fracassos morais; nem se o orçamento estiver em desequilíbrio; nem se eu não encontrar uma forma de desfechar este livro; nem perseguições, nem holocaustos nucleares - nada obstruirá o estabelecimento do reino. É uma garantia. O esforço humano é como nada comparado ao plano inexorável de Deus.


"Pus as minhas palavras em sua boca
e o cobri com a sombra da minha mão,
eu, que pus os céus no lugar,
que lancei os alicerces da terra,
e que digo a Sião: você é o meu povo."

Isaías 51,16

Extraído do livro:

Meditações para Maltrapilhos
Brennan Manning
pg. 336 

09/11/2011

9 de Novembro


Obra Sacramental
"Agora me regozijo nos meus sofrimentos por vós; 
e preencho o que resta das aflições de Cristo..." Cl 1,24

O obreiro evangélico terá de permanecer tão identificado com o Senhor e com toda a realidade da redenção, que ele próprio se possa tornar num "intermediário espiritual" através de quem Deus tenha como transmitir vida criativa de forma contínua e constante. Não se trata da força da personalidade de alguém sobreposta à de outro, mas da presença real de Cristo manifesta através da vida corrente e fluente de seus servos. Quando pregamos os fatos incansáveis e históricos da vida e morte do Senhor Jesus tal qual eles chegam até nós através do Novo Testamento, nossas palavras produzem vida em quem as ouvir. Deus usa-as e manifesta-se através delas, com base fixa na sua redenção, para criar naqueles que as ouvem algo que de outra forma não poderia criar. Se pregarmos os efeitos que a redenção provoca na vida humana, em vez de manifestarmos a revelação de Jesus, o resultado nos que ouvem não será mais o novo nascimento, mas apenas cultura espiritual. O Espírito de Deus não pode testificar de tal pregação porque ela pertence a outra esfera e regime. Temos que nos manter em uníssono numa comunhão tão viva com Deus que, ao proclamarmos a sua verdade, ele crie nas pessoas aquilo que só ele tem como e porque criar.
"Que personalidade maravilhosa! Que homem fascinante! Que capacidade de percepção!" Como o evangelho pode operar no meio de toda essa pompa? Ele não pode ser transmitido porque a atração pessoal do homem é colocada sempre em primeiro plano. Quando uma pessoa conquista os outros por causa de sua personalidade, a atração que exercerá sobre eles será nesse sentido mesmo; mas se ela estiver identificada com a personalidade do Senhor, então os seus interesses convergirão para o que Jesus Cristo pode ainda fazer pessoalmente. O perigo está em endeusar o homem; Jesus diz que devemos exaltar só a ele, João 12,32.

08/11/2011

8 de Novembro


O Poder Sem Rival da Oração
"Não sabemos orar como  convém,   mas  o  mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira
 com gemidos inexprimíveis", Rm 8,26.

Reconhecemos que o Espírito Santo nos capacita para orar. Sabe­mos o que é orar no Espírito: mas nem sempre entendemos que é o próprio Espírito Santo que ora, em nós, com gemidos inexprimíveis. Quando nascemos de Deus e o Espírito de Deus passa a habitar em nós, ele expressa através de nós o que é inexprimível em nós.
"Ele", o Espírito em nós, "segundo a vontade de Deus, é quem intercede pelos (através dos) santos", Rm 8,27. E Deus sonda o nosso coração, não para saber quais são as nossas súplicas, mas para descobrir qual é a súplica do Espírito Santo em nós mesmos.
O Espírito de Deus precisa usar a natureza do cristão como um santuário para fazer sua intercessão ali. "Vosso corpo é santuário do Espírito Santo", 1Co 6,19. Quando Jesus Cristo purificou o templo, "não permitia que alguém conduzisse qualquer utensílio pelo templo", Mc 11,16. O Espírito de Deus não consentirá que você use o seu corpo para seus próprios interesses. Jesus expulsou violentamente do templo os que ali vendiam e compravam dizendo-lhes: "A minha casa será chama­da casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de saltea­dores", Mc 11,17.
Será que reconhecemos que nosso corpo é mesmo “templo do Espírito Santo”? Se for assim, devemos ter o cuidado de mantê-lo sem mácu­la para ele ali poder habitar. Temos que nos lembrar de que, embora nossa vida consciente seja apenas uma pequenina parte de toda a nossa personalida­de, devemos considerá-la santuário do Espírito Santo exclusivamente. Ele cuidará da parte inconsciente, da qual nada sabemos e nós da consciente com ele; cabe a nós cuidar da parte consciente, pois somos responsáveis por ela.

07/11/2011

7 de Novembro


O Lado Sagrado e Não Detectáveis de Todas as Nossas Circunstâncias
"Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus", Rm 8,28

É Deus quem coordena as circunstâncias de toda a vida de seus servos. Na vida deles não acontece nada por acaso, conforme se pode pensar. Deus, na sua providência, coloca-nos pelo lado de dentro de certas circunstâncias específicas que não conseguimos apreender, mas que o Espírito de Deus as compreende e entende muito bem. Deus tem como nos colocar em tais lugares, entre tais pessoas e em tais condições, com aquela finalidade de que seja o Espíri­to que está em nós a interceder por elas de Sua maneira peculiar. Nunca interfira nessas mesmas circunstâncias, dizendo: "Aqui sou eu quem vai tomar as providências; preciso tomar cuidado aqui, resguardar-me dali..." Todas as nossas circunstâncias estão sujeitas e entregues nas mãos de Deus; portanto nunca considere estranhas as circunstâncias nas quais você se possa achar envolvido. Seu dever na oração não é interceder com gemidos pessoais, mas aproveitar as circunstâncias comuns e ajudar as pessoas entre as quais Deus, em sua providência, o coloca para levá-las perante o trono de Deus em oração através do espírito, dando ao Espírito Santo que está em si aquela oportunidade única e exclusiva de interceder por elas através de si. Desse jeito, Deus alcançará todo o mundo através dos seus servos que Lhe são fieis nisto também.
Estarei a dificultar, mesmo sem saber, a obra do Espírito Santo através duma indefinição de minha parte ou com tentativas de fazer essa obra no lugar dele ou como eu acharia que deveria ser feita? As circunstâncias nas quais me possa achar e as pessoas ao meu redor, servirão para contribuir para o lado humano dessa intercessão peculiar. Tenho que fazer de minha vida um templo onde o Espírito Santo habita e, então, à medida em que apresento as pessoas diante de Deus, o Espírito Santo vai intercedendo por elas e depois através delas também.
As intercessões de outras pessoas nunca podem ser as minhas e as minhas intercessões nunca podem ser as mesmas delas; o Espírito Santo intercede em cada vida de forma individual, mesmo quando se usa dos mesmos objetos e os mesmos objetivos de intercessão. Tenho de saber que, sem essa intercessão, alguém ficará empo­brecido espiritualmente.

04/11/2011

4 de Novembro


A Autoridade da Verdade
"Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vós outros", Tiago 4,8

É essencial conceder às próprias pessoas a oportunidade de tomarem decisões sob o efeito da verdade de Deus. A responsabilidade deve ser deixada com o próprio indivíduo; ninguém pode agir por ele. A mensagem evangélica deve carregar consigo a subtileza da pessoa poder agir por ela, sendo que é necessário que essa decisão seja dela. A sua recusa em agir por ela trará consigo uma paralisia que deixa a pessoa exatamente onde ela estaria antes; mas se ela agir nunca mais será a mesma a partir de então. A barreira que se interpõe no caminho de centenas de pessoas que já foram convencidas pelo Espírito de Deus, será a aparente loucura da ação que devem ter de tomar ainda. Assim que me esforço e tomo essa decisão certa, nesse mesmo instante começarei a ser vivente e a viver; tudo o mais será uma mera existên­cia. Os momentos em que realmente vivo são aqueles com os quais ajo com toda a minha vontade dentro de Deus.
Sempre que uma determinada verdade de Deus me tocar na alma, devo agir antes que ela passe, não necessariamente no plano físico, mas no plano da vontade. Registre-a, com tinta ou com sangue dentro de si. Mesmo a mais fraca das pessoas que se submete a Jesus Cristo se emancipa no mesmo instante em que age por ela, pois todo o poder onipotente de Deus entrará em ação e penetrará dentro dela e a seu favor logo ali. Por vezes esbarramos na verdade de Deus e chegamos mesmo a confessar que estamos errados, apenas para voltamos atrás de novo; até um dia que entendamos que não devemos mais voltar atrás. Temos que tomar uma posição definitiva em relação a qualquer palavra vivificante vinda de nosso Redentor, rendendo-nos a ele por completo. Sua palavra "vinde", significa rendição incondicional. "Vinde a mim", Mt11,28. Mas, infeliz é o ser para quem a última coisa será ir; apenas os que vão, descobrirão por eles mesmos que o fluxo sobrenatural da vida de Deus os invade no preciso instante em que se acometem, fazendo. O domínio do mundo, da carne e do diabo perdem seu poder e valor sobre eles, não pelo seu ato de rendição, mas porque esse ato nos liga a Deus através do seu poder redentor.

03/11/2011

3 de Novembro


Sendo Escravo de Jesus
"Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim", Gl 2,19-20.

Estas palavras significam que um fim foi dado à minha independência pessoal através de minhas próprias mãos, para me submeter totalmente à supremacia do Ser Supremo que é Jesus Cristo. Ninguém poderá fazer isto por mim; tenho que ser eu mesmo a fazê-lo. Deus poderá fazer-me chegar à beira dessa decisão trezentas e sessenta e cinco vezes por ano, mas não pode obrigar-me a tomá-la. Essa decisão implica o rompimento da casca da minha independência em relação a Deus e na colocação da minha personalidade numa perfeita sintonia e união em uníssono com ele e nunca em prol de minhas próprias idéias, mas visando absoluta lealdade a Jesus. Um vez alcançada essa posição, não existirá mais espaço para qualquer discussão. Poucos de nós sabem realmente o que é ser leal a Cristo e a todos os seus princípios e o que significam as palavras: "…por minha causa", Mt 5,11. É essa lealdade que torna o cristão inabalável e impenetrável por outro amor.
Esse rompimento já se deu dentro de si? Tudo aquilo que passar disso será uma absoluta fraude religiosa. Existe uma única coisa para ser resolvida: renunciar, render-me a Jesus Cristo sem impor quaisquer condições quanto à forma desse rompimento de águas. Primeiro, tenho que me desprender da minha realização pessoal; feito isso, realiza-se imediatamente a identifica­ção sobrenatural por dentro e o testemunho do Espírito de Deus será incon­fundível: "Fui crucificado com Cristo". Renunciar deliberadamente a todos os meus próprios direitos para me tornar escravo de Jesus Cristo é o grande mecanismo do cristianismo. Enquanto eu não puder fazer isso mesmo, nem sequer comecei a ser discípulo ainda.
Caso apenas um aluno por ano ouvisse e fosse plenamente obediente ao chamado de Deus, isso seria razão suficiente para que Deus permitisse a existência desta escola. Como instituição acadêmica, ela não tem valor; ela só existe para que Deus se tenha como vir servir da vida dos alunos que são seus. Irá ele servir-se de nós, ou estamos obcecados pelo ideal daquilo que viremos a ser ainda um dia, pensando que Deus nos servirá ainda com essa finalidade?

01/11/2011

1 de Novembro


Não se Pertence a si Mesmo
"Acaso não sabeis... que não sois de vós mesmos?" 1 Co 6,19

Não existe essa coisa chamada “vida particular e privada” para um crente, para nenhum dos que participam de todos os sofrimentos de Jesus Cristo, um lugar para nos escondermos a sós e isolamo-nos do resto do mundo. Deus abre a vida particular de seus servos como abriu o Mar e deixa nela uma via aberta para o mundo e, por outro lado, uma passagem para o próprio Deus também. E nenhum ser humano consegue suportar tal coisa, a menos que seja identificado com Jesus Cristo de fato. Não somos santificados para benefício próprio; somos chamados à comu­nhão do próprio evangelho e por isso acontecem coisas que não têm nada a ver conosco, mas com Deus em nós; o objetivo de Deus é, assim, levar-nos a uma comunhão consigo próprio. Permita-lhe então que faça a vontade dele por si e em si; se não o fizer, em vez de ter alguma utilidade para Deus em sua obra que redime todo o mundo, você será tropeço impeditivo e um entrave para isso mesmo.
A primeira coisa que Deus nos faz, é firmar nossos pés na dureza da realidade, até que não nos importemos mais com o nosso destino desejado e pessoal, contanto que se faça a vontade dele em prol do propósito que existe na sua redenção. Por que não deveríamos nós passar por dificuldades e tristezas? Através desses portões, Deus está escancarando portas para caminhos de plena comunhão com Ele. A maioria dos crentes deixa-se abater através do primeiro aperto duma dorzinha; senta-se na soleira do propósito de Deus e recusa-se a dar mais um passo e fica morrendo de auto-compaixão por ali mesmo. Todas as expressões da chamada “simpatia do Cristão” para com os tais, servirão apenas para apressar essa morte auto-condolente. Mas Deus não a apressará. Ele estenderá a mão trespassada de seu Filho para afirmar: "Entra em comunhão comigo — levanta-te e resplandece", Is.51,1-2. Se através de determinado sofrimento Deus puder fazer com que se cumpram os propósitos dele para o mundo e para nós, então agradeça-lhe esse sofrimento. 

31/10/2011

31 de Outubro


A Prova da Fé
"Fé como um grão de mostarda... e nada vos será impossível" Mt 17,20

Nós achamos que Deus nos dá recompensas devido à nossa fé; até pode ser que seja assim enquanto somos novos na fé; mas a função da fé não será conceder-nos recompensas por termos crido, mas acima de tudo levar-nos a um relacionamento correto com Deus, dando-lhe espaço para operar dentro de nós livremente. Se você é filho de Deus, Deus tem que retirar de si, com alguma frequência, a sustentação causada por experiências anteriores para que possa apenas manter-se num contacto direto e exclusivo com ele. Deus quer que entendamos que a vida de fé evangélica é uma vida e não uma forma de sentimentalismo emotivo e de gozo gratificante a nível de emoções por causa daquelas bênçãos que recebemos dele. No início, nossa fé era pequena e intensa, estabelecida e sedimentada à volta dum pequeno ponto luminoso naquela experiência que menosprezava tanto o bom senso quanto a fé realista e real e era cheia de luz e de beleza; então Deus retirou de nós suas bênçãos conscien­tes com o intuito de nos ensinar a caminhar só “pela fé”, 2Co 5,7. Temos agora mais valor para ele do que nos tempos remotos daquelas alegrias conscientes de testemunhos elucidativos e plenos de emoção.
A própria natureza da fé que é real exige que ela seja provada para deixar de ser fingida e emocional; não porque achemos difícil confiar em Deus, mas porque é necessário que tiremos da nossa mente todas as dúvidas em relação à fiabilidade e certeza de todo o caráter de Deus. É essencial para o pleno desenvolvimento da fé que ela passe por períodos de isolamento em silêncio absoluto. Nunca confundamos as provas impostas à nossa fé com a disciplina comum da vida real; grande parte do que dizemos constituírem provas de nossa fé, não passa dum resultado consequente e inevitável de estarmos vivos aqui nesta terra. Crer na Bíblia é crer em Deus, apesar de tudo o que contradiz: é manter confiança no caráter absoluto e insolúvel de Deus, faça ele o que fizer. Um dos versículos mais conhecidos que temos é: "Ainda que ele me mate, nele ainda confiarei", Jó 13,15. Essa é uma das mais sublimes declarações de fé que a Bíblia contém.

30/10/2011

30 de Outubro


"De fato, sem fé é impossível agradar a Deus", Hb 11,6

A fé, sempre que em direta oposição ao bom senso, é entusiasmo em erro e obliquidade e falta de inteligência pessoal; e o bom senso, quando oposto à fé, é racionalismo e um passo no escuro por depender da razão para se poderem comprovar verdades. A vida de fé coloca as duas coisas numa relação amigável e direta. O bom senso não é fé e fé não será bom senso, pois uma coisa é natural, a outra será espiritual; um é impulsivo, quando o outro nasce duma fonte vinda de Deus, sendo inspiração do Seu próprio Espírito. Nada do que Jesus Cristo disse é bom senso: é revelação e manifestação para nós; e vai até onde o bom senso nunca chegará. A fé tem que ser provada, para que sua realidade possa ser concretizada pela verdade também. "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem", Rm 8,28, então, logo não importa o que pode vir a acontecer ainda, a operação da providência de Deus encarregar-se-á sempre de transformar a fé ideal em realidade concretizada. A fé é sempre algo pessoal, já que todo o propósito de Deus é fazer com que a fé ideal se torne real em seus filhos sem exceção.
Para cada pormenor de toda a nossa vida de bom senso, há uma revelação acerca de Deus que se deve imprimir nesse mesmo bom-senso e através do qual podemos comprovar e provar como experiência prática tudo aquilo em que acreditamos que Deus seja em abono de verdade. A fé é um princípio tremendamente ativo por excelência, que sempre colocará Jesus Cristo como primeiro em tudo: "Senhor, tu disseste isto e aquilo, como por exemplo Mt 6,33; parece loucura, mas vou arriscar-me baseado em tua palavra apenas". Transformar a fé racional em realidade pessoal é uma luta, a qual se dá de forma constan­te e poucas vezes como algo apenas ocasional. Deus nos colocará em situações com uma especificidade para nos educar em nossa fé real, porque a natureza da fé é tornar real o objeto sobre o qual se confia em Deus. Enquanto não conhecermos Jesus como Ele é, Deus será para nós, algo abstrato a nível de bom-senso e em quem nunca conseguiremos ter fé; mas, assim que ouvimos Jesus dizer: "Quem me vê a mim, vê ao Pai", teremos algo que é real e a fé não terá limites a partir de então. Fé é o homem integral e total, corretamente relacionado com Deus pelo poder do Espírito de Jesus Cristo em nós.

29/10/2011

29 de Outubro


Substituição
"Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós;
 para que nele fôssemos feitos justiça de Deus", 2 Co 5,21

A idéia atual sobre a morte de Jesus Cristo é que ele morreu por todos os nos­sos pecados por pena de nós. O que o Novo Testamento nos manifesta é que ele carregou os nossos pecados, não por compaixão, mas por identi­ficação pessoal. Ele foi “feito pecado” por nós. Nossos pecados são removidos por causa da morte de Jesus e a base da sua morte é a sua obediência ao Pai, não a compaixão que teve por nós. Tornamo-nos aceitáveis a Deus, não porque obedecemos, ou porque prometemos renunciar a certas coisas, mas por causa da morte de Cristo que nos torna obedientes e nada mais. Dizemos que Jesus Cristo veio para revelar a paternidade ou a benignidade de Deus para conosco; o Novo Testamento diz que ele veio para tirar o pecado do mundo e de nós, João 1:29. Esta revelação do Pai é feita àqueles a quem ele for apresen­tado como Salvador disso mesmo. Jesus Cristo nunca falou de si mesmo como alguém que revelava o Pai; mas como pedra de tropeço, João 15.22-24. A mensagem de João 14.9 onde o Pai é apresentado como Pai, foi dirigida a quem já era discípulo.
O Novo Testamento também nunca afirma que, através do fato de peso de Cristo ter morrido por mim, eu me ache totalmente livre da penalidade sobre qualquer pecado. O que ele ensina é que "Ele morreu por todos", 2Co 5,15 (não que ele morreu a minha morte) e que mediante a identificação com o tipo de morte que ele morreu – morrendo para o pecado – posso ser liberto do pecado e receber a sua própria justiça dentro de mim. A substituição ensinada no Novo Testamento é dupla: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus". O ensino verdadeiro nunca será “Cristo para mim”, a menos que eu me decida a permitir que Cristo seja formado em mim também, Gl 4,19.

28/10/2011

28 de Outubro


Justificação Pela Fé
"Porque se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida", Rm 5,10.

Eu não sou salvo porque creio; entendo, através do ato de crer, que sou salvo. Não é o arrependimento que me salva; o arrependimento é o sinal de que reconheço o que Deus realizou através de Cristo Jesus. O perigo subsiste sempre que se coloca a ênfase no efeito e o retiramos da causa. É a minha obediência que me justifica diante de Deus, ou a minha consagração? Nem uma coisa nem outra! Estou justificado perante Deus porque, antes de mais nada, Cristo morreu – sou tornado justo através de Cristo em mim. Quando me volto para Deus e, pela fé, aceito o que Deus revela que posso aceitar dele, passo imediatamente a estar corretamente relacionado com Deus pela maravilhosa expiação que Jesus Cristo fez e faz; e, através do milagre sobre­natural da graça de Deus, sou justificado, não porque me entristeço pelo meu pecado, não porque me arrependi, mas por causa do que Jesus fez em mim. O Espírito de Deus revela-me isso com uma clareza total, penetrante e passo a saber que estou salvo, embora não saiba como sei.
A salvação de Deus não se baseia em qualquer lógica humana; baseia-se na morte sacrificial do Senhor Jesus. Devido à expiação do nosso Senhor poderemos nascer de novo. Os pecadores podem ser transformados em novas criaturas, não pelo seu próprio arrependimento nem por sua fé, mas pela obra maravilhosa de Deus em Cristo Jesus, que antecede todas essas experiências. A inexpugnável segurança da justifica­ção e da santificação é o próprio Deus. Não temos que operar essas coisas em nós mesmos; elas foram operadas através da expiação. O sobrenatural torna-se natural através dum milagre de Deus; então surge a compreensão do que Jesus Cristo já fez e se diz também: "Está consumado".

27/10/2011

27 de Outubro


O Método Para as Missões
"Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações", Mt 28,19.

Jesus Cristo não disse: "Ide e salvai almas" (a salvação é obra sobrenatural de Deus), mas: "Ide, fazei discípulos de todas as nações"; e ninguém pode fazer discípulos a menos que ele mesmo seja discípulo individual já. Quando os discípulos voltaram de sua primeira missão, estavam cheios de alegria porque os demônios se submeteram a eles e Jesus lhes disse: "Não se alegrem no êxito obtido ao meu serviço; o grande segredo da alegria consiste em vocês estarem correta e individualmente relacionados comigo apenas", Lc 10,17-20. A necessidade básica de todo o missionário é que ele permaneça fiel ao chamamento de Deus e que possa ainda ter como seu único objetivo fazer discípulos exclusivos para Jesus. Existe um anseio de ganhar almas que não vem de Deus, mas do desejo de conquistar pessoas para todos ou alguns dos nossos pontos de vista.
O desafio do missionário não será a dificuldade em levar as pessoas à salvação ou de recuperar as que estão afastadas de sua igreja, nem o problema dos corações endurecidos, mas antes o relacio­namento pessoal que têm com o próprio Senhor Jesus Cristo. "Credes que posso fazer isso?" Mt 9,28. O Senhor nos faz essa pergunta continuamente; temos de encará-la ao lidar com cada caso que achamos em nossos caminhos. Nosso grande desafio é: será que conheço o Senhor Jesus como ressuscitado? Conheço o poder de seu Espírito, se é que habita em mim ainda? Serei suficientemente sábio aos olhos de Deus e suficientemente tolo diante do resto do mundo, para apostar apenas no que Jesus disse em exclusivo, ou estarei descendendo da posição sobrenatural, a única para a qual o missionário é chamado a ter em exclusivo, isto é, deter uma ilimitada confiança em Cristo Jesus? Se eu adotar qualquer outro critério, estarei totalmente desviado do único critério estabelecido através do Se­nhor Jesus: "Toda a autoridade me foi dada... portanto, ide…" Mt 28,18-19.

26/10/2011

26 de Outubro


O Que é Um Missionário?
"Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio", João 20,21

Missionário será todo aquele que for enviado por Jesus Cristo, assim como Jesus foi enviado do Pai. A nota dominante de todas as missões não será os problemas dos homens, mas tudo quanto Jesus Cristo ordenou. A fonte de toda a nossa inspiração no trabalho de Deus está atrás de nós e não à frente. A tendência hoje será colocar a inspiração adiante, juntar todas as coisas diante de nós e fazer com que tudo aconteça de acordo com aquela concepção de sucesso que obcecamos retirar das coisas. No Novo Testamento, a inspiração — o Senhor Jesus — está colocada atrás de nós. O ideal é ser fiel a ele, é desenvolver seus empreendimentos por ele.
A coisa que não pode ser menosprezada nem desprezada, é a dedicação pessoal ao Senhor Jesus e o mesmo se deve poder dizer dos pontos de vista dele sobre todas as coisas. O grande perigo do trabalho missionário é que o chamado de Deus seja ofuscado nos problemas pessoais das pessoas ao ponto de ser a compaixão humana a sobrepor-se totalmente ao fato de termos sido enviados por Jesus Cristo. Os problemas são tão tremendos, as condições deixam-nos por vezes de tal forma perplexos que, todas as nossas idéias vacilam e falham por excelência. Esquecemos que o motivo básico de todo empreendimento missionário não é, primeiramente, a eleva­ção social das pessoas, nem a sua educação rígida, nem as suas necessi­dades básicas, mas, antes e acima de tudo, aquela ordem de Jesus Cristo: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações", Mt 28,19.
Quando estudamos a vida dos grandes homens e mulheres de Deus, a tendência será para ser dito deles: "Que sabedoria e que discernimento obtiveram! Como compreenderam perfeitamente tudo o que Deus queria deles!" Na verdade, a mente sábia que está por trás de tudo, será a de Deus e nunca a sabedoria de qualquer humano. Creditamos tudo na sabedoria humana, quando deveríamos atribuir tudo à orientação divina, a que vem de cima, usando-se de pessoas humildes que foram suficientemente "crianças" para confiar em toda a sabedoria de Deus e na capacitação que vem do alto exclusivamente.

25/10/2011

25 de Outubro


Submetendo-nos Aos Propósitos de Deus
"Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns", 1 Co 9,22.

Qualquer obreiro evangélico ou cristão tem de saber aprender a ser uma pessoa nobre e de enorme excelência e valor no meio de coisas vulgares e sem valor absoluto. Nunca faça esta queixa: "Se ao menos eu estivesse num outro lugar...!" Todos os servos de Deus são pessoas comuns que se tornaram invulgares, mediante a vida que lhes for dada por ele. Se não tivermos os pensamentos e os sentimentos certos, deixaremos de ter utilidade para Deus. Não somos obreiros de Deus por escolha pessoal. Muitas pessoas candidatam-se voluntariamente para o ministério; porém não levam em si nada da onipotente graça de Deus e nada de sua poderosa Palavra como testemunho eficaz. Todo o coração, mente e alma de Paulo eram dominados pelo grande propósito que Jesus Cristo veio realizar em todos nós; ele nunca perdeu de vista esse propósito excelente. Temos que encarar sempre este fato único como o principal: “Jesus Cristo e este crucificado”, 1Co 2,2.
"Eu vos escolhi", Jo 15,16. Mantenha em seu coração esta marca de grandeza exclusiva. Não é que você já tenha conquistado a Deus, mas antes que ele o conquistou a si de Seu jeito peculiar. Deus está operante aqui nesta escola, dobrando, quebrando, moldando, agindo e promovendo Sua vontade em exclusividade para cada individuo. Por que estará ele a fazer tudo isso, não sabemos; mas seu objetivo é apenas um — poder dizer: "Este homem é meu servo, esta mulher é minha serva". Temos que estar de tal forma nas mãos de Deus, que ele nos tenha porque usar e nos poder firmar junto com outros na mesma rocha.
Nunca se candidate voluntariamente ao ministério; porém, se Deus o chamou para ele, ai de si caso se desvie “para a direita ou para a esquerda” desse chamamento, Dt 28,14! Ele lhe fará o que nunca fez antes de lhe haver chamado; fará consigo o que não faz com outras pessoas. Permita que ele faça a vontade dele na esfera de toda a sua vida.

18/10/2011

18 de Outubro


A Chave da Devoção do Missionário
"Pois, por causa do Nome foi que saíram", 3 João 7

O Senhor explicou como nosso amor por ele deve ser revelado: "Tu me amas?" João 21,17. E logo de seguida: "Apascenta as minhas ovelhas" – exemplificando qual o amor a que se referia. Em abono de toda a verdade, isto quer apenas dizer: identifica-te com meu interesse nas outras pessoas; não Me identifiques com os teus interesses noutras pessoas. Em 1 Co 13,4-8 lemos sobre algumas das características desse amor, sendo o amor de Deus bastante expressivo quanto a si mesmo. O que prova meu amor por Jesus será a sua vida prática por mim e em mim; tudo o mais será um conjunto de frases sentimentalistas.
Minha lealdade a Jesus Cristo resultará da obra sobrenatural da redenção operada dentro de mim, efetivada através do Espírito Santo, o Qual derrama o amor de Deus em meu coração abundantemente, Rm 5,5 e esse amor atua eficazmente através de mim na vida de cada pessoa com quem possa vir a lidar. Permaneço firme e leal ao seu Nome, até mesmo quando todos os argumentos do bom-senso me afirmam o oposto e desmintam Seu poder, declarando que não é maior do que o poder do nevoeiro da manhã?
O segredo da devoção missionária consiste em não estarmos apegados a nada e a ninguém deste mundo, a não ser ao próprio Senhor que ainda anda por cá; e isto sem estarmos desligados das coisas exteriores. O Senhor tinha uma liberdade impressionante de usar as coisas e depois deixá-las para trás; seu desapego era interior, resultante do seu amor ao pai. Em nosso caso, no entanto, o desapego exterior é muitas vezes forte indício de um apego secreto às coisas externas, se lermos os esforços que usamos para nos mantermos afastados delas.
A lealdade de um missionário consiste em manter a alma bem aberta à natureza do próprio Senhor Jesus Cristo. Os homens e mulheres que o Senhor envia para sua seara são pessoas comuns, dominadas por uma devoção a ele e a qual é sempre gerada através do Espírito Santo.

17/10/2011

17 de Outubro


A Chave Para Aquelas Obras Maiores
"E outras (obras) maiores fará, porque eu vou para junto do Pai", João 14,12.

A oração não nos prepara para obras ainda maiores; a oração é a obra maior. Encaramos a oração como um exercício vulgarizado de nossas habilidades quando se necessitam milagres e que tem por objetivo prepararmo-nos para um serviço a Deus. Segundo o ensino de Jesus Cristo, a oração é a operação do milagre da redenção em mim, a qual produz em todos os outros o milagre da redenção também, através do poder de Deus. Será através da oração que o fruto permanece em nós e por nós; mas lembremo-nos que essa oração tem que ser baseada na agonia da redenção e não na minha agonia. Só uma "criança" obtém respostas concretas em toda a oração; o homem "sábio", nunca o conseguirá, Mt 11,25.
Será na oração que se trava a maior de todas as batalhas; nunca será o lugar onde estamos que fará a diferença. Seja qual for a situação na qual Deus nos coloca, nosso dever é orar sempre. Não aceite esta idéia: "Não sirvo para nada aqui onde estou"; você, certamente, também não servirá para nada onde não está. Sejam quais forem as circunstâncias nas quais Deus o lança, ore espontaneamente a ele sem parar. "E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei". Mas nós só queremos orar se pudermos ter sensações emocionantes; essa é a mais expressiva forma de egoísmo espiritual que existe em nós. Nosso trabalho tem que ser orientado por Deus e ele nos comanda a orar. "Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara".
Não há nada de excepcional no que um operário faz, mas é o operário quem executa as concepções do gênio; e é o obreiro cristão quem executa as concepções do seu Mestre. Você trabalha em oração e, do ponto de vista dele, os resultados serão um fator constante sempre que assim é. Que surpresa terá quando o véu for retirado dos seus olhos e ser descoberto qual o grande número de almas que colheu simplesmente porque tinha o hábito de cumprir ordens destas vindas de Jesus Cristo!

13/10/2011

13 de Outubro



Desânimo Individual e Crescimento Pessoal
"Naqueles dias, sendo Moisés já homem, 
saiu a seus irmãos e viu os seus labores penosos", Ex 2,11.

Moisés viu a opressão sobre seu próprio povo e teve certeza de que seria ele quem teria de providenciar libertá-lo; e, sob a justa indignação de seu próprio espírito, começou a corrigir as injustiças praticadas por eles e contra eles. Mas logo depois que ele deu o primeiro golpe em favor de Deus e da justiça, o Senhor permitiu que fosse levado para o desânimo total e enviou-o para o deserto onde ficaria a apascentar ovelhas durante qua­renta anos. No fim desse tempo, Deus apareceu a Moisés e disse-lhe que voltasse e libertasse o seu povo por ele, ao que ele replicou: "Quem sou eu para ir?" Já no começo, Moisés compreendera que era ele o homem destinado a libertar aquele povo, mas primeiro teria que ser treinado e disciplinado por Deus. Era a pessoa certa, sob o aspecto individual, mas não seria o homem certo para a tarefa enquanto não aprendesse a ter um certo tipo de comunhão com Deus.
É possível que tenhamos uma visão de Deus e uma compreensão clara da vontade dele para nós mesmos e comecemos logo a querer realizá-la; mas logo surge algo equivalente aos quarenta anos de deserto em nossas vidas, como se Deus não estivesse mais a fim de tudo quanto nos parecia estar. E quando nos sentimos profundamente desanimados e por vezes revoltados, Deus volta e renova o seu chamado e propósito conosco; então, estremecemos e começamos por dizer: "Oh, quem sou eu?" Será logo ali que temos necessariamente de aprender a primeira grande lição sobre Deus: "EU SOU O QUE SOU te enviou". Temos que aprender que nosso esforço pessoal por Deus será tido como uma mera impertinência; nossa individualidade tem que se tornar incandescente e brilhante na glória de Deus, através de um relacionamento pessoal com Ele primeiro, Mt 3,11. No entanto, sabemos que temos a visão certa: "É isso que Deus quer que eu faça"; porém subjugamo-nos ao aspecto individual da situação e não acertamos o passo com Deus. Caso esteja passando por um período de desânimo, saiba que um grande crescimento pessoal se refletirá em si lá pela frente.

10/10/2011

10 de Outubro


Como Saberei?
"Graças te dou, ó Pai... porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, 
e as revelaste aos pequeninos", Mt 11,25.

Nunca crescemos no plano espiritual passo a passo; ou temos esse relacionamento, ou não temos. Deus nos não vai purificando gradualmente “de todo o pecado”; quando estamos na luz, caminhando na luz, somos purifica­dos “de todo pecado”, 1João1,7. Será sempre uma questão simples de plena e incondicional obediência e, imediatamente após isso, o relacionamento torna-se sempre incontestável, harmonioso e perfeito. Se nos desviarmos um segundo apenas daquela obediência plena, nesse mesmo instante a escuridão e a morte nos cercarão.
Todas as revelações e manifestações de Deus permanecem lacradas até que possamos obedecer e obedeçamos; logo ali, se abrem para qualquer um de nós. Pela filosofia ou pelo raciocínio, nunca conseguiremos abri-las, nem contorná-las. Mas assim que obedecemos, surgirá um facho de luz sobre nós. Deixe a verdade de Deus operar em si através da absorção em seu próprio coração, em vez de tentar penetrar nela por vias da preocupação e ocupação desmesurada. O único meio de que dispomos para conhecer essa revelação será parar de tentar descobri-la e desvendá-la para se nascer de novo. Obedeça a Deus em relação à verdade que ele pessoalmente lhe manifestou e verificará que, logo ali, a verdade seguinte lhe será revelada também. A gente lê volumes e volumes sobre a obra do Espírito Santo e, no entanto, cinco minutos de obediência absoluta tornariam tudo claro como um raio de sol. "Suponho que um dia compreenderei estas coisas!" diremos muitas vezes. Você poderá compreendê-las agora obedecendo. Não é o estudo que nos proporcionará tal compreensão, mas a obediência pura. O menor gesto de obediência fará os céus abrirem-se e as verdades mais profundas de Deus logo se tornam nossas também. Deus nunca revelará outras verdades sobre si mesmo enquanto não tivermos obedecido às que já conhecemos anteriormente. Acautele-se para não se tornar "sábio e entendido" em si mesmo: “Aquele que quiser fazer a Sua vontade, saberá…” João 7,17.

05/10/2011

5 de Outubro


A Inclinação Natural da Degeneração
"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram", Rm 5,12

A Bíblia não nos diz que Deus puniu a raça humana pelo pecado de um homem; mas que a disposição para pecar, ou seja, a minha reivindicação de meus direitos sobre mim mesmo, entrou na raça humana por causa dum homem, mas que outro homem tomou sobre si o pecado dessa mesma raça humana e o aniquilou esse poder anterior sobre ela mesma, Hb 9,26, o que é uma revelação infinitamente mais profunda que qualquer outra. A disposição para pecar não é a imoralidade nem a prática de outras coisas erradas, mas a disposição da auto-realização onde e quando me torno meu próprio deus. Essa disposição pode até manifestar-se através da moralidade e decência ou por uma imoralidade muito indecente, irreversível e pouco abonatória, mas sua base será sempre uma e a mesma: a reivindicação de meus direitos sobre mim mesmo para os continuar a deter em mim mesmo. Quando o Senhor se defronta com homens cheios de forças malignas ou com homens com sua vida aparentemente limpa, moral e correta, ele não presta nenhuma atenção à degradação moral dos primeiros, nem à boa condição moral dos últimos; ele olha para algo que nós não vemos, ou seja, a disposição interior de cada homem e mulher.
O pecado é algo no qual já nasci e em que não terei como tocar para mudar sua disposição; mas Deus toca o pecado globalmente pela redenção que faz e consegue em nós. Pela cruz de Jesus Cristo, ele resgatou toda a raça humana da possibilidade de ser condenada por causa do que herdou do pecado. Em nenhum momento Deus julga o homem tendo-o como responsável por ter recebido da conduta e da herança do pecado. Se somos condenados não é por havermos nascido com a herança do pecado; contudo, se compreendermos que Jesus Cristo veio para libertar-nos dela e nos recusarmos a permitir que ele o faça agora e já, a partir deste momento que Cristo veio iniciou-se também o processo do juízo e da condenação. "O julgamento é este: (o momento crítico), que a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz", João 3,19.

04/10/2011

4 de Outubro


A Visão e a Realidade
"Chamados para ser santos", 1 Co 1,2

Agradeça a Deus pela visão daquilo que você ainda não conse­guiu atingir em si mesmo. Você teve a visão, mas ainda está muito longe de poder alcançá-la. É quando estamos no vale — onde se verifica se nos tornaremos de fato melhores ou não — que a maioria volta atrás. Não estamos total­mente preparados para os golpes que passaremos a sofrer se quisermos ser moldados para tornar um fato a forma que obtivemos na visão. Já sabemos que ainda não somos como Deus quer que sejamos, mas será que estamos dispostos a ser martelados por Deus até que tenhamos a forma da visão que contemplamos? Os golpes serão sempre fornecidos pelas situações comuns e através de pessoas vulgares.
Há ocasiões em que sabemos qual é o propósito que Deus tem para nós; mas deixar que a visão se transforme em realidade por nós, depende de nós e não de Deus. Se preferirmos ficar resguardados no monte para vivermos de lembranças, não serviremos para nada entre fatos comuns dos quais a vida humana é feita. Temos que aprender a viver confiantes naquilo que a visão nos mostrou, não com êxtases e meras con­templações de Deus, mas entre os fatos, à luz daquela visão, até que cheguemos à verdadeira realidade daquilo que foi projetado através da visão que obtivemos anteriormente. Cada etapa de toda a nossa instrução exclusiva tem isso mesmo por único objetivo. Aprenda a agradecer a Deus por Ele lhe manifestar e revelar tudo que Ele exige de si.
O mesquinho "eu sou" sempre fica amuado quando Deus lhe diz que faça algo. Que esse mesquinho "eu sou" se murche e suma ante a indignação de Deus — "EU SOU O QUE SOU te enviou". Ele tem que ser dominante. Não é impressionante ver que Deus sabe onde vivemos e conhece todas aquelas cavernas onde nos escondemos? Como o relâmpago revela o que a escuridão esconde, assim ele nos descobre também. Nenhum ser humano conhece o ser humano como Deus o conhece.

03/10/2011

3 de Outubro


A Lugar Para o Ministério
"Esta casta não pode sair senão por meio de oração e jejum", Mc 9,29.

Os Discípulos perguntaram em privado: "Por que não pudemos nós expulsá-lo?" Mc 9,28. A resposta está no relacionamento pessoal que obtivemos com Jesus Cristo. Essa casta não pode sair senão pela concentração em Cristo, por uma redobrada concentração nele somente. Podemos permanecer sempre impotentes tal qual estavam os discípulos, se tentarmos realizar o trabalho de Deus baseados em idéias oriundas de nosso próprio temperamento, em vez de estarmos intensamente ligados ao poder de Deus. Difamamos a Deus com nosso ímpeto de trabalhar para ele sem conhecê-lo pessoalmente.
Quando você se defronta com um caso difícil em seu ministério e nada acontece aparentemente, saiba todavia que, a libertação apenas se dará porque você está concentrado em Cristo Jesus. Nossa responsabilidade é cuidar para que não haja nada entre nós e Jesus. Ou será que há ainda? Se houver, devemos resolver o problema desde logo e de raiz; não ignorá-lo irritados, nem irar-nos, mas enfrentá-lo e vencê-lo na presença de Jesus Cristo; então, esse mesmo problema e tudo aquilo que impede o que experimentamos em relação a ele, glorificarão a Jesus de um modo que jamais saberemos, a não ser quando virmos o Pai face a face.
Precisamos ser capazes de subir com asas como águias; mas precisamos também aprender a descer com asas como águias. O poder do cristão consiste em descer e saber viver no vale. "Tudo posso naquele que me fortalece", Fl 4,13 diz Paulo e as circunstâncias a que ele se referia, então, eram de modo geral, bastante humilhantes. Está em nós recusarmo-nos a ser humilhados: "Não, obrigado, prefiro muito mais ficar no alto do monte com Deus". Será que sou capaz de enfrentar as coisas como elas são realmente, à luz da realidade de Jesus Cristo, ou elas anulam totalmente a minha fé nele e me acometem ao pânico?