Devocional Diário TUDO PARA ELE, de Oswald Chambers Publicação: Editora Betânia.

IMPORTANTE: AS DEVOCIONAIS DIÁRIAS ESTÃO ARQUIVADAS E VOCÊ PODE PESQUISAR O DIA DO ANO QUE QUISER E LER A QUALQUER MOMENTO.


Passo a publicar também, algumas meditações de Brennan Manning, do devocional "Meditações para Maltrapilhos". (dez/2011)

"Estas leituras diárias foram coletadas de várias fontes, mas principalmente de conferências proferidas por Oswald Chambers no Bible Training College, Clapham, durante os anos de 1911 a 1915; depois, de outubro de 1915 a novembro de 1917, das palestras feitas nos cultos noturnos dos acampa-mentos do Y.M.C.A (Associação Cristã de Moços), em Zeitun, no Egito.

Em Novembrode 1917, meu marido foi chamado à presença de Deus. Desde então muitas dessas palestras foram reunidas em volumes e publicadas. Parte destes textos é constituída de mensagens pronunciadas durante a hora devocional no colégio - hora que, para muitos alunos, foi um marco em sua vida espiritual. "

"Os homens estão sempre se voltando aos poucos que dominam o segredo espiritual, cuja vida está escondida com Cristo em Deus. São os da religião dos velhos tempos, pendentes dos cravos da cruz." (Robert Murray McCheyne.).

Por sentir que o autor desta obra é um desses, cujos ensinamentos os homens voltam sempre a consultar, é que este livro foi preparado e lançado com uma oração para que, dia a dia, suas mensagens continuem a produzir a vida e a inspiração vivificantes do Espírito Santo".
B.C. 1927

30/09/2010

30 de Setembro

A Incumbência de Haver Sido Chamado
"Agora me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo que é a igreja", Cl 1,24

Nós costumamos pensar em nossa própria consagração espiritual como sendo o tal "chamado", mas quando nos acertamos com Deus ele varre tudo isso para um lado e, através de um processo doloroso, prende-nos a algo com que nunca sonharíamos sequer; então, num instante marcado de glória, percebemos o que ele quer de fato e logo dizemos: "Eis-me aqui, envia-me a mim", Is 6,8.
Esse chamado nada tem a ver com nossa santificação pessoal; visa apenas tornar-nos "pão partido" e "vinho distribuído" para os outros. Deus nunca poderá tornar-nos vinho se resistirmos ao seu toque quando ele nos vier esmagar. Ah, se Deus usasse seus próprios dedos e me transformasse em "pão partido" e "vinho distribuído" de um modo muito especial! Mas ele escolhe alguém de quem não gostamos, ou um conjunto de circunstâncias às quais não aderimos e às quais dizemos que jamais nos submeteremos e usa tudo aquilo para nos esmagar e será ali que fazemos as objeções. Nunca devemos escolher o cenário de nosso próprio martírio assim. Se vamos ser transfor­mados em vinho, temos que ser esmagados; uvas não podem ser bebidas. Elas só se transformam em vinho quando espremidas.
Pergunto-me: que tipo de "dedos" Deus tem usado para espremer sua vida? E será que você, como uma bolinha dura vem-lhe escapando quando ele espreme? Você ainda não está maduro e se Deus o tivesse espremido agora e conseguido algum suco de si, o vinho obtido seria amargo. Para que flua vida de nós é preciso que os elementos de nossa vida natural sejam todos tomados pela presença de Deus e providencialmente partidos ao seu serviço. Temos de estar bem ajustados a Deus para que possamos ser o tal "pão partido" em suas mãos. Mantenha sua vida certa e no ritmo com Deus e deixe-o fazer consigo tudo que ele muito bem entender e sempre que ele quiser; e descobrirá que ele está produzindo o tipo de pão e de vinho que irá beneficiar os outros filhos dele.

29/09/2010

29 de Setembro

A Tomada De Consciência de Havermos Sido Chamados
"Pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho…", 1Co 9,16

Temos a tendência para esquecer o toque místico e sobrenatural que Deus dá. Se você sabe dizer onde recebeu o chamado de Deus e contar em pormenor tudo aquilo que lhe aconteceu, duvido de que tenha sido chamado para alguma coisa específica. O chamamento de Deus não vem assim até nós; é sempre algo muito mais sobrenatural que isso. Nossa tomada de consciência desse chamado pode ser súbita como um es­trondo dum trovão, ou pode ser um processo gradual dentro de nós; mas, venha como vier, vem sempre com uma força sobrenatural exercida sobre si, algo inexplicá­vel, que nos faz sentir sempre aquele calor da presença divina dentro de nós. A qualquer momento pode haver uma posse súbita de que esse chamado sobrenatural, surpreendente, imponderável tomou conta de sua vida por inteiro: "Eu vos escolhi", João 15,16. O chamamento de Deus nada tem a ver com salvação e santificação em nós. Não é porque você teve uma experiência de santificação que se pode considerar chamado para pregar o evangelho de Deus; o chamado para pregar o evangelho é infinitamente distinto disso. Paulo descreve-o como uma obrigação que pesava sobre ele.
Se você tem estado abafando o chamado sobrenatural de Deus, faça um balanço de sua situação e veja em qual aspecto não dá a primazia a Deus para a dar às noções sobre serviço ou suas capacidades naturais que você possui em si. Paulo disse: "Ai de mim se não pregar o evangelho!" Ele tinha consciência absoluta e inquestionável de que havia sido chamado por Deus e a partir dali não houve mais espaço para nenhum outro concorrente a nenhuma das suas energias.
Se alguém é chamado por Deus, não importa a adversidade de qualquer das circunstâncias, todas as forças que atuarem ali acabarão e bastarão para cooperarem para a realização de todo o propósito de Deus. Se você se acha em linha com esse mesmo propósito, Deus colocará em harmonia não apenas a sua vida consciente, mas até as mais recônditas áreas do resto da sua vida, às quais você nunca teve acesso.

28/09/2010

PALAVRANTIGA - VEM ME SOCORRER

Vem Me Socorrer - Palavra Antiga

Não tenho um tom
Não tenho palavras
Não tenho acorde que
Me socorra agora
Tudo foi embora
Só tenho você
Havia um silêncio
Que mostrou os meus vícios
Me agarro contigo
Vem me socorra agora
Tudo foi embora
Só tenho você amor
Agora
E essa não é mais uma canção de amor
Não, não, não
Eu canto pra ti
Sei onde estou
Olhando pra mim posso saber
Que nada sou
Eu grito pra ti oh Deus
Vem me socorrer
Olhando pra mim posso saber
Que nada posso fazer

28 de Setembro

O "Vai" duma Identificação Incondicional
"Uma coisa te falta:... Vem e segue-me", Mc 10,21

O jovem rico tinha um grande anseio pela perfeição. Ao deparar-se com Jesus Cristo, quis logo ser igual a ele. Quando o Senhor chama um discípulo, nunca coloca a santidade pessoal como primeira condição sobre ele; ele coloca em primeiro plano a total anulação de todos os direitos sobre si mesmo para uma futura identificação sua com ele — resultando num relaciona­mento incondicional com ele, onde não cabe mais ninguém. O texto de Lc 14,26 não tem nada a ver com salvação ou santificação da nossa parte, mas com uma identificação com Jesus Cristo incondicionalmente. São muito poucos os que conhecem o "vai" daquela entrega total só a Jesus.
"Mas Jesus, fitando-o, o amou..." Mc 10,21. Este olhar de Jesus fará com que o seu coração nunca mais se ligue a qualquer outra pessoa ou coisa depois de o haver fitado a si. Jesus já olhou para si assim também? Este olhar de Jesus penetra em nós profun­damente, transforma-nos e cativa-nos logo. O ponto em que você é mais sensível a Deus é aquele para o qual o Senhor olhou ao fitá-lo. Se você é duro e vingativo, insistindo em que se faça a sua própria vontade, certo de que o mais provável é que o outro esteja errado e não você, isso será indício claro de que existem áreas inteiras de sua natureza que nunca foram transformadas pelo olhar penetrante dele.
"Uma coisa te falta..." A única coisa boa do ponto de vista de Jesus Cristo é nossa união com ele exclusiva, sem nada pelo meio.
"Vende tudo o que tens..." Tenho que reduzir-me até não ser mais do que um mero ser consciente desta terra. Tenho funda­mentalmente que renunciar a todos os bens de todos os tipos, não para me salvar (só há uma coisa que salva o homem: confiança absoluta em Jesus Cristo), mas para seguir a Jesus. "Vem e segue-me". E o caminho que temos de seguir é o mesmo que ele seguiu até ao fim.

27/09/2010

27 de Setembro

O "Vai" da Renúncia
"Seguir-te-ei para onde quer que fores", Lc 9,57

A atitude do Senhor para com esse homem provoca em nós um severo revés e desencorajamento, “porque ele sabia o que o que estava no homem”, João 2:25. Nós diríamos: "Imagine só, perder a oportunidade de ganhar aquele homem para Deus!" "Imagine só, fazer soprar em torno dele um vento congelante o qual o fez recuar em desanimo!" Nunca peça desculpas a ninguém pelas palavras do Senhor Jesus. Elas até a nós nos podem vir a magoar e ofendem até que não haja mais nada em nós que possa ser magoado ou ofendido por Ele. Jesus Cristo não demonstra a menor brandura com qualquer coisa que, no final das contas, pos­sa vir a destruir alguém que está colocado ao serviço de Deus. As respostas do Senhor não se baseiam em caprichos, mas no seu conhecimento pessoal da própria natureza humana. Se o Espírito de Deus trouxer à sua mente uma palavra do Senhor que o magoa ainda, pode estar certo de que há alguma coisa em si que ele deseja ferir de morte!
Luc.9:58. Estas palavras destroem qualquer argumento em mim de que servir a Jesus Cristo é algo feito pelo prazer pessoal que auferimos para servi-lo. O rigor da rejeição mata tudo, deixando apenas meu Senhor e eu a sós para nos encararmos como somos e uma desolação em forma de esperança queimada e destituída. "Não penses nas recompensas prometidas; tua estrelinha deve ser teu relacionamento primordial comigo; e lembra-te sempre que eu não tenho onde reclinar nem a minha cabeça nem a tua, a menos que queiras recliná-la em Mim".
Luc.9:59. Esse homem nunca queria desapontar ou decepcionar Jesus, mas também não desejava desapontar e magoar seu próprio pai. Temos a tendência de colocar a lealdade para com os nossos parentes, esta tomando o lugar da lealdade que a Jesus Cristo deve ser exclusiva e dedicada e Jesus acaba em último lugar ou num lugar secundário de nossas vidas e desejos. Sempre que houver conflito de lealdades, obedeça a Jesus Cristo acima de tudo, custe o que custar e a quem custar.
Luc9:61. Aquele que sempre diz: "Sim, Senhor, mas..." é o que tem nele uma disposição permanente e incrível, mas nunca vai sempre que deve – só vai quando não deve. Esse homem impôs algumas de suas próprias condições ao Senhor. O exigente chamado de Jesus Cristo não deixa margem para despedidas, porque a despedida, do modo como geralmente a praticamos, é anticristã. Quando ouvir o chamado de Deus, ponha-se a caminho e não pare nunca para olhar para trás em algum momento menos bom de toda a sua vida sequer.

26 de Setembro

Atitude Reconciliatória Em Primeiro Lugar
"Se ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti..." Mt 5,23

Se, ao aproximar-se de qualquer altar e ali se lembrar de que seu irmão tem alguma coisa contra si ainda — não se, movido por uma sensibilidade mórbida, consegue ainda trazer alguma coisa à superfície, mas "se te lembrares", ou seja, se aquilo foi trazido à sua memória pelo Espírito de Deus — "vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e depois, voltando então, faz a tua oferta". Nunca resista à con­vicção sensível do Espírito de Deus quando ele o estiver corrigindo, até nos detalhes mínimos e mais inóspitos.
"Reconcilia-te primeiro com teu irmão..." A instrução do Senhor na verdade é assim: "Reconcilia-te primeiro e pronto. Volta pelo mesmo caminho por onde passaste antes, o que te foi indicado através daquela primeira convicção que recebeste ao aproximar-se do teu altar preferido; assume uma atitude em relação àquele que tem algo contra ti pessoalmente, para que a reconciliação se torne tão natural como teu respirar é para ti ainda”. Jesus não menciona a outra pessoa, ele diz: "Vai tu". Os seus direitos não são levados em conta. O que caracteriza o discípulo é que ele é capaz de abrir mão de seus próprios direitos e obedecer ao Senhor Jesus incondicionalmente, seja no que for.
"E então, voltando, faz a tua oferta". O processo está clara­mente indicado e delineado para si. Primeiro, o espírito heróico de auto-sacrifício; depois o toque do Espírito Santo e então uma parada no "ponto de convicção"; em seguida, obediência à Palavra de Deus, assumindo uma atitude irrepreensível em relação àquele com quem você tinha um desentendimento ou afeição menos boa; por fim, a entrega alegre e simples de sua oferta a Deus depois de tudo isso haver acontecido, sem mais nenhum obstáculo a impedir que sua vida seja colocada no altar para ali ser queimada e consumida para Deus.

25 de Setembro

O "Vai" do Nosso Relacionamento
"Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas", Mt 5,41

O ensino do Senhor resume-se assim: o tipo de relacionamento que ele exige é impossível, a menos que ele tenha operado em nós essa obra sobrenatural primeiro. Jesus Cristo exige que, ao nos defrontarmos com a tirania e a injustiça, não haja em nosso coração o mais leve traço de ressentimento contra absolutamente nada, nem mesmo de forma reprimida sequer. Um simples entusias­mo jamais subsistirá sob o peso que Jesus Cristo colocará sobre qualquer servo seu; só um relacionamento pessoal com ele conseguirá e subsistirá, um que tenha sido purificado por Deus até que apenas um único objetivo se mantenha ainda: "Estou aqui para que Deus me envie para onde ele quiser". Tudo o mais poderá ficar ofuscado, mas nunca esse relacionamento que temos com Jesus Cristo a partir dali.
O Sermão do Monte não é um ideal; é uma exposição do que acontecerá em mim quando Jesus Cristo tiver alterado minha dispo­sição por completo, substituindo-a pela que só ele tem. Jesus Cristo é o que pode cumprir o Sermão do Monte em nós.
Se quisermos ser discípulos de Jesus, isso só acontecerá mediante uma obra sobrenatural acontecendo pelo lado de dentro; enquanto tivermos a determinação em forma de propósito de sermos discípulos, podemos estar certos de que ainda nem o somos. "Vós não me escolhestes a Mim, mas Eu vos escolhi", João 15:16. Será por ali mesmo que começa toda a graça de Deus. É um chamado do qual não podemos fugir; podemos desobedecê-lo, mas não pensemos que podemos gerá-lo. Deus nos constrange pela sua graça sobrenatural e nunca poderemos descobrir onde a sua obra começa e quando ela termina sua obra. A formação de um discípulo, pelo Senhor, é coisa sobrenatural. Ele não constrói, em absoluto, sobre nenhuma de todas as nossas capacidades naturais. Deus não nos pede para fazermos aquelas coisas que nos possam ser naturalmente fáceis; ele só nos pede para fazer aquilo que a sua graça nos capacita a realizar, fácil ou difícil e é nesse ponto que sempre teremos que encarar a levar nossa cruz até ao seu fim.

24/09/2010

24 de Setembro

O "Vai" da Preparação
"Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; 
e, então, voltando, faz a tua oferta", Mt 5.23-24

Gostamos de pensar que um dia estaremos perfeitos e prontos para toa a boa obra, mas a preparação não é uma posição de alcançar de uma hora para outra; é um processo que precisa ser firmemente mantido e impenetrável até ao seu fim. É perigoso acomodarmo-nos numa experiência qualquer. O que é preciso é preparação e mais preparação até estarmos preparados.
O sentido de sacrifício tem muitas coisas atraentes para um recém-convertido. Humanamente falando, o que nos atrai para Jesus Cristo é o nosso desejo de heroísmo e a sondagem que essas palavras do Senhor fazem em todos nós, colocam à prova essa maré de entusias­mo que desponta para o nada. "Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão". O "vai" da preparação consiste em deixarmos que a Palavra de Deus faça uma sondagem em nosso coração a ver o que está lá. O sensacionalismo de todo sacrifício heróico não é suficiente para sermos heróis. O Espírito Santo detecta então em nós essa disposição que obterá qualquer lugar na obra de Deus. Ninguém, a não ser Deus, pode detectar essa disposição em cada um de nós. Você tem alguma coisa a esconder de Deus? Nesse caso, deixe que Deus o sonde com sua luz intensa. Se houver pecado, confesse-o; não o admita apenas – confesse-o como tal. Você está disposto a obedecer ao seu Senhor e Mestre, seja qual for a humilhação imposta sobre seus direitos e sobre si mesmo?
Nunca rejeite uma convicção de nada. Se ela é suficientemente impor­tante para que o Espírito de Deus a traga à sua lembrança, é porque se trata de algo que ele está detectando em si. Você poderá estar pensando em renunciar a algo importante, quando o que Deus mais deseja no momento é falar-lhe de uma coisa que a si lhe parece insignificante; porque, por trás dela ergue-se a fortaleza fulcral de toda a obstinação: não renunciarei aos meus direitos sobre mim! E é exatamente isso o que Deus exige que você lhe entregue, se é que pretende ser discípulo de Jesus Cristo após isso ainda. 

23/09/2010

23 de Setembro

O Alvo do Missionário
"Eis que subimos para Jerusalém", Lc 18,31.

Na vida natural, todos aqueles anseios pessoais vão-se modificando na medida que passamos de uma fase para outra mais solidificada; na vida evangélica, o alvo nos é proposto logo desde o início; o princípio e o fim são o mesmo, isto é, o próprio Senhor Jesus Cristo de forma real. Começamos com Cristo e terminamos com ele: "até que todos cheguemos... à medida da estatura da plenitude de Cristo", Ef 4,13 e não à noção que temos do que deveria ser a vida com Cristo. O alvo da pessoa enviada por Deus é fazer a vontade dele e não ser útil, ou ganhar todos aqueles que estão perdidos; ele é útil e ganha almas, mas seu alvo não é esse. O alvo dele é fazer a vontade do seu Senhor aqui na terra.
Para o Senhor, Jerusalém foi o lugar onde ele atingiu o apogeu da vontade do seu Pai na cruz e, a menos que o acompanhemos até lá, não estaremos na corrida com ele. Nada jamais desanimou o Senhor em sua caminhada para Jerusalém. Ele não atravessava às pressas certas aldeias onde era perseguido; nem se demorava nas outras, onde era glorificado. Nem a gratidão, nem a ingratidão dos homens fizeram com que o Senhor se desviasse um milímetro de seu propósito de subir para Jerusalém.
"O discípulo não está acima do seu mestre", Mt 10,24. As mesmas coisas acontecerão conosco, a caminho da nossa Jerusalém pessoal. As obras de Deus se manifestarão através de nós; pessoas serão abençoadas e uma ou duas entre elas manifestarão gratidão, o resto, porém, total ingrati­dão; mas nada deve impedir-nos de subir à nossa Jerusalém sem nos desviarmos nem um pouco de ir para lá exclusivamente.
"Ali o crucificaram". Foi isso que aconteceu quando o Senhor chegou a Jerusalém. Esse acontecimento tornou-se a porta da salvação para todos nós. Contudo, nosso fim, como filhos de Deus não é a crucifica­ção para o pecado; pela graça do Senhor terminaremos em glória e sem pecado aqui, mas o fim é Ele. Até lá, entretanto, nosso lema também será — eu subo para Jerusalém. 

22/09/2010

22 de Setembro

O Mestre e o Instrutor do Missionário
"Vós me chamais o Mestre e o Senhor, e dizeis bem; porque eu o sou… 
e o servo não é maior que seu mestre", Jo 13,13-16.

Ter um mestre não é o mesmo que ser dominado. Ter um mestre significa que há alguém que me conhece melhor que eu próprio, alguém que me é mais chegado que um amigo, alguém que sonda e esquadrinha o mais profundo de todo meu ser e satisfaz aqueles anseios com os quais fui criado originalmente; alguém que me dá a certeza de ter descoberto e solucionado todos os problemas e incertezas da minha mente e espírito. Ter um mestre é isso e nada abaixo disso mesmo: "Um só é o vosso Mestre, que é o Cristo", Mt.23,8 O Senhor nunca forçará a obediência sobre nós; não lança mão de certos artifícios para nos obrigar a fazer o que ele quer. Em certas ocasiões, eu gostaria que Deus me dominasse e me obrigasse a fazer certas coisas, mas ele não age dentro desses parâmetros de obediência sequer; quando meu humor muda, gostaria que me deixasse em paz, mas ele não deixa pois acha que meu humor não deveria ter mudado.
"Vós me chamais o Mestre e o Senhor" — mas será que ele é mesmo isso para nós? As palavras Mestre e Senhor são pouco usadas em nosso vocabu­lário prático; preferimos antes tê-lo como Salvador, Santificador, Médico entre outras coisas. A única palavra que traduz a idéia de senhorio em nossa experiência prática será o amor, mas sabemos muito pouco a respeito do amor como Deus o faz manifestar. A prova disso é a maneira pela qual usamos a palavra "obedecer". Na Bíblia, a obediência nasce a partir dum certo tipo de relacionamento com Deus de igual para igual — o de um filho com seu pai. O Senhor Jesus não era escravo de Deus, ele era seu Filho. "Embora sendo Filho, aprendeu a obediência...", Hb 5,8. Se nossa idéia é a de que estamos sendo dominados, isso prova que não temos mestre nenhum sequer; se essa é a nossa atitude para com Jesus, estamos muito longe de ter o relaciona­mento ideal com ele, o qual ele deseja ter conosco e em absoluta exclusividade. Jesus quer que tenhamos com ele um relacionamento no qual ele seja nosso Mestre, sem que tenhamos disso conhecimento consciente, mas antes vivente e real e tudo o que sabemos é que somos dele para lhe obedecermos por natureza.

21/09/2010

21 de Setembro

O Propósito Predestinado do Missionário
"Mas agora diz o Senhor, que me formou deste o ventre para ser seu servo", Is 49,5

A primeira coisa que acontece depois que compreendemos que fomos eleitos em Cristo Jesus, é a destruição de nossos preconceitos e de nossos bairrismos populares; somos transformados em servos dos propósitos do próprio Deus. Toda a raça humana foi criada para glorificar Deus e deleitar-se nele continuamente e para sempre. O pecado desviou a raça humana dando-lhe um outro rumo, mas não alterou nem um til de todo o propósito de Deus; e quando nascemos de novo, Deus nos faz compreender o grande propósito inicial dele para toda a raça humana — fomos criados para Deus, eleitos nele, pois foi ele quem nos fez. Entender essa eleição de Deus sobre todos nós, é a experiência mais jubilosa de toda a terra e teremos que aprender a confiar no extraor­dinário propósito do Deus criador. A primeira coisa que Deus realiza em nós é fazer passar por esse nosso coração os interesses do mundo inteiro, os que ele próprio tem pelo mundo. Nós recebemos o amor de Deus, a própria natureza dele; e essa natureza do Deus todo-poderoso encontra-se sintetizada de forma nobre em João 3.16: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira..."
Precisamos manter nossa alma aberta para o propósito original de Deus sobre nós, sem contudo permitir que nossas intenções pessoais o poluam ou anulem pela impureza. Se o fizermos, Deus terá que esmagar nossas intenções, por mais que isso nos doa. A comissão missionária tem como finalidade absoluta fazer-nos servos de Deus, servos em quem e por quem Deus é glorificado. Uma vez que compreendemos que a salvação de Jesus Cristo nos torna perfeitamente aptos para Deus e seus propósitos globais e individuais, podemos entender por que Jesus Cristo é tão implacável em todas aquelas exigências que faz. Ele exige de seus servos uma retidão incondicional porque colocou neles a própria natureza que Deus também tem.
Tenha cuidado para não perder de vista o propósito que Deus tem para toda a sua vida!

20/09/2010

A ponte

20 de Setembro

O Divino Mandamento de Vida
"Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste", Mt 5,43-48

A exortação do Senhor nestes versículos é para que sejamos generosos com todas as pessoas sem qualquer exceção sequer. Cuidemos para que nossas afini­dades naturais não exerçam pesos e medidas sobre a nossa vida espiritual. Todos têm afinidades naturais e desse modo gostamos de certas pessoas e de outras já não. Contudo, nunca devemos permitir que nossa vida evangélica seja gerida por nossas inclinações pessoais ainda. "Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz teremos comunhão uns com os outros", mesmo com aquelas pessoas com quem não temos nenhuma afinidade pessoal para desenvolver.
O exemplo que o Senhor apresenta não é o de um homem bom, nem mesmo de um bom cristão, mas do próprio Deus em primeira pessoa a todos nós. "Portanto, sede vós perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito"; mostre aos outros o amor que Deus tem mostrado a si também. Deus nos dará amplas oportunidades nesta vida para provar se somos perfeitos como nosso Pai no céu. Ser discípulo significa identificarmo-nos deliberadamente com os interesses que Deus tem pelas outras pessoas. Jesus disse assim: "Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros”, João 13,34-35.
Não é fazendo o bem que demonstramos ter caráter bíblico, mas sendo semelhantes a Deus. Se o Espírito de Deus o transformou interiormente, sua vida exibirá características divinas e não meras boas qualidades. A vida de Deus em nós expressa-se como a própria vida de Deus, não como uma vida humana que se esforça para ser divina. O segredo do cristão é que, pela graça de Deus, o sobrenatural se torna natural nele e ele experimenta isso, não nos momentos de comunhão com Deus, mas nos pormenores práticos de toda a sua vivência. E sempre que se confronta com situações difíceis e problemáticas, ele fica admirado por descobrir que tem o poder de se manter equili­brado no meio de tudo e de forma milagrosa e maravilhosa.  

19/09/2010

19 de Setembro

Você Permanece Firme Com Jesus?
"Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tenta­ções", Lc 22,28.

É verdade que Jesus Cristo está conosco em nossas tentações, mas será que permanecemos com ele nas tentações que ele sofre ainda? Muitos de nós param de acompanhar Jesus a partir do momento que conhecem através duma experiência o que ele pode fazer. Observe se, quando Deus muda suas circunstâncias, você permanece lado a lado com Jesus Cristo, ou passa para o lado do mundo, da carne ou de Satanás. Nós ostentamos o "emblema" dele, mas será que o estamos acom­panhando para todas as suas situações ainda? "À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandona­ram e já não andavam com ele", João 6,66.
Jesus foi submetido a tentações durante toda a sua vida terrena e elas continuarão presentes na vida do Filho de Deus em nós. Será que estamos sempre acompanhando Jesus em nosso viver por cá ainda?
Achamos que devemos proteger-nos de algumas das situações em que Deus nos envolve literalmente. Nunca! Deus determina todas as circuns­tâncias e, sejam elas as que forem, temos que enfrentá-las permane­cendo firmes com Jesus em todas as suas muitas tentações penosas. Essas tentações são dele hoje ainda; não são tentações dirigidas a nós, mas à vida do Filho de Deus em cada um de nós. A honra de Jesus Cristo está em jogo em nossas vidas continuamente – ainda hoje. Será que permanecemos leais ao Filho de Deus quando a vida dele está em nós e é brutalmente atacada de todos os lados imagináveis?
Você tem permanecido com Jesus até ao fim? Ainda terá que passar pelo Getsêmani, passar pelo portão da cidade onde há perigos sem fim, sair do arraial da segurança; terá que ir sozinho até ele, prosseguindo até que não reste mais um vestígio de pegadas de outra pessoa senão a de quem diz, "Segue-me" até ao fim, Mt 4,19.

18/09/2010

18 de Setembro

As Tentações Dele e as Nossas
"Porque não temos sumo-sacerdote que não possa compade­cer-se das nossas fraquezas, antes foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado", Hb 4,15

Enquanto não nascermos de novo, o único tipo de tentação que compreenderemos é aquele que Tiago descreve: "Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz", Tg 1,4. Mas, pela regeneração, somos elevados a um outro plano de vivência, onde enfrentamos outro tipo de tentações — do tipo que nosso Senhor enfrentou. As tentações de Jesus não seduzem a pessoa não regenerada, pois não encontram ressonância no interior daquela natureza humana por regenerar. As tentações que ele sofreu pertencem a uma esfera distinta daquela que enquadra nossa situação antes de havermos nascido de novo e de nos havermos tornado irmãos dele. As tentações de Jesus nunca serão as de homem, mas antes as tentações dirigidas ao Deus que foi feito Homem. Através da regeneração, o Filho de Deus é formado dentro nós e, em nossa vida física, ele encontra o mesmo ambiente que encontrou na terra quando andou por cá. Satanás tenta, não para que façamos coisas erradas, mas antes para que percamos aquilo que Deus nos concedeu regenerando-nos — isto é, a possibilidade de sermos usados por ele exclusivamente. Ele não usa a estratégia de nos tentar para pecarmos somente e sim de alterar nosso ponto de vista sobre o que Deus faz em nós exclusivamente. E só o Espírito de Deus que é capaz de perceber que se trata de uma tentação do diabo sobre nós.
A tentação é um teste que um poder hostil coloca às aptidões de uma personalidade individual. Assim, a tentação do Senhor torna-se sempre explicável para a natureza humana. Depois que Jesus aceitou a incumbência de tirar o pecado do mundo em seu batismo na Sua morte peculiar e já existente, ele foi imediatamente submetido pelo Espírito de Deus à bateria dos testes do diabo, mas não esmoreceu com eles; passou incólume pela tentação ("sem pecado") e conservou intactos os atributos de sua personalidade divinal.

17/09/2010

17 de Setembro

Existe Bem Na Tentação?
"Não vos sobreveio tentação que não fosse humana", 1Co 10,13.

O verdadeiro significado da palavra "tentação" tem sido muito depreciativo; tendemos a usá-la mal como expressão racional. Tentação não é pecado; é algo que, sem dúvida, teremos que enfrentar, se formos humanos. Muitos de nós, todavia, passamos por tentações pelas quais não deveríamos estar a passar, simplesmente porque nos recusamos a deixar que Deus nos eleve a um plano acima, onde enfrentaríamos tentações de outra ordem natural.
A disposição interior de cada pessoa, ou seja, aquilo de que é constituída sua personalidade integral, determinará sempre o que o irá tentar do lado exterior. A tentação vem de acordo com a natureza de cada pessoa e tem o poder de manifestar as capacidades e a existência dessa mesma natureza dentro de nós todos. Cada pessoa tem a sua própria constituição e será tentada de acordo com a disposição que a governa e rege por de dentro.
A tentação é uma sugestão para entrarmos num outro atalho, para alcançarmos nosso objetivo supremo e distinto da tentação — não na direção que possamos conside­rar errada, mas numa que consideraremos boa pela intervenção de Deus. Será sempre algo que provavelmente e por algum tempo nos confunde totalmente, porque não sabemos se trata-se de algo supostamente certo ou errado. Ceder à tentação é deificar a lascívia; é prova de que foi apenas por causa da timidez que fomos impedidos de pecar anteriormente.
Não nos podemos dar ao luxo de nos esquivar da tentação, pois ela é essencial a uma vida espiritual bem desenvolvida em seus parâmetros globais. Cuidemos contudo de não pensarmos que as tentações que enfrentamos são diferentes das do resto do mundo que nos rodeia; o que estamos passando é a herança natural da raça humana; são todas aquelas experiências comuns pelas quais todos os homens tiveram de passar duma forma ou de outra. Deus não nos protege das tentações; ele nos socorre entre elas, Hb 2,18;4,15-16.

16/09/2010

16 de Setembro

Orando a Deus em Completo Segredo
"Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará", Mt 6,6.

A idéia central na área espiritual é ter os olhos em Deus e não fixados nos homens. Não tenha como motivação o desejo de ser conhecido como uma pessoa que ora. Arranje um lugar onde possa orar secretamente, onde ninguém saiba que está orando, feche a porta e converse com Deus em segredo absoluto. Que seu único motivo seja conhecer seu Pai celestial assim, sem interferências. É impossível vivermos como discípulos exclusivos dele caso nunca tenhamos certos momentos de oração secreta e privada.
"E, orando, não useis de vãs repetições..." V.7. Não é por causa de nosso fervor que Deus alguma vez nos ouvirá; ele o faz apenas baseado naquela redenção que conseguiu para nós. Deus nunca se impressiona com o nosso fervor. Orar não é simplesmente procurar obter coisas de Deus; essa forma de oração é muito elementar e basicamente errada. Orar é entrar numa perfeita comunhão com Deus. Se o Filho de Deus estiver "encarnado" em nós através da regene­ração que conseguiu, ele se antecipará ao nosso bom-senso e modificará nossa atitude em relação às coisas pelas quais oramos por completo.
"Pois todo o que pede recebe". Oramos envolvendo muitas “baboseiras religiosas", nas quais não participam nossa vontade e voluntariedade e depois dizemos que Deus não nos atende; a verdade é que não somos achados a pedir coisa alguma sequer. "Pedireis o que quiserdes", disse Jesus. Pedir significa uma ação da nossa vontade própria. Sempre que Jesus falava sobre oração, fazia-o com a simplicidade que uma criança disporia por ela; já nós entramos quase sempre com um espírito crítico para dizermos: "É, mas..." Jesus apenas disse: "Pedi". Lembre-se, porém, de que devemos pedir a Deus coisas que estejam de acordo com tudo aquilo que Deus revela do Senhor Jesus Cristo.

15/09/2010

15 de Setembro

A que Temos de Renunciar

"Rejeitamos as coisas que, por vergonha, se ocultam", 2 Co 4,2.

Acaso também já rejeitou "as coisas que, por vergonha, se ocultam"? São coisas que nosso sentido de honra não permite que venham à luz e que temos tendência a ocultá-las. Existe em seu coração algum pensamento em relação a alguém, que não gostaria que fosse trazido à luz do dia? Renuncie a ele assim que aparecer em si; renuncie a tudo que seja ruim até que não haja em seu coração mais nada vergonhoso ou dissimulado por si. Inveja, ciúmes, discórdias — essas coisas nem sempre brotam da inclinação para o pecado, mas dos hábitos formados pelo corpo do homem e que no passado esteve envolvido com elas duma forma ou de outra, Rm 6,19 e 1 Pd 4,1-2. Mantenha uma vigilância constante cerrada para que não desponte de nenhuma parte de sua vida, nada do que se possa envergonhar ainda.
"Não andando com astúcia", 2Co 4,2, isto é, não fazendo uso de astúcias que o capacitem de impor a sua opinião a qualquer custo. Isso é uma grande armadilha de Satanás. Você sabe que Deus só lhe permite ter uma única linha de conduta para com todos os outros; cuidado, então, para não agir de forma astuciosa, a fim de "pegar" em alguém, porque, se o fizer, verá a maldição de Deus sobre si. Pode ser que outros estejam agindo de certa maneira tal que, a seu ver, é o mesmo que usar de astúcia, mas talvez para eles não o seja assim; Deus lhe deu outro ponto de vista. Não faça nada que venha a enfraquecer a atitude que deve ter em si sempre presente: "O máximo de mim para a glória de Deus apenas". Para poder agir de determinada forma, por vezes significa recorrer à astúcia para alcançar fins que não sejam sempre o máximo de si para a glória de Deus, o que enfraqueceria a motivação que ele lhe concedeu. Muitos têm recuado porque têm medo de olhar para as coisas do ponto de vista que Deus olha para eles. A grande crise espiritual ocorre sempre que temos que ir um pouco para além dos nossos limites e posições doutrinárias.

14/09/2010

Coral Resgate- Tudo Coopera Para o Bem na Expocristã 2010

14 de Setembro

Argumentações ou Obediência?
"…A simplicidade que há em Cristo", 2 Co 11,3

O grande segredo de se poder enxergar as coisas nitidamente acha-se na simplicidade. Talvez o crente até não consiga raciocinar com clareza por um suposto longo período, mas deveria enxergar tudo nitidamente, sem qualquer dificuldade. Não é pelo muito pensar que vamos conseguir resolver uma situação confusa de nossa vida espiritual, mas sim através da obediência. Pensando, resolvem-se as questões intelectuais, mas no que toca aos problemas de natureza espiritual, quanto mais pensamos pior ficamos. Se Deus está exigindo obediência em alguma área de sua vida, obedeça logo, levando cativo à obediência de Cristo todo e cada pensamento que diz respeito a essa mesma obediência e tudo se tornará claro como o sol do meio-dia. A capacidade de enquadrar e entender uma certa situação virá depois, mas nunca será através dela que enxergaremos, mas antes como uma criança o faria também; quando tentamos ser sábios, nada enxergamos, Mt 11,25.
Se deixarmos em nossa vida qualquer coisa que esteja fora do alcance do controle voluntário do Espírito Santo, por menor que ela seja, será suficiente para criar uma enorme confusão espiritual e qualquer esforço mental que fizermos para esclarecê-la será sempre inutilizado. A confusão espiritual só se tornará evidente e esclarecida através da obediência. Assim que obedecermos, entenderemos tudo. Isso nos humilha, por certo porque, quando estamos confusos, sabemos que a razão de tudo está no nosso estado de espírito e não noutra coisa. Quando nossa capacidade espiritual de enxergar as coisas for devidamente consagrada ao Espírito Santo, ela se transformará no poder de nos apercebermos da vontade de Deus e toda a nossa vida será futuramente marcada através da simplicidade.

13/09/2010

13 de Setembro

Depois da Rendição Vem O quê?
"Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer", Jo 17,4.

A rendição pessoal não é a entrega da vida exterior, mas da vontade interior do homem; depois que se consegue isso, tudo está feito. Existem, na realidade, poucas crises na vida; a grande crise é a rendição da vontade de todo o homem global. Deus nunca esmaga a vontade duma pessoa para que ela seja manipulada; nunca lhe suplique que o faça; Ele simplesmente espera até que se lhe renda sua vontade e tem de ser essa vontade a render-se e não você a rendê-la. E nunca mais essa luta precisará repetir-se de novo.
Rendição para sermos libertados de nós. "Vinde a mim... e eu vos aliviarei", Mt 11,28. Só depois que começamos a experimentar o que significa salvação é que renderemos toda a nossa vontade a Jesus em troca desse alívio. Tudo que estiver perturbando nosso coração será sempre um apelo subtil à compra da nossa vontade de volta: "Vinde a mim." E essa aproximação tem que ser voluntária e real.
Rendição para sermos devotos. "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo e…", Mt 16,24. A rendição aqui é do nosso "eu" a Jesus, visando entrar no descanso que só Ele dá. "Se ainda quiser ser meu discípulo, entregue-me seus direitos sobre si mesmo, todos quantos detém ainda". A partir daí, nosso viver será tão-somente um reflexo dessa entrega absoluta e incondicionalíssima. Depois de feita a rendi­ção, não precisaremos mais fazer nenhum tipo de suposição sobre nada. Não precisamos preocupar-nos com nossas circunstâncias; Jesus cuidará de tudo.
Rendição para a morte. Jo 21,18-19. "... Outro te cingirá". Você já aprendeu o que significa ser cingido para a morte? Cuidado com a rendição a Deus feita num momento de êxtase; você corre o risco de voltar atrás depois desse êxtase. A verdadeira rendição implica em estarmos unidos com Jesus em sua morte, a ponto de nada mais nos agradar senão ele – mesmo na morte – e a não ser aquilo que só agrada a Jesus.
O que vem depois dessa rendição? Depois dela, a vida toda é uma aspiração por uma incessante comunhão com Deus continuada.

12/09/2010

12 de Setembro

Passando através Da Confusão Espiritual
"Jesus respondeu e disse: Não sabeis o que pedis", Mt 20,22

Existem oportunidades na nossa vida espiritual, nas quais nos vemos encarcerados dentro duma verdadeira confusão; e não adianta dizer que não deveria haver confusão em nós. Não se trata de confusão quanto ao que é certo ou errado; é Deus conduzindo-nos por um caminho que no momento não compreendemos para nos agarrarmos a Ele. E é só passando pela confusão que chegamos a entender o que Deus quer de nós.
O toldo da amizade dele, Lc 11,5-8. Jesus citou o exemplo de um homem que parecia não se importar com o seu amigo e explicou que, às vezes, o Pai celestial vai dar-nos essa impressão dele. Porventura passará pela nossa cabeça que ele não é um amigo leal, contudo devemos lembrar-nos de que ele o é de fato. Tempo virá em que tudo será esclarecido. Uma nuvem encobre a afeição dele de todos nós e o coração não a vê mais; e não poucas vezes o próprio amor tem que esperar, com sofrimento e lágrimas, a bênção de uma comunhão melhor ainda. Quando parecer que Deus está completamente oculto de nós, você ainda assim confiará nele?
A sombra da paternidade, Lc 11,11-13. Jesus diz-nos que haverão ocasiões nas quais o Pai nos parecerá ser pai estranho a nossos olhos, duro e indiferente para conosco; mas lembremo-nos de que não é assim na realidade. "Por isso vos digo:... todo aquele que pede recebe", Lc 11,10. Se uma sombra encobre a face do Pai neste momento, creia que finalmente ele lhe dará uma clara revelação sobre Ele mesmo e se justificará diante de si em relação a tudo quanto aconteceu.
A Subtileza da Sua fidelidade, Lc 18,1-8. "Quan­do vier o Filho do homem, achará porventura fé na terra?" Lc 18,8. Encon­trará a fé que confia nele mesmo diante de perplexidades? Tome uma posição de fé, acreditando que o que Jesus disse é verdade sempre, mesmo que nesse meio tempo você nada entenda sobre o quanto Deus está fazendo. Para ele, estão em jogo questões muito maiores do que apenas os pedidos que você Lhe faz no dia-a-dia.

11/09/2010

11 de Setembro

Armadura Missionária
"Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também 
vós deveis lavar os pés uns dos outros", Jo 13,14

Ministrar conforme as circunstâncias e oportunidades do dia-a-dia. Ministrar conforme as circunstâncias se nos apresentam, não signifi­ca escolher as situações em que queremos fazer viver, mas sermos exclusivamente de Deus dentro de qualquer situação possível na qual ele nos colocar. As características que manifestamos nas circunstâncias normais de nossa vivência revelam-nos como seremos nas outras.
As coisas que Jesus fazia eram do tipo mais humilde e vulgar e isso era indício claro de que é necessário todo o poder de Deus em mim para que eu faça as coisas mais comuns do jeito dele. Serei capaz de usar uma toalha como ele o fez? Toalhas, bacias e sandálias, todas essas coisas banais e comuns de nossa vida normal serão sempre as que melhor revelam de que estofo somos. É preciso ter em nosso coração o Deus todo-poderoso para realizarmos a mais humilde das tarefas tal qual estas devem ser realizadas.
"Eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também", Jo 13,15. Observe bem o tipo de gente que Deus coloca à sua disposição e sentir-se-á humilhado ao verificar que esse é o método através do qual ele lhe irá manifestar o tipo de pessoa que você tem sido para ele. Agora, diz ele, mostra a essas pessoas exatamente o que eu sou com o mesmo amor que eu te tenho dado.
"Oh", diz você, "eu farei tudo isso quando entrar ao campo missionário". Isso é o mesmo que tentar fabricar munições de guerra nas trincheiras — será morto enquanto as fabrica.
Temos que andar "a segunda milha" com Deus. Alguns de nós nos afadigamos logo nos primeiros dez metros, porque Deus nos obriga a seguir por lugares onde não conseguimos enxergar o chão que pisamos e então dizemos: "Vou esperar que chegue a grande crise". Se não "corrermos" com firmeza nas situações mais banais, falharemos e não faremos nada sempre que tivermos de enfrentar uma crise muito mais séria.

10/09/2010

10 de Setembro

Armadura Missionária
"Eu te vi, quando estavas debaixo da figueira", Jo 1,48.

Adorar em ocasiões do dia-a-dia e sempre que possível. Temos a ilusão de que, caso venhamos a enfrentar uma crise, seremos capazes de nos sobrepormos a ela; mas, a crise apenas revelará se temos fibra ou não; ela não colocará nada dentro de nós. Você diz: "Se Deus me chamar, naturalmente que estarei pronto para agir". Mas o fato é que não estará, a menos que esteja "agindo" no dia-a-dia e esteja vivendo diante de Deus como deve viver em privado. Se você não estiver fazendo o serviço que está ao seu alcance, embora sabendo que foi Deus quem o planeou, quando a crise imergir, em vez de se revelar apto, antes colocará à luz sua ineficiência. A crise apenas revelará o caráter que tem em si.
Para se obter aptidão é fundamental o relacionamento íntimo de adoração a Deus. Chega a hora em que não é mais possível permanecer "debaixo da figueira", quando você tem que sair da sua "sombra" e enfrentar o calor e o labor; e se lá dentro do seu lar, em situação favorável, não estava adorando em perfeição, não vai estar apto para o serviço lá fora por certo. Aprenda a adorar a Deus nos momentos a sós com ele e se assim ocorrer, quando ele o deixar sair para fora, estará preparado para tudo quanto vier, porque na vida particular a qual ninguém vê senão Deus, você se tornou perfeitamente apto e Deus poderá confiar em si na hora da sua provação.
"Não se pode esperar que eu viva uma vida santificada nas circunstâncias em que me acho; não sobra tempo para orar, nem para ler a Bíblia; minha oportunidade ainda não chegou, mas quando ela chegar, certamente estarei preparado para enfrentar tudo". Não; por certo não estará. Se você não estiver cultivando a adoração a Deus em qualquer situação presente, quando entrar no serviço do Senhor não só será inútil, como se tornará um tremendo estorvo para seus colegas fiéis no ministério.
O campo de treinos, onde todas as armas são testadas pelo missionário, é aquela vida oculta, pessoal, da adoração a Deus de qualquer santo e santificado.

09/09/2010

9 de Setembro

Faça Você Mesmo
"Levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo", 2 Co 10,5.

Discipline determinadamente outras coisas. Este será outro aspecto da luta que caracteriza a vida santa. Paulo diz (na tradução de Moffat): "Eu aprisiono cada projeto para fazê-lo obedecer a Cristo". Existem muitas atividades ao serviço evangélico hoje em dia que nunca foram disciplinadas, simplesmente brotam ainda vindos dum impulso! Na vida do Senhor, cada projeto era submetido à vontade do Pai. Não houve sequer um movimento que fosse oriundo de um impulso de sua própria vontade, alienada da vontade de seu Pai: "O Filho nada pode fazer por si mesmo". Agora veja conosco — passamos por uma experiência religiosa vívida, mas em vez de aprisionar e disciplinar os projetos que nascem de nossos impulsos para que obedeçam a Cristo, colocamo-nos nós à disposição deles.
Estamos vivendo nesta época onde se dá tanto ênfase ao trabalho prático e as pessoas que estão "aprisionando" todos os seus projetos são criticadas e advertidas de que não estão sendo zelosas para com Deus e para com as almas que estão perdidas. Mas o verdadeiro zelo está na obediência a Deus e nunca numa inclinação para servi-lo apenas, que nasce da indisciplina da natureza humana. É inconcebível, embora seja verdade, que os filhos de Deus não estejam levando cativos todos os seus projetos à obediência de Cristo, mas realizando o trabalho de Deus instigados pela sua própria natureza humana, que ainda não foi santificada através duma disciplina firme e firmada.
Temos a tendência de esquecer que não estamos comprometidos com Jesus Cristo apenas em relação à nossa salvação pessoal; estamos comprometidos com o conceito que Jesus Cristo tem de Deus, do mundo, do pecado e do diabo e isso significa que devemos assumir nossa responsa­bilidade de ser transformados pela renovação da nossa mente também nesses aspectos todos, Rm 12,2.

08/09/2010

8 de Setembro

Faça Você Mesmo
"... Anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus", 2Co 10,4-5

Seja você próprio a destruir resolutamente algumas das coisas. Ser liberto do pecado não é o mesmo que ser liberto da natureza humana. Há coisas na natureza humana, tais como preconceitos, que temos que destruir; umas, ignorando-as; mas outras, destituí-las pela violência e veemência, ou seja, pela força divina que recebemos através do Espírito de Deus. Há algumas coisas contra as quais não devemos lutar e, sim, ficar parados a ver a salvação de Deus evoluindo em nós; mas toda teoria ou concepção que se erguer como uma fortaleza contra o conhecimento de Deus dentro de nós, deve ser resolutamente destituída através do poder de Deus, mas não pelo esforço carnal, nem através da aceitação que compromete (v.4).
Apenas após Deus haver modificado a nossa disposição e havermos entrado na experiência da santificação é que a verdadeira batalha começa. Nossa guerra não é contra o pecado; nunca podemos lutar contra o pecado. Jesus Cristo já resolveu o problema do pecado através da redenção. O conflito surge quando procuramos transformar nossa vida natural em vida espiri­tual; isso nunca é fácil, nem Deus pretende que seja fácil. Só conseguimos a vitória mediante uma série de opções morais bem delineadas e obtidas de Deus. Deus não nos torna santos no sentido do caráter, mas antes no sentido da inocência; temos que transformar essa inocência em caráter santo, mediante uma série de opções morais que obtemos. Tais opções são sempre opostas aos baluartes de nossa vida natural, tudo aquilo que se levanta como fortaleza contra o verdadeiro conhecimento de Deus. Podemos também decidir voltar atrás e assim nos tornarmos sem qualquer valor para o reino de Deus; ou então podemos demolir determinadamente essas fortalezas e deixar que Jesus conduza mais outro filho à Sua glória, Hb 2,10.

07/09/2010

7 de Setembro

Fontes de Benignidade
"A água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna", Jo 4,14

A figura que o Senhor usa não será a duma simples corrente de água, mas de uma fonte superabundante. Encha-se continuamente, Ef 5,18 e a doçura do relacionamento vital com Jesus fluirá a partir de si com a mesma generosidade com que lhe foi dada e transmitida. Caso se aperceber que a vida não está fluindo como deveria de si, a culpa é só sua; alguma coisa obstruiu seu fluxo. Jesus disse para se manter junto à fonte para você próprio vir a ser abençoado? Não, mas antes para que do seu interior possam fluir rios de água viva, de uma vida impossível de ser estancada e impedida, Jo 7,38.
Devemos ser fontes através das quais Jesus possa fluir manifestamente como rios de água viva, em forma de bênçãos para todos quantos rodeiam essa fonte. Alguns de nós são como o mar Morto, sempre recebendo mas nunca dando de volta, porque não acertamos nosso relacionamento com o Senhor Jesus. Assim como recebemos a graça de Jesus, ele fluirá através de nós para outros à nossa volta também; e se ele não estiver fluindo, isso significa que há uma falha em nosso relaciona­mento com ele. Haverá alguma barreira entre si e Jesus Cristo? Haverá alguma coisa abafando sua fé nele? Se não houver, diz Jesus, do seu interior fluirão rios de água viva. Não se trata de se transmitir uma bênção, nem de se relatar uma experiência, mas de um rio fluindo continuamente sem parar. Mantenha-se junto à fonte, conserve sua fé sempre firme em Jesus Cristo e faça tudo para manter seu relacionamento com ele e, em vez de sequidão e morte, haverá um manancial de águas vivas permanente a jorrar, partindo de si para os outros.
Mas não será exagero dizer que de uma só pessoa fluirão rios? "Eu não vejo esses rios", dirá você. Nunca olhe para si mesmo com uma atitude do tipo: "Quem sou eu?" Na história da obra de Deus, você descobrirá que quase sempre ela começou com pessoas achadas no anonimato, eram desconhecidas, ignoradas, porém permanentemente fiéis ao Senhor Jesus Cristo.

06/09/2010

6 de Setembro

Efusão de Vida
"Rios de água viva", Jo 7,38

Um rio beneficia e traz bênção sobre lugares os quais a sua nascente nada sabe; e Jesus diz que, se recebermos de sua plenitude, por menor que seja o alcance visível de nossas vidas, do nosso interior fluirão desses rios que levarão bênçãos às regiões da terra mais distantes e inimagináveis. Não temos nada a ver com tal sucedido: "A obra de Deus é esta, que creiais..." Deus raramente permite que alguém se torne consciente da medida de bênção que ele representa e pode representar para outros.
Um rio forte é vitoriosamente persistente; ele transpõe qualquer barreira. Por algum tempo, segue firme o seu curso; então encontra um obstáculo e fica retido ali por algum tempo, mas não tarda a abrir uma passagem e contornar o obstáculo dum jeito ou de outro. Ou às vezes um rio pode desaparecer durante quilômetros e quilômetros e de repente re-emergir do nada, mais largo e mais portentoso que nunca. Uma vez ou outra vemos Deus usando outras pessoas, enquanto em nossa vida há um obstáculo e parece que não estamos servindo para nada ali. Voltemos então toda a nossa atenção para a fonte e Deus nos fará contornar esse obstáculo, ou retirá-lo-á de diante de nós. O rio do Espírito de Deus supera todos os obstáculos. Não fiquemos a olhar para o obstáculo ou para a dificuldade adiante. O obstáculo não constitui um problema para o rio, que continuará fluindo firme através de nós, se nos lembrarmos de permanecer junto à nossa fonte. Não permitamos que nada se interponha entre nós e Jesus Cristo — nenhuma emoção, nem experiência; nada nos deverá poder afastar da única e soberana fonte que Ele é.
Pensemos nos extensos rios de águas restauradoras que se estão formando dentro de nossa alma! Deus nos tem revelado verdades maravilhosas sobre elas e cada ponto que revela é um indício do vasto poder do rio que ele fará fluir através de qualquer um de nós. Se você crê em Jesus, descobrirá que Deus tem formado em si poderosas correntes torrenciais de bênçãos para todos os outros. 

05/09/2010

5 de Setembro

Vigiando Com Jesus
"Vigiai comigo”, Mt 26,40

"Vigiai comigo" — sem nenhuma perspectiva particular, mas vigiai exclusivamente comigo e por mim. No início da nossa vida espiritual, não vigiamos com Jesus; vigiamos sobre a sua chegada. Não vigiamos com ele através da revelação da Bíblia, nem nas circunstâncias de nossa vida. Agora, porém, o Senhor tenta iniciar-nos na identificação com ele num Getsêmani pessoal, mas resistimos e replicamos: "Não, Senhor, não consigo entender o sentido disto tudo; é muito penoso". Como podemos vigiar com alguém que é inescrutável? Como iremos compreender Jesus o suficiente para vigiar com ele em seu Getsêmani, quando não sabemos sequer por que ele está sofrendo? Não sabemos vigiar com ele; estamos acostumados apenas à idéia de ter Jesus vigiando conosco.
Os discípulos amavam Jesus Cristo até aqueles limites da capacidade natural que possuíam; mas não compreendiam o que ele pretendia com eles ali. No jardim de Getsêmani, dormiram por causa da tristeza que sentiam e, naquele dia, após três anos de estreita intimidade com ele, "todos, deixando-o, fugiram".
"Todos ficaram cheios do Espírito Santo" — os mesmos "eles", mas, nesse meio tempo, algo extremamente maravilhoso havia acontecido — a morte, a ressurreição e a ascensão do Senhor; e os discípulos foram cheios do Espírito Santo. O Senhor havia dito: "Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo" e isso significaria que eles aprenderiam a vigiar com ele para resto das suas vidas terrenas.

04/09/2010

4 de Setembro

Dele!
"Eram teus, tu mós confiaste", Jo 17,6.

Missionário é aquele que, através da operação do Espírito Santo, já entendeu isto como um fato: "Não sois de vós mesmos", 1Co 6,19. Poder dizer "não me pertenço a mim mesmo" é ter alcançado um alto grau de nobreza espiritual. A verdadeira natureza da vida interior no corre-corre do dia-a-dia, achar-se-á na renúncia deliberada de si mesmo em favor de outrem, dando a essa pessoa suprema preferência; e essa outra Pessoa é Jesus Cristo. O Espírito Santo mostra-me a natureza de Jesus a fim de tornar-me um com o meu Senhor, mas não para que eu saia por aí exibindo-me. O Senhor nunca enviou nenhum de seus discípulos baseados no que havia feito por eles. Foi só depois da ressurreição, depois que os discípulos perceberam através do Espírito Santo quem ele era, que Jesus disse: "Ide."
"Se alguém vem a mim e não aborrece... não pode ser meu discípulo"; não significa que "não pode ser" bom e reto, mas, sim, que "não pode ser" um daqueles sobre quem Jesus escreve a palavra "Meu". Qualquer uma das pessoas mencionadas pelo Senhor pode representar um concorrente direto para ele. Eu posso preferir pertencer à minha mãe ou à minha esposa, ou a mim mesmo; então Jesus diz: "Você não pode ser meu discípulo". Isso não significa que não serei ainda salvo, mas significa que entretanto não serei inteiramente "dele".
O Senhor faz do discípulo uma propriedade exclusiva sua, tornando-se responsável por ele. "Sereis minhas testemunhas". O sentido desta promessa e afirmação não é o de fazer algo por Jesus, mas de nos tornarmos para ele num gozo perfeito. O sentido exato de ser missionário é: eu sou dele e ele está realizando a sua obra através de mim. Seja inteiramente dele.  

03/09/2010

3 de Setembro

Derramando Toda água sobre o Senhor
"Ele não a quis beber, porém a derramou como libação ao Senhor", 2 Sm 23,16

Que é que tem sido para si, nestes últimos dias, como água do poço de Belém — amor, amizade, bênçãos espirituais? Então, expondo sua alma a perigos, você se saciará com ela. Se o fizer, não poderá derramá-la diante do Senhor por causa disso. Você nunca poderá consagrar a Deus aquilo com que anseia vir a saciar-se a si mesmo. Se você se satisfaz com uma bênção de Deus, ela o corromperá; você terá que sacrificá-la, derramá-la, fazer com ela algo que o bom-senso diz ser um desperdício absoluto. Como poderei derramar como libação ao Senhor coisas como o amor natural ou bênçãos espirituais? De uma única maneira — com uma determinação de minha vontade. Existem certos gestos de outras pessoas que nós nunca aceitaríamos se não conhecêssemos Deus, porque foge às forças humanas retribuí-los. Mas, assim que admito: "Isso é grande e digno demais para mim, não pode absolutamente ser empregado e aplicado sobre um ser humano, por essa razão devo antes derramá-lo como libação ao Senhor"; então tudo aquilo se transformará em rios de água viva para quantos nos rodeiam. Enquanto eu não derramar todas essas coisas diante do Senhor, elas porão em perigo tanto meus entes queridos, quanto a mim mesmo, porque se transformarão em cobiça e em pecado. Podemos ser cobiçosos com coisas que não são nem sórdidas nem más na aparência. O amor tem que passar pela transfiguração e ser derramado em libação ao Senhor exclusivamente.
Se você tem-se tornado amargurado e irritado, é porque Deus lhe deu uma bênção e você a agarrou para si mesmo em vez de derramá-la diante dele; a passo que, se a tivesse derramado em libação ao Senhor, ter-se-ia tornado a pessoa mais dócil sobre a terra. Se está sempre a guardar as bênçãos para si e nunca as derrama em libação ao Senhor, as outras pessoas não terão seu horizonte alargado através de si.

02/09/2010

2 de Setembro

Uma Vida Pura de Sacrifício Vivo
"Quem crer em mim... do seu interior fluirão..." Jo 7,38

Jesus não disse: "Quem crer em mim alcançará a bênção da plenitude de Deus", mas antes, "Aquele que crer em mim, de seu interior fluirá tudo quanto recebe". O ensinamento do Senhor é sempre anti-realização pessoal. Seu objetivo não é o mero desenvolvimento dum ser humano, mas antes tornar cada pessoa exatamente como ele é — e a principal característica do Filho de Deus é o auto-sacrifício. Se cremos em Jesus, o que conta não é o que ganhamos, mas o que ele pode transmitir a outros através de nós. O que importa não é que Deus faça de nós belas uvas, mas que ele nos esprema e extraia de nós todo o suco. Espiritualmente, não podemos medir nossa vida pelo sucesso que obtemos, mas apenas pelo que Deus passa aos outros através de nós — e isso não é possível de ser medido nem quantificado.
Quando Maria de Betânia quebrou o vaso de bálsamo precioso e caro e derramou seu conteúdo e cheiro sobre a cabeça de Jesus, isso foi um ato que mais ninguém ali presente achou necessário fazê-lo; os discípulos disseram que havia sido um desperdício. Mas Jesus elogiou Maria pelo seu extravagante ato devocional, dizendo mesmo que onde quer que o Seu evangelho fosse pregado seria "também contado o que ela fez, em memória sua". O Senhor fica extasiado de alegria quando vê algum de nós fazer o que Maria fez, sem se preocupar com esta ou aquela economia, mas consagrando-se totalmente a ele. Deus derramou a vida de seu Filho para que o mundo pudesse ser salvo por ele; estaremos preparados para derramar nossa vida por ele também?
"Quem crer em mim... do seu interior fluirão rios de água viva" — centenas de outras vidas serão continuamente revigoradas através disso. Está na hora de "quebrarmos" nossa vida, de pararmos de ansiar por satisfação pessoal e contínua, para nos extravasarmos e derramarmos.  OSenhor está perguntan do qual de nós poderá fazer isso por ele?

01/09/2010

1 de Setembro

Destinados a Ser Santos
"Sede santos, porque eu sou santo", 1 Pd 1,16

Repetidamente deve informar-se a si mesmo sobre o propósito de sua vida. O fim para o qual todo o homem foi criado não é a felicidade pessoal, nem a saúde, mas a santidade. Hoje temos inclinações e gostos demasiado fortes; saímos prejudicados e danificados por causa deles; são gostos e inclinações que achamos corretos, bons, nobres, que ainda hão de ser plenamente realizados, mas que, por agora, Deus terá de atrofiar em todos nós. A única coisa que importa é saber se aceitaremos o Deus que nos tornará santos. Devemo-nos relacionar corretamente com Deus, custe o que nos custar.
Será que acredito mesmo que preciso ser santo diante de Deus? Será que acredito e tenho plena convicção de que Deus pode participar em minha vida interior e tornar-me totalmente santo? Se, com sua pregação, você me convencer de que não sou santo, certamente que me ressentirei de sua pregação. A pregação do evangelho provoca um enorme ressentimento porque revela que não sou santo; mas também desperta um intenso anseio para sê-lo. Deus tem um único alvo para a raça humana, a saber, a sua total santidade. Seu objetivo é a formação de pessoas santas. Deus não é uma máquina eterna de produzir bênçãos para nós, mas antes de santidade; ele não veio salvar os homens por piedade; veio salvá-los porque os havia criado logo desde o início para serem santos. A expiação significa que, através da morte de Jesus Cristo, Deus pode recolocar-me em perfeita união e harmonia com Ele mesmo, sem que uma única sombra se interponha entre nós dois.
Nunca tolere, por condolência ou mesmo por pena de si mesmo ou de outros, qualquer práti ca que não se possa harmonizar com a santidade de Deus. A santidade significa andar sem mácula, falar sem mácula, pensar sem mácula — tendo todos os pormenores da vida sob o próprio escrutínio de Deus. A santidade não é apenas o que Deus me dá, mas o que consigo demonstrar livremente de tudo aquilo que Deus me ofereceu.