Devocional Diário TUDO PARA ELE, de Oswald Chambers Publicação: Editora Betânia.

IMPORTANTE: AS DEVOCIONAIS DIÁRIAS ESTÃO ARQUIVADAS E VOCÊ PODE PESQUISAR O DIA DO ANO QUE QUISER E LER A QUALQUER MOMENTO.


Passo a publicar também, algumas meditações de Brennan Manning, do devocional "Meditações para Maltrapilhos". (dez/2011)

"Estas leituras diárias foram coletadas de várias fontes, mas principalmente de conferências proferidas por Oswald Chambers no Bible Training College, Clapham, durante os anos de 1911 a 1915; depois, de outubro de 1915 a novembro de 1917, das palestras feitas nos cultos noturnos dos acampa-mentos do Y.M.C.A (Associação Cristã de Moços), em Zeitun, no Egito.

Em Novembrode 1917, meu marido foi chamado à presença de Deus. Desde então muitas dessas palestras foram reunidas em volumes e publicadas. Parte destes textos é constituída de mensagens pronunciadas durante a hora devocional no colégio - hora que, para muitos alunos, foi um marco em sua vida espiritual. "

"Os homens estão sempre se voltando aos poucos que dominam o segredo espiritual, cuja vida está escondida com Cristo em Deus. São os da religião dos velhos tempos, pendentes dos cravos da cruz." (Robert Murray McCheyne.).

Por sentir que o autor desta obra é um desses, cujos ensinamentos os homens voltam sempre a consultar, é que este livro foi preparado e lançado com uma oração para que, dia a dia, suas mensagens continuem a produzir a vida e a inspiração vivificantes do Espírito Santo".
B.C. 1927

30/09/2011

30 de Setembro


A Incumbência de Haver Sido Chamado
"Agora me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo que é a igreja", Cl 1,24

Nós costumamos pensar em nossa própria consagração espiritual como sendo o tal "chamado", mas quando nos acertamos com Deus ele varre tudo isso para um lado e, através de um processo doloroso, prende-nos a algo com que nunca sonharíamos sequer; então, num instante marcado de glória, percebemos o que ele quer de fato e logo dizemos: "Eis-me aqui, envia-me a mim", Is 6,8.
Esse chamado nada tem a ver com nossa santificação pessoal; visa apenas tornar-nos "pão partido" e "vinho distribuído" para os outros. Deus nunca poderá tornar-nos vinho se resistirmos ao seu toque quando ele nos vier esmagar. Ah, se Deus usasse seus próprios dedos e me transformasse em "pão partido" e "vinho distribuído" de um modo muito especial! Mas ele escolhe alguém de quem não gostamos, ou um conjunto de circunstâncias às quais não aderimos e às quais dizemos que jamais nos submeteremos e usa tudo aquilo para nos esmagar e será ali que fazemos as objeções. Nunca devemos escolher o cenário de nosso próprio martírio assim. Se vamos ser transfor­mados em vinho, temos que ser esmagados; uvas não podem ser bebidas. Elas só se transformam em vinho quando espremidas.
Pergunto-me: que tipo de "dedos" Deus tem usado para espremer sua vida? E será que você, como uma bolinha dura vem-lhe escapando quando ele espreme? Você ainda não está maduro e se Deus o tivesse espremido agora e conseguido algum suco de si, o vinho obtido seria amargo. Para que flua vida de nós é preciso que os elementos de nossa vida natural sejam todos tomados pela presença de Deus e providencialmente partidos ao seu serviço. Temos de estar bem ajustados a Deus para que possamos ser o tal "pão partido" em suas mãos. Mantenha sua vida certa e no ritmo com Deus e deixe-o fazer consigo tudo que ele muito bem entender e sempre que ele quiser; e descobrirá que ele está produzindo o tipo de pão e de vinho que irá beneficiar os outros filhos dele.

28/09/2011

29 de Setembro


A Tomada De Consciência de Havermos Sido Chamados
"Pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho…", 1Co 9,16

Temos a tendência para esquecer o toque místico e sobrenatural que Deus dá. Se você sabe dizer onde recebeu o chamado de Deus e contar em pormenor tudo aquilo que lhe aconteceu, duvido de que tenha sido chamado para alguma coisa específica. O chamamento de Deus não vem assim até nós; é sempre algo muito mais sobrenatural que isso. Nossa tomada de consciência desse chamado pode ser súbita como um es­trondo dum trovão, ou pode ser um processo gradual dentro de nós; mas, venha como vier, vem sempre com uma força sobrenatural exercida sobre si, algo inexplicá­vel, que nos faz sentir sempre aquele calor da presença divina dentro de nós. A qualquer momento pode haver uma posse súbita de que esse chamado sobrenatural, surpreendente, imponderável tomou conta de sua vida por inteiro: "Eu vos escolhi", João 15,16. O chamamento de Deus nada tem a ver com salvação e santificação em nós. Não é porque você teve uma experiência de santificação que se pode considerar chamado para pregar o evangelho de Deus; o chamado para pregar o evangelho é infinitamente distinto disso. Paulo descreve-o como uma obrigação que pesava sobre ele.
Se você tem estado abafando o chamado sobrenatural de Deus, faça um balanço de sua situação e veja em qual aspecto não dá a primazia a Deus para a dar às noções sobre serviço ou suas capacidades naturais que você possui em si. Paulo disse: "Ai de mim se não pregar o evangelho!" Ele tinha consciência absoluta e inquestionável de que havia sido chamado por Deus e a partir dali não houve mais espaço para nenhum outro concorrente a nenhuma das suas energias.
Se alguém é chamado por Deus, não importa a adversidade de qualquer das circunstâncias, todas as forças que atuarem ali acabarão e bastarão para cooperarem para a realização de todo o propósito de Deus. Se você se acha em linha com esse mesmo propósito, Deus colocará em harmonia não apenas a sua vida consciente, mas até as mais recônditas áreas do resto da sua vida, às quais você nunca teve acesso.

27/09/2011

27 de Setembro


O "Vai" da Renúncia
"Seguir-te-ei para onde quer que fores", Lc 9,57

A atitude do Senhor para com esse homem provoca em nós um severo revés e desencorajamento, “porque ele sabia o que o que estava no homem”, João 2,25. Nós diríamos: "Imagine só, perder a oportunidade de ganhar aquele homem para Deus!" "Imagine só, fazer soprar em torno dele um vento congelante o qual o fez recuar em desanimo!" Nunca peça desculpas a ninguém pelas palavras do Senhor Jesus. Elas até a nós nos podem vir a magoar e ofendem até que não haja mais nada em nós que possa ser magoado ou ofendido por Ele. Jesus Cristo não demonstra a menor brandura com qualquer coisa que, no final das contas, pos­sa vir a destruir alguém que está colocado ao serviço de Deus. As respostas do Senhor não se baseiam em caprichos, mas no seu conhecimento pessoal da própria natureza humana. Se o Espírito de Deus trouxer à sua mente uma palavra do Senhor que o magoa ainda, pode estar certo de que há alguma coisa em si que ele deseja ferir de morte!
Luc.9:58. Estas palavras destroem qualquer argumento em mim de que servir a Jesus Cristo é algo feito pelo prazer pessoal que auferimos para servi-lo. O rigor da rejeição mata tudo, deixando apenas meu Senhor e eu a sós para nos encararmos como somos e uma desolação em forma de esperança queimada e destituída. "Não penses nas recompensas prometidas; tua estrelinha deve ser teu relacionamento primordial comigo; e lembra-te sempre que eu não tenho onde reclinar nem a minha cabeça nem a tua, a menos que queiras recliná-la em Mim".
Luc.9:59. Esse homem nunca queria desapontar ou decepcionar Jesus, mas também não desejava desapontar e magoar seu próprio pai. Temos a tendência de colocar a lealdade para com os nossos parentes, esta tomando o lugar da lealdade que a Jesus Cristo deve ser exclusiva e dedicada e Jesus acaba em último lugar ou num lugar secundário de nossas vidas e desejos. Sempre que houver conflito de lealdades, obedeça a Jesus Cristo acima de tudo, custe o que custar e a quem custar.
Lc 9,61. Aquele que sempre diz: "Sim, Senhor, mas..." é o que tem nele uma disposição permanente e incrível, mas nunca vai sempre que deve – só vai quando não deve. Esse homem impôs algumas de suas próprias condições ao Senhor. O exigente chamado de Jesus Cristo não deixa margem para despedidas, porque a despedida, do modo como geralmente a praticamos, é anticristã. Quando ouvir o chamado de Deus, ponha-se a caminho e não pare nunca para olhar para trás em algum momento menos bom de toda a sua vida sequer.

23/09/2011

23 de Dezembro


Ser Participativo na Expiação?
"Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo", Gl.6,14

O evangelho de Jesus Cristo força sempre a que se tome uma decisão sobre Cristo. Será que aceito o veredicto de Deus sobre o pecado, dado na cruz de Cristo? Terei o mínimo interesse na morte de Jesus Cristo em pessoa? Aceito ser identificado com a sua morte (com o tipo de morte para todo o pecado, Rm 6,10), morrer para todo interesse pelo pecado, pelo mundanismo, por mim mesmo — e identificar-me de tal modo com Jesus que nada mais me interesse senão ele? O privilégio do discípulado será eu poder estar alistado sob a cruz de Cristo em exclusivo e isso significará a morte para o pecado. Fique a sós com Jesus e diga-lhe, ou que você não quer que o pecado morra em si, ou que deseja ser identificado com a morte dele a qualquer preço e custo. Tão logo você o tenha como fazer assim, pela fé no que o Senhor fez na cruz por si e em si, ocorre uma identificação sobrenatural com a morte dele do lado de dentro de si e com uma certeza que ultrapassará todo o entendimento; você se assegura de que o seu "velho homem está crucificado com Cristo", Rm 6,6, passando pela mesma experiência que ele passou na cruz, crucificando-se com Ele, Gl 2,20. A prova é a facilidade com que a vida de Deus a partir de dentro de si o capacita a obedecer à voz de Jesus Cristo sem relutância e sem pudor.
De vez em quando o Senhor permite-nos ver o que seríamos se não fosse por ele, para provar o que ele disse: "Sem mim nada podeis fazer", João 15,5. É por isso que a base do cristianismo é um amor ardente pelo Senhor Jesus Cristo em pessoa viva dentro de mim. Confundimos o êxtase de nossa experiência inicial de ingresso no reino com o propósito que Deus tinha ao introduzir-nos bem para dentro de seu reino; seu propósito, ao introduzir-nos nele, é que possamos compreender tudo o que a identificação com Jesus Cristo pode ainda significar para todos nós.

22/09/2011

22 de Setembro


O Mestre e o Instrutor do Missionário
"Vós me chamais o Mestre e o Senhor, e dizeis bem;
 porque eu o sou… e o servo não é maior que seu mestre", Jo 13,13-16.

Ter um mestre não é o mesmo que ser dominado. Ter um mestre significa que há alguém que me conhece melhor que eu próprio, alguém que me é mais chegado que um amigo, alguém que sonda e esquadrinha o mais profundo de todo meu ser e satisfaz aqueles anseios com os quais fui criado originalmente; alguém que me dá a certeza de ter descoberto e solucionado todos os problemas e incertezas da minha mente e espírito. Ter um mestre é isso e nada abaixo disso mesmo: "Um só é o vosso Mestre, que é o Cristo", Mt.23,8 O Senhor nunca forçará a obediência sobre nós; não lança mão de certos artifícios para nos obrigar a fazer o que ele quer. Em certas ocasiões, eu gostaria que Deus me dominasse e me obrigasse a fazer certas coisas, mas ele não age dentro desses parâmetros de obediência sequer; quando meu humor muda, gostaria que me deixasse em paz, mas ele não deixa pois acha que meu humor não deveria ter mudado.
"Vós me chamais o Mestre e o Senhor" — mas será que ele é mesmo isso para nós? As palavras Mestre e Senhor são pouco usadas em nosso vocabu­lário prático; preferimos antes tê-lo como Salvador, Santificador, Médico entre outras coisas. A única palavra que traduz a idéia de senhorio em nossa experiência prática será o amor, mas sabemos muito pouco a respeito do amor como Deus o faz manifestar. A prova disso é a maneira pela qual usamos a palavra "obedecer". Na Bíblia, a obediência nasce a partir dum certo tipo de relacionamento com Deus de igual para igual — o de um filho com seu pai. O Senhor Jesus não era escravo de Deus, ele era seu Filho. "Embora sendo Filho, aprendeu a obediência...", Hb 5,8. Se nossa idéia é a de que estamos sendo dominados, isso prova que não temos mestre nenhum sequer; se essa é a nossa atitude para com Jesus, estamos muito longe de ter o relaciona­mento ideal com ele, o qual ele deseja ter conosco e em absoluta exclusividade. Jesus quer que tenhamos com ele um relacionamento no qual ele seja nosso Mestre, sem que tenhamos disso conhecimento consciente, mas antes vivente e real e tudo o que sabemos é que somos dele para lhe obedecermos por natureza.

20/09/2011

20 de Setembro


O Divino Mandamento de Vida
"Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste", Mt 5,43-48

A exortação do Senhor nestes versículos é para que sejamos generosos com todas as pessoas sem qualquer exceção sequer. Cuidemos para que nossas afini­dades naturais não exerçam pesos e medidas sobre a nossa vida espiritual. Todos têm afinidades naturais e desse modo gostamos de certas pessoas e de outras já não. Contudo, nunca devemos permitir que nossa vida evangélica seja gerida por nossas inclinações pessoais ainda. "Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz teremos comunhão uns com os outros", mesmo com aquelas pessoas com quem não temos nenhuma afinidade pessoal para desenvolver.
O exemplo que o Senhor apresenta não é o de um homem bom, nem mesmo de um bom cristão, mas do próprio Deus em primeira pessoa a todos nós. "Portanto, sede vós perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito"; mostre aos outros o amor que Deus tem mostrado a si também. Deus nos dará amplas oportunidades nesta vida para provar se somos perfeitos como nosso Pai no céu. Ser discípulo significa identificarmo-nos deliberadamente com os interesses que Deus tem pelas outras pessoas. Jesus disse assim: "Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros”, João 13,34-35.
Não é fazendo o bem que demonstramos ter caráter bíblico, mas sendo semelhantes a Deus. Se o Espírito de Deus o transformou interiormente, sua vida exibirá características divinas e não meras boas qualidades. A vida de Deus em nós expressa-se como a própria vida de Deus, não como uma vida humana que se esforça para ser divina. O segredo do cristão é que, pela graça de Deus, o sobrenatural se torna natural nele e ele experimenta isso, não nos momentos de comunhão com Deus, mas nos pormenores práticos de toda a sua vivência. E sempre que se confronta com situações difíceis e problemáticas, ele fica admirado por descobrir que tem o poder de se manter equili­brado no meio de tudo e de forma milagrosa e maravilhosa.  

19/09/2011

19 de Setembro


Você Permanece Firme Com Jesus?
"Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tenta­ções", Lc 22,28.

É verdade que Jesus Cristo está conosco em nossas tentações, mas será que permanecemos com ele nas tentações que ele sofre ainda? Muitos de nós param de acompanhar Jesus a partir do momento que conhecem através duma experiência o que ele pode fazer. Observe se, quando Deus muda suas circunstâncias, você permanece lado a lado com Jesus Cristo, ou passa para o lado do mundo, da carne ou de Satanás. Nós ostentamos o "emblema" dele, mas será que o estamos acom­panhando para todas as suas situações ainda? "À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandona­ram e já não andavam com ele", João 6,66.
Jesus foi submetido a tentações durante toda a sua vida terrena e elas continuarão presentes na vida do Filho de Deus em nós. Será que estamos sempre acompanhando Jesus em nosso viver por cá ainda?
Achamos que devemos proteger-nos de algumas das situações em que Deus nos envolve literalmente. Nunca! Deus determina todas as circuns­tâncias e, sejam elas as que forem, temos que enfrentá-las permane­cendo firmes com Jesus em todas as suas muitas tentações penosas. Essas tentações são dele hoje ainda; não são tentações dirigidas a nós, mas à vida do Filho de Deus em cada um de nós. A honra de Jesus Cristo está em jogo em nossas vidas continuamente – ainda hoje. Será que permanecemos leais ao Filho de Deus quando a vida dele está em nós e é brutalmente atacada de todos os lados imagináveis?
Você tem permanecido com Jesus até ao fim? Ainda terá que passar pelo Getsêmani, passar pelo portão da cidade onde há perigos sem fim, sair do arraial da segurança; terá que ir sozinho até ele, prosseguindo até que não reste mais um vestígio de pegadas de outra pessoa senão a de quem diz, "Segue-me" até ao fim, Mt 4,19.

14/09/2011

14 de Setembro


Argumentações ou Obediência?
"…A simplicidade que há em Cristo", 2 Co 11,3.

O grande segredo de se poder enxergar as coisas nitidamente acha-se na simplicidade. Talvez o crente até não consiga raciocinar com clareza por um suposto longo período, mas deveria enxergar tudo nitidamente, sem qualquer dificuldade. Não é pelo muito pensar que vamos conseguir resolver uma situação confusa de nossa vida espiritual, mas sim através da obediência. Pensando, resolvem-se as questões intelectuais, mas no que toca aos problemas de natureza espiritual, quanto mais pensamos pior ficamos. Se Deus está exigindo obediência em alguma área de sua vida, obedeça logo, levando cativo à obediência de Cristo todo e cada pensamento que diz respeito a essa mesma obediência e tudo se tornará claro como o sol do meio-dia. A capacidade de enquadrar e entender uma certa situação virá depois, mas nunca será através dela que enxergaremos, mas antes como uma criança o faria também; quando tentamos ser sábios, nada enxergamos, Mt 11,25.
Se deixarmos em nossa vida qualquer coisa que esteja fora do alcance do controle voluntário do Espírito Santo, por menor que ela seja, será suficiente para criar uma enorme confusão espiritual e qualquer esforço mental que fizermos para esclarecê-la será sempre inutilizado. A confusão espiritual só se tornará evidente e esclarecida através da obediência. Assim que obedecermos, entenderemos tudo. Isso nos humilha, por certo porque, quando estamos confusos, sabemos que a razão de tudo está no nosso estado de espírito e não noutra coisa. Quando nossa capacidade espiritual de enxergar as coisas for devidamente consagrada ao Espírito Santo, ela se transformará no poder de nos apercebermos da vontade de Deus e toda a nossa vida será futuramente marcada através da simplicidade.

12/09/2011

12 de Setembro


Passando através Da Confusão Espiritual
"Jesus respondeu e disse: Não sabeis o que pedis", Mt 20,22.

Existem oportunidades na nossa vida espiritual, nas quais nos vemos encarcerados dentro duma verdadeira confusão; e não adianta dizer que não deveria haver confusão em nós. Não se trata de confusão quanto ao que é certo ou errado; é Deus conduzindo-nos por um caminho que no momento não compreendemos para nos agarrarmos a Ele. E é só passando pela confusão que chegamos a entender o que Deus quer de nós.
O toldo da amizade dele, Lc 11,5-8. Jesus citou o exemplo de um homem que parecia não se importar com o seu amigo e explicou que, às vezes, o Pai celestial vai dar-nos essa impressão dele. Porventura passará pela nossa cabeça que ele não é um amigo leal, contudo devemos lembrar-nos de que ele o é de fato. Tempo virá em que tudo será esclarecido. Uma nuvem encobre a afeição dele de todos nós e o coração não a vê mais; e não poucas vezes o próprio amor tem que esperar, com sofrimento e lágrimas, a bênção de uma comunhão melhor ainda. Quando parecer que Deus está completamente oculto de nós, você ainda assim confiará nele?
A sombra da paternidade, Lc 11,11-13. Jesus diz-nos que haverão ocasiões nas quais o Pai nos parecerá ser pai estranho a nossos olhos, duro e indiferente para conosco; mas lembremo-nos de que não é assim na realidade. "Por isso vos digo:... todo aquele que pede recebe", Lc 11,10. Se uma sombra encobre a face do Pai neste momento, creia que finalmente ele lhe dará uma clara revelação sobre Ele mesmo e se justificará diante de si em relação a tudo quanto aconteceu.
A Subtileza da Sua fidelidade, Lc 18,1-8. "Quan­do vier o Filho do homem, achará porventura fé na terra?" Lc 18,8. Encon­trará a fé que confia nele mesmo diante de perplexidades? Tome uma posição de fé, acreditando que o que Jesus disse é verdade sempre, mesmo que nesse meio tempo você nada entenda sobre o quanto Deus está fazendo. Para ele, estão em jogo questões muito maiores do que apenas os pedidos que você Lhe faz no dia-a-dia.

09/09/2011

9 de Setembro


Faça Você Mesmo
"Levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo", 2 Co 10,5.

Discipline determinadamente outras coisas. Este será outro aspecto da luta que caracteriza a vida santa. Paulo diz (na tradução de Moffat - http://www.portaldemissoes.com.br/pt/artigos/biografias/395-robert-moffat ): "Eu aprisiono cada projeto para fazê-lo obedecer a Cristo". Existem muitas atividades ao serviço evangélico hoje em dia que nunca foram disciplinadas, simplesmente brotam ainda vindos dum impulso! Na vida do Senhor, cada projeto era submetido à vontade do Pai. Não houve sequer um movimento que fosse oriundo de um impulso de sua própria vontade, alienada da vontade de seu Pai: "O Filho nada pode fazer por si mesmo". Agora veja conosco — passamos por uma experiência religiosa vívida, mas em vez de aprisionar e disciplinar os projetos que nascem de nossos impulsos para que obedeçam a Cristo, colocamo-nos nós à disposição deles.
Estamos vivendo nesta época onde se dá tanto ênfase ao trabalho prático e as pessoas que estão "aprisionando" todos os seus projetos são criticadas e advertidas de que não estão sendo zelosas para com Deus e para com as almas que estão perdidas. Mas o verdadeiro zelo está na obediência a Deus e nunca numa inclinação para servi-lo apenas, que nasce da indisciplina da natureza humana. É inconcebível, embora seja verdade, que os filhos de Deus não estejam levando cativos todos os seus projetos à obediência de Cristo, mas realizando o trabalho de Deus instigados pela sua própria natureza humana, que ainda não foi santificada através duma disciplina firme e firmada.
Temos a tendência de esquecer que não estamos comprometidos com Jesus Cristo apenas em relação à nossa salvação pessoal; estamos comprometidos com o conceito que Jesus Cristo tem de Deus, do mundo, do pecado e do diabo e isso significa que devemos assumir nossa responsa­bilidade de ser transformados pela renovação da nossa mente também nesses aspectos todos, Rm 12,2.

08/09/2011

8 de Setembro


Faça Você Mesmo
"... Anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus", 2Co 10,4-5

Seja você próprio a destruir resolutamente algumas das coisas. Ser liberto do pecado não é o mesmo que ser liberto da natureza humana. Há coisas na natureza humana, tais como preconceitos, que temos que destruir; umas, ignorando-as; mas outras, destituí-las pela violência e veemência, ou seja, pela força divina que recebemos através do Espírito de Deus. Há algumas coisas contra as quais não devemos lutar e, sim, ficar parados a ver a salvação de Deus evoluindo em nós; mas toda teoria ou concepção que se erguer como uma fortaleza contra o conhecimento de Deus dentro de nós, deve ser resolutamente destituída através do poder de Deus, mas não pelo esforço carnal, nem através da aceitação que compromete (v.4).
Apenas após Deus haver modificado a nossa disposição e havermos entrado na experiência da santificação é que a verdadeira batalha começa. Nossa guerra não é contra o pecado; nunca podemos lutar contra o pecado. Jesus Cristo já resolveu o problema do pecado através da redenção. O conflito surge quando procuramos transformar nossa vida natural em vida espiri­tual; isso nunca é fácil, nem Deus pretende que seja fácil. Só conseguimos a vitória mediante uma série de opções morais bem delineadas e obtidas de Deus. Deus não nos torna santos no sentido do caráter, mas antes no sentido da inocência; temos que transformar essa inocência em caráter santo, mediante uma série de opções morais que obtemos. Tais opções são sempre opostas aos baluartes de nossa vida natural, tudo aquilo que se levanta como fortaleza contra o verdadeiro conhecimento de Deus. Podemos também decidir voltar atrás e assim nos tornarmos sem qualquer valor para o reino de Deus; ou então podemos demolir determinadamente essas fortalezas e deixar que Jesus conduza mais outro filho à Sua glória, Hb 2,10.

06/09/2011

7 de Setembro


Fontes de Benignidade
"A água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna", Jo 4,14

A figura que o Senhor usa não será a duma simples corrente de água, mas de uma fonte superabundante. Encha-se continuamente, Ef 5,18 e a doçura do relacionamento vital com Jesus fluirá a partir de si com a mesma generosidade com que lhe foi dada e transmitida. Caso se aperceber que a vida não está fluindo como deveria de si, a culpa é só sua; alguma coisa obstruiu seu fluxo. Jesus disse para se manter junto à fonte para você próprio vir a ser abençoado? Não, mas antes para que do seu interior possam fluir rios de água viva, de uma vida impossível de ser estancada e impedida, Jo 7,38.
Devemos ser fontes através das quais Jesus possa fluir manifestamente como rios de água viva, em forma de bênçãos para todos quantos rodeiam essa fonte. Alguns de nós são como o mar Morto, sempre recebendo mas nunca dando de volta, porque não acertamos nosso relacionamento com o Senhor Jesus. Assim como recebemos a graça de Jesus, ele fluirá através de nós para outros à nossa volta também; e se ele não estiver fluindo, isso significa que há uma falha em nosso relaciona­mento com ele. Haverá alguma barreira entre si e Jesus Cristo? Haverá alguma coisa abafando sua fé nele? Se não houver, diz Jesus, do seu interior fluirão rios de água viva. Não se trata de se transmitir uma bênção, nem de se relatar uma experiência, mas de um rio fluindo continuamente sem parar. Mantenha-se junto à fonte, conserve sua fé sempre firme em Jesus Cristo e faça tudo para manter seu relacionamento com ele e, em vez de sequidão e morte, haverá um manancial de águas vivas permanente a jorrar, partindo de si para os outros.
Mas não será exagero dizer que de uma só pessoa fluirão rios? "Eu não vejo esses rios", dirá você. Nunca olhe para si mesmo com uma atitude do tipo: "Quem sou eu?" Na história da obra de Deus, você descobrirá que quase sempre ela começou com pessoas achadas no anonimato, eram desconhecidas, ignoradas, porém permanentemente fiéis ao Senhor Jesus Cristo.

6 de Setembro


Efusão de Vida
"Rios de água viva", Jo 7,38

Um rio beneficia e traz bênção sobre lugares os quais a sua nascente nada sabe; e Jesus diz que, se recebermos de sua plenitude, por menor que seja o alcance visível de nossas vidas, do nosso interior fluirão desses rios que levarão bênçãos às regiões da terra mais distantes e inimagináveis. Não temos nada a ver com tal sucedido: "A obra de Deus é esta, que creiais..." Deus raramente permite que alguém se torne consciente da medida de bênção que ele representa e pode representar para outros.
Um rio forte é vitoriosamente persistente; ele transpõe qualquer barrei­ra. Por algum tempo, segue firme o seu curso; então encontra um obstáculo e fica retido ali por algum tempo, mas não tarda a abrir uma passagem e contornar o obstáculo dum jeito ou de outro. Ou às vezes um rio pode desaparecer durante quilômetros e quilômetros e de repente re-emergir do nada, mais largo e mais portentoso que nunca. Uma vez ou outra vemos Deus usando outras pessoas, enquanto em nossa vida há um obstáculo e parece que não estamos servindo para nada ali. Voltemos então toda a nossa atenção para a fonte e Deus nos fará contornar esse obstáculo, ou retirá-lo-á de diante de nós. O rio do Espírito de Deus supera todos os obstáculos. Não fiquemos a olhar para o obstáculo ou para a dificuldade adiante. O obstáculo não constitui um problema para o rio, que continuará fluindo firme através de nós, se nos lembrarmos de permanecer junto à nossa fonte. Não permitamos que nada se interponha entre nós e Jesus Cristo — nenhuma emoção, nem experiência; nada nos deverá poder afastar da única e soberana fonte que Ele é.
Pensemos nos extensos rios de águas restauradoras que se estão formando dentro de nossa alma! Deus nos tem revelado verdades mara­vilhosas sobre elas e cada ponto que revela é um indício do vasto poder do rio que ele fará fluir através de qualquer um de nós. Se você crê em Jesus, descobrirá que Deus tem formado em si poderosas correntes torrenciais de bênçãos para todos os outros. 

05/09/2011

5 de Setembro


Vigiando Com Jesus
"Vigiai comigo”, Mt 26,40

"Vigiai comigo" — sem nenhuma perspectiva particular, mas vigiai exclusivamente comigo e por mim. No início da nossa vida espiritual, não vigiamos com Jesus; vigiamos sobre a sua chegada. Não vigiamos com ele através da revelação da Bíblia, nem nas circunstâncias de nossa vida. Agora, porém, o Senhor tenta iniciar-nos na identificação com ele num Getsêmani pessoal, mas resistimos e replicamos: "Não, Senhor, não consigo entender o sentido disto tudo; é muito penoso". Como podemos vigiar com alguém que é inescrutável? Como iremos compreender Jesus o suficiente para vigiar com ele em seu Getsêmani, quando não sabemos sequer por que ele está sofrendo? Não sabemos vigiar com ele; estamos acostumados apenas à idéia de ter Jesus vigiando conosco.
Os discípulos amavam Jesus Cristo até aqueles limites da capacidade natural que possuíam; mas não compreendiam o que ele pretendia com eles ali. No jardim de Getsêmani, dormiram por causa da tristeza que sentiam e, naquele dia, após três anos de estreita intimidade com ele, "todos, deixando-o, fugiram".
"Todos ficaram cheios do Espírito Santo" — os mesmos "eles", mas, nesse meio tempo, algo extremamente maravilhoso havia acontecido — a morte, a ressurreição e a ascensão do Senhor; e os discípulos foram cheios do Espírito Santo. O Senhor havia dito: "Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo" e isso significaria que eles aprenderiam a vigiar com ele para resto das suas vidas terrenas.

01/09/2011

1 de Setembro


Destinados a Ser Santos
"Sede santos, porque eu sou santo", 1 Pd 1,16.

Repetidamente deve informar-se a si mesmo sobre o propósito de sua vida. O fim para o qual todo o homem foi criado não é a felicidade pessoal, nem a saúde, mas a santidade. Hoje temos inclinações e gostos demasiado fortes; saímos prejudicados e danificados por causa deles; são gostos e inclinações que achamos corretos, bons, nobres, que ainda hão de ser plena­mente realizados, mas que, por agora, Deus terá de atrofiar em todos nós. A única coisa que importa é saber se aceitaremos o Deus que nos tornará santos. Devemo-nos relacionar corretamente com Deus, custe o que nos custar.
Será que acredito mesmo que preciso ser santo diante de Deus? Será que acredito e tenho plena convicção de que Deus pode participar em minha vida interior e tornar-me totalmente santo? Se, com sua pregação, você me convencer de que não sou santo, certamente que me ressentirei de sua pregação. A pregação do evangelho provoca um enorme ressentimento porque revela que não sou santo; mas também desperta um intenso anseio para sê-lo. Deus tem um único alvo para a raça humana, a saber, a sua total santidade. Seu objetivo é a formação de pessoas santas. Deus não é uma máquina eterna de produzir bênçãos para nós, mas antes de santidade; ele não veio salvar os homens por piedade; veio salvá-los porque os havia criado logo desde o início para serem santos. A expiação significa que, através da morte de Jesus Cristo, Deus pode recolo­car-me em perfeita união e harmonia com Ele mesmo, sem que uma única sombra se interponha entre nós dois.
Nunca tolere, por condolência ou mesmo por pena de si mesmo ou de outros, qualquer práti­ca que não se possa harmonizar com a santidade de Deus. A santidade significa andar sem mácula, falar sem mácula, pensar sem mácula — tendo todos os pormenores da vida sob o próprio escrutínio de Deus. A santidade não é apenas o que Deus me dá, mas o que consigo demonstrar livremente de tudo aquilo que Deus me ofereceu.