Devocional Diário TUDO PARA ELE, de Oswald Chambers Publicação: Editora Betânia.

IMPORTANTE: AS DEVOCIONAIS DIÁRIAS ESTÃO ARQUIVADAS E VOCÊ PODE PESQUISAR O DIA DO ANO QUE QUISER E LER A QUALQUER MOMENTO.


Passo a publicar também, algumas meditações de Brennan Manning, do devocional "Meditações para Maltrapilhos". (dez/2011)

"Estas leituras diárias foram coletadas de várias fontes, mas principalmente de conferências proferidas por Oswald Chambers no Bible Training College, Clapham, durante os anos de 1911 a 1915; depois, de outubro de 1915 a novembro de 1917, das palestras feitas nos cultos noturnos dos acampa-mentos do Y.M.C.A (Associação Cristã de Moços), em Zeitun, no Egito.

Em Novembrode 1917, meu marido foi chamado à presença de Deus. Desde então muitas dessas palestras foram reunidas em volumes e publicadas. Parte destes textos é constituída de mensagens pronunciadas durante a hora devocional no colégio - hora que, para muitos alunos, foi um marco em sua vida espiritual. "

"Os homens estão sempre se voltando aos poucos que dominam o segredo espiritual, cuja vida está escondida com Cristo em Deus. São os da religião dos velhos tempos, pendentes dos cravos da cruz." (Robert Murray McCheyne.).

Por sentir que o autor desta obra é um desses, cujos ensinamentos os homens voltam sempre a consultar, é que este livro foi preparado e lançado com uma oração para que, dia a dia, suas mensagens continuem a produzir a vida e a inspiração vivificantes do Espírito Santo".
B.C. 1927

31/08/2010

31 de Agosto

Meu Gozo... Seu Gozo
"Para que o meu gozo esteja em vós e o vosso gozo seja completo", Jo 15,11.

Qual foi o gozo que Jesus sentiu? É um insulto usar a palavra "felicidade" relacionada com Jesus Cristo. O gozo de Jesus era seu auto-sacrifício e sua entrega total ao Pai; “o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz”, Hb 12,2. Era o gozo de fazer o que o Pai o enviou a fazer. "Agrada-me fazer a tua vontade", Sl 40,8. Jesus orava para que nosso gozo pudesse permanecer crescendo até que se tornasse no mesmo gozo que o dele. Estarei permitindo que Jesus Cristo possa começar a fazer-me conhecer o seu gozo assim?
A plenitude de minha vida não me advém da minha saúde física, nem em acontecimentos externos ao meu ser, nem em ver o trabalho de Deus prosperar sobre a terra, mas antes em ter uma perfeita compreensão de Deus e ter com ele a mesma comunhão que o próprio Jesus usufruiu cá na terra. A primeira coisa que impedirá esse gozo é aquela irritação muito sutil que provém de ficarmos a analisar as situações e as circunstâncias de toda a nossa vida. Os cuidados deste mundo, disse Jesus, sufocarão a Palavra de Deus. Sem o percebermos, ficamos envolvidos pela fascinação das coisas. Tudo o que Deus tem feito por nós é apenas o limiar de todas as coisas; ele quer levar-nos ao ponto de sermos suas testemunhas e proclamarmos a pessoa de Jesus, sendo esta visível em todos nós.
Acerte seu relacionamento com Deus, encontre nisso o seu gozo primordial e do seu interior fluirão rios de água viva com toda a certeza. Seja um vaso através do qual Jesus derrama essa mesma água viva. Deixe de se preocupar consigo próprio, pare de ser um pedante farisaico e torne viva toda aquela vida oculta em Cristo Jesus. A vida daquele que acertou seu relacionamento com Deus é tão natural quanto lhe é respirar, onde quer que ele vá. As pessoas que transmitiram mais bênçãos à sua vida foram as que não tiveram consciência de o haverem feito.

30/08/2010

30 de Agosto

Relacionamento Ou Sermos Usados?
"Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos subme­tem e, sim, porque os vossos nomes estão escritos nos céus", Lc10,19-20

O que Jesus Cristo está dizendo aqui, na verdade, é o seguinte: "Não se regozije com o sucesso no serviço cristão; regozije-se, isso sim, porque tem o relacionamento certo comigo". O grande perigo do trabalho evangélico está em nos regozijarmos com o sucesso no serviço, com o fato de Deus nos ter podido usar. Se acertarmos nosso relacionamento com Jesus Cristo, nunca conseguiremos avaliar as dimensões do que Deus fará através de nós. Mantenha um estreito relacionamento com ele e só então, sejam quais forem as circunstâncias que o cercarem, ou as pessoas com quem se encontrar no dia-a-dia, ele fará fluir os tais rios de água viva do seu interior; e é pela misericórdia dele que ele não o deixa ter consciência disso. Uma vez tendo acertado seu relacionamento com Deus pela salvação e santificação que vêm dele, lembre-se de que onde quer que esteja foi Deus quem o colocou ali; e, pela maneira como reagir perante as circunstâncias que o cercam, cumprirá o propósito de Deus, isto é, enquanto se mantiver na luz como ele também está na luz, 1 Jo 1,7.
A tendência, hoje, é dar ênfase ao serviço. Tenhamos cuidado com pessoas que procuram aprovação com base na sua utilidade pública. Se fizermos da utilidade a base para a nossa aprovação, então Jesus Cristo foi o maior fracasso de todos os tempos. O princípio orientador do evangélico é o próprio Deus, não uma utilidade calculada e angariadora. O que vale realmente é o trabalho que Deus realiza através de nós e não o que nós fazemos por ele. A única coisa que o Senhor considera impor­tante na vida de uma pessoa é o relacionamento com o Pai dele. Jesus ainda está conduzindo muitos filhos à glória, Hb 2,10.

29/08/2010

29 de Agosto

Intimidade Sublime
“Não te disse eu que se creres verás a glória de Deus? Jo 11,40

Todas as vezes que você se aventurar na vida de fé encontrará nas suas circunstâncias naturais algo que contrariará por completo a sua fé. O bom-senso não é fé, e a fé não é bom senso, pois um é natural e a outra, espiritual. Você é capaz de confiar em Jesus Cristo quando o seu bom senso não o consegue? Será capaz de aventurar-se heroicamente com base nas informações de Jesus Cristo, quando os fatos de uma vida regida pela lógica gritam: “Isso é mentira” ? No alto do monte é fácil dizer: “Oh sim, eu creio que Deus pode fazer isso”; mas, depois, você terá que descer ao vale onde o demônio atua, e defrontar-se com os fatos que se riem ironicamente de toda a fé com que veio do monte da transfiguração. Todas as vezes que minha filosofia de fé está clara em minha própria mente, encontro alguma coisa que a contradiz. Posso dizer que acredito que Deus suprirá todas as minhas necessidades, mas depois, se eu ficar “sem um centavo no bolso”, sem nenhuma esperança de socorro, aí se verá se vencerei a prova da fé ou se voltarei ao nível de antes.
A fé tem que ser testada, porque só poderá transformar-se em bem pessoal através de provas. Contra o que a sua fé está lutando neste momento? O teste provará se sua fé tem base certa, ou então a destruirá. “Bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.”
O fator decisivo é a confiança em Jesus. Creia firmemente nele, e tudo aquilo contra o que você tiver que lutar desenvolverá a sua fé. Na vida de fé há uma sucessão de provas,sendo a última delas a morte. Que Deus nos mantenha em forma para a luta! A fé é uma inexprimível confiança em Deus, uma confiança que nem sonha com a possibilidade de Deus não ficar ao nosso lado  

28/08/2010

28 de Agosto

O Propósito da Oração?
"Senhor, ensina-nos a orar", Lc 11,1

Oração não faz parte da vida do homem natural. Ouvimos dizer que, se uma pessoa não orar, a vida dela será prejudicada; eu duvido. O que será prejudicada é a vida do Filho de Deus nela, que não é alimentada por comida, mas antes através da oração. Quando alguém nasce do alto, a vida do Filho de Deus nasce nele também e ele pode ou matar essa vida de fome ou alimentá-la devidamente. A oração é a maneira pela qual alimentamos a vida de Deus nascida em nós. As idéias que geralmente temos sobre oração não foram retiradas do Novo Testamento. Encaramos a oração como um meio de obter benefícios para nós e nada mais; o conceito bíblico sobre a oração é que possamos conhecer a pessoa de Deus como Ele é.
"Pedi e dar-se-vos-á". Resmungamos diante de Deus, apresen­tamos desculpas, ficamos apáticos, mas pedimos muito pouco. Uma criança, porém, tem uma audácia admirável! O Senhor diz: "Se não vos tornardes como crianças..." Peça e só assim Deus fará. Dê a Jesus Cris­to uma oportunidade, dê-lhe um pequeno espaço em si. Mas nenhum de nós faz isso a menos que já não saiba mais o que fazer de si próprio. Quando, porém, alguém chega a um ponto desses, não é nenhuma covardia orar; é o único meio que tem de entrar em contacto direto com a realidade das coisas. Ao chegar-se diante de Deus, seja você mesmo – conforme é; exponha seus problemas, tudo o que o tem deixado desolado e perplexo. Enquanto você for auto-suficiente, não haverá necessidade de pedir coisa alguma ao seu Deus.
A idéia de que "a oração muda as coisas" não é tão verdadeira quanto a de que a oração me muda a mim e eu mudo as coisas. Deus elaborou tudo de tal forma que a oração com base na redenção altera a maneira através da qual encaramos as coisas. A oração não visa a alteração das circunstâncias externas, mas a operação de verdadeiros e genuínos milagres em nossa própria disposição interior.

27/08/2010

27 de Agosto

Vivendo Sua Teologia
"Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem", Jo 12,35

Tenha cuidado para não deixar de agir baseado no que você vê dos momentos quando está a sós com Deus no alto do seu "monte". Se você não obedecer à instrução que recebeu por lá, ela se transformará em trevas diante de si. "Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!" Mt 6,23. No instante em que você deixa de lado a questão da santificação ou qualquer outra coisa sobre a qual Deus lhe deu um qualquer esclarecimento específico, a sequidão começará a penetrar em sua vida espiri­tual oportunamente. Esteja constantemente transformando a verdade em prática; desenvolva-a em todas as áreas de sua vida, senão a luz que há em si transformar-se-á em maldição para todos.
A pessoa de mais difícil aconselhamento é aquela que se mostra satisfeita com uma experiência passada à qual ainda se pode referir, mas que não está sendo mais aplica em toda a dimensão de sua vida prática. Se você diz que está santificado, mostre-o na sua vida e não apenas nas suas palavras. A experiência deve ser tão genuína que possa ser demonstrada na prática. Cuidado com qualquer crença que o torne auto-complacente e auto-tolerante; ela procede do inferno, por mais bela que possa parecer aos seus olhos ou aos de outros.
A teologia precisa ser pratica em todos os relacionamentos, até nos mais vulgares. "Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus..." disse o Senhor, isto é, a sua moral deve ultrapassar à do ser mais moral que você conhece. Você pode saber tudo sobre a doutrina da santificação, mas será que a está aplicando nas questões práticas em toda a dimensão de sua vida? Cada parcela de sua vida física, moral e espiritual deve ser julgada através daqueles padrões da expiação que Cristo fez.

26/08/2010

26 de Agosto

Perturbado às Vezes?
"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou", Jo 14,27

Existem ocasiões nas quais nossa paz mais se baseia na ignorância que noutra coisa; mas, quando despertamos para as realidades da vida, a paz interior torna-se impossível, a menos que a recebamos de Jesus pessoalmente. Quando o Senhor fala de paz, é ele que produz essa paz; suas palavras são sempre "espírito e vida", Jo 6,63. Será que já recebi a paz de que Jesus fala? "A minha paz vos dou" — é uma paz que recebemos quando contem­plamos a sua face e a entendemos e aceitamos por inteiro na sua imperturbabilidade e contentamento.
Será que você está perturbado neste momento, com a atenção desviada pelas ondas bravias da permissão providencial de Deus e, tendo, por assim dizer, revolvido até a última pedra de sua crença à procura dessa paz, alegria e conforto? Sua vida lhe parece totalmente infrutífera e estéril? Erga então os olhos e receba a imperturbabilidade e o contentamento do Senhor Jesus em si. A paz que se verá refletida em si a partir de então, servirá como única prova de que está bem relacionado com Deus, porque está livre para voltar sua atenção só para ele. Se não estiver bem com Deus, não conseguirá voltar sua atenção para fora de si próprio. Se tem permitido que qualquer coisa lhe venha ocultar a face de Jesus Cristo, de duas uma: ou algo está perturbando seu espírito ou sua segurança é falsificada e forjada.
Você está contemplando Jesus agora no meio dessa situação que lhe está a exigir toda a atenção e recebendo a paz dele ainda assim? Se é assim, ele será para si e através de sua pessoa uma bênção de paz duradoura e imperturbável. Mas, se você se entregar à preocupação na tentativa de resolver a questão que o perturba, estará em vias de eliminar a atuação dele e merecerá as consequências que advenham disso. Se nos perturbamos é porque nossa atenção não está voltada para Cristo em Seu esplendor contínuo. Quando o consultamos, a perplexidade desvanece porque com ele não subsistem mais perplexidades. Nossa única preocupação deve ser permane­cer nele a tempo integral. Exponha tudo diante dele e, face às dificuldades que possam ainda surgir, desolações e mesmo tristeza, ouça-o ainda dizer: "Não se turbe o vosso coração", Jo 14,27.

25/08/2010

25 de Agosto

Os Sacrifícios da Amizade
"Tenho-vos chamado amigos", Jo 15,15

Nunca conheceremos a alegria da abnegação enquanto não nos entregarmos em cada particularidade de toda a nossa vida. A entrega pessoal é a coisa mais difícil: "Eu farei se...!" "Bem me parece que vou ter que dedicar minha vida a Deus". Não há nisso nada da alegria da abnegação.
Assim que nos entregamos de vez, o Espírito Santo nos faz sentir um pouco da alegria que Jesus experimenta. A meta final da abnegação é dar essa vida pelo nosso Amigo a partir de então. Quando o Espírito Santo entra em nossa vida, nosso maior desejo é dar a vida por Jesus e nunca encaramos es­se fato como um sacrifício, porque o amor do Espírito derramado em nosso coração é pleno de prontidão.
O Senhor é o nosso exemplo na vida de abnegação: "Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus". Ele vivia sendo um sacrifício vivo, possuindo uma exuberante alegria nele. Será que já me rendi a Jesus Cristo com essa submissão absoluta? Se ele não for a razão de tudo para nós, não há vantagem alguma no sacrifício que fazemos; mas, quando o sacrifício é feito visando apenas a Jesus, devagar, mas seguramente, essa influência modeladora começa a aparecer.
Tenha cuidado para que preferências naturais não o impeçam de caminhar em amor. Um dos modos mais cruéis de se matar o amor é pelo desleixe que procede das preferências naturais de cada homem. A preferência do cristão é pelo Senhor Jesus. Para Deus, o amor não é sentimental; para o filho de Deus, amar como ele ama é o que de mais prático existe nesta terra.
"Tenho-vos chamado amigos". É uma amizade baseada na nova vida recriada em nós, que não tem nenhuma afinidade com a vida antiga, mas somente com a vida proveniente de Deus. É indescritivelmente humilde, imaculadamente pura e totalmente consagrada a Deus – exclusivamente.  

24/08/2010

24 de Agosto

A Busca Espiritual
"Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, 
lhe dará uma pedra?"Mt 7,9

O exemplo que o Senhor usa aqui para a oração é o de um bom filho pedindo uma coisa boa ao bom Pai. Falamos sobre oração como se Deus nos ouvisse independentemente do nosso relacionamento com ele, 
Mt 5,45. Nunca diga que não é da vontade de Deus dar-lhe aquilo que você lhe pede; não se assente para esmorecer, mas antes trate de descobrir qual a razão; intensifique a sua busca e examine as provas todas. Será que tem um bom relacionamento com sua esposa, com seu esposo, com seus filhos, com seus colegas de trabalho — você é um "bom filho" em todo o sentido da palavra? "Oh, Senhor, tenho andado irritado e mal-humorado, mas desejo uma bênção espiritual hoje ainda". Não poderá recebê-la enquanto não se colocar na condição de um filho exclusivo.
Confundimos provocação com devoção; confundimos argumen­tar com Deus com entrega a Deus. Não queremos consultar as provas. Tenho pedido a Deus que me dê dinheiro para algo que desejo, quando tenho dívidas que ainda nem paguei? Estarei pedindo a Deus liberdade, enquanto a retiro de alguém perto de mim? Deixei de perdoar as transgressões de alguém, ou de ser bondoso para com eles? Será que estou agindo como filho de Deus perante meus parentes e amigos? (Mt 7,12)
Se sou filho de Deus apenas pela regeneração, também como filho, sou bom somente quando ando com tudo colocado na luz. A maioria de nós transforma a oração em chavões religiosos; é uma questão de emoção, de comu­nhão mística com Deus. Mas estamos apenas produzindo um "nevoeiro" espiritual em vez duma oração fervorosa. Se consultarmos todas as provas, veremos claramente o que está errado conosco logo ali — aquela amizade, aquela dívida, aquele mau humor. Não adianta orar, a não ser que estejamos vivendo como filhos de Deus. Aí então Jesus diz: "Todo aquele que pede, recebe".

23/08/2010

Clipe Revolução do Amor - Haiti

23 de Agosto

Oração - Batalhas “No Secreto”
"Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e... orarás a teu Pai que está em secreto", Mt 6,6

Jesus não diz: "Sonha com teu Pai em secreto", mas, sim, "Ora a teu Pai em secreto". A oração é um esforço da vontade de qualquer homem. Depois de entrarmos no nosso lugar secreto e fecharmos a porta a tudo o resto, a coisa mais difícil de ser feita, será orarmos; não conseguimos pôr ordem a nossa mente e nosso primeiro conflito é o pensamento que vagueia de um lado para o outro. Nossa grande luta, na oração, é vencer os desvios da nossa mente. Temos que discipli­nar a mente e nos concentrar deliberadamente naquilo por que devemos orar.
Precisamos ter um lugar próprio para orarmos ao Pai; mas assim que entramos nele, começa a praga dos pensamentos: "Tenho que fazer isto e aquilo ainda". "Fecha logo a tua porta!" Um silêncio secreto significa fechar a porta deliberadamente às emoções e pensar só em Deus e no que Ele irá ouvir. Deus está em secreto e ali ele nos vê de seu lugar secreto; ele não nos vê como as outras pessoas nos vêem, ou como nós nos vemos. Quando vivemos no lugar secreto, é impossível duvidar de Deus; temos mais certeza dele do que de qualquer outra coisa. Vosso Pai, diz Jesus, está no lugar secreto e em nenhum outro lugar. Entre no lugar secreto e bem no meio de toda a sua rotina diária achará Deus a tempo integral. Adquira o hábito de conversar com Deus a respeito de tudo que sente. Se no primeiro instante no qual você desperta para a oração não encerrar a porta para deixar só Deus entrar, passará o dia todo num nível muito aquem do ideal; mas encerre a porta e ore a seu Pai em secreto e todas as suas outras atividades ficarão demarcadas pela presença de Deus.

22/08/2010

22 de Agosto

"Eu... Mas Ele Vos…”
"Eu vos batizo com água... mas... ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo", Mt 3,11

Terei eu chegado a um ponto na minha experiência evangélica no qual possa dizer: "Eu na verdade... mas ele"? Enquanto não chegar esse momento factual, nunca saberei o que significa o batismo com o Espírito Santo. Eu realmente não sou nada; nada posso fazer; mas ele começa justa­mente por aí — ele faz aquilo que nenhum outro ser jamais poderia fazer. Estou preparado para a vinda dele para fazer o que não posso? Jesus não poderá vir enquanto houver em mim algum impedimento desse gênero — seja virtude ou maldade. Estarei preparado para que ele arraste para a luz todos os males que pratiquei juntamente com todos os bens? Será justamente a partir dali que ele começará a ser operante em mim. Onde sei que estou impuro, será ali onde ele colocará os Seus pés; onde acho que estou limpo, dali ele se retirará.
O arrependimento não traz sentimento de pecado, mas dum absoluto e total desvalor. Quando me arrependo, compreendo que sou completamente impotente e inoperante; reconheço de toda a minha alma que não sou minimamente digno de Lhe desatar as Suas sandálias. Será que já me arrependi assim desse jeito peculiar? Ou haverá ainda em mim algum vestígio de vontade de me erguer e ressurgir em minha própria defesa? A razão por que Deus não pode penetrar em minha vida deve-se ao fato de não me achar totalmente em forma de arrependido.
"Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo". João não se refere aqui ao batismo no Espírito Santo como uma experiência, mas como uma verdadeira operação de modificação feita por Jesus Cristo. "Ele vos batizará…" A única experiência consciente daqueles que são batizados com o Espírito Santo é o seu sentido futuro de total desvalor diante dele.
"Eu na verdade” tornou-se passado; “mas ele” veio e algo ainda mais maravilhoso aconteceu. Coloque-se nessa posição, pois será por ali que ele opera em todas as coisas.

21/08/2010

21 de Agosto

O Ministério dos Que Passam Despercebidos
"Bem-aventurados os humildes de espírito", Mt 5,3

O Novo Testamento destaca virtudes que, vistos através dos nossos padrões atuais, não são lá muito comoventes. "Bem-aventurados os humildes de espírito", significa literalmente “bem-aventurados os indigentes”, algo excessivamente comum para ser levado em conta! As pregações que se ouvem hoje procuram enfatizar a força de vontade, a beleza do caráter da pessoa — coisas que são facilmente notadas por todos. A frase que tantas vezes ouvimos — "Aceitar a Jesus" — dá ênfase a uma postura que o Senhor nunca propôs e na qual nunca confiaria. Ele nunca nos pede para aceitá-lo, mas para nos rendermos a ele — o que é muito diferente. O reino de Jesus Cristo tem como base a beleza natural daquelas coisas que se tornam simples. Sou bem-aventurado pela minha pobre­za. Se sei que não tenho força de vontade, nem nobreza na minha disposi­ção, então Jesus diz: "Bem-aventurado és tu", porque é através dessa pobreza que entras no Meu reino. Não posso entrar nele como pessoa boa, só posso entrar como um indigente.
A verdadeira natureza da beleza interior que testifica de Deus é aquela que se torna sempre num fator inconsciente. Uma influência consciente é ostensiva e anticristã. Se eu disser: "Será que sirvo para alguma coisa", logo ali se perde toda a beleza que me surge daquele toque proveniente do Senhor. "Quem crer em mim... do seu interior fluirão rios de água viva", João 7,38. Se fico para analisar que rios são esses, perco no toque do Senhor.
Quais são as pessoas que mais nos têm influenciado? Não são as que pensavam fazê-lo, mas as que não tinham a mínima noção de que estavam a exercer certas influências sobre nós. Na vida evangélica, a realidade implícita nunca é consciente; se é consciente, deixa de ter aquela beleza simples que é a característica principal do toque especial vindo da parte de Jesus. Sabemos quando é Jesus que está operando, porque ele produz algo que é inspirador naquelas coisas que nos são comuns.

20 de Agosto

Consciência de Cristo
"E eu vos aliviarei", Mt 11,28

Sempre que alguma coisa começar a desintegrar-se em sua vida e comunhão com Jesus Cristo, volte-se imediatamente para ele e peca-lhe que lhe forneça o seu descanso. Nunca permita a permanência de nada que lhe possa estar a perturbar, tirando-lhe a sua paz. Encare cada elemento que desinte­gra como algo a ser combatido e não tolerado. Ore: "Senhor, torna real em mim a consciência da tua pessoa". A preocupação excessiva consigo mesmo desvanecerá e ele será, então, tudo em todos. Cuidado para não permitir que essa fixação em si mesmo continue, porque lentamente ela despertará em si a “lastimação”, algo que é satâni­co. "Eu sou um incompreendido; isso é uma coisa pela qual eles deveriam desculpar-se; essa é uma questão que realmente devo tirar a limpo com todos os outros". Deixe os outros em paz e peça ao Senhor para torná-lo apenas consciente dele; ele só então poderá trazer todo o equilíbrio de volta à sua vida, até que se torne incondicional nele.
Vida total é a vida que qualquer criança tem nela. Quando alguém se torna consciente demais de si próprio, algo está doentio com ele. O doente é que sabe o que é saúde. O filho de Deus não tem consciência da vontade de Deus porque ele é a própria vontade de Deus. Tão logo nos desviamos da vontade de Deus, começamos a perguntar: "Qual é a tua vontade, Senhor?" Um filho de Deus nunca ora pedindo-lhe que ele lhe dê consciência das respostas sobre suas orações, porque repousa na segurança que Deus sempre responde aos seus pedidos todos.
Se tentarmos superar a fixação em nós mesmos por qualquer outro método lógico, ela se tornará mais intensa então. Jesus diz: "Vinde a mim... e eu vos aliviarei", isto é, a consciência da pessoa dele substituirá a nossa preocupação egocêntrica. Onde Jesus entra, ele dá descanso — um descanso resultante do aperfeiçoamento de toda aquela atividade que não está mais consciente de si própria.

19/08/2010

PASTORES E LOBOS


Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam pelas vidas das ovelhas, e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos deixam confusos para saber quem é quem. Isso porque lobos desenvolveram uma astuta técnica de se disfarçar em ovelhas interessadas no cuidado de outras ovelhas. Parecem ovelhas, mas são lobos.

No entanto, não é difícil distinguir entre pastores e lobos. Urge a cada um de nós exercitar o discernimento para descobrir quem é quem.
Pastores buscam o bem de suas ovelhas; lobos buscam os bens das ovelhas.

Pastores gostam de convívio; lobos gostam de reuniões. Pastores vivem a sombra da cruz; lobos vivem a sombra de holofotes.

Pastores choram pelas suas ovelhas; lobos fazem suas ovelhas chorar. Pastores tem autoridade espiritual; lobos são autoritários e dominadores. Pastores tem esposas; lobos têm co-adjuvantes.

Pastores tem fraquezas; lobos são poderosos. Pastores olham nos olhos; lobos contam cabeças. Pastores apaziguam as ovelhas; lobos intrigam as ovelhas.Pastores tem senso de humor; lobos se levam a sério.

Pastores são ensináveis; lobos são donos da verdade. Pastores tem amigos; lobos têm admiradores. Pastores se extasiam com mistério; lobos aplicam técnicas religiosas.

Pastores vivem o que pregam; lobos pregam o que não vivem.
Pastores vivem de salários; lobos enriquecem. Pastores ensinam com a vida; lobos pretendem ensinar com discursos.

Pastores sabem orar no secreto; lobos só oram em público. Pastores vivem para suas ovelhas; lobos se abastecem das ovelhas. Pastores são pessoas humanas; lobos são personagens religiosos caricatos.

Pastores vão para o púlpito; lobos vão para o palco. Pastores são apascentadores; lobos são marqueteiros.Pastores são servos humildes; lobos são chefes orgulhosos.

Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas; lobos se interessam pelo crescimento das ofertas.

Pastores apontam para Cristo; lobos apontam para si mesmos e para a instituição. Pastores são usados por Deus; lobos usam as ovelhas em nome de Deus. Pastores falam da vida cotidiana; lobos discutem o sexo dos anjos.

Pastores se deixam conhecer; lobos se distanciam e ninguém chega perto. Pastores sujam os pés nas estradas; lobos vivem em palácios e templos. Pastores alimentam as ovelhas; lobos se alimentam das ovelhas.


Pastores buscam a discrição; lobos se autopromovem.Pastores conhecem, vivem e pregam a graça; lobos vivem sem a lei e pregam a lei.

Pastores usam as escrituras como texto; lobos usam as escrituras como pretexto. Pastores se comprometem com o projeto do reino; lobos têm projetos pessoais. Pastores vivem uma fé encarnada; lobos vivem uma fé espiritualizada.

Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas; lobos perpetuam a infantilização das ovelhas. Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas; lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.

Pastores confessam seus pecados; lobos expõem o pecado dos outros.Pastores pregam o Evangelho; lobos fazem propaganda do Evangelho.Pastores são simples e comuns; lobos são vaidosos e especiais.

Pastores tem dons e talentos; lobos têm cargos e títulos. Pastores são transparentes; lobos têm agendas secretas. Pastores dirigem igrejas-comunidades; lobos dirigem igrejas-empresas.

Pastores pastoreiam as ovelhas; lobos seduzem as ovelhas. Pastores trabalham em equipe; lobos são prima-donas. Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo; lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles.

Pastores constroem vínculos de interdependência; lobos aprisionam em vínculos de co-dependência. Os lobos estão entre nós e é oportuno lembrar-los do aviso de Jesus Cristo.

*Guardai-vos dos falsos profetas, que vêem a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores*". (Mateus 7:15)

Autor: Osmar Ludovico (fonte Revista Enfoque Gospel, janeiro 2006)

19 de Agosto

A Fixação em Nós Mesmos

"Vinde a mim", Mt 11,28

Deus quer que vivamos uma vida plena em Cristo Jesus, mas há ocasiões em que essa vida é atacada pelo lado de fora e tratamos de cair de novo num tipo de introspecção que pensávamos já não ser mais possível em nós. A fixação em nós mesmos é o primeiro elemento que transtorna a plenitude da nossa vida em Deus e que também produz lutas interiores atribuladas e constantes. A fixação em nós mesmos não é pecado; pode ser causada por um temperamento nervoso ou por uma mudança súbita de nossas circunstâncias. No entanto, a vontade de Deus é que estejamos sempre e totalmente completos nele. Qualquer coisa que perturbe nosso descanso nele deve ser tratada prontamente e sem dó; e não será ignorando o problema que o solucionaremos e, sim, buscando a Jesus Cristo. Se buscarmos o Senhor pedindo-lhe que produza em nós uma "fixação" nele, ele nos atenderá até que aprendamos a permanecer nele continuadamente.
Nunca permita que o problema da desintegração de sua vida em Cristo fique sem solução ou com solução adiada. Cuidado para não haver um vazamento ou desintegração de sua vida espiritual pela influência e conivência de amigos e circunstâncias; tenha cuidado com tudo que possa destruir a sua união com ele e levá-lo a ver-se a si mesmo de forma separada dele. Nada é tão importante como manter-se espiritualmente são e saudável. A grande solução é a mais simples também: "Vinde a mim". Essas palavras servirão sempre como o teste que avalia a dimensão de nosso empenho intelectual, mo­ral e espiritual. Em todos aqueles aspectos nos quais não estamos sinceros, discutimos com o Senhor, em vez de “irmos a Jesus”. 

18/08/2010

Eu confirmo Carlos Bezerra Jr. por Duca Tambasco

18 de Agosto

Alguma Vez a Tristeza o Deixou sem Palavras?
"Mas, ouvindo ele estas palavras, ficou muito triste, porque era riquíssimo", Lc 18.23

O jovem rico retirou-se triste e mudo, nada mais tinha para dizer. Não tinha dúvida nenhuma quanto ao que Jesus lhe dissera, nem discutiu o sentido das palavras dele e isso produziu nele uma tristeza inexprimível. Você já se viu nessa situação? Deus já lhe falou sobre algo que você considera uma riqueza sua — temperamento, gostos pessoais, relacionamentos? Nesse caso, já se entristeceu muitas vezes ao ponto de não saber o que dizer a Ele. O Senhor não irá atrás de si, não lhe fará súplicas, mas todas as vezes que o interpelar com essa mesma questão, ele simplesmente lhe repetirá: "Se falas a sério quanto a seguir-me, essas ainda serão as condições".
"Vende tudo o que tens", despoje-se moralmente diante de Deus de tudo o que talvez seja uma riqueza, até reduzir-se a um simples ser humano e apenas então ofereça-se a Deus. Será aí que se trava a mais dura batalha — quando colocamos nossa vontade antes e acima da que Deus tem para nós. Você está mais voltado para a sua própria idéia daquilo que Jesus deseja, do que voltado para ele? Se for assim, provavelmente ouvirá uma das suas frases que lhe parecerão duras e que o entristecerá ainda mais. O que Jesus diz é duro; e só se torna fácil quando o ouvimos com uma disposição igual à que Ele tem. Tenha cuidado para não deixar que nada torne a palavra dura de Jesus Cristo mais branda do que ela é.
Posso mesmo tornar-me orgulhoso de minha própria pobreza, tão consciente de que não sou ninguém, que nunca poderei ser discípulo efetivo de Jesus por essa razão; ou posso ser tão consciente de que sou alguém que também nunca me tornarei discí­pulo. Estarei disposto a esvaziar-me da hiper-consciência de que sou pobre? É aí que o desânimo ganha pernas para andar. O desânimo é amor-próprio que se desencantou com algo e esse amor-próprio pode ser o tal amor à minha devoção por Jesus Cristo.

17/08/2010

17 de Agosto

Você Se Desalenta Ou Se Torna Devoto e Fiel?
"Uma coisa ainda te falta; vende tudo o que tens (...) vem e segue-me", Lc 18,22

Já alguma vez ouviu o Mestre proferir-lhe uma palavra especialmente dura? Se ainda não, duvido que alguma vez o tenha ouvido sequer. Jesus Cristo diz muita coisa que escutamos mas que nem sequer ouvimos; e quando, o ouvimos então, percebemos que suas palavras se tornaram incrivelmente duras e incompreensíveis.
Jesus não parecia nem um pouco ansioso para tornar este homem obediente e não fez nenhuma tentativa de segurá-lo consigo sequer. Disse-lhe simplesmente: "Vende tudo o que tens, depois vem e segue-me". O Senhor nunca lhe rogou que ficasse, não o adulou, nunca ludibriava a tentar convencer; simplesmente proferia as palavras mais duras que ouvidos mortais já ouviram e não fazia nada mais depois disso.
Será que já ouvi Jesus dizer uma palavra dura assim? Ter-me-á ele dito alguma coisa pessoalmente, à qual eu tenha prestado a maior atenção? Não algo que eu possa expor ou sobre o que possa fazer comentários, mas algo que tenha ouvido e percebido dele? Aquele homem entendeu muito bem tudo o que Jesus disse; ouviu, pensou no que significava tudo aquilo e seu coração se entristeceu com isso. Ele não se afastou dali com uma atitude arrogante; retirou-se muito triste, profundamente desanimado. Viera a Jesus dominado por um ardente desejo de poder segui-lo e a palavra de Jesus o congelou, simplesmente; em vez de produzir nele uma devoção entusiástica, provocou um desâ­nimo angustiante em seu coração. E Jesus não saiu para ir atrás dele; deixou-o partir. O Senhor sabe perfeitamente que sua palavra, uma vez ouvida, mais cedo ou mais tarde produzirá seus frutos. O terrível disso tudo é que alguns de nós a impedem de dar frutos na vida prática. Que explicação será que daremos quando, enfim, nos decidirmos a ser obedientes a Jesus naquilo que nos falou? Uma coisa é certa, ele nunca nos lançará nada em rosto. 

16/08/2010

16 de Agosto

Será que Ele me Conhece...
"Ele os chama pelo nome..." João 10.3

Quando não o entendi, tragicamente? João 20.11-18. É possível conhecer-se tudo sobre doutrina e mesmo assim Jesus não ser conhecido de nós. Quando nosso conhecimento da pura doutrina ultrapassa a nossa comunhão com Jesus, estamos em real perigo de morte. Por que Maria conseguia chorar? Porque a doutrina valia tanto para Maria quanto a relva que ela pisava debaixo de seus pés! Sobre doutrina, qualquer fariseu poderia facilmente envergonhar Maria; mas o que não poderiam ridicularizar, era o fato de Jesus lhe haver expulsado sete demônios, Lc 8,2  no entanto, poder receber as bênçãos de Jesus e poder ver Jesus nunca será a mesma coisa para ninguém. Maria "viu Jesus em pé, mas não reconheceu que era Jesus"; Jesus disse-lhe, “Maria” - assim que ela ouviu aquela voz, reconheceu que quem lhe falava era a pessoa que ela conhecia. "Mestre!", João 20:14-16.
Quando duvido teimosamente? João 20.24-29. Terei andado na duvida sobre alguma coisa a respeito de Jesus — uma experiência de que outros testificaram mas que eu ainda não obtive? Os outros discípulos contaram a Tomé que tinham visto Jesus, mas Tomé duvidou: "Se eu não vir... de modo algum acreditarei", João 20:25. Tomé precisava do toque de Jesus. Não sabemos quando nem como ele nos tocará, mas, quando isso ocorrer, a experiência é indescritivelmente preciosa. "Senhor meu e Deus meu!" João 20:28.
Quando o nego egoisticamente? João 21.15-17. Pedro chegou a negar Jesus Cristo com pragas e juramentos; após a ressurrei­ção, Jesus teve de aparecer a Pedro individualmente. Primeiro, reintegrou-o em parti­cular para depois o fazer diante dos outros. "Senhor, tu sabes que eu te amo", João 21:17.
Meu relacionamento pessoal com Jesus Cristo tem qualquer história que seja real? O sinal do discipulado é uma relação pessoal com ele — um conhecimento de Jesus Cristo a qual nada tem como melindrar ou fazer tremer.

15/08/2010

15 de Agosto

A Evidência do Novo Nascimento
"Importa-vos nascer de novo", João 3,7

 A resposta à pergunta "Como pode um homem nascer, sendo velho?" é a seguinte: "Quando ele estiver suficientemente velho para morrer — morrer completamente para todos os seus direitos, para suas virtudes, para sua religião, para tudo e receber em si mesmo uma vida que nunca possuiu antes, João 3:4. A nova vida manifesta-se num arrependimento consciente e numa santidade natural.
"Mas, a todos quantos o receberam". João 1.12. Será que meu conhecimento de Jesus é o resultado de percepção espiritual pessoal ou é apenas o que aprendi de outros? Há algo em minha vida que me ligue com o Senhor Jesus como meu Salvador pessoal? Toda expe­riência espiritual deve ter por base um conhecimento pessoal. Nascer de novo significa estar a fim de ver Jesus e de ver Jesus também.
"Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus", João 3.3. Será que estou à procura de sinais do reino, ou percebo claramente como Deus governa? O novo nascimento atribui-me um novo poder de visão através do qual começo a discernir esse governo, que sempre esteve por aqui, mas sempre relacionado com e na presença da natureza de Deus; agora que recebi a natureza dele, consigo ver que ele controla.
"Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado", 1 João 3.9. Estou tentando parar de pecar, ou já parei de pecar? Nascer do Espírito significa que tenho o poder sobrenatural de Deus para deixar de pecar. A Bíblia nunca pergunta: o cristão pode pecar? Ela afirma enfaticamente: o cristão não pode pecar. A ação efetiva de nossa nova vida é tal que não vivemos da prática de qualquer pecado; que não apenas temos o poder de não pecar, mas que paramos de pecar; 1 João 3.9 não significa que não podemos pecar; significa que, se obedecemos à vida de Deus que há em nós, nunca pecaremos.

14/08/2010

14 de Agosto

Aquela Correção Do Senhor
"Não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies
 quando por ele és reprovado", Hb 12,5

É muito fácil apagar o Espírito de nós; isso ocorre quando menospre­zamos a correção do Senhor ao desmaiarmos quando reprovados por ele. Quando a nossa experiência de santificação é apenas superficial, achamos que essa "sombra" é a realidade; e quando o Espírito de Deus começa a chamar nossa atenção sobre isso, dizemos: "Deve ser o diabo".
Nunca apague o Espírito desprezando-o quando ele lhe disser: "Não seja mais cego em relação a este ou aquele assunto ainda; você não está onde pensava estar espiritualmente. Até agora não me foi possível revelar-lhe isso, mas estou a manifestar agora". E quando o Senhor o corrigir dessa forma, deixe-o agir livremente. Deixe que seja ele a acertar seu relacionamento com Deus.
"Nem desmaies quando por ele és reprovado". Ficamos amua­dos com Deus e dizemos: "Ora, a culpa não é minha; orei e as coisas não correram como esperava; vou desistir de tudo". Pense o que aconte­ceria se fosse essa a nossa postura em qualquer outra área da nossa vidinha!
Estarei preparado para deixar que Deus, através de todo o seu poder, me domine e realize em mim uma obra digna dele? A noção certa de santificação não é minha idéia do que Deus quer fazer por mim; mas é a idéia divina do que ele quer fazer por mim — fazer com que a minha atitude mental e espiritual lhe permita, a qualquer custo, santificar-me integralmente.

13/08/2010

13 de Agosto

Não Extingais o Espírito
"Não apagueis o Espírito", 1 Ts 5,19.

A voz do Espírito é suave como uma leve brisa de verão, tão suave que, se não estiver vivendo em perfeita comunhão com Deus, jamais a reconhecerá. Quando o Espírito chama nossa atenção, ele o fará de maneira tão extraordinariamente branda, que, se não formos suficientemente sensíveis para discernir-lhe essa voz, nós a apagaremos e nossa vida espiritual será prejudicada grandemente. As advertências dele vêm sempre como um cicio tranquilo e suave, tão suave que ninguém os percebe, a não ser a pessoa que é espiritual.
Ao dar seu testemunho pessoal tenha cuidado para não se referir apenas ao passado: "Certa vez, há muitos anos atrás, fui salvo". Se você está caminhando na luz, não haverá nenhuma neces­sidade de fazer referência ao passado, pois ele está incorporado à maravilha atual de sua comunhão com Deus. Se você se afastar dessa luz, tornar-se-á um cristão sentimental, que vive de recordações e seu testemunho terá um timbre metálico, desagradável e seco. Cuidado para não ficar remendando uma presente recusa em caminhar na luz com pedaços de recordações passadas dos tempos quando ainda andava na luz. Sempre que o Espírito chamar sua atenção, pare e corrija logo o erro, senão continuará a entristecê-lo sem saber que o faz.
Suponhamos que Deus o tenha levado à porta de uma crise na sua experiência espiritual e você quase passou por ela, mas depois recuou. Ele engendrará de novo a crise, mas ela não será tão forte quanto antes. Haverá menos discernimento e mais humilhação por não Lhe haver obedecido; e se continuar a entristecer o Espírito, chegará a hora quando a crise não mais se repetirá, pois você terá magoado tanto o Espírito que ele se afastou de vez. Mas, se você passar vitorioso pela crise, então soarão louvores a Deus. Nunca tenha pena de remover algo que esteja ferindo a Deus. Ê Deus quem tem que ferir aquilo que deve ser afastado das nossas vidas.

12/08/2010

Carlos Alberto Bezerra Jr, EuConfirmo JulianoSon

12 de Agosto

Teologia do Descanso
"Por que sois tímidos, homens de pequena fé?" Mt 8,26.

Quando estamos amedrontados, o mínimo que podemos fazer é orar a Deus; mas o Senhor tem todo o direito de esperar que aqueles que professam o seu nome o compreendam e tenham confiança nele acima de tudo. Deus espera que seus filhos sejam tão confiantes nele que em qualquer crise provem ser eles os confiáveis. Mas confiamos em Deus só até certo ponto; depois recaímos nas orações do pânico, típicas daqueles que não conhecem Deus. Ficamos sem saber o que fazer, prova de que não temos a mínima confiança nele mesmo e nem na sua maneira de gerir o mundo. Ele parece estar dormindo e só vemos tropeços diante de nós.
"Homens de pequena fé!" Que dor na repreensão devem ter sofrido os discípulos com estas palavras: "Falhamos outra vez!" E que dor será para nós quando, de súbito, percebermos que poderíamos ter dado uma grande alegria ao coração de Jesus, se tivéssemos permanecido totalmente confiantes nele, acontecesse o que acontecesse lá na frente.
Há fases na vida em que não há tempestades nem crises e nessas horas fazemos o nosso melhor; mas quando estoura uma crise, logo ali revelamos em quem confiamos ou não. Se estivermos aprendendo a adorar Deus na verdade e a confiar nele por inteiro, a crise revelará que podemos ser provados até o limite de nossa capacidade sem nunca perdermos a confiança nele.
Temos falado muito em santificação — qual deveria ser o resultado de tudo isso? Aprendermos a descansar em Deus, o que significa união com ele; união que lhe causará uma grande alegria e nos tornará irrepreensíveis a Seus próprios olhos.

11/08/2010

11 de Agosto

A Experiência Terá de Ocorrer

"Elias subiu num redemoinho… E Eliseu nunca mais o viu", 2 Rs 2,12ss

Nada de errado existe em depender de Elias enquanto for Deus a deixá-lo consigo, mas lembre-se de que chegará a hora quando ele terá que partir, para deixar de ser seu guia e líder, porque Deus não quer mais que seja assim. Você dirá: "Não posso prosseguir sem Elias". E Deus lhe dirá que terá que fazê-lo mesmo assim.
Sozinho e abandonado nas margens do seu Jordão, v.14. O Jordão é símbolo de uma separação na qual não há comunhão com mais ninguém e onde não há mais ninguém que possa assumir essa responsabilidade por nós. Agora você tem que pôr à prova aquilo que aprendeu quando ainda estava com o seu Elias. Você já esteve junto do Jordão muitas vezes, mas com Elias; só que agora está ali sozinho. Não adianta dizer que não pode prosseguir; a hora da experiência chegou e você tem que seguir adiante. Se quiser uma prova de que Deus é o Deus que você crê que seja, então atravesse esse seu Jordão a sós desta vez.
Sozinho na sua Jericó v.15. Jericó é o lugar onde você viu o seu Elias fazer grandes coisas anteriormente. Mas assim que chega a Jericó, sente uma forte aversão em tomar a iniciativa por si próprio para confiar em Deus; quer que alguém o faça consigo. Se permanecer fiel ao que aprendeu com Elias, receberá o sinal de que Deus está deveras consigo também.
Sozinho na sua Betel v.23. Na sua Betel você vai descobrir que sua sabedoria chegou ao seu fim e irá achar ali a sabedoria de Deus. Quando você se vir sem saber o que fazer e estiver em vias de sucumbir e se entregar ao pânico, controle-se; permaneça fiel a Deus e ele manifestará a sua verdade de forma a tornar a sua própria vida uma bênção também. Ponha em prática o que aprendeu com o seu Elias, tome o manto dele e ore ardentemente. Decida-se a confiar em Deus e não mais porque Elias o fez.

10/08/2010

Livre sou - Leonardo Gonçalves

10 de Agosto

O Sacrifício Vivo
"Por isso também os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem as suas almas
 ao fiel Criador, praticando o bem", 1Pd 4,19.

Optar pelo sofrimento significa que algo está errado conosco; optar pela vontade de Deus, mesmo que isso implique sofrimento, é algo bastante diferente. Nenhum cristão normal opta pelo sofrimento; opta, isso sim, pela vontade de Deus, como fez Jesus, quer ela signifique sofrimento ou não. Nenhum de nós deve-se atrever a interferir na disciplina do sofrimento na vida de outro irmão também.
A pessoa que agrada o coração de Jesus fará com que outros irmãos se tornem fortes e amadurecidos para Deus acima de tudo. As pessoas que mais nos fazem bem não são aquelas que se compadecem de nós; estas sempre atrapalham, porque a compaixão nos enfraquece. Ninguém compreende um servo de Deus senão aquele que tem muita intimidade com o Salvador. Se aceitarmos a compaixão de um irmão, o sentimento reflexo será: "Deus está sendo muito duro para comigo". Foi por isso que Jesus disse que a auto-piedade era do diabo, Mt 16,23. Tenha cuidado para com a reputação de Deus que existe em si. É fácil denegrir o Seu caráter apenas porque ele não retribui logo ali e nunca se defende. Rejeitemos a idéia de que Jesus precisou de compaixão em sua vida terrena; ele recusou a compaixão dos homens porque sabia muito bem que ninguém na terra compreendia o que ele estava pretendendo fazer e conseguir alcançar. Ele só aceitou a compaixão do Pai e dos anjos nos céus, Lc 15,10.
Segundo o julgamento do mundo, Deus desperdiça de modo incrível a vida dos seus servos e os coloca nos lugares mais inúteis. "Deus quer-me aqui porque sou-Lhe muito útil" — pensamos. Mas Jesus nunca avaliou sua vida em termos de utilidade. Deus coloca seus servos onde irão glorificá-lo e não temos nenhuma competência para julgarmos a viabilidade ou não do lugar ou das circunstâncias onde somos colocados.

09/08/2010

9 de Agosto

A Oração Sobre o Que o Pai Ouve
"Pai, graças te dou porque me ouviste", Jo 11,41

Quando o Filho de Deus ora, ele só tem consciência de uma coisa — do Pai. Deus sempre ouve as orações de seu Filho e caso o Filho de Deus já se achar formado em mim, o Pai sempre ouvirá as orações feitas por mim. Eu tenho que fazer com que o Filho de Deus se manifeste em meu corpo mortal. "Vosso corpo é santuário do Espírito Santo", isto é, a Belém para o Filho de Deus. Estarei permitindo que o Filho de Deus viva a sua vida normal dentro de mim? Será que a simplicidade da Vida do Filho de Deus está sendo desenvolvida dentro da minha, exatamente como se desen­volveu na vida dele, cá na terra? E quando enfrento as ocorrências da vida como um ser humano comum, a oração do Filho eterno de Deus a seu Pai aparece sendo feita em mim? "Naquele dia pedireis em meu nome..." Que dia é esse? O dia em que o Espírito Santo descer sobre mim e me tornar efetivamente um com o meu Senhor.
O Senhor Jesus Cristo está amplamente satisfeito com sua vida em nós, ou você anda de nariz erguido espiritualmente? Nunca deixe o bom-senso intrometer-se para empurrar o Filho de Deus para um canto. O bom-senso é uma dádiva de Deus à natureza humana, mas não é o dom de seu Filho para conosco; o senso sobrenatural, a "sabedoria" de Deus, esse é. Nunca dê um trono a nenhum bom-senso seu. O Filho percebe o Pai; o bom-senso até agora nunca percebeu o Pai e também nunca o fará. Nossa inteligência nunca dá culto e homenagem a Deus, a menos que seja transfigurada, habitada e usada pelo Filho de Deus quando este habita em nós. Temos que fazer com que este corpo mortal seja mantido numa perfeita sujeição ao Senhor e que Cristo opere através dele em qualquer momento que deseje fazê-lo. Estaremos vivendo em tal dependência de Jesus Cristo que a vida dele se manifeste em nós durante todos os momentos e minúcias de nossa vida? 

08/08/2010

8 de Agosto

Oração em Honra do Pai
"…E o Santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus", Lc 1,35

Se de fato o Filho de que Deus nasceu em meu corpo mortal, será que a sua inocência santa, simplicidade e unidade com o Pai estão tendo oportunidade de manifestar-se em mim do mesmo jeito? O que aconteceu com a virgem Maria na histórica introdução do Filho de Deus nesta terra acontece com cada cristão em exclusivo. O Filho de Deus nasce em mim por atuação direta de Deus; então, como filho de Deus, tenho que exercer esse direito de filho, de estar sempre face a face com meu Pai e não apenas quando posso. Estarei sempre perguntando, maravilhado, para mim mesmo: "Por que meu bom-senso quer me desviar agora? Ele não sabe que me cumpre estar na casa de meu Pai?” Lc 2,49 Sejam quais forem as circunstâncias que o levem a pensar assim, esse Filho santo e inocente deve estar em contacto permanente com seu Pai dentro de si.
Será que sou suficientemente simples para me poder identificar dessa maneira com meu Senhor? Estará ele conseguindo fazer cumprir sua maravilhosa vontade dentro da minha vida? Está dando para Deus perceber que seu Filho está sendo formado em mim, Gl 4,19 ou será que o coloquei deliberadamente de lado? Ah, que clamor o destes dias! Todos estão clamando — o quê? Que o Filho de Deus seja levado à morte. Não há lugar aqui para o Filho de Deus, não há tempo para uma comunhão tranquila com o Pai dentro de cada homem aqui.
Está o Filho de Deus orando através de mim, ou eu é que lhe estou dando ordens? Será que ele está operante através de mim como o era durante sua vida aqui? Será que o Filho de Deus está operando em mim a sua paixão para que se cumpram todos os seus propó­sitos? Quanto mais sabemos da vida interior dos mais experimenta­dos servos de Deus, melhor entendemos qual é o propósito de Deus em todos os sentidos — "preencher o que resta das aflições de Cristo", Cl 1,24. Há sempre algo mais a ser feito nesta coisa de "preencher o que falta".

07/08/2010

7 de Agosto

Oração Em Casa do Pai
"Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?" Lc 2,49.

A infância do Senhor não foi considerada uma vida adulta imatura; sua infância é um fato que se pode considerar eterno. Será que sou filho de Deus santo e inocente pela identificação com o meu Senhor e Salvador? Será que encaro a vida como se a estivesse vivendo na casa de meu próprio Pai? Estará o Filho de Deus vivendo na "casa de seu Pai" em mim?
A realidade permanente é que Deus e seu cuidado nos alcança a cada instante que passa. Será que estou sempre em contacto com essa mesma realidade, ou oro apenas quando as coisas me vão mal, quando há algum momento de perturbação em mim? Temos que aprender a identificar-nos com o Senhor em santa comunhão através de meios que alguns de nós ainda nem começaram a aprender sequer. "... Me cumpria estar na casa de meu Pai" — devo viver todos os momentos na casa de meu Pai desse mesmo jeito assim.
Aplique esse princípio às suas condições individuais também — você estará tão identificado com a vida do Senhor a ponto de ser simplesmente um filho de Deus em constante conversa com ele e consciente de que todas as outras coisas virão de suas mãos? Será que o "Filho Eterno" que vive dentro de si está vivendo na casa do Pai ali mesmo? Ele está ministrando sua graça através de si nesse seu lar, em seus negócios, em seu círculo familiar? Você tem andado a perguntar-se por que tem de passar pelas coisas por que está passando? Não é que você tenha de passar por elas; é por causa do relacionamento que o Pai permitiu que Jesus tivesse consigo como filho santo que deve ser. Deixe que Deus aja como quer, sempre que quer; mantenha-se, assim, em perfeita união com ele.
Aquela vida permanente do seu Senhor deve tornar-se a sua vida também; o modo como ele agiu e viveu entre os homens deve ser a maneira pela qual ele deve ainda poder viver dentro de si também.

06/08/2010

6 de Agosto

A Cruz na Oração
"Naquele dia pedireis em meu nome..." Jo 16,26.

Somos muito dados a pensar na cruz como uma experiência pela qual somos obrigados a passar; mas só passamos pela experiência a fim de nos identificarmos com aquilo que essa cruz pode significar para todos nós. A cruz, para nós, representa apenas uma coisa — completa, total e absoluta identificação com o Senhor Jesus Cristo; e não há aspecto nenhum onde essa identificação se concretize mais e melhor do que a oração.
"O vosso Pai sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais", Mt 6,8. Então, por que vamos pedir? O propósito da oração não é obter bênçãos de Deus; orar é entrar em perfeita e total sintonia numa união que nos identifica com o próprio caráter de Deus. Se oramos porque desejamos bênçãos, terminaremos irritados contra Deus. Ele responde todas as vezes que oramos, mas nem sempre responde como desejamos e nossa irritação só revela a nossa própria recusa em nos identificarmos com o Senhor na oração. Não estamos aqui para provar que Deus responde à oração; estamos aqui para sermos monumentos vivos da própria graça de Deus.
"E não vos digo que rogarei ao Pai por vós, porque o próprio Pai vos ama". Você já alcançou uma tal intimidade com Deus que a vida de oração do Senhor Jesus Cristo é a única definição de sua própria vida de oração? Será que a vida vital e vitalícia do Senhor se tornou uma fonte inesgotável de vida para si também? "Naquele dia" você estará tão identificado com Jesus, que não haverá mais nenhuma diferença entre os dois.
Quando a oração parece não ser respondida, cuidado para não jogar a culpa sobre alguém. Isso é sempre uma armadilha de Satanás sobre si mesmo. Você descobrirá depois que por trás disso existe uma razão que encerra um profundo ensinamento exclusivamente para si a qualquer momento.

05/08/2010

5 de Agosto

O Invulgar Chamado de Deus
"... E tudo quanto foi escrito através dos profetas, acerca do Filho do homem se cumprirá... Eles, porém, nada entenderam acerca destas coisas." Lc 18,31-34.

Deus chamou Jesus Cristo para o que parecia um fracasso absoluto aos olhos humanos. Jesus chamou seus discípulos para assistirem à sua própria morte; levou cada um deles a um profundo quebrantamento. A vida de Cristo foi um fracasso total sob o ponto de vista de todo o mundo, menos do de Deus. Mas, o que aos homens parecia fracasso, foi um extraordinário triunfo do ponto de vista divino, porque o propósito de Deus nunca é conseguido como o propósito do homem.
Este desconcertante chamado de Deus chega também até nós. Esse chamado nunca pode ser declarado como absoluto e totalmente compreensível exteriormente; ele pode apenas ser entendido e levado a sério pelo caráter que existe em nosso interior e ser apreendido e entendido por aquilo que somos interiormente. É como o chamado do mar — ninguém o ouve, a não ser a pessoa que tem em si a natureza do mar. Não se pode explicar de maneira bem definida para o que Deus nos chamou, porque ele nos chama para sermos companheiros dele antes de tudo, visando os seus próprios objetivos; e o teste desse chamado consiste em crer que Deus sabe precisamente tudo o que quer e que as coisas que acontecem não são por acaso, mas antes inteiramente por determinação de Deus. Deus desenvolve os seus objetivos dessa maneira simples.
Se estivermos em comunhão com Deus e reconhecermos que ele nos inclui em seus planos, não insistiremos mais em desco­brir quais serão estes. À medida que crescemos na vida cristã, ela vai-se tornando mais simples, porque fazemos menos per­guntas: "Por que Deus permitiu isto ou aquilo?" Por trás de tudo está a força constrangedora de Deus. Cristão é aquele que confia na sabedoria de Deus e não em juízos que faz sobre eles. Se tivermos planos próprios, isso destruirá a simplicidade e a descontração que devem caracterizar a vida de qualquer filho de Deus.

04/08/2010

Radicais Inconformados - Geração 34- Juventude Quadrangular

What if Starbucks Marketed Like a Church? A Parable.

4 de Agosto

O Companheirismo de Coragem de Deus
"Tomando consigo os doze..." Lc 18,31.

Que coragem a de Deus — confiar em nós! "Mas ele não agiu com sabedoria ao escolher-me, porque não há nada em mim; não tenho valor nenhum" — diria você. Foi por isso mesmo que ele o escolheu. Enquanto achar que possui algum valor, ele não poderá escolhê-lo, porque tem certos objetivos próprios para alcançar. Mas, se já permitimos que ele nos fizesse desistir de nossa auto-suficiência, então ele poderá chamar-nos para acompanhá-lo até Jerusa­lém, Lc 18,31 e nisso está implícito o cumprimento daqueles propósitos que ele nem está na disposição de discuti-los conosco sequer.
Pensamos que, pelo fato de alguém ter suas aptidões naturais, automaticamente será um bom cristão. Mas aqui o impor­tante não é nossa capacidade, mas antes nossa "pobreza"; não o que trazemos conosco, mas o que Deus coloca em nós. Não se trata aqui de virtudes naturais da força de caráter, sabedoria e experiência — nessa questão nada disso tem valor. O que pesa mesmo é sermos levados pelo grandioso impulso de Deus para nos tornarmos seus compa­nheiros 1 Co 1,26-30. Os companheiros de Deus são pessoas que reconhecem na sua própria pobreza aquela força de Deus. Deus não pode usar a pessoa que se acha útil a ele. Como cristãos, não saímos em defesa de nossa própria causa, mas antes e acima de tudo em defesa da causa de Deus — que não tem nada a ver com nossos interesses pessoais. Mesmo não sabendo qual o propósito de Deus para nós, temos que manter nosso relacionamento com ele, aconteça o que acontecer. Não devemos permitir que coisa alguma, em momento algum, prejudique o relacionamento que temos com Deus; se ele for prejudicado, temos que parar e concertá-lo logo ali. No cristianismo o mais importante não é o trabalho que fazemos para Deus, mas o relacionamento que mantemos com ele e o ambiente que esse relacionamento produz em nós. É a única coisa de que Deus nos pede para cuidar e é justamente a única que está constantemente sob ataque cerrado.

03/08/2010

3 de Agosto

O Grande Propósito de Deus
"Eis que subimos para Jerusalém", Lc 18,31.

Jerusalém, na vida do Senhor, foi o lugar onde ele atingiu o auge de toda a vontade do Pai. "Não procuro a minha própria vontade e, sim, a daquele que me enviou", Jo 5,30. Esse foi o interesse dominante durante toda a sua vida e tudo o que com ele se deparou em seu caminho, alegrias ou tristezas, sucessos ou fracassos, nunca o desviaram do seu propósito. "Manifestou o firme propósito de ir para Jerusalém", Lc 9,51.
A coisa mais importante de nos lembrarmos é que subimos para Jerusa­lém para cumprir o propósito que Deus nos incumbiu e nunca o nosso próprio. Naturalmente que nossos anseios nos pertencem; mas na vida cristã não temos objetivos próprios. Fala-se tanto, hoje em dia, de nossas decisões por Cristo, nossa determinação de sermos cristãos, nossas decisões a favor disto e daquilo, mas o que ressalta do Novo Testamento é o aspecto do impulso da vontade de Deus dentro de nós. "Não fostes vós que me escolhestes a mim; fui eu que vos escolhi…", Jo 15,16.
Não somos levados a fazer um acordo consciente com o propósito de Deus; somos impelidos a cumprir os propósitos de Deus sem ter deles a mínima consciência, por vezes. Não temos nenhuma noção do que Deus está pretendendo conosco e, na medida que prosseguimos, o propósito dele torna-se cada vez mais vago para nós. Temos a impressão de que Deus está errando o alvo porque somos por demais míopes e não enxergamos a Jerusalém que ele está visando. No começo da vida cristã, temos nossas próprias idéias sobre o objetivo de Deus conosco: "Eu tenho que ir para aqui ou para ali", "Deus chamou-me para fazer um trabalho em todo especial" e vamos para o fazermos, mas o forte impulso de Deus permanece ainda dentro de nós. O trabalho que realizamos não tem nenhuma importância; comparado com o grande impulso de Deus dentro de nós, não passa de meros andaimes. "Tomando consigo os doze" — ele nos chama continuadamente. Há algo mais do que aquilo que havemos recebido até agora.

02/08/2010

2 de Agosto

O Ensino da Adversidade
"No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo", Jo 16,33.

Um conceito que muitos têm da vida cristã será que ela significa libertação de todos os problemas. Mas ela significa, na verdade, libertação nos problemas, o que é algo muito diferente. " Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo-Poderoso descansará… nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda", Sl 91,1-10 — nenhuma praga chegará ao lugar em que você estiver, lá no local daquela união com Deus.
Se você é filho de Deus, por certo terá que enfrentar problemas. Mas é Jesus quem diz que não deve surpreender-se sequer sempre que eles surgem. "No mundo, tereis aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo". Não tem nada a temer. Muitas pessoas que antes de serem salvas desdenhariam conversar sobre problemas, depois de se con­verterem, muitas vezes, perdem a fibra porque têm um conceito errado do que é ser-se cristão de fato.
Deus não nos dá a vida vitoriosa; ele nos dá vida à medida em que vamos vencendo e crescendo para Ele. A força provém na tensão; se não houver tensão, não haverá força também. Você estará pedindo a Deus que lhe dê vida, liberdade e alegria? Ele não lhe poderá dar nada disso, a não ser que você aceite também a tensão que a precede. Assim que você souber encarar a tensão, receberá a força necessária. Vença seus temores, dê aquele passo e Deus lhe dará de comer da árvore da vida e você conseguirá alimentar-se dela também. Se você se desgastar fisicamente, acabará exausto; mas desgaste-se espiri­tualmente e receberá mais força ainda. Deus nunca nos dá forças para amanhã, nem para as próximas horas, apenas para a tensão deste preciso momento. Somos tentados a enfrentar as dificuldades do ponto de vista do bom-senso. O cristão alegra-se sobremaneira quando se sente esmagado por dificuldades, permanecendo em Deus, pois a situação é ironicamente impossível de resolver para todo mundo, menos para o Senhor.

1 de Agosto

Mais Algumas Palavras Sobre o Modo Como Deus Opera
"Ora, tendo acabado Jesus de dar estas instruções a seus doze discípulos, 
partiu dali a ensinar e a pregar, nas cidades deles. Mt 11,1.

Ele é quem vai para os lugares de onde nos manda sair. Se quando Deus disse "Vai" você ficou, por estar preocupado com as pessoas de sua cidade, privou-as de receberem o ensinamento e a pregação da boca do próprio Senhor Jesus Cristo. Se obedeceu e deixou com Deus as consequências, o Senhor por certo irá Ele próprio à sua cidade para ensinar; enquanto se negou a obedecer-Lhe, era você quem estava atrapalhando. Verifique a partir de que ponto começa a contestar o Senhor e a colocar o que você chama de "dever" em contraposição a tudo que foi ordenado por ele. "Eu sei que ele me mandou partir, mas o meu dever e responsabilidade será ficar aqui"; isso significa que você não acredita que Jesus fala mesmo a sério nas coisas que diz.
Ele ensina onde nos ordena que não ensinemos. "Mestre... que façamos três tendas", Lc 9,33.
Será que queremos servir de Deus para outras pessoas? Estaremos nós fazendo tanto alvoroço instruindo-as que Deus não consegue aproximar-se delas? Precisamos aprender a ficar de boca fechada e espírito alerta, pois Deus quer instruir-nos a respeito de seu próprio Filho; ele quer transformar nossos momentos de oração em montes de transfiguração quando nós não o permitimos. Quando concluímos que já sabemos como Deus vai agir, ele nunca mais agirá daquela maneira.
Ele opera onde nos manda esperar n’Ele. "Permanecei, pois... até que...", Lc 24,49. Espere em Deus e ele agirá, mas não espere mal-humorado, só porque não consegue enxergar um palmo à frente do seu próprio nariz! Será que estamos suficientemente desprendidos de nosso histerismo espiritual para ainda podermos esperar em Deus? Esperar não é ficar sentado de braços cruzados, mas aprender a fazer o que Deus nos ordenou enquanto esperamos.
Esses são alguns aspectos do modo como Deus opera e que nós raramente reconhecemos como tal.