Devocional Diário TUDO PARA ELE, de Oswald Chambers Publicação: Editora Betânia.

IMPORTANTE: AS DEVOCIONAIS DIÁRIAS ESTÃO ARQUIVADAS E VOCÊ PODE PESQUISAR O DIA DO ANO QUE QUISER E LER A QUALQUER MOMENTO.


Passo a publicar também, algumas meditações de Brennan Manning, do devocional "Meditações para Maltrapilhos". (dez/2011)

"Estas leituras diárias foram coletadas de várias fontes, mas principalmente de conferências proferidas por Oswald Chambers no Bible Training College, Clapham, durante os anos de 1911 a 1915; depois, de outubro de 1915 a novembro de 1917, das palestras feitas nos cultos noturnos dos acampa-mentos do Y.M.C.A (Associação Cristã de Moços), em Zeitun, no Egito.

Em Novembrode 1917, meu marido foi chamado à presença de Deus. Desde então muitas dessas palestras foram reunidas em volumes e publicadas. Parte destes textos é constituída de mensagens pronunciadas durante a hora devocional no colégio - hora que, para muitos alunos, foi um marco em sua vida espiritual. "

"Os homens estão sempre se voltando aos poucos que dominam o segredo espiritual, cuja vida está escondida com Cristo em Deus. São os da religião dos velhos tempos, pendentes dos cravos da cruz." (Robert Murray McCheyne.).

Por sentir que o autor desta obra é um desses, cujos ensinamentos os homens voltam sempre a consultar, é que este livro foi preparado e lançado com uma oração para que, dia a dia, suas mensagens continuem a produzir a vida e a inspiração vivificantes do Espírito Santo".
B.C. 1927

31/05/2010

31 de Maio
Deus Em Primeiro Lugar
"Mas o próprio Jesus não se confiava a eles... porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana" Jo 2,24-25

Demos prioridade à nossa confiança em Deus. O Senhor não confiava em nenhum homem; mesmo assim, ele nunca foi desconfiado, nunca se amargurou, nunca desesperava de ninguém, porque colocava sua confiança primeiro em Deus; confia­va totalmente no que a graça de Deus podia fazer por qualquer ser humano. Se colocarmos nossa confiança primeiro nas pessoas, acabaremos desesperando de todos; tornar-nos-emos amargos, por­que insistimos em que um ser humano seja o que nenhum deles pode ser — absolutamente reto. Nunca confiemos senão na graça de Deus, em relação a nós ou a quem quer que seja.
Demos prioridade à vontade de Deus. "Eis, aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade", Hb 10,9
O homem obedece àquilo que ele vê como uma necessidade; a obediência do Senhor era à vontade de seu Pai. O clamor de hoje é: "Precisamos de fazer alguma coisa, pois os pagãos estão morrendo sem Deus; precisamos ir falar-lhes dele". Antes demais nada, precisamos ver se as necessidades de Deus estão sendo atendidas dentro nós. "Permanecei, pois... até..." O objetivo deste Colégio é levar-nos a posicionarmos corretamente em relação às necessidades de Deus. Depois que as necessidades de Deus em nós tiverem satisfeitas, então ele abrirá o caminho para que atendamos suas necessidades noutros lugares também.
Demos prioridade à confiança que Deus deposita em nós. "E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe", Mat.18.5.
A confiança de Deus está em que ele se dá a nós como uma criancinha. Deus espera que nossa vida pessoal seja uma "Belém". Estamos porventura na permissão de que nossa vida natural seja lentamente transfigurada através da vida do Filho de Deus em nós? O objetivo final de Deus é que seu Filho possa sair manifestado através de todo o nosso corpo mortal.

30/05/2010

30 de Maio
“Sim…Mas…”
"Seguir-te-ei, Senhor; mas...", Lc 9,61

Suponhamos que Deus lhe chega a dizer para fazer algo que constitua um verdadeiro desafio ao seu bom-senso. Que fará com isso? Recuará? Se, no plano natural, estiver habituado a fazer algo, continuará a agir dessa mesma forma, a menos que resolva decididamente quebrar esse tal hábito. O mesmo se dá no plano espiritual: todas as vezes que se defrontar com o que Jesus Cristo quer, no momento decisivo recuará, até que se possa entregar resolutamente a ele. "Sim, mas... suponhamos que eu obedeça a Deus nesta questão; o que acontecerá com..." "Sim, eu vou obedecer a Deus se ele me deixar usar o bom-senso; mas que não me peça para dar um salto no escuro". O que Jesus Cristo exige daquele que confia nele é o mesmo corajoso espírito que demonstra um atleta. Quem quiser fazer alguma coisa que valha a pena, em certas ocasiões, terá que arriscar tudo nesse mesmo salto; pois, no plano espiritual Jesus Cristo exige que arrisquemos tudo o que se apóia no bom-senso e saltemos na direção que ele indica; e, assim que saltamos, vemos que o que ele diz tem tanto de lógico quanto o bom-senso. No foro do bom-senso, as afirmações de Jesus Cristo podem parecer insensatas; mas, se as transferirmos para o foro da fé, descobriremos, para nosso espanto, que elas são as próprias palavras de Deus.
Confie totalmente em Deus e quando ele o chamar para correr algum risco, enfrente-o e confronte-o. Na hora da crise, agimos como pagãos; apenas um entre uma multidão de cristãos, é suficientemente ousado para apostar sua vida e fé no caráter de Deus.

29/05/2010

29 de Maio
Relacionamento Tranquilo
"Naquele dia pedireis em meu nome... O próprio Pai vos ama", Jo 16,26-27

"Naquele dia pedireis em meu nome", isto é, em minha natureza. Isso não significa: "Usarás o meu nome como uma palavra mágica", mas: "Teremos tanta intimidade que serás um comigo". "Aquele dia" não é um dia futuro; deve ser hoje, aqui e agora. "O próprio Pai vos ama" — a união é completa e absoluta desde então. O Senhor não quer dizer que a vida ficará isenta de certas perplexidades, mas que da mesma maneira como ele conheceu o coração e a mente do Pai, assim também, pelo batismo com o Espírito Santo, ele pode elevar-nos aos lugares celestiais dele próprio, onde nos poderá ainda revelar muitos dos conselhos de Deus.
"Se pedirdes alguma coisa ao Pai... em meu nome...", Jo 16,22 “Aquele dia" é um dia de tranquilo relacionamento entre nós e Deus. Tal como Jesus se manteve imaculado na presença de seu Pai, também nós, pela operação poderosa do batismo com o Espírito Santo, podemos ser elevados a esse mesmo relacionamento: "para que sejam um, como nós o somos", Jo17,22
"Ele vos concederá", Jo16,23 Jesus diz que Deus atenderá nossas ora­ções. Que desafio! Pelo poder da ressurreição e ascensão de Jesus, pelo Espírito Santo enviado, podemos ser elevados a um tal relacio­namento com o Pai, que estaremos sempre em constante e pleno acordo com a perfeita e soberana vontade de Deus, por nossa livre escolha, tal como Jesus sempre esteve. Nessa maravilhosa posição de eleição, colocados nela por Jesus Cristo, podemos orar a Deus em nome do Filho, em sua natureza conferida a nós pelo Espírito Santo! E Jesus diz: "Se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome". O caráter soberano de Jesus Cristo é provado e colocado à prova através das declarações que fez.

28/05/2010

28 de Maio
Revelação Sem Quaisquer Perguntas
"Naquele dia nada me perguntareis", João 16.23

Quando será "aquele dia"? Quando o Senhor que subiu ao céu fizer de nós um com o Pai. Naquele dia, seremos um com o Pai, como Jesus o é, e "naquele dia", diz Jesus, "nada me perguntareis mais". Enquanto a vida ressurreta de Jesus não se manifestar em nós conforme prometido, teremos muitas perguntas para Lhe fazer; mas, quando chegarmos ao ponto de confiança total na vida real e ressurreta de Jesus, que nos coloca em perfeito contacto com o propósito de Deus, descobriremos que todas as perguntas cessam, e parece que não temos nada mais para questioná-lo. Você está vivendo essa vida agora? Se não estiver, por que razão não passa a vivê-la já?
Pode ainda haver um sem número de coisas escurecidas para o nosso entendimento, mas elas não se interporão entre nosso coração e esse Deus. "E naquele dia não me fareis nenhuma pergunta!" Não precisamos perguntar nada, pois estamos certos de que Deus resolverá tudo de acordo com sua vontade. João 14.1 passa a traduzir o verdadeiro estado de nosso coração e será ali quando cessam todas as perguntas.
Se alguma coisa ainda constitui um enigma para si e se isso, assim sendo, se interpõe entre si e Deus, não procure a explicação para seu intelecto, procure-a na sua disposição — ela é que está errada. Tão logo sua disposição concorde em submeter-se à vida de Jesus, tudo o que possa ser mistério se desfaz e você atingirá ali aquele ponto no qual não há separação entre si e o Pai, porque o Senhor vos fez um. "... Naquele dia nada me perguntareis”.

27/05/2010

27 de Maio
A Vida Que O Conhece     
"Permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder", Lc 24,49

Não foi apenas por causa de sua própria preparação que os discípulos tiveram que esperar até o dia de Pentecostes para conhecerem Deus pessoalmente; eles tiveram que esperar que o Senhor fosse historicamente glorificado também. E assim que foi glorificado, o que aconteceu? "Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derra­mou isto que vedes e ouvis", At 2,33. Aquela afirmação em João 7.39 - "Pois o Espírito até esse momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado" - não se aplica a nós; o Espírito Santo já foi dado e o Senhor é glorificado; a espera e o receber não dependem mais da providência de Deus já, mas tão só de nossa própria condição pessoal.
A influência e o poder do Espírito Santo já operavam antes de Pentecostes acontecer, mas ele não estava entre os homens. Assim que o Senhor foi glorifi­cado na ascensão, o Espírito Santo entrou neste mundo e permaneceu aqui desde então. Nós temos que receber a revelação de que ele está aqui. A atitude constante do crente deve ser a de estar recebendo o Espírito Santo. Quando recebemos o Espírito Santo, recebemos, do Senhor exaltado, uma vida que nos vivifica.
Não é o batismo com o Espírito Santo que muda os homens, mas o poder do Cristo ressurreto, penetrando nas nossas vidas através do Espírito Santo que os transforma. Muitas vezes separamos coisas que o Novo Testamento nunca separa. O batismo com o Espírito Santo não é uma experiência à parte de Jesus Cristo: ele é a evidência de Cristo elevado aos céus.
Não devemos pensar no batismo com o Espírito Santo em termos de tempo ou eternidade; ele constitui um glorioso AGORA. "E a vida eterna é esta; que te conheçam a ti", Jo 17,3 Comece a conhecê-lo agora e não pare nunca mais.

26/05/2010

26 de Maio
Pensar Orando Como Jesus Ensinou
"Orai sem cessar", 1Ts 5,17

A concepção que temos sobre a oração é que determina se pensamos de forma correta a respeito dela ou se não. Se encararmos a oração como o ar de nossos pulmões e o sangue em nosso coração, estamos certos. O sangue flui incessantemente e a respiração processa-se continuamente; não temos consciência disso, mas o processo não pára por isso. Nem sempre estamos conscientes de que Jesus está-nos mantendo em perfeita harmonia com Deus, mas se Lhe formos obedientes, ele sempre o fará exatamente assim. A oração não é um exercício, é uma vida. Evitemos tudo o que possa impedir que essa oração seja permanente. "Orai sem cessar". Mantenha o hábito infantil de oferecer continuamente, através de seu coração, orações fervorosas a Deus.
Jesus nunca nos disse nada sobre orações não respondidas; ele tinha a certeza absoluta de que a oração seria sempre atendida. Será que, pelo Espírito, temos a mesma certeza que Jesus tinha a respeito da oração, ou, vezes sem conta nos lembramos das vezes que Deus pareceu não ter atendido nossas orações? "Pois todo o que pede recebe", Mat.7:8, disse Jesus. "Mas... mas..."; sempre temos um "mas..." Deus responde as orações da melhor maneira, não às vezes, mas todas as vezes, mesmo embora por vezes as respostas não se sucedam logo ali. Esperamos mesmo de Deus que Ele responda às nossas orações?
Existe o perigo de deslavarmos e diluirmos tudo o que Jesus afirmou para que as Suas palavras se possam assemelhar com algo que comungue com nosso próprio bom senso. Mas, caso se tratasse de senso comum, tudo quanto Ele pudesse dizer para nada valeria. As coisas que Jesus nos ensinou sobre a oração são apenas verdades simples e sobrenaturais que Ele traz até nós por revelação comum.

25/05/2010

25 de Maio
O Bom ou o Melhor?
"Se fores para a esquerda, irei para a direita; se fores para a direita, irei para a esquerda"
 Gn 13,9
Assim que começamos a viver a vida de fé em Deus, caso esta se torne real, muitas perspectivas fascinantes e maravilhosas surgem logo à nossa frente. Essas coisas viram nossos direitos, mas caso vivamos nossas vidas de fé também exerceremos com isso o direito de não termos quaisquer direitos para escolher. Deus fará a Suas escolhas por nós. Deus nos coloca inúmeras vezes em situações onde pensamos que nosso próprio bem-estar é a opção a levar em conta, caso não esteja vivendo essa vida de fé ainda como deve. Mas caso a esteja vivendo, alegrar-se-á em muito por poder prescindir dos seus direitos sobre as opções a tomar, permitindo assim que seja Deus a tomar essas mesmas opções por si. Essa é a forma de disciplina a qual Deus se faz usar para tornar o natural em espiritual através da obediência à sua voz.
Sempre que fizermos do nosso direito a diretriz sobre nossa vida, isso nublará toda a nossa percepção espiritual das coisas. O grande inimigo da vida de fé em Deus não é o pecado, mas o bom que não é tão bom. O bom é sempre o inimigo do melhor. Parece que a coisa mais sábia do mundo para Abraão aqui neste trecho seria exercer seu direito de escolher. Era direito dele e caso se recusasse a escolher dando esse poder de escolha a outro, até o povo do lugar o consideraria um tolo.
Muitos de nós não crescemos espiritualmente porque preferimos fazer escolhas baseadas nos direitos que achamos que possuímos, em vez de deixar que Deus faça a escolha por nós. Temos que aprender a andar segundo o padrão determinado por Deus. "Anda na minha presença e sê perfeito", Gn 17,1

24/05/2010

24 de Maio
Aquele Deleite do Desespero
"Quando o vi, cai aos seus pés como morto", Ap 1,17

Pode acontecer que, como o apóstolo João, você também conheça Jesus Cristo intimamente e de súbito ele aparece sem nenhuma das caracte­rísticas que conhecia dele e a única coisa que você consegue fazer é cair aos pés dele. Há ocasiões nas quais Deus não pode manifestar-se de nenhuma outra forma a não ser pela sua majestade e é o assombro da visão que nos leva ao deleite em desespero. E a única forma de sermos erguidos de novo será através da mão de Deus.
"Ele pôs sobre mim a sua mão direita", Ap 1,17 Entre o terror, um leve toque e você logo saberá que é a mão direita de Jesus Cristo sobre si. Não a mão direita da restrição, nem da correção, nem da punição, mas a mão direita do Pai eterno. Sempre que a sua mão pousar sobre si, a sensação é de paz e consolo inefáveis, de que "por baixo de ti estende os braços eternos", Dt 33,27, com todo o seu apoio, consolo e poder. Uma vez que você sente o toque, nada tornará a amedrontá-lo a partir dali. Entre toda aquela glória da sua ascensão, o Senhor Jesus vem falar a um insignificante discípulo: "Não temas". Sua ternura é inefavelmente doce. Será que o conheço assim desse jeito?
Pense bem naquilo que provoca o desespero: não existe nenhuma alegria, nenhuma perspectiva de futuro, nenhuma esperança de melhoria sequer; contudo há alegria no desespero que me sobrevém constatando que "em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum", Rm 7,18. Alegra-me saber que há em mim algo que me obriga a cair prostrado diante de Deus quando ele se manifestar a mim e que, para me tornar a erguer, terá que ser através da poderosa mão de Deus. Deus não pode fazer nada por mim enquanto eu não chegar ao limite das minhas capacidades todas.

23/05/2010

23 de Maio
Falta de Fé “Cuidadosa”
"Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir", Mt 6,25

O cuidado pela vida que consideramos comum é, para Jesus, sinal de infidelidade. Se recebemos o Espírito de Deus, ele insistirá em nos perguntar: "Onde é que Deus entra nesse relacionamento com tal pessoa, nessas férias programadas, nesses livros novos?" Ele sempre insistirá no mesmo ponto de vista, até que aprendamos a fazer dele nosso interesse primordial. Sempre que colocamos outras coisas em primeiro lugar, resultará em confusão.
"Não andeis ansiosos...", não leve sobre si o peso da preocupa­ção. Não só é errado preocupar-nos, mas também é infidelidade, porque preocupar-nos significa que achamos que Deus não é capaz de cuidar dos pequenos detalhes práticos de toda a nossa vida comum e será sempre isso que mais nos preocupa. Lembra-se o que foi que Jesus disse que sufocaria a sua palavra em nós? O diabo? Não; os cuidados deste mundo. São sempre as pequeninas preocupações. Quando não posso ver, não confio e é aí que começa a infidelidade. A única maneira de se curar a infidelidade é a obediência ao Espírito.
A grande mensagem de Jesus a seus discípulos é apenas “Abandonem-se”. 

22/05/2010

22 de Maio
A Explicação Para as Nossas Dificuldades
"Afim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós", Jo 17,21

Se você estiver passando uma experiência na solidão, leia João 17; ali se explica exatamente por que razão está assim — Jesus orou para que você seja um com o Pai como ele o era. Você está coope­rando com Deus para que essa oração seja atendida, ou tem algum outro objetivo em mente para sua vida? Já que se dignou tornar-se um discípulo, não pode ser mais tão independente quanto gostaria de ser.
O objetivo de Deus não é atender nossas orações, mas pelas nossas orações levar-nos a discernir o propósito dele para nós e isso está-nos revelado em João 17. Há uma oração que Deus tem que responder — a oração de Jesus: "Para que sejam um, como nós o somos". Será que estamos unidos a Jesus Cristo desse jeito? Deus não se preocupa em saber quais são os nossos planos; ele não diz: "Você quer passar por essa aflição, por esse transtorno?" Ele permite tais coisas com o olho fixado no objetivo dele. As coisas por que estamos passando, ou estão-nos tornando pessoas mais dóceis, melhores, mais nobres, ou estão-nos tornando mais teimosos e crí­ticos e mais insistentes em satisfazer a nossa própria vontade apenas. As coisas que nos acontecem fazem de nós ou demônios, ou santos; isso vai depender inteiramente do relacionamento que temos com Deus. Se dissermos: "Faça-se a tua vontade", receberemos a consolação de João 17, a consolação de sabermos que nosso Pai está agindo de acordo com a sua própria sabedoria em nós. Quando compreendermos o que Deus está pretendendo, não nos tornaremos mesquinhos e cínicos. Em sua oração, Jesus pediu que tivéssemos com ele nada menos do que uma perfeita união tal qual ele próprio tem com o Pai. Alguns de nós estão muito longe de conseguir isso, mas Deus não desistirá enquanto não formos um com ele, porque Jesus orou para que assim pudéssemos ser.

21/05/2010

21 de Maio
Obtendo a Fé De Deus
"Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas", Mt 6,33

Assim que lemos estas palavras de Jesus, desco­brimos ser a afirmação mais revolucionária jamais ouvida por ouvidos humanos. "Buscai primeiro o reino de Deus". Mas até os mais espirituais entre nós argumentam exatamente o contrário: "Mas eu tenho que viver; tenho que ganhar dinheiro que me seja suficiente; tenho que me vestir; tenho que me alimentar". A grande preocupa­ção de nossa vida não é o reino de Deus, mas como cuidar de nossa nova vida terrena. Jesus inverte a ordem; relacione-se corretamente com Deus primeiro, mantenha esse relacionamento como a grande preocupação de sua vida e nunca se preocupe com as demais coisas secundárias.
"Não andeis ansiosos pela vossa vida..." O Senhor mostra, de seu ponto de vista, como é absurdo ficarmos ansiosos por meios de sobrevivência. Jesus não está dizendo que aquele que não se preocupa com nada é bem-aventurado — tal pessoa é tola. Ele ensinou que o discípulo tem que fazer de seu relacionamento com Deus a preocupação central de sua vida e, em contrapartida, viver cuidadosamente despreocupado quanto a tudo o mais. O que Jesus quer dizer é: "Não deixe que o fator dominante de sua vida seja a preocupação com o que comerá ou beberá, mas se entregue totalmente a Deus". Algumas pessoas se mostram descuida­das com o que comem e bebem e sofrem com isso; são desleixadas com o que vestem e se apresentam de maneira que não devem; não cuidam bem dos seus negócios terrenos e Deus as responsabili­za por isso. O que Jesus deixa claro é que a grande preocupação da vida deve ser manter o relacionamento com Deus imaculado e em primeiro lugar e tudo o mais em segundo.
Uma das disciplinas mais severas da vida cristã é deixar que o Espírito Santo ajuste nossa vida a todos os ensinos de Jesus contido nesses versículos.

20/05/2010

20 de Maio
 Obter Domínio Total de Nossa própria Alma
"Na vossa paciência possuí as vossas almas", Lc 21,19

Depois que alguém nasce de novo e durante algum tempo seu pensamento e seu raciocínio perdem o vigor anterior. Temos que aprender a desenvolver a expressão da nova vida que é o formar da mente de Cristo em nós, Fil.2:5. "Na vossa paciência possuí as vossas almas", Lc 21,19 Muitos de nós preferem permanecer no limiar da vida cristã para não ter de seguir em frente e "edificar" nossa alma de acordo com a nova vida totalmente desconhecida, a qual Deus colocou desde nosso interior. Falhamos por ignorarmos muitas vezes a maneira nova de como fomos feitos; atribuímos nossas falhas ao diabo (à natureza do pecado), em vez de atribuí-las à nossa própria indisciplina. Pense apenas do que somos capazes quando acordados para esta verdade!
Há certas coisas pelas quais não devemos orar — mau humor, por exemplo. O mau humor não é expulso com oração, é expulso a pontapés. O mau humor quase sempre tem a ver com nossa condição física e não com a espiritual. Requer-se um esforço contínuo para não se dar lugar ao mau humor, cuja origem está na condição física; não se entregue a ele nem por um segundo de toda sua vida. Temos que nos agarrar a nós mesmos pelo colarinho e nos sacudirmos e apenas então descobriremos que podemos fazer tudo que pensávamos que não poderíamos fazer. O problema da maioria das pessoas é a maldição de decidirem que não tomarão essa posição de coragem e colocam um ponto final nesse assunto desse jeito. A vida cristã é uma vida de disposição espiritual vigorosíssima disposta e colocada dentro dum corpo de carne.

19/05/2010

19 de Maio
Da Destruição Ressurjo
"Quem nos separará do amor de Cristo?" Rm 8,35

Deus não mantém nenhum filho Seu imune aos problemas; ele diz: "Em toda a sua angústia estarei com ele", Sl 91,15. Não importa quais os problemas que dominam toda a sua vida; por mais graves que sejam, nenhum deles podem nem devem poder destruir seu relacionamento com Deus. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores. Paulo não fala de situações hipotéticas, mas de incidentes terrivelmente reais; e ele diz que somos muito mais que vencedores entre elas, não pelas nossas habilidades nem pela nossa coragem, nem por qualquer outra coisa, senão pelo fato de que nenhuma delas nos poderem afetar, nem a nós nem o nosso relacionamento com Deus se mantido em Jesus Cristo. Para bem ou para pior, estando onde estivermos, exatamente nas condições nas quais nos achamos. Tenhamos dó do cristão que não tem em sua vida alguma circunstância ou coisa adversa e indesejada.
"Será tribulação...?" Tribulação nunca é coisa boa; mas a tribulação, seja lá qual for — exaustiva, amarga, cansativa — não nos poderá separar de todo o amor de Deus. Nunca permita que cuidados ou tribulações o separem da certeza de que Deus o ama ainda, Mt 13,22
"Ou angústia...?" Poderá o amor de Deus sustentar-se e manter-se ainda em nós quando tudo nos diz que seu amor é uma mentira e que essa coisa chamada justiça não existe em lado nenhum mais?
"Ou fome...?" Poderemos nós não só crer no amor de Deus, como ser mais do que vencedores mesmo quando estivermos famin­tos e exaustos?
Ou Jesus Cristo é um mentiroso e Paulo foi iludido por Ele, ou coisas extraordinárias acontecem àquele que se firma no amor de Deus, mesmo quando tudo parece contrário ao caráter de Deus. A lógica silencia-se diante de cada uma dessas circunstâncias atrozes e sem explicação. Não há outra explicação, a não ser o amor de Deus que está em Cristo Jesus e dentro de nós. "Das próprias ruínas me levantarei" sempre.

18/05/2010

18 de Maio
Vivendo Simples, Mas Focado
"Observai as aves do céu... Considerai como crescem os lírios do campo", Mt 6,26-28

Considere os lírios do campo, como eles crescem sem labor e sem se exercitarem... existem simplesmente! Pense no mar, no ar, no sol, nas estrelas e na lua também — todos existem e que ministério exercem perante todos nós! Tantas vezes, no esforço pretensioso de sermos coerentes e úteis a outros, deturpamos a influência que Deus gostaria de passar sobre eles através de nós! Jesus diz que só existe um meio de nos desenvolvermos espiritualmente — pela focalização em Deus. "Não se preocupe em ser útil aos outros; antes creia em Mim" — esteja atento à fonte e a partir de si jorrarão rios de água viva, Jo 7,38 Não conseguiremos chegar às fontes de nossa vida natural pela lógica que ela não tem. O que Jesus quis transmitir com essas palavras é que o crescimento na vida espiritual não depende de nos preocupar­mos em crescer, mas antes sim, de nos concentrarmos em nosso Pai celestial. Ele conhece as circunstâncias que nos cercam; e caso nos mantenhamos concentrados nele, cresceremos espiritualmente como os lírios crescem.
As pessoas que mais influência exercem sobre nós, não são as que exigem nossa atenção falando sem parar, mas as que vivem sua vida como as estrelas vivem no céu e como os lírios nos campos o fazem também — em perfeita simplicidade e sem ostentação. São essas as vidas que nos podem moldar.
Se quiser ainda ser útil a Deus, acerte seu relacionamento com Jesus Cristo; ele o fará ser, inconscientemente, útil a cada minuto de toda a sua vida. Contudo, é de esperar apenas que, a nível consciente de sua existência, raramente se aperceba de estar a ser usado por Ele.

17/05/2010

17 de Maio
A Sua Ascensão e Nosso Acesso
“E aconteceu que, enquanto os abençoava, apartou-se deles; e foi elevado ao céu”, Lc 24,51

Não obtivemos ainda nenhuma experiência em nossas próprias vidas capaz de espelhar a vida do Senhor após a transfiguração. A partir desse momento crucial, a vida dele tornou-se inteiramente regeneradora ao ponto de substituir outras vidas. Até o momento da transfiguração, ele vivera a vida perfeitamente normal do ser humano. A partir da transfi­guração — Getsêmani, a cruz, a ressurreição — tudo se nos tornou desconhecido e estranho. A cruz é a porta pela qual todos os membros da raça humana podem ter acesso à vida de Deus; pela ressurreição, Cristo tem o direito de dar a vida eterna a qualquer pessoa e pela ascensão o Senhor entra no céu e mantém a porta aberta para toda a humanidade.
Mas a transfiguração completou-se apenas no Monte da Ascensão. Se Jesus tivesse subido ao céu partindo do Monte da Transfiguração, não teria sido mais do que uma gloriosa figura para nós. Mas deu as costas à glória e desceu do monte para identificar-se com a humani­dade decaída em iniquidade.
A ascensão é a consumação da transfiguração. É o retorno do Senhor à sua glória original; mas não um retorno como simples Filho de Deus; além de retornar como Filho de Deus, retorna a Deus como Filho do homem também. Pela ascensão do Filho do homem aos Céus qualquer um tem, agora, acesso livre e direto ao próprio trono de Deus como antes nunca teria. Como Filho do homem, Jesus Cristo deliberadamente limitou a si mesmo a onipotência, a onipresença e a onisciência. Hoje ele possui tudo isso em pleno e em absoluto poder entregue só a Si. Como Filho do homem, Jesus Cristo tem todo poder junto ao trono de Deus também. Desde a ascensão, até os dias de hoje, é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores.

16/05/2010

16 de Maio
O Hábito de Reconhecer a Provisão de Deus
“… para que por elas vos torneis participantes da natureza divina…”, 2 Pd 1,4

Somos feitos “co-participantes da natureza divina” tomando e partilhando da própria natureza de Deus através de todas as Suas promessas para logo termos de trabalhar através dessa mesma natureza para que opere até penetrar e tomar posse de toda a nossa natureza humana pelo desenvolvimento de hábitos santos. Um dos primeiros hábitos a desenvolver é o de saber reconhecer as provisões de Deus para nós. Dizemos, no entanto, “não consigo enfrentar esta luta”. Uma das mentiras mais severas prende-se com uma afirmação destas. Falando assim, até nos parece que nosso Pai celestial nos dispensou e nos deixou sem um tostão. Pensamos que se trata dum sinal de humildade poder dizer no fim dum dia, “quase nem sobrevivi o dia de hoje e me foi uma grande luta”. Mas, sendo o Deus Todo-poderoso conosco, tendo nós Deus de verdade através de Jesus, porque nos queixamos então? Ele alcançará a ultima estrela para me abençoar e também usará a ultima pedrinha de areia caso eu lhe seja obediente. Será que importa mesmo que nossas circunstâncias sejam complicadíssimas? Porque importaria mesmo? Caso nos desfiguremos pela auto-piedade e lástima e nos tornemos indulgentes no luxo da miséria, removemos as riquezas de Deus de nossas próprias vidas e não permitimos que outros possam achar essa mesma provisão. Substituímos Deus por interesses apenas nossos. Tal atitude faz com que nossas bocas se abram para queixumes sem fim, tornando-nos assim esponjas espirituais, as quais absorvem, mas nunca abrem mão do líquido que absorveram e também nunca se sentem satisfeitas. E verificamos assim, que nada de generoso e de bondoso existe em nossas vidas.
Antes que Deus se torne completamente satisfeito conosco, terá de nos tirar a chamada riqueza até que aprendamos que somente Ele é nossa Fonte. Como o Salmista disse: “Todas as minhas fontes estão em ti”, Sal.87:7. Se a majestade, a graça e os poderes de Deus nunca se manifestam através de nós, Deus nos responsabilizará por isso. “E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra”, 2 Co 9,8 E sempre que isso ocorrer, generosamente entregue aos outros do que recebeu. Seja visto e identificado pela natureza de Deus em si e Sua bênção e unção fluíram de dentro de si continuamente.

15/05/2010

15 de Maio
Estar Sempre à Altura da Situação
"Para saberdes qual é a esperança do seu chamamento..." Ef 1,18

Lembre-se sempre que você foi salvo por uma razão exclusiva — para que o Filho de Deus pudesse manifestar-se através de si, 2 Co 4,10 Concentre toda a sua energia no objetivo de manifestar sua eleição como filho de Deus; esteja sempre à altura de qualquer situação.
Você não pode fazer nada pela sua salvação, mas deve revelar, manifestar exteriormente o que Deus operou em seu íntimo, Fp 2,12 Você o demonstra com a sua língua, com o cérebro e com tudo que possui ainda? Se ainda continua sendo a mesma pessoa resmungona, infeliz, resolvida a não se modificar, então Deus não o salvou nem santificou ainda.
Deus é o Mestre da Engenharia. Ele permite que as dificuldades surjam a fim de verificar se seremos capazes de superá-las oportunamente: "Com o meu Deus saltarei uma muralha", Sl 18,29 Deus nunca nos eximirá de qualquer dos requisitos necessários a ser filho seu. Pedro diz: "Não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos". Estejamos à altura; façamos o que for preciso. Não importa o quanto isso nos doa, contanto que Deus ache ali a oportunidade de se poder manifestar em nosso corpo ainda mortal.
Que Deus não ache mais em qualquer um de nós o mais leve traço de lamúria, mas antes vigor espiritual – uma prontidão para enfrentar qualquer coisa que se nos apareça por diante. Temos que nos exercitar a fim de que o Filho de Deus possa manifestar-se em nosso corpo ainda mortal. Deus não tem museus para exibir. Nossa única meta na vida deve ser essa manifestação. E que cesse de todo essa nossa mania de dar ordens a Deus. O Senhor Jesus nunca deu ordens a seu Pai; nós também não estamos aqui para dar ordens a Deus; aqui estamos para nos submeter à vontade dele, a fim de que ele possa operar através de nós o que quiser. Quando compreendemos bem isso, ele nos fará "pão partido" e "vinho derramado" para alimentar e nutrir todos os outros também.

14/05/2010

14 de Maio
O Hábito de Se agradar na Adversidade
"Para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo", 2 Co 4,10
Temos que formar hábitos para expressar o que a graça de Deus tem feito em nós. Não fomos salvos para nos vermos livres do inferno, mas para manifestarmos a vida do Filho de Deus ainda em nossa carne mortal; e são as circunstâncias desagradáveis que revelam se estamos ou não manifestando essa mesma vida que é Sua. Manifesto a brandura do Filho de Deus ou aquela irritação própria do meu ser sem ele? A única coisa que me capacita a apreciar o que não é agradável é o entusiasmo de não deixar que a vida do Filho de Deus se possa manifestar em mim. Por mais desagradável que algo possa ser, diga: "Senhor, sinto-me feliz por obedecer-te nisto"; tão logo o faça, o Filho de Deus se manifesta e aquilo que glorifica a Jesus se manifesta em minha vida também.
Não pode haver espaço para contestação. No momento em que você obedece à instrução dada, o Filho de Deus se manifesta através de sua vida em dada situação; mas, se você contesta, entristece o Espírito de Deus. Deve antes estar sempre em condições de poder manifes­tar a vida do Filho de Deus em si, não esquecendo que, se ceder à auto-piedade, estará impossibilitado de fazê-lo e de torná-lo público. Nossas circunstân­cias são o meio pelo qual manifestamos a maravilhosa perfeição e pureza do Filho de Deus. O que deveria fazer nosso coração vibrar é podermos encontrar nossos meios novos de manifestar ao mundo apenas o Filho de Deus. Uma coisa é optar pelo que não é agradável; outra é aceitar o que é desagradável por desígnio de Deus. Se Deus o permite, a aceitação deve ser amplificada em nós.
Mantenha-se sempre em condições de manifestar a vida do Filho de Deus em si mesmo. Não viva de lembranças; deixe que a Palavra de Deus esteja sempre viva e atuante dentro de si também.

13/05/2010

Está Acontecendo Agora - Divulgação Marcha contra Pedofilia - estaaconte...

13 de Maio
O Hábito de Manter a Consciência Sempre Limpa
"Consciência pura diante de Deus e dos homens", At 24,16

Os mandamentos de Deus são dirigidos à vida de seu Filho que existe em nós; portanto, para a natureza humana na qual seu Filho foi formado, seus mandamentos parecem difíceis, mas assim que obedecemos, eles se tornam divinamente fáceis por Ele.
A consciência é a faculdade que se prende ao mais elevado conhecimento que possuo e que me diz o que esse conhecimento exige que seja feito. São como se fossem os próprios olhos da alma voltados para Deus ou para o que consideram mais elevado; por essa razão os registros da consciência diferem de pessoa para pessoa. Se me mantenho firme diante de Deus, minha consciência me apresentará sempre a lei perfeita de Deus e indicará o que devo fazer. A questão é: serei obediente? Tenho que me esforçar para manter minha consciência sempre sensível de modo que eu possa viver sem tropeços dentro de mim. Devo viver numa sintonia tão perfeita com o Filho de Deus, que em cada circuns­tância o espírito do meu entendimento se renove e eu entenda de imediato "qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus", Rm 12,2 ; Ef 4,23. Deus nos educa até nas minúcias. Será que estou tão atento ao mais leve sussurro do Espírito que saiba o que devo fazer prontamente? "Não entristeçais o Espírito de Deus". Ele não vem com a voz de um trovão; sua voz é mansa e é fácil não prestar atenção a ela. O que mantém a consciência sensível é o hábito contínuo de conservar o coração aberto a Deus. Sempre que se sentir inclinado a questio­nar: "Por que não posso fazer isto?", pare de imediato, pois já se encontra no caminho errado. Quando a consciência fala, não pode haver discus­são. Se permitir que qualquer coisa obscureça sua íntima comunhão com Deus, quem perde é você. Seja lá o que for, pare e procure manter bem nítida sua visão em seu próprio espírito.

12/05/2010

12 de Maio
Adquira o Hábito de Não Ter Hábitos
"Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos", 2Pd 1,8

Quando começamos e estando nós ainda formando hábitos, temos consciência do que estamos fazendo. Há ocasiões em que tomamos consciência de que estamos nos tornados virtuosos e pacientes espiritualmente, mas isso é apenas uma etapa de nossa vida; se pararmos por ali, acabaremos por nos tornar espiritualmente obesos, caprichosos e orgulhosos. A forma mais correta de podermos lidar com os hábitos é integrá-los à vida do Senhor até que, todos, de tanto serem praticados, deixem de ser hábitos conscientes e se tornem naturais por si mesmos. Em nossa vida espiritual voltamos continuamente à introspecção porque existem algumas qualidades que ainda nos estão ausentes. Em última análise, essa vivência deve ser completamente simples e tornada naturalmente espontânea.
O seu deus pode ser sua prática religiosa, como o hábito de orar em determinadas horas, ou o hábito de ler a Bíblia por assim dizer. Observe como o Pai transtornará esses horários, se você começar a prestar homenagem a esses cultos privados e a esses hábitos em vez de se agarrar a Quem eles simbolizam e Quem eles podem manifestar: "Eu não posso fazer isso agora, estou orando; essa é a minha hora de estar com Deus". Não; é a hora de você estar com seu hábito. Está-lhe faltando alguma virtude logo ali. Reconheça essa lacuna e então procure oportunidades de desenvolver a virtude que ainda lhe falta para lhe ser acrescentada logo ali.
A presença do amor implica a ausência de hábitos; chegamos àquele ponto em que um hábito desaparece e pela prática se torna um ato inconsciente, tomado e constante. Quando somos conscientemente espirituais, isto significa que há certas coisas que achamos que não podemos fazer e outras que podemos, certos relacionamentos nos quais não somos nada simples e espontâneos ainda e que há ainda algo para ser sempre acrescentado ao que fazemos. A única vida sobrenatural é a que o Senhor Jesus vivia por Ele e ele se sentia à vontade com Deus em qualquer lugar onde estivesse ou se achasse. Há alguma situação sobre a qual você não se sente à vontade com Deus? Deixe que Deus opere nessa situação até que, nela, você passe a sentir-se à vontade com ele para que a sua vida e vivência se possam tornar simples como a de uma criança. 

11/05/2010

11 de Maio
Amemo-nos uns Aos Outros
"Com a fraternidade, o amor", 2 Pd 1,7
O amor é pouco definido para a maioria dos crentes; não sabemos o que queremos dizer quando falamos sobre o amor. O amor é uma preferência exclusiva por determinada pessoa e, no campo espiri­tual, Jesus exige que essa preferência seja exclusivamente dele e como a dele, Lc 14,26. Quando o “amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo”, Rom.5:5, Jesus Cristo toma automaticamente o primeiro lugar de toda a nossa vida; apenas então, devemos colocar em prática o desenvolvimento dessas atitudes mencionadas aqui por Pedro.
A primeira coisa que Deus faz é exterminar de mim a pretensão e o orgulho espiritual. O Espírito Santo revela que Deus me amou, não porque eu fosse digno de ser amado, mas porque sua natureza é amar. Agora, diz ele, mostre aos outros esse mesmo amor que tenho: "Ameis... assim como eu vos amei", João15, 12 "Eu vos acercarei de muitas pessoas às quais vocês não conseguem respeitar e terão de lhes demonstrar o mesmo amor e afeto que eu por vós demonstrei". Esse tipo de amor nunca será um amor protetor que aceita a incoerência e também não será evidenciado por nós da noite para o dia. Alguns de nós já tentaram consegui-lo pela força, mas sempre saíram frustrados em seus intentos.
"O Senhor é paciente... longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca", 2Pd 3,9 É só eu olhar para dentro de mim mesmo e verei como ele me tem tratado até aqui. A posse daquela consciência de que Deus me ama de forma absoluta e incondicional me fará sair pelo mundo para amar os outros do mesmo modo. Se calhar irrito-me com alguém porque tenho que conviver com uma pessoa difícil de natureza. E eu, como tenho sido desagradável para Deus? Estarei disposto a identificar-me de tal maneira com o Senhor Jesus, que sua vida e sua brandura fluam de mim para outros continuadamente e do mesmo modo? Nem o amor natural nem o divino permanecerão se não forem cultivados em mim. O amor é algo espontâneo, mas tem que ser cultivado pela disciplina interior também.

10/05/2010

10 de Maio
Tome a Iniciativa
"Associai com a vossa fé a virtude..." 2 Ped.1.5. "Guarnecei vossa fé com resolução." (Moffatt)

"Associai": como se trata de uma ordem, conclui-se por aqui que há alguma coisa que nós temos de fazer. Corremos o risco de esquecer que não podemos fazer o que é Deus quem tem de fazer e que Deus não faz aquilo que temos de ser nós a fazer. Não podemos salvar-nos nem santificar-nos; é Deus quem faz isso; mas Deus não nos dá bons hábitos; ele não nos dá caráter, ele não nos faz andar corretamente em Seus caminhos. Temos que fazer tudo isso por nós mesmos; temos que desenvolver a salvação que Deus operou em nós com temor, Filipenses 2,12 "Associai" — adquira o hábito de fazer certas coisas também por si; no início da vida espiritual isso é coisa difícil. Tomar a iniciativa é dar começo a algo, é começarmos a nos instruirmos a nós mesmos, no caminho que devemos ir tomar sempre.
Cuidado com a tendência de perguntar qual é o caminho, quando você já sabe qual é. Tome a iniciativa, pare de hesitar e dê o primeiro passo. Quando Deus lhe disser alguma coisa esteja resoluto, aja na hora, pela fé, com base no que ele disse e nunca volte atrás em decisões tomadas. Se hesitar comprometerá seu cresci­mento pela graça. Tome a iniciativa, dê agora o primeiro passo num ato da vontade, de forma que se torne para si impossível retroceder. Elimine todas as possibilidades de voltar atrás: "Eu vou escrever aquela carta." "Eu vou pagar aquela dívida." Tome uma decisão irrevo­gável sobre si mesmo.
Precisamos adquirir o hábito de ouvir atentamente o que Deus tem a dizer sobre todas as nossas coisas; temos que formar o hábito de procurar saber o que Deus diz também. Se, assim que nos sobrevier uma crise nos voltamos instintivamente para Deus, isso mostra que tal hábito já se formou por nós. Temos que tomar a iniciativa onde estamos e, não, onde ainda não estamos.

09/05/2010

9 de Maio
Alcançar Muito Para Além de Nosso Próprio Alcance
"Não havendo (visão) o povo se corrompe", Pv 29,18

Existe diferença entre ter um ideal e obter uma visão espiritual real. O ideal não tem inspiração moral; essa visão tem. As pessoas que se entregam a ideais raramente realizam alguma coisa concreta. A concepção que alguém tem de Deus pode até ser usada para justificar uma deliberada negligência de seu próprio dever. Jonas argumentava que sendo Deus um Deus de justiça e de misericórdia, logo tudo estaria bem. Eu posso ter uma con­cepção correta de Deus quando essa pode ser justamente a razão por que não cumpro o meu dever. Mas, onde houver visão espiritual, haverá também uma vida de retidão, porque a visão transmite-me um certo incentivo moral.
Os ideais podem nos tranquilizar a ponto de nos levarem à ruína. Faça um balanço espiritual de si mesmo para verificar se você tem apenas ideais, ou se tem visão espiritual que seja verdadeira.  
"Ah, se tua busca não ultrapassar o alcance de tuas mãos, o que é o céu então?"
"Não havendo (visão)..." Assim que perdemos Deus de vista começamos a ficar descuidados, deixamos de lado certas restrições, abandonamos a oração e a visão de Deus nas pequenas coisas e começamos a agir por conta própria e através de iniciativa. Se estivermos vivendo apenas daquilo que conseguimos com nossas mãos, agindo por nossa própria iniciativa, sem esperar de Deus e de Suas intervenções, estaremos indo para a ruína, havendo perdido a visão espiritual. Será que nossa atitude, hoje, é uma atitude nascida de nossa visão de Deus? Estaremos à espera que Deus faça coisas maiores do que já fez até hoje? Há vitalidade e vigor em nossa perspectiva espiritual?

08/05/2010

8 de Maio
A Fé Para se Poder Perseverar
"Porque guardaste a palavra da minha perseverança", Ap 3,10

Perseverança é mais do que resistência. A vida do servo de Deus está nas mãos de Deus assim como um arco e uma flecha estão nas mãos de um arqueiro. Deus aponta com Sua mira para algo que o servo não pode ver à distância, estende Seu arco, estica-o e de vez em quando o servo diz: "Não aguento mais". Deus não lhe dá atenção. Continua a distender cada vez mais o arco até focalizar bem o seu alvo e então dispara. Confie-se às mãos de Deus. Qual a área onde precisa de perseverança agora? Mantenha seu relacionamento com Jesus Cristo pela perseverança da fé. "Ainda que ele me mate, nele esperarei".
A fé não é um sentimento patético, mas uma confiança robustecida e revigorada, alicerçada no fundamento de que Deus é um Deus santo e de amor. Mesmo não o vendo agora, não compreendendo o que ele está fazendo, você o conhece. O naufrágio ocorre quando não há aquele equilíbrio mental que provém entre estarmos firmados na eterna verdade de que esse Deus santo é amor. A fé é um esforço heróico da parte da sua vida, é você a lançar-se com confiança audaciosa sobre as mãos de Deus.
Deus arriscou tudo em Jesus Cristo para nos salvar; agora ele quer que arrisquemos o nosso tudo em total confiança nele. Há em nós facetas nas quais essa fé ainda não atuou, áreas que ainda nunca foram tocadas pela vida de Jesus. Não havia nenhuma dessas facetas na vida de Jesus Cristo enquanto cá na terra e por essa razão não pode haver nenhuma na nossa também. "E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti". O sentido real de vida eterna é o de uma vida que pode enfrentar, sem vacilação, qualquer coisa que tenhamos de enfrentar ainda. Se adotarmos esse ponto de vista, a vida se tornará muito bela, uma gloriosa oportunidade de vermos coisas maravilhosas a tempo inteiro. Deus está-nos disciplinando para nos colocar nessa posição central de total poder.

07/05/2010

7 de Maio
Construir Para a Eternidade
"Pois, qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?" Lc 14,28

O Senhor Jesus não se refere aos custos que temos que calcular, mas aos que ele próprio calculou. No caso, os custos foram aqueles trinta anos que passou em Nazaré, os três anos de popularidade, escândalo e ódio, a profunda e insondável agonia no Getsêmani e a chacina do Calvário — eixo em torno do qual giram o tempo e a eternidade. Jesus Cristo avaliou bem o Seu custo. No fim das contas, nunca se irão rir dele para afirmar: "Este homem começou a construir e não terminou a Sua Obra".
As condições para o discipulado estabelecidas pelo próprio Senhor Jesus nos versículos 26, 27 e 33, significam que os homens e mulheres que ele vai usar nos seus grandes empreendimentos são aqueles nos quais ele operou tudo que era necessário. "Se alguém vem a mim e não aborrece... não pode ser meu discípulo". O Senhor dá a entender que só usará em seus empreendimentos aqueles que o amam pessoal­mente, com grande ardor e devoção, acima de qualquer dos mais íntimos laços da terra. As condições são severas, porém gloriosas.
Tudo o que construirmos será inspecionando por Deus. Irá Deus com seu fogo revelador descobrir que construímos sobre o funda­mento de Jesus algum de nossos empreendimentos pessoais? Estes são os dias dos empreendimentos extraordinários, dias em que estamos tentando trabalhar para Deus e logo aí está a armadilha. A verdade é que nunca podemos trabalhar para Deus. Jesus se apossa inteiramente de nós para seus próprios empreendimentos, para seus planos de construção e ninguém terá sobre si qualquer direito de reivindicar a escolha onde e como isso será feito. 

06/05/2010

6 de Maio
A Liberdade e o Padrão de Jesus
"Para a liberdade foi que Cristo nos libertou", Gl,5

O homem espiritual nunca coloca sobre os outros, exigências como: "Creia nisto ou naquilo"; ao contrário, ele o orientará no sentido de que antes tenha como e porque enquadrar toda a sua vida nos padrões de Jesus. Não somos chamados a acreditar na Bíblia, mas a crer naquele que a Bíblia revela, João 5,39-40. Somos chamados a pregar liberdade (libertação) de consciência, não liberdade de opinião. Se temos a liberdade de Cristo, levare­mos outros a conhecer essa mesma liberdade — a liberdade de podermos experimentar o domínio de Jesus Cristo.
Avalie sempre a sua conduta e vida pelos padrões de Jesus Cristo. Curve a cerviz somente ao Seu jugo e a nenhum outro, seja ele qual for; e tenha o cuidado de jamais colocar sobre outros um jugo que o próprio Jesus não teria colocado. Será necessário muito tempo para Deus nos tirar a teimosia de pensar que, a menos que todos pensem como nós, estão todos errados. Essa nunca é a posição de Deus. Existe apenas uma liberdade atuante em nossa consciência, capacitando-nos a fazer o que é certo: a liberdade em Jesus.
Não se torne impaciente; lembre-se de como Deus o tratou a si — com paciência e com gentileza; nunca, porém, dilua a verdade de Deus por isso. Deixe-a agir e nunca peça desculpas por ela. Jesus disse: "Ide... fazei discípulos", não "fazei adeptos das suas idéias e opiniões".

05/05/2010

5 de Maio
Juízo, um Sinal de Amor
"Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada", 1 Pd 4,17

O servo cristão nunca pode esquecer que a salvação é uma idéia que partiu de Deus, não do homem; portanto, é uma insondável profundidade. A salvação é a grande idéia de Deus e não apenas uma experiência. A experiência é apenas a porta pela qual a salvação entra em nossa vida conscientemente. Nunca pregue a experiência; pregue a grande idéia de Deus que está por trás dela. Quando pregamos, o que estamos proclamando não é como o homem pode ser salvo do inferno e tornar-se decente e puro; estamos, isso sim, transmitindo boas-novas no tocante a Deus.
Nos ensinos de Jesus Cristo o tema "juízo" sempre se destaca; é como sinal do amor de Deus. Não tenha pena de alguém que encontra dificuldades para se acercar de Deus; a culpa não é de Deus. Não compete a nós descobrir a razão dessa dificuldade, mas antes apresentar a verdade de Deus, de tal modo que o Espírito de Deus possa manifestar o que está errado. O que comprova a qualidade de uma pregação é que ela leva todos a julgamento. E o Espírito de Deus expõe para cada um a sua situação individualmente.
Se Jesus nos tivesse dado um mandamento que ele não nos capacitasse a cumprir, Ele seria um mentiroso; e se fazemos de nossa incapacidade uma barreira à obediência, estamos dizendo a Deus que há algo que ele não levou em conta em nós. Todo traço de autocon­fiança deve ser destituído através do poder de Deus. Fraqueza total e dependência serão sempre uma oportunidade para que o Espírito de Deus se manifeste em todo o seu poder.

04/05/2010

4 de Maio
Intercessão Vicária
"Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos santos, pelo sangue de Jesus", Hb 10,19
Não pense que a intercessão significa apresentar nossos interes­ses pessoais a Deus e exigir que ele faça o que pedimos. Nossa aproximação de Deus deve-se inteiramente à identificação vicária do Senhor Jesus com o pecado. Temos "intrepidez para entrar no Santo dos santos, pelo sangue de Jesus".
A obstinação espiritual é o maior obstáculo à intercessão, porque é fruto de simpatia por interesses nossos e de outros, coisas que achamos que não precisam de expiação. Temos a ilusão de que há em nós coisas justas e virtuosas, que não precisam basear-se na expiação e, quando ficamos "atolados" nessa idéia, não podemos interceder. É que não nos identificamos com os propósitos de Deus para com os outros e tornamo-nos petulantes para com ele; estamos sempre a postos com nossas próprias idéias e a intercessão se torna a glorificação de nossos interesses pessoais. Temos que compreender que a identificação de Jesus com o pecado significa a alteração radical de todos os nossos interesses. A intercessão vicária significa que volun­tariamente substituímos nosso interesse natural pelas pessoas pelo propósito de Deus para a vida das mesmas.
Meu caso é de obstinação ou de substituição? Sou impertinente ou perfeito em meu relacionamento com Deus? Mal-humorado ou espiritual? Resolvido a fazer minha própria vontade ou resolvido a identificar-me com ele?

03/05/2010

3 de Maio
Intercessão Fundamental
"Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espí­rito", Ef 6,18

À medida que nos envolvemos mais com a intercessão, será provável que nossa obediência a Deus custe a outras pessoas mais do que pensamos. O perigo, então, é passarmos a interceder movidos por compaixão para com aqueles a quem Deus estava aos poucos levando a um nível espiritual totalmente diferente, em resposta às nossas orações. Sempre que deixamos de nos identificar com o propósito de Deus para os outros e passamos a ter pena deles, o vínculo vital com Deus se desfaz; impedimos o plano de Deus com nossa compaixão e nosso cuidado por eles e isso é uma afronta diretamente contra Deus.
É impossível interceder de forma eficaz, sem estarmos perfeitamente seguros em Deus e o que mais provoca a desinte­gração do nosso relacionamento com ele é a compaixão do pre­conceito humano. A identificação é a chave da intercessão e sempre que deixamos de nos identificar com Deus, fazemo-lo pela compaixão, não pelo pecado. É pouco provável que seja o pecado que interfira em nosso relacionamento com Deus; o que mais interfere é a compaixão, por nós mesmos ou pêlos outros; é a compaixão que nos leva a dizer: "Não permitirei que tal coisa aconteça". Imediatamente perdemos esse vínculo vital com Deus.
A intercessão não nos deixa nem tempo nem inclinação para orar pelo "pobrezinho de mim". Não que a intercessão afaste a preocu­pação sobre mim mesmo; a verdade é que ela nem está presente para ser afastada, pois estou totalmente identificado com os interesses de Deus pêlos outros.
O discernimento é o chamado de Deus para a intercessão, nunca para a condenação de outros.

02/05/2010

2 de Maio
A Paciência que espera pela concretização da Visão
"Se tardar, espera-o", Ha 2,3
A paciência não tem nada a ver com indiferença; a paciência nos dá a idéia de alguém muito forte e seguro que resiste a todos os embates e atentados interiores. A fonte que alimenta essa paciência é a visão de Deus, porque transmite inspiração interior. Moisés resistiu não porque tivesse um ideal de justiça e de dever para cumprir, mas porque obtivera uma visão de Deus. Ele "permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível", Hb 11,27 O homem que obtém uma visão de Deus não se dedica a uma causa ou a outra questão qualquer; dedica-se ao próprio Deus. É sempre possível saber quando a visão é de Deus por causa da inspiração que a acompanha; as experiências da vida passam a ter grandeza e importância, porque tudo é vivificado em Deus. Se Deus o submeter a um período de tentação e provação no deserto — como fez com Seu próprio Filho, que esteve num deserto real — durante o qual não lhe falar uma palavra sequer, resista; e a força para resistir está ali porque você tem uma visão de Deus vivendo dentro de si.
"Se tardar, espera-o". A prova de que temos uma visão é que estamos buscando algo muito para além do que já alcançamos. Não é bom sentirmo-nos satisfeitos e completos espiritualmente. "Que darei ao Senhor?" diz o salmista. "Tomarei ainda o cálice da salvação", Sal.116,12-13. Nossa tendência é buscar a satisfação em nós mesmos: "Agora consegui; agora estou totalmente santificado; agora posso resistir". Será assim que enveredamos pelo caminho da queda. Devemos estar bus­cando continuadamente mais do que tudo quanto alcançamos já. "Não que eu o tenha já recebido, ou tenha já obtido a perfeição", Filipenses 3,12 Se o que temos é o que experimentamos apenas, nada temos na verdade; mas se o que temos é a inspiração daquela visão de Deus, já temos mais do que podemos experimentar. Tenha­mos cuidado com o grande perigo do relaxamento espiritual então.

01/05/2010

1 de Maio 
Fé – Não Emoção
"Visto que andamos por fé e não pelo que vemos", 2 Co 5,7
Durante algum tempo ficamos hiper-conscientes das atenções que Deus nos dá; mas, quando ele começa a usar-nos para a sua causa, assumimos um ar patético e começamos assim a falar de provações e dificuldades enquanto Deus está apenas a tentar fazer-nos cumprir nosso dever anonimamente. Se dependesse de nós, nenhum de nós seria um "Zé-ninguém" no reino de Deus. Somos capazes de cumprir nosso dever ainda se Deus nos fechar o céu? Alguns de nós desejam ser santos resplandecentes com auréolas douradas no brilho da inspiração, gozando as atenções do povo de Deus a tempo inteiro. Um crente que se assegura através de sua própria imagem não serve para nada; é anormal, sem mais valia para a vida diária e sem a semelhança de Deus espelhada nele. Estamos aqui, não como anjos em formação, mas como homens e mulheres que lutam, para realizarmos as tarefas do mundo, porque nascemos do alto para realizá-las contando com um poder infinitamente grande para suportar qualquer agitação.
Se tentamos trazer de volta os raros momentos de inspiração, isso é sinal de que não é Deus que queremos. Estamos transformando em talismãs aqueles momentos sobre os quais Deus se revelou e falou e insistindo em que ele o faça de novo o que já fez; contudo, o que Deus quer é que "andemos pela fé". Quantos de nós nos "encostamos", por assim dizer, afirmando: "Não posso fazer mais nada, enquanto Deus não se manifestar". Ele não o fará. E, sem a inspiração e nenhum toque de Deus, teremos que nos erguer sozinhos. Logo virá então a surpresa: "Então! Ele esteve aqui o tempo todo e eu não sabia!" Em nenhum momento viva apenas em função daqueles momentos raros; eles são surpresas. Deus nos dará toques de inspiração quando perceber que não há o risco de sermos desviados para eles. Não devemos fazer nunca desses momentos de inspiração o nosso padrão vivente. Nosso dever é que é o nosso padrão.