Devocional Diário TUDO PARA ELE, de Oswald Chambers Publicação: Editora Betânia.

IMPORTANTE: AS DEVOCIONAIS DIÁRIAS ESTÃO ARQUIVADAS E VOCÊ PODE PESQUISAR O DIA DO ANO QUE QUISER E LER A QUALQUER MOMENTO.


Passo a publicar também, algumas meditações de Brennan Manning, do devocional "Meditações para Maltrapilhos". (dez/2011)

"Estas leituras diárias foram coletadas de várias fontes, mas principalmente de conferências proferidas por Oswald Chambers no Bible Training College, Clapham, durante os anos de 1911 a 1915; depois, de outubro de 1915 a novembro de 1917, das palestras feitas nos cultos noturnos dos acampa-mentos do Y.M.C.A (Associação Cristã de Moços), em Zeitun, no Egito.

Em Novembrode 1917, meu marido foi chamado à presença de Deus. Desde então muitas dessas palestras foram reunidas em volumes e publicadas. Parte destes textos é constituída de mensagens pronunciadas durante a hora devocional no colégio - hora que, para muitos alunos, foi um marco em sua vida espiritual. "

"Os homens estão sempre se voltando aos poucos que dominam o segredo espiritual, cuja vida está escondida com Cristo em Deus. São os da religião dos velhos tempos, pendentes dos cravos da cruz." (Robert Murray McCheyne.).

Por sentir que o autor desta obra é um desses, cujos ensinamentos os homens voltam sempre a consultar, é que este livro foi preparado e lançado com uma oração para que, dia a dia, suas mensagens continuem a produzir a vida e a inspiração vivificantes do Espírito Santo".
B.C. 1927

31/10/2011

31 de Outubro


A Prova da Fé
"Fé como um grão de mostarda... e nada vos será impossível" Mt 17,20

Nós achamos que Deus nos dá recompensas devido à nossa fé; até pode ser que seja assim enquanto somos novos na fé; mas a função da fé não será conceder-nos recompensas por termos crido, mas acima de tudo levar-nos a um relacionamento correto com Deus, dando-lhe espaço para operar dentro de nós livremente. Se você é filho de Deus, Deus tem que retirar de si, com alguma frequência, a sustentação causada por experiências anteriores para que possa apenas manter-se num contacto direto e exclusivo com ele. Deus quer que entendamos que a vida de fé evangélica é uma vida e não uma forma de sentimentalismo emotivo e de gozo gratificante a nível de emoções por causa daquelas bênçãos que recebemos dele. No início, nossa fé era pequena e intensa, estabelecida e sedimentada à volta dum pequeno ponto luminoso naquela experiência que menosprezava tanto o bom senso quanto a fé realista e real e era cheia de luz e de beleza; então Deus retirou de nós suas bênçãos conscien­tes com o intuito de nos ensinar a caminhar só “pela fé”, 2Co 5,7. Temos agora mais valor para ele do que nos tempos remotos daquelas alegrias conscientes de testemunhos elucidativos e plenos de emoção.
A própria natureza da fé que é real exige que ela seja provada para deixar de ser fingida e emocional; não porque achemos difícil confiar em Deus, mas porque é necessário que tiremos da nossa mente todas as dúvidas em relação à fiabilidade e certeza de todo o caráter de Deus. É essencial para o pleno desenvolvimento da fé que ela passe por períodos de isolamento em silêncio absoluto. Nunca confundamos as provas impostas à nossa fé com a disciplina comum da vida real; grande parte do que dizemos constituírem provas de nossa fé, não passa dum resultado consequente e inevitável de estarmos vivos aqui nesta terra. Crer na Bíblia é crer em Deus, apesar de tudo o que contradiz: é manter confiança no caráter absoluto e insolúvel de Deus, faça ele o que fizer. Um dos versículos mais conhecidos que temos é: "Ainda que ele me mate, nele ainda confiarei", Jó 13,15. Essa é uma das mais sublimes declarações de fé que a Bíblia contém.

30/10/2011

30 de Outubro


"De fato, sem fé é impossível agradar a Deus", Hb 11,6

A fé, sempre que em direta oposição ao bom senso, é entusiasmo em erro e obliquidade e falta de inteligência pessoal; e o bom senso, quando oposto à fé, é racionalismo e um passo no escuro por depender da razão para se poderem comprovar verdades. A vida de fé coloca as duas coisas numa relação amigável e direta. O bom senso não é fé e fé não será bom senso, pois uma coisa é natural, a outra será espiritual; um é impulsivo, quando o outro nasce duma fonte vinda de Deus, sendo inspiração do Seu próprio Espírito. Nada do que Jesus Cristo disse é bom senso: é revelação e manifestação para nós; e vai até onde o bom senso nunca chegará. A fé tem que ser provada, para que sua realidade possa ser concretizada pela verdade também. "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem", Rm 8,28, então, logo não importa o que pode vir a acontecer ainda, a operação da providência de Deus encarregar-se-á sempre de transformar a fé ideal em realidade concretizada. A fé é sempre algo pessoal, já que todo o propósito de Deus é fazer com que a fé ideal se torne real em seus filhos sem exceção.
Para cada pormenor de toda a nossa vida de bom senso, há uma revelação acerca de Deus que se deve imprimir nesse mesmo bom-senso e através do qual podemos comprovar e provar como experiência prática tudo aquilo em que acreditamos que Deus seja em abono de verdade. A fé é um princípio tremendamente ativo por excelência, que sempre colocará Jesus Cristo como primeiro em tudo: "Senhor, tu disseste isto e aquilo, como por exemplo Mt 6,33; parece loucura, mas vou arriscar-me baseado em tua palavra apenas". Transformar a fé racional em realidade pessoal é uma luta, a qual se dá de forma constan­te e poucas vezes como algo apenas ocasional. Deus nos colocará em situações com uma especificidade para nos educar em nossa fé real, porque a natureza da fé é tornar real o objeto sobre o qual se confia em Deus. Enquanto não conhecermos Jesus como Ele é, Deus será para nós, algo abstrato a nível de bom-senso e em quem nunca conseguiremos ter fé; mas, assim que ouvimos Jesus dizer: "Quem me vê a mim, vê ao Pai", teremos algo que é real e a fé não terá limites a partir de então. Fé é o homem integral e total, corretamente relacionado com Deus pelo poder do Espírito de Jesus Cristo em nós.

29/10/2011

29 de Outubro


Substituição
"Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós;
 para que nele fôssemos feitos justiça de Deus", 2 Co 5,21

A idéia atual sobre a morte de Jesus Cristo é que ele morreu por todos os nos­sos pecados por pena de nós. O que o Novo Testamento nos manifesta é que ele carregou os nossos pecados, não por compaixão, mas por identi­ficação pessoal. Ele foi “feito pecado” por nós. Nossos pecados são removidos por causa da morte de Jesus e a base da sua morte é a sua obediência ao Pai, não a compaixão que teve por nós. Tornamo-nos aceitáveis a Deus, não porque obedecemos, ou porque prometemos renunciar a certas coisas, mas por causa da morte de Cristo que nos torna obedientes e nada mais. Dizemos que Jesus Cristo veio para revelar a paternidade ou a benignidade de Deus para conosco; o Novo Testamento diz que ele veio para tirar o pecado do mundo e de nós, João 1:29. Esta revelação do Pai é feita àqueles a quem ele for apresen­tado como Salvador disso mesmo. Jesus Cristo nunca falou de si mesmo como alguém que revelava o Pai; mas como pedra de tropeço, João 15.22-24. A mensagem de João 14.9 onde o Pai é apresentado como Pai, foi dirigida a quem já era discípulo.
O Novo Testamento também nunca afirma que, através do fato de peso de Cristo ter morrido por mim, eu me ache totalmente livre da penalidade sobre qualquer pecado. O que ele ensina é que "Ele morreu por todos", 2Co 5,15 (não que ele morreu a minha morte) e que mediante a identificação com o tipo de morte que ele morreu – morrendo para o pecado – posso ser liberto do pecado e receber a sua própria justiça dentro de mim. A substituição ensinada no Novo Testamento é dupla: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus". O ensino verdadeiro nunca será “Cristo para mim”, a menos que eu me decida a permitir que Cristo seja formado em mim também, Gl 4,19.

28/10/2011

28 de Outubro


Justificação Pela Fé
"Porque se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida", Rm 5,10.

Eu não sou salvo porque creio; entendo, através do ato de crer, que sou salvo. Não é o arrependimento que me salva; o arrependimento é o sinal de que reconheço o que Deus realizou através de Cristo Jesus. O perigo subsiste sempre que se coloca a ênfase no efeito e o retiramos da causa. É a minha obediência que me justifica diante de Deus, ou a minha consagração? Nem uma coisa nem outra! Estou justificado perante Deus porque, antes de mais nada, Cristo morreu – sou tornado justo através de Cristo em mim. Quando me volto para Deus e, pela fé, aceito o que Deus revela que posso aceitar dele, passo imediatamente a estar corretamente relacionado com Deus pela maravilhosa expiação que Jesus Cristo fez e faz; e, através do milagre sobre­natural da graça de Deus, sou justificado, não porque me entristeço pelo meu pecado, não porque me arrependi, mas por causa do que Jesus fez em mim. O Espírito de Deus revela-me isso com uma clareza total, penetrante e passo a saber que estou salvo, embora não saiba como sei.
A salvação de Deus não se baseia em qualquer lógica humana; baseia-se na morte sacrificial do Senhor Jesus. Devido à expiação do nosso Senhor poderemos nascer de novo. Os pecadores podem ser transformados em novas criaturas, não pelo seu próprio arrependimento nem por sua fé, mas pela obra maravilhosa de Deus em Cristo Jesus, que antecede todas essas experiências. A inexpugnável segurança da justifica­ção e da santificação é o próprio Deus. Não temos que operar essas coisas em nós mesmos; elas foram operadas através da expiação. O sobrenatural torna-se natural através dum milagre de Deus; então surge a compreensão do que Jesus Cristo já fez e se diz também: "Está consumado".

27/10/2011

27 de Outubro


O Método Para as Missões
"Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações", Mt 28,19.

Jesus Cristo não disse: "Ide e salvai almas" (a salvação é obra sobrenatural de Deus), mas: "Ide, fazei discípulos de todas as nações"; e ninguém pode fazer discípulos a menos que ele mesmo seja discípulo individual já. Quando os discípulos voltaram de sua primeira missão, estavam cheios de alegria porque os demônios se submeteram a eles e Jesus lhes disse: "Não se alegrem no êxito obtido ao meu serviço; o grande segredo da alegria consiste em vocês estarem correta e individualmente relacionados comigo apenas", Lc 10,17-20. A necessidade básica de todo o missionário é que ele permaneça fiel ao chamamento de Deus e que possa ainda ter como seu único objetivo fazer discípulos exclusivos para Jesus. Existe um anseio de ganhar almas que não vem de Deus, mas do desejo de conquistar pessoas para todos ou alguns dos nossos pontos de vista.
O desafio do missionário não será a dificuldade em levar as pessoas à salvação ou de recuperar as que estão afastadas de sua igreja, nem o problema dos corações endurecidos, mas antes o relacio­namento pessoal que têm com o próprio Senhor Jesus Cristo. "Credes que posso fazer isso?" Mt 9,28. O Senhor nos faz essa pergunta continuamente; temos de encará-la ao lidar com cada caso que achamos em nossos caminhos. Nosso grande desafio é: será que conheço o Senhor Jesus como ressuscitado? Conheço o poder de seu Espírito, se é que habita em mim ainda? Serei suficientemente sábio aos olhos de Deus e suficientemente tolo diante do resto do mundo, para apostar apenas no que Jesus disse em exclusivo, ou estarei descendendo da posição sobrenatural, a única para a qual o missionário é chamado a ter em exclusivo, isto é, deter uma ilimitada confiança em Cristo Jesus? Se eu adotar qualquer outro critério, estarei totalmente desviado do único critério estabelecido através do Se­nhor Jesus: "Toda a autoridade me foi dada... portanto, ide…" Mt 28,18-19.

26/10/2011

26 de Outubro


O Que é Um Missionário?
"Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio", João 20,21

Missionário será todo aquele que for enviado por Jesus Cristo, assim como Jesus foi enviado do Pai. A nota dominante de todas as missões não será os problemas dos homens, mas tudo quanto Jesus Cristo ordenou. A fonte de toda a nossa inspiração no trabalho de Deus está atrás de nós e não à frente. A tendência hoje será colocar a inspiração adiante, juntar todas as coisas diante de nós e fazer com que tudo aconteça de acordo com aquela concepção de sucesso que obcecamos retirar das coisas. No Novo Testamento, a inspiração — o Senhor Jesus — está colocada atrás de nós. O ideal é ser fiel a ele, é desenvolver seus empreendimentos por ele.
A coisa que não pode ser menosprezada nem desprezada, é a dedicação pessoal ao Senhor Jesus e o mesmo se deve poder dizer dos pontos de vista dele sobre todas as coisas. O grande perigo do trabalho missionário é que o chamado de Deus seja ofuscado nos problemas pessoais das pessoas ao ponto de ser a compaixão humana a sobrepor-se totalmente ao fato de termos sido enviados por Jesus Cristo. Os problemas são tão tremendos, as condições deixam-nos por vezes de tal forma perplexos que, todas as nossas idéias vacilam e falham por excelência. Esquecemos que o motivo básico de todo empreendimento missionário não é, primeiramente, a eleva­ção social das pessoas, nem a sua educação rígida, nem as suas necessi­dades básicas, mas, antes e acima de tudo, aquela ordem de Jesus Cristo: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações", Mt 28,19.
Quando estudamos a vida dos grandes homens e mulheres de Deus, a tendência será para ser dito deles: "Que sabedoria e que discernimento obtiveram! Como compreenderam perfeitamente tudo o que Deus queria deles!" Na verdade, a mente sábia que está por trás de tudo, será a de Deus e nunca a sabedoria de qualquer humano. Creditamos tudo na sabedoria humana, quando deveríamos atribuir tudo à orientação divina, a que vem de cima, usando-se de pessoas humildes que foram suficientemente "crianças" para confiar em toda a sabedoria de Deus e na capacitação que vem do alto exclusivamente.

25/10/2011

25 de Outubro


Submetendo-nos Aos Propósitos de Deus
"Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns", 1 Co 9,22.

Qualquer obreiro evangélico ou cristão tem de saber aprender a ser uma pessoa nobre e de enorme excelência e valor no meio de coisas vulgares e sem valor absoluto. Nunca faça esta queixa: "Se ao menos eu estivesse num outro lugar...!" Todos os servos de Deus são pessoas comuns que se tornaram invulgares, mediante a vida que lhes for dada por ele. Se não tivermos os pensamentos e os sentimentos certos, deixaremos de ter utilidade para Deus. Não somos obreiros de Deus por escolha pessoal. Muitas pessoas candidatam-se voluntariamente para o ministério; porém não levam em si nada da onipotente graça de Deus e nada de sua poderosa Palavra como testemunho eficaz. Todo o coração, mente e alma de Paulo eram dominados pelo grande propósito que Jesus Cristo veio realizar em todos nós; ele nunca perdeu de vista esse propósito excelente. Temos que encarar sempre este fato único como o principal: “Jesus Cristo e este crucificado”, 1Co 2,2.
"Eu vos escolhi", Jo 15,16. Mantenha em seu coração esta marca de grandeza exclusiva. Não é que você já tenha conquistado a Deus, mas antes que ele o conquistou a si de Seu jeito peculiar. Deus está operante aqui nesta escola, dobrando, quebrando, moldando, agindo e promovendo Sua vontade em exclusividade para cada individuo. Por que estará ele a fazer tudo isso, não sabemos; mas seu objetivo é apenas um — poder dizer: "Este homem é meu servo, esta mulher é minha serva". Temos que estar de tal forma nas mãos de Deus, que ele nos tenha porque usar e nos poder firmar junto com outros na mesma rocha.
Nunca se candidate voluntariamente ao ministério; porém, se Deus o chamou para ele, ai de si caso se desvie “para a direita ou para a esquerda” desse chamamento, Dt 28,14! Ele lhe fará o que nunca fez antes de lhe haver chamado; fará consigo o que não faz com outras pessoas. Permita que ele faça a vontade dele na esfera de toda a sua vida.

18/10/2011

18 de Outubro


A Chave da Devoção do Missionário
"Pois, por causa do Nome foi que saíram", 3 João 7

O Senhor explicou como nosso amor por ele deve ser revelado: "Tu me amas?" João 21,17. E logo de seguida: "Apascenta as minhas ovelhas" – exemplificando qual o amor a que se referia. Em abono de toda a verdade, isto quer apenas dizer: identifica-te com meu interesse nas outras pessoas; não Me identifiques com os teus interesses noutras pessoas. Em 1 Co 13,4-8 lemos sobre algumas das características desse amor, sendo o amor de Deus bastante expressivo quanto a si mesmo. O que prova meu amor por Jesus será a sua vida prática por mim e em mim; tudo o mais será um conjunto de frases sentimentalistas.
Minha lealdade a Jesus Cristo resultará da obra sobrenatural da redenção operada dentro de mim, efetivada através do Espírito Santo, o Qual derrama o amor de Deus em meu coração abundantemente, Rm 5,5 e esse amor atua eficazmente através de mim na vida de cada pessoa com quem possa vir a lidar. Permaneço firme e leal ao seu Nome, até mesmo quando todos os argumentos do bom-senso me afirmam o oposto e desmintam Seu poder, declarando que não é maior do que o poder do nevoeiro da manhã?
O segredo da devoção missionária consiste em não estarmos apegados a nada e a ninguém deste mundo, a não ser ao próprio Senhor que ainda anda por cá; e isto sem estarmos desligados das coisas exteriores. O Senhor tinha uma liberdade impressionante de usar as coisas e depois deixá-las para trás; seu desapego era interior, resultante do seu amor ao pai. Em nosso caso, no entanto, o desapego exterior é muitas vezes forte indício de um apego secreto às coisas externas, se lermos os esforços que usamos para nos mantermos afastados delas.
A lealdade de um missionário consiste em manter a alma bem aberta à natureza do próprio Senhor Jesus Cristo. Os homens e mulheres que o Senhor envia para sua seara são pessoas comuns, dominadas por uma devoção a ele e a qual é sempre gerada através do Espírito Santo.

17/10/2011

17 de Outubro


A Chave Para Aquelas Obras Maiores
"E outras (obras) maiores fará, porque eu vou para junto do Pai", João 14,12.

A oração não nos prepara para obras ainda maiores; a oração é a obra maior. Encaramos a oração como um exercício vulgarizado de nossas habilidades quando se necessitam milagres e que tem por objetivo prepararmo-nos para um serviço a Deus. Segundo o ensino de Jesus Cristo, a oração é a operação do milagre da redenção em mim, a qual produz em todos os outros o milagre da redenção também, através do poder de Deus. Será através da oração que o fruto permanece em nós e por nós; mas lembremo-nos que essa oração tem que ser baseada na agonia da redenção e não na minha agonia. Só uma "criança" obtém respostas concretas em toda a oração; o homem "sábio", nunca o conseguirá, Mt 11,25.
Será na oração que se trava a maior de todas as batalhas; nunca será o lugar onde estamos que fará a diferença. Seja qual for a situação na qual Deus nos coloca, nosso dever é orar sempre. Não aceite esta idéia: "Não sirvo para nada aqui onde estou"; você, certamente, também não servirá para nada onde não está. Sejam quais forem as circunstâncias nas quais Deus o lança, ore espontaneamente a ele sem parar. "E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei". Mas nós só queremos orar se pudermos ter sensações emocionantes; essa é a mais expressiva forma de egoísmo espiritual que existe em nós. Nosso trabalho tem que ser orientado por Deus e ele nos comanda a orar. "Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara".
Não há nada de excepcional no que um operário faz, mas é o operário quem executa as concepções do gênio; e é o obreiro cristão quem executa as concepções do seu Mestre. Você trabalha em oração e, do ponto de vista dele, os resultados serão um fator constante sempre que assim é. Que surpresa terá quando o véu for retirado dos seus olhos e ser descoberto qual o grande número de almas que colheu simplesmente porque tinha o hábito de cumprir ordens destas vindas de Jesus Cristo!

13/10/2011

13 de Outubro



Desânimo Individual e Crescimento Pessoal
"Naqueles dias, sendo Moisés já homem, 
saiu a seus irmãos e viu os seus labores penosos", Ex 2,11.

Moisés viu a opressão sobre seu próprio povo e teve certeza de que seria ele quem teria de providenciar libertá-lo; e, sob a justa indignação de seu próprio espírito, começou a corrigir as injustiças praticadas por eles e contra eles. Mas logo depois que ele deu o primeiro golpe em favor de Deus e da justiça, o Senhor permitiu que fosse levado para o desânimo total e enviou-o para o deserto onde ficaria a apascentar ovelhas durante qua­renta anos. No fim desse tempo, Deus apareceu a Moisés e disse-lhe que voltasse e libertasse o seu povo por ele, ao que ele replicou: "Quem sou eu para ir?" Já no começo, Moisés compreendera que era ele o homem destinado a libertar aquele povo, mas primeiro teria que ser treinado e disciplinado por Deus. Era a pessoa certa, sob o aspecto individual, mas não seria o homem certo para a tarefa enquanto não aprendesse a ter um certo tipo de comunhão com Deus.
É possível que tenhamos uma visão de Deus e uma compreensão clara da vontade dele para nós mesmos e comecemos logo a querer realizá-la; mas logo surge algo equivalente aos quarenta anos de deserto em nossas vidas, como se Deus não estivesse mais a fim de tudo quanto nos parecia estar. E quando nos sentimos profundamente desanimados e por vezes revoltados, Deus volta e renova o seu chamado e propósito conosco; então, estremecemos e começamos por dizer: "Oh, quem sou eu?" Será logo ali que temos necessariamente de aprender a primeira grande lição sobre Deus: "EU SOU O QUE SOU te enviou". Temos que aprender que nosso esforço pessoal por Deus será tido como uma mera impertinência; nossa individualidade tem que se tornar incandescente e brilhante na glória de Deus, através de um relacionamento pessoal com Ele primeiro, Mt 3,11. No entanto, sabemos que temos a visão certa: "É isso que Deus quer que eu faça"; porém subjugamo-nos ao aspecto individual da situação e não acertamos o passo com Deus. Caso esteja passando por um período de desânimo, saiba que um grande crescimento pessoal se refletirá em si lá pela frente.

10/10/2011

10 de Outubro


Como Saberei?
"Graças te dou, ó Pai... porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, 
e as revelaste aos pequeninos", Mt 11,25.

Nunca crescemos no plano espiritual passo a passo; ou temos esse relacionamento, ou não temos. Deus nos não vai purificando gradualmente “de todo o pecado”; quando estamos na luz, caminhando na luz, somos purifica­dos “de todo pecado”, 1João1,7. Será sempre uma questão simples de plena e incondicional obediência e, imediatamente após isso, o relacionamento torna-se sempre incontestável, harmonioso e perfeito. Se nos desviarmos um segundo apenas daquela obediência plena, nesse mesmo instante a escuridão e a morte nos cercarão.
Todas as revelações e manifestações de Deus permanecem lacradas até que possamos obedecer e obedeçamos; logo ali, se abrem para qualquer um de nós. Pela filosofia ou pelo raciocínio, nunca conseguiremos abri-las, nem contorná-las. Mas assim que obedecemos, surgirá um facho de luz sobre nós. Deixe a verdade de Deus operar em si através da absorção em seu próprio coração, em vez de tentar penetrar nela por vias da preocupação e ocupação desmesurada. O único meio de que dispomos para conhecer essa revelação será parar de tentar descobri-la e desvendá-la para se nascer de novo. Obedeça a Deus em relação à verdade que ele pessoalmente lhe manifestou e verificará que, logo ali, a verdade seguinte lhe será revelada também. A gente lê volumes e volumes sobre a obra do Espírito Santo e, no entanto, cinco minutos de obediência absoluta tornariam tudo claro como um raio de sol. "Suponho que um dia compreenderei estas coisas!" diremos muitas vezes. Você poderá compreendê-las agora obedecendo. Não é o estudo que nos proporcionará tal compreensão, mas a obediência pura. O menor gesto de obediência fará os céus abrirem-se e as verdades mais profundas de Deus logo se tornam nossas também. Deus nunca revelará outras verdades sobre si mesmo enquanto não tivermos obedecido às que já conhecemos anteriormente. Acautele-se para não se tornar "sábio e entendido" em si mesmo: “Aquele que quiser fazer a Sua vontade, saberá…” João 7,17.

05/10/2011

5 de Outubro


A Inclinação Natural da Degeneração
"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram", Rm 5,12

A Bíblia não nos diz que Deus puniu a raça humana pelo pecado de um homem; mas que a disposição para pecar, ou seja, a minha reivindicação de meus direitos sobre mim mesmo, entrou na raça humana por causa dum homem, mas que outro homem tomou sobre si o pecado dessa mesma raça humana e o aniquilou esse poder anterior sobre ela mesma, Hb 9,26, o que é uma revelação infinitamente mais profunda que qualquer outra. A disposição para pecar não é a imoralidade nem a prática de outras coisas erradas, mas a disposição da auto-realização onde e quando me torno meu próprio deus. Essa disposição pode até manifestar-se através da moralidade e decência ou por uma imoralidade muito indecente, irreversível e pouco abonatória, mas sua base será sempre uma e a mesma: a reivindicação de meus direitos sobre mim mesmo para os continuar a deter em mim mesmo. Quando o Senhor se defronta com homens cheios de forças malignas ou com homens com sua vida aparentemente limpa, moral e correta, ele não presta nenhuma atenção à degradação moral dos primeiros, nem à boa condição moral dos últimos; ele olha para algo que nós não vemos, ou seja, a disposição interior de cada homem e mulher.
O pecado é algo no qual já nasci e em que não terei como tocar para mudar sua disposição; mas Deus toca o pecado globalmente pela redenção que faz e consegue em nós. Pela cruz de Jesus Cristo, ele resgatou toda a raça humana da possibilidade de ser condenada por causa do que herdou do pecado. Em nenhum momento Deus julga o homem tendo-o como responsável por ter recebido da conduta e da herança do pecado. Se somos condenados não é por havermos nascido com a herança do pecado; contudo, se compreendermos que Jesus Cristo veio para libertar-nos dela e nos recusarmos a permitir que ele o faça agora e já, a partir deste momento que Cristo veio iniciou-se também o processo do juízo e da condenação. "O julgamento é este: (o momento crítico), que a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz", João 3,19.

04/10/2011

4 de Outubro


A Visão e a Realidade
"Chamados para ser santos", 1 Co 1,2

Agradeça a Deus pela visão daquilo que você ainda não conse­guiu atingir em si mesmo. Você teve a visão, mas ainda está muito longe de poder alcançá-la. É quando estamos no vale — onde se verifica se nos tornaremos de fato melhores ou não — que a maioria volta atrás. Não estamos total­mente preparados para os golpes que passaremos a sofrer se quisermos ser moldados para tornar um fato a forma que obtivemos na visão. Já sabemos que ainda não somos como Deus quer que sejamos, mas será que estamos dispostos a ser martelados por Deus até que tenhamos a forma da visão que contemplamos? Os golpes serão sempre fornecidos pelas situações comuns e através de pessoas vulgares.
Há ocasiões em que sabemos qual é o propósito que Deus tem para nós; mas deixar que a visão se transforme em realidade por nós, depende de nós e não de Deus. Se preferirmos ficar resguardados no monte para vivermos de lembranças, não serviremos para nada entre fatos comuns dos quais a vida humana é feita. Temos que aprender a viver confiantes naquilo que a visão nos mostrou, não com êxtases e meras con­templações de Deus, mas entre os fatos, à luz daquela visão, até que cheguemos à verdadeira realidade daquilo que foi projetado através da visão que obtivemos anteriormente. Cada etapa de toda a nossa instrução exclusiva tem isso mesmo por único objetivo. Aprenda a agradecer a Deus por Ele lhe manifestar e revelar tudo que Ele exige de si.
O mesquinho "eu sou" sempre fica amuado quando Deus lhe diz que faça algo. Que esse mesquinho "eu sou" se murche e suma ante a indignação de Deus — "EU SOU O QUE SOU te enviou". Ele tem que ser dominante. Não é impressionante ver que Deus sabe onde vivemos e conhece todas aquelas cavernas onde nos escondemos? Como o relâmpago revela o que a escuridão esconde, assim ele nos descobre também. Nenhum ser humano conhece o ser humano como Deus o conhece.

03/10/2011

3 de Outubro


A Lugar Para o Ministério
"Esta casta não pode sair senão por meio de oração e jejum", Mc 9,29.

Os Discípulos perguntaram em privado: "Por que não pudemos nós expulsá-lo?" Mc 9,28. A resposta está no relacionamento pessoal que obtivemos com Jesus Cristo. Essa casta não pode sair senão pela concentração em Cristo, por uma redobrada concentração nele somente. Podemos permanecer sempre impotentes tal qual estavam os discípulos, se tentarmos realizar o trabalho de Deus baseados em idéias oriundas de nosso próprio temperamento, em vez de estarmos intensamente ligados ao poder de Deus. Difamamos a Deus com nosso ímpeto de trabalhar para ele sem conhecê-lo pessoalmente.
Quando você se defronta com um caso difícil em seu ministério e nada acontece aparentemente, saiba todavia que, a libertação apenas se dará porque você está concentrado em Cristo Jesus. Nossa responsabilidade é cuidar para que não haja nada entre nós e Jesus. Ou será que há ainda? Se houver, devemos resolver o problema desde logo e de raiz; não ignorá-lo irritados, nem irar-nos, mas enfrentá-lo e vencê-lo na presença de Jesus Cristo; então, esse mesmo problema e tudo aquilo que impede o que experimentamos em relação a ele, glorificarão a Jesus de um modo que jamais saberemos, a não ser quando virmos o Pai face a face.
Precisamos ser capazes de subir com asas como águias; mas precisamos também aprender a descer com asas como águias. O poder do cristão consiste em descer e saber viver no vale. "Tudo posso naquele que me fortalece", Fl 4,13 diz Paulo e as circunstâncias a que ele se referia, então, eram de modo geral, bastante humilhantes. Está em nós recusarmo-nos a ser humilhados: "Não, obrigado, prefiro muito mais ficar no alto do monte com Deus". Será que sou capaz de enfrentar as coisas como elas são realmente, à luz da realidade de Jesus Cristo, ou elas anulam totalmente a minha fé nele e me acometem ao pânico?