Devocional Diário TUDO PARA ELE, de Oswald Chambers Publicação: Editora Betânia.

IMPORTANTE: AS DEVOCIONAIS DIÁRIAS ESTÃO ARQUIVADAS E VOCÊ PODE PESQUISAR O DIA DO ANO QUE QUISER E LER A QUALQUER MOMENTO.


Passo a publicar também, algumas meditações de Brennan Manning, do devocional "Meditações para Maltrapilhos". (dez/2011)

"Estas leituras diárias foram coletadas de várias fontes, mas principalmente de conferências proferidas por Oswald Chambers no Bible Training College, Clapham, durante os anos de 1911 a 1915; depois, de outubro de 1915 a novembro de 1917, das palestras feitas nos cultos noturnos dos acampa-mentos do Y.M.C.A (Associação Cristã de Moços), em Zeitun, no Egito.

Em Novembrode 1917, meu marido foi chamado à presença de Deus. Desde então muitas dessas palestras foram reunidas em volumes e publicadas. Parte destes textos é constituída de mensagens pronunciadas durante a hora devocional no colégio - hora que, para muitos alunos, foi um marco em sua vida espiritual. "

"Os homens estão sempre se voltando aos poucos que dominam o segredo espiritual, cuja vida está escondida com Cristo em Deus. São os da religião dos velhos tempos, pendentes dos cravos da cruz." (Robert Murray McCheyne.).

Por sentir que o autor desta obra é um desses, cujos ensinamentos os homens voltam sempre a consultar, é que este livro foi preparado e lançado com uma oração para que, dia a dia, suas mensagens continuem a produzir a vida e a inspiração vivificantes do Espírito Santo".
B.C. 1927

30/11/2010

30 de Novembro

Pela Graça de Deus, Sou o que Sou
"E a sua graça que me foi concedida, não se tornou vã", 1Co 15,10.

O hábito de falarmos continuamente sobre a nossa incapacidade é um insulto dirigido a nosso Criador. Deplorar a nossa incompetência é caluniar a Deus abertamente, insinuando que ele nos negligenciou de algum modo mais específico. Cultive o hábito de examinar, na presença de Deus, as coisas que parecem humildes aos olhos dos homens e se pasmará admirado de ver como elas são pouco importantes para ele. "Oh, eu não diria que sou santificado; não sou nenhum santo". Atreva-se a dizer isso diante de Deus e essa declaração toma o seguinte significado: "Não, Senhor, é impossível para ti salvar-me e san­tificar-me completamente; não tive muitas oportunidades; há tantas imperfeições em meu cérebro e em meu corpo mortal; não, Senhor, isso não é possível para mim mais". Diante dos homens, essas palavras podem ter aparência de grande humildade, mas diante de Deus serão vistas como uma afronta.
E, também, as coisas que parecem humildes diante de Deus podem parecer o contrário diante dos homens. Dizer: "Graças a Deus, sei que fui salvo e santificado" é, aos olhos de Deus, o auge da humildade; significa que você se entregou tão completamente a Deus que sabe que ele é tornado verdadeiro dentro de si. Nunca se preocupe se o que diz parece ou não humilde diante os homens, mas seja sempre humilde diante de Deus, deixando-o ser tudo em tudo dentro e fora de si.
Só um tipo de relacionamento importa: nosso relacionamento particular com nosso Redentor e Senhor, desde que pessoal. Abra mão de tudo o mais, mas mantenha esse relacionamento a todo custo e Deus cumprirá o seu propósito através de toda a sua existência e vida. Uma única vida, a qual pode ser de inestimável valor para os propósitos de Deus, é a dele e essa vida pode ser a sua já.

29/11/2010

29 de Novembro

A Supremacia De Jesus
"Ele me glorificará", João 16.14

Todos os movimentos de santidade atuais fogem em todos os seus aspectos cruciais daquela rigorosa realidade do Novo Testamento. Não há neles nada que precise com exatidão todo o valor da morte do Senhor Jesus Cristo; tudo o que se exige é urna atmosfera de religiosidade, oração e devoção e nada mais que isso. Esse tipo de experiência não é sobrenatural, nem miraculoso, nem nada real, pois não custou o sofrimento de Deus em nós, não foi tingido pelo “sangue do Cordeiro”, Ap 12,11, nem carimbado com a marca do Espírito Santo de forma que se veja claramente — marca essa que faz os homens olharem admi­rados e exclamarem em uníssono: "Isso é obra do Deus todo-poderoso". É disso que nos fala o Novo Testamento; é disso e nada mais nem nada menos que isso.
O tipo de experiência cristã do Novo Testamento é o de uma total dedicação à pessoa de Jesus Cristo como pessoa real. Todos os outros tipos da chamada "experiência cristã" são desvinculados da pessoa de Jesus Cristo. Neles não é preciso ser verdadeiramente regenerado, nascer de novo para entrar no reino no qual Cristo vive de fato; neles há apenas a idéia de que ele é o nosso modelo que concretiza. No Novo Testamento, Jesus Cristo é Salvador muito antes de ser o modelo a seguir. Hoje, ele está a ser vergonhosamente divulgado como personagem eminente de uma religião, um mero exemplo para os homens. Ele é isso, mas é infinitamente mais; ele é a própria salvação, ele é o evangelho do Deus vivo.
Jesus disse: "Quando vier, porém, o Espírito da verdade... ele me glorificará", João 16:13,14. Quando me comprometo com essa revelação como ela é feita no Novo Testamento, recebo de Deus o dom do Espírito Santo, que começa a interpretar em mim e para mim, tudo quanto Jesus fez e faz em mim, operando no meu interior tudo que ele realizou por mim na cruz para realizar agora em mim também.

28/11/2010

28 de Novembro

A Riqueza Para Os Destituídos
"Sendo justificados gratuitamente, por sua graça...", Rm 3,24.

O evangelho da graça de Deus desperta um intenso anseio dentro da alma humana, mas também um ressentimento igualmente intenso, porque a revelação que ele traz não agrada nem um pouco à carne. O orgulho do homem permite-lhe dar e dar, mas não vir e aceitar quando deve. Darei minha vida pela causa e até morrerei por ela; eu con­sagrar-me-ei integralmente; farei qualquer coisa, mas não me humilhe, colocando-me ao nível de um pecaminoso pedinte digno do inferno, dizendo que a única coisa que tenho de fazer é aceitar a dádiva da salvação por Jesus Cristo.
Temos que reconhecer que não podemos comprar nem fazer por merecer coisa alguma vinda de Deus; precisamos recebê-la como dádiva, ou então ficaremos sem ela porque não a quisemos receber. A maior bênção espiritual é reconhecer que somos pobres e destituídos; enquanto não reconhecermos isso mesmo, o Senhor não poderá abençoar-nos com nada. Se acharmos que nos bastamos para nós mesmos, ele não poderá fazer nada por nós e muito menos através de nós; temos que entrar no seu reino através daquela porta da pobreza. Enquanto nos considerarmos ricos, abastados de qual­quer coisa que se assemelhe a orgulho ou uma independência de Deus, Deus nada poderá fazer por nós. Só após ficarmos cientes disso mesmo e espiritualmente famintos é que receberemos o Espírito Santo e do Espírito Santo também. Pelo Espírito Santo, a natureza de Deus torna-se eficaz dentro de nós e por nós, pois ele nos concede a vida de Deus, a que nos vivifica. Essa vida põe "o além" dentro de nós e tão logo isso tenha como acontecer, seremos colocados no reino de Deus, na esfera onde Jesus vive também, João 3.5.

27 de Novembro

A Consagração do Poder Espiritual
"Pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo", Gl 6,14.

Sempre que medito na cruz de Cristo, não me torno num beato interessado apenas na minha própria pureza natural; meu objetivo domi­nante passa a ser os interesses de Jesus Cristo em mim. O Senhor não foi um recluso nem um asceta; ele não se isolou da sociedade, mas permaneceu todo o tempo isolado dela interiormente. Não se mostrava indiferente ao que se passava ao seu redor, mas vigiava ligado a outro mundo. Com toda a verdade, achava-se tão integrado no mundo que os religiosos de seu tempo o acusavam de glutão e bebedor de vinho entre outras coisas mais. Mas o Senhor não permitiu que nada disso pudesse interferir na consagração de suas energias espirituais às coisas e obras do Pai.
A falsificação dessa consagração é deixar de fazer certas coisas pensando com isso armazenar poder espiritual para uso posterior noutras coisas supostamente mais espirituais, mas isso é um enorme engano. O Espírito de Deus tem tirado de todo o pecado muita gente, mas, mesmo assim, não experimentaram a liberdade nem a plenitude espiritual que Cristo prometeu. O tipo de vida religiosa que vemos por aí, hoje, é inteiramente diferente da santidade atuante que Jesus Cristo manifestava por ele. "Não peço que os tires do mundo e sim que os guardes do mal", João 17:15. Temos que estar no mundo; mas não ser do mundo; estarmos separados e isolados dele interiormente, não exteriormente, João 17:16.
Não devemos permitir que nada interfira na consagração de nossas energias espirituais às coisas que são consagradas por Deus. A consagração (dedicação exclusiva à obra de Deus) é a nossa parte; a santificação (separados de todo pecado em santidade) é a parte que cabe a Deus. Temos que tomar uma decisão e posição firme de nos interessarmos somente por aquilo que é do interesse de Deus. A maneira acertada de resolver as dúvidas que surgem em nós, é contestá-las sempre com a pergunta: "Será que isto é o tipo de coisa na qual Jesus Cristo está interessado, ou é algo que interessa ao inimigo de Jesus apenas?"

26 de Novembro

O Ponto Fulcral de Todo o Poder Espiritual
"... Senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”, Gl 6,14.

Caso deseje experimentar em si mesmo todo o poder de Deus (ou seja, a vida ressurreta de Jesus Cristo), terá que meditar muito sobre a tragédia da cruz. Não fique demasiadamente preocupado com a sua própria condição espiritual, mas faça por refletir, através dum espírito aberto, sobre essa tragédia divina e se encherá do poder de Deus. "Olhai para mim", Is 45,22, concentre-se "lá" na fonte e o poder virá para "cá". Se não nos concentrarmos no objetivo concreto da Cruz de Cristo, perderemos todo o poder espiri­tual. Os efeitos da cruz são salvação, santificação, cura, etc., mas não devemos pregar nada disso, temos que pregar é “Jesus Cristo e este crucificado”, 1Co 2,2. A pregação da mensagem de Jesus Cristo, por si mesma, irá operar no coração de todos aqueles que, de fato, são ouvintes. Ao pregar, concentre-se na cruz, o centro de todo o universo e mesmo que os ouvintes, aparentemente, não dêem muita atenção, nunca mais poderão ser os mesmos a partir de então. Se eu proferir a minha própria mensagem, ela não terá para si mais importância do que a sua terá para mim; mas, se eu falar a verdade de Deus, ela produzirá frutos, tanto em si como em mim. Temos que nos concentrar no foco do poder espiritual — a cruz — para nos mantermos sempre em contacto direto com essa fonte de todo o poder e assim ele agirá entre os homens e neles. Muitas vezes, nos movimentos de renovação espiritual e em reuniões de busca de poder, as pessoas tendem a enfatizar não a cruz, mas os efeitos dela sobre eles e sem obter resultados muito práticos.
Hoje, a fraqueza das igrejas vem sendo muito apontada e tal crítica se justifica em muito. Uma das razões dessa fraqueza é que tem faltado maior concentração do poder espiritual dentro dos crentes; e isso acontece porque não meditamos suficientemente na tragédia do Calvário e no significado da redenção que se efetuou lá.

25/11/2010

25 de Novembro

O Segredo da Consistência Espiritual
"Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo", Gl 6,14.

Tão logo alguém possa nascer de novo, ele torna-se incoerente, pois há nele um misturar de emoções e ações desconexas e desprovidas de essência. O apóstolo Paulo possuía uma firme coerência interior; e, consequentemente, pôde deixar que sua vida exterior se modificasse livremente mediante as circunstâncias. E isso não o preocupava em absoluto, pois estava arraigado e alicerçado em Deus de fato e somente. A maioria de nós é espiritualmente incoerente porque estamos mais preocupa­dos em ser coerentes com os nossos modos e módulos exteriores. Paulo vivia no piso de baixo, enquanto os críticos coerentes vivem no último andar da manifes­tação exterior. Portanto, não pode haver contacto entre eles. A coerência de Paulo estava alicerçada no que há de melhor e fundamental. A solidez de toda a sua coerência era a agonia de Deus na redenção de todo o mundo, ou seja, poder apresentar aquela cruz de Jesus Cristo para o mundo.
Faça por reavaliar sua crença e depois remova dela tudo que for possí­vel, ficando apenas com a rocha angular e basilar, isto é, a cruz de Cristo. Na História Universal, a cruz é um acontecimento insignificante; porém, do ponto de vista Bíblico, ela tem mais importância do que todos os impérios do mundo juntos. Se, em nossa pregação, deixarmos de apresentar a tragédia de Deus na cruz, ela nada produzirá para mais ninguém. Não transmitirá o poder de Deus cedido ao homem; poderá até ser interessante, mas não terá poder nem valor. Pregue a cruz e o poder de Deus operará sem rodeios. "Aprouve a Deus salvar aos que crêem pela loucura da pregação… Mas nós pregamos a Cristo crucificado", 1Co1,21-23. 

24/11/2010

24 de Novembro

Direcionando a Focalização
"Como os olhos dos servos estão fitos nas mãos dos seus senho­res... assim os nossos olhos estão fitos no Senhor, nosso Deus", Sl 123,2.

Este versículo descreve uma total confiança e dependência em Deus. Tal qual os olhos do servo estão fitos em seu senhor, assim também os nossos olhos deverão permanecer colocados no Senhor. Será assim que tomaremos conhecimento dele e veremos seu semblante que nos será manifestado por ele, Is 53,1. Quando paramos de erguer os olhos a ele, logo começamos a sofrer perdas espirituais importantes e cruciais. E essas perdas ocorrem mais por causa dos problemas da nossa mente, do que através de problemas externos a ela. É ali que come­çamos a pensar: "Desconfio de que talvez me tenha vindo a exceder um pouco, erguendo-me em bicos de pés, tentando assemelhar-me a Deus em vez de ser uma pessoa humilde". Temos de entender que, por mais esforços que encetamos, eles nunca serão demasiados.
Por exemplo, quando você tomou uma posição favorável a Deus, passou por uma experiência pela qual recebeu do Espírito o teste­munho de que tudo estava certo e bem consigo. Mas passaram-se muitas semanas, talvez anos e você vai, lentamente, chegando à seguinte conclusão: "Bem, será que não fui muito pretensioso? Será que não me posicionei um pouco alto demais para as minhas capacidades?". Aí, os seus amigos racionalistas chegam bem perto de si para lhe confirmarem também: "Deixe-se de tolices; quando você falava sobre esse avivamento espiritual, sabíamos que se tratava de um impulso passageiro por si e não conseguiu manter este nível de vida; Deus não espera nada disso de si". E você diz: "Bem, acho que desejei demais, de fato". Dizer isso pode parecer prova de humildade, só que, na verdade, significa que você deixou de confiar em Deus para confiar na opinião do resto do mundo, o qual perece. O perigo disso tudo será que, não confiando mais em Deus, você deixa de erguer os olhos só para ele. Só quando Deus o obrigar a dar uma travagem brusca e realista em seus pensamentos, é que se aperceberá o quanto foi prejudicado com tudo isso. Sempre que houver uma rotura e um vazamento espiritual dentro de si, trate de o con­sertar logo ali. Reconheça que alguma coisa se inter­pôs entre si e Deus e reajuste tudo logo e sem mais qualquer perda de tempo para si. 

23/11/2010

23 de Novembro

A Distração das Atitudes Que Desprezam
"Tem misericórdia de nós. Senhor, tem misericórdia; 
pois estamos sobremodo fartos de desprezo", Sl 123,3.

Precisamos ter bastante cautela, não tanto com o que possa prejudicar a nossa fé em Deus, mas maioritariamente com aquilo que pode prejudicar nossa atitude em Deus. "Portanto guardai-vos em vosso espírito e não sejais desleais", Mal.2:16. Qualquer atitude errada tem efeitos tremendamente nocivos e maléficos; ela é a inimiga principal que penetra diretamente na alma e desvia de Deus a nossa mente fazendo pensar que não. Existem certas atitudes às quais nunca deveremos nos entregar pela displicência. Caso o façamos, descobriremos que elas nos desviam da confiança que há em Deus; e, enquanto não voltarmos a nos aquietar só diante dele, nossa fé será uma nulidade autêntica e nossa confiança na carne e no engenho humano crescerão e serão o fator que predominará.
Acautele-se contra "os cuidados deste mundo", Mc 4,19, porque serão eles que produzirão a maioria dessas atitudes erradas. É impressionante notar como as coisas simples têm uma enorme capacidade de desviar nossa atenção de Deus em vez de fazer-nos fitá-lo ainda melhor. Não se permita a veleidade de ser sufocado pelos cuidados das suas circunstâncias de vida.
Outra coisa que desvia nossa atenção, será aquele desejo intrínseco de nos justificar­mos diante de todos. Santo Agostinho orava: "Ó Senhor, livra-me deste impulso de me estar sempre a justificar e defender". Essa atitude destrói nossa fé em Deus por completo. "Eu preciso explicar-me; preciso fazer com que as pessoas me entendam". O Senhor não se justificava; ele deixava que o mal-entendido se corrigisse por ele mesmo.
Quando percebemos que alguém não está em crescendo espiritual­ e permitimos que essa nossa descoberta se transforme em crítica moral contra tal pessoa, bloqueamos nosso próprio relacionamento com Deus e com essa pessoa também. Deus nunca nos dá esse tipo de discernimento para que possamos criticar, mas antes para que possamos interceder e revalidar sua comunhão com Ele.

22/11/2010

22 de Novembro

Superficial e Profundo
"Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, 
fazei tudo para a glória de Deus", 1Co10,31.

Não se deixe levar pela idéia de que as coisas superficiais da vida não são ordenadas por Deus e para Deus; elas são de Deus tanto quanto as coisas profundas e enraizadas. Não é a sua dedicação a Deus que o leva a não querer ser superficial, mas antes aquele desejo de impressionar os outros com o fato de que você não é superficial — sinal evidente de que você é presunçoso e irreal ainda. Cuidado para não cultivar desprezo aos outros, sendo esse desprezo um produto da presunção e que faz com que você ostente sua "profundidade" para mostrar aos outros o quanto eles são superficiais. Evite passar como a pessoa profunda deste planeta; Deus se fez bebê.
Ser superficial não significa ser-se mau, nem indica a inexistência de profundidade nesta vida; o oceano profundo tem suas praias todas. As coisas superfi­ciais desta vida: comer e beber, passear e conversar, são todos determi­nados por Deus também. São coisas que Jesus fazia e as fazia ainda como Filho de Deus e ele disse que "o discípulo não está acima do seu Mestre", Mt10,24.
Nossa salvaguarda está em fazer as coisas superficiais também. Temos que viver no meio delas de forma sensata e perspicaz. Deus nos dará as coisas mais profundas tanto quanto as que nos são superficiais. Nunca exponha as profunde­zas a ninguém, a não ser a Deus. Às vezes, somos tão sérios, tão excessivamente zelosos com nossa "imagem", que nos recusamos a comportar-nos como cristãos nas coisas corriqueiras desta vida corrente.
Tome a firme decisão de não levar ninguém a sério, a não ser Deus; e a primeira pessoa de quem você terá de saber descartar-se — por ser o maior embusteiro e maior fraude que já conheceu — será você mesmo.

21 de Novembro

“Esta Consumado”
"... Consumando a obra que me confiaste para fazer", João 17,4.

A morte de Jesus Cristo é a concretização da mente de Deus, no seu devido tempo e espaço. Não há lugar para o conceito de que Jesus Cristo teria sido um mártir; sua morte não foi um acidente que poderia ter sido evitado; foi a própria razão da sua vinda à terra.
Quando se achar a pregar sobre o perdão que há em Deus, nunca use o argumento de que Deus é nosso Pai e nos perdoará porque nos ama como Pai. Isso não corresponde à revelação que Jesus Cristo faz de Deus; torna a cruz desnecessária e a redenção fica mais parecendo "muito barulho para pouco efeito". Se Deus ainda perdoa o pecado, é por causa da morte de Cristo. E ele não poderia perdoar os homens de nenhuma outra maneira, senão pela morte de seu Filho; e Jesus é exaltado para ser o Salvador por causa da sua morte também. "Vemos... Jesus por causa do sofrimento da morte... coroado de glória e de honra", Hb 2,9. O mais alto brado da trombeta do todo triunfo que alguma soou aos ouvidos do universo foi o que ecoou na cruz pela boca de Cristo: "Está consumado!" João 19,30. Essa é a palavra-chave e final da redenção de todo o homem.
Qualquer coisa que diminua ou tenha como suprimir a santidade de Deus mediante uma concepção falsa de seu amor, não corresponde à revelação de Deus dada por Jesus Cristo em nós mesmos. Nunca admita a idéia de que Jesus Cristo se coloca ao nosso lado e, por compaixão, contra Deus; ou a de que ele se fez maldição em nosso lugar por ter pena de nós. Foi por decreto divino que Jesus Cristo se fez maldição por nós. Nossa parte, na compreensão do profundo significado dessa mesma mal­dição, é a convicção do pecado; a dádiva da vergonha e contrição nos é dada e oferecida — nisso consiste a grande misericórdia de Deus se correspondermos. Jesus Cristo odeia o mal no homem e o Calvário também nos mostra a medida desse ódio. 

20 de Novembro

O Perdão Vindo de Deus
"No qual temos... a remissão dos pecados", Ef.1.7.

Tenhamos cuidado com a tal concepção sobre a paternidade de Deus, que é errônea mas que nos pode parecer agradável e que afirma: "Deus é um pai tão bondoso e amoroso que nos perdoará". Essa afirmação e explicação não se encontram em lado nenhum de todo o Novo Testamento. A única base que existe para Deus nos perdoar e nos reintegrar em sua graça total é a tremenda tragédia da cruz de Cristo dentro da humanidade; não há nenhuma outra base para tal. Falar do perdão partindo de qualquer outra base é blasfemar inconscientemente. Esse perdão, tão fácil de ser aceito por nós, custou ao próprio Deus o ter passado pela agonia do Calvário. É possível uma pessoa aceitar simplesmente pela fé o perdão do pecado, o dom do Espírito Santo e a santificação e esquecer o elevado preço que Deus teve que pagar para que tudo isso nos fosse possível ainda hoje.
O perdão é o milagre da graça divina sedeada em nós por nós; a cruz de Jesus Cristo foi o preço que Deus teve que pagar para poder perdoar o pecador e para o confirmar e ainda assim continuar e persistir como Deus santo que é. Nunca aceite um conceito sobre a paternidade de Deus que suprime a verdadeira essência da expiação que ele fez pelo pecado. A revelação que temos de Deus ali é que ele não pode perdoar apenas por perdoar; se o fizesse, contrariaria sua própria natureza santa e divina. O único meio através do qual podemos ser perdoados é a expiação consolidada dentro de nós também, a que nos reconcilia com Deus em natureza e em essência. O perdão de Deus só se pode tornar natural sendo o sobrenatural efetivado dentro de nós.
Comparada com o milagre do perdão do pecado, a experiência da santificação é coisa mínima. A santificação é apenas a maravilhosa expressão do perdão dos pecados dentro da própria a vida humana; mas o que pode vir a despertar nossa mais profunda gratidão, será o fato de que Deus perdoou nossos pecados por os haver retirado de dentro de nós. Paulo nunca se esqueceu disso. Depois que reconhe­cemos o alto preço que Deus pagou para ter como perdoar-nos, ficamos presos a ele, seguros pelo seu grande amor que toma o nosso lugar em nós.

19 de Novembro

Quando Ele Vier
"Quando ele vier convencerá o mundo do pecado... "João 16.8.

Poucos de nós sabem realmente o que seja convicção de pecado; provavelmente tivemos apenas a experiência de nos sentirmos perturbados por termos feito coisas más e erradas. Mas a convicção de pecado operada através do Espírito Santo coloca logo de lado todos os tipos de demais relacionamentos em relação a Deus sobre a terra, deixando apenas um: "Pequei contra ti, contra ti somente pequei!", Sl 51,4. Quando alguém se convence do pecado desta maneira específica e peculiar, sabe, com toda a pujança de toda a sua consciência que Deus não ousaria perdoá-lo apenas por perdoar e sem se converter, senão o homem manteria seu sentido soberbo de justiça em si mais forte do que o de Deus é em si. Deus perdoa, mas isso lhe custou um profundo sofrimento, com a morte de Cristo. O grande milagre da graça de Deus é que ele perdoa nossos pecados, mas a única maneira através da qual a natureza divina pode perdoar e ainda permanecer fiel a si mesma dentro de nós, será mediante a morte de Jesus Cristo em nós. É absurdo dizer que Deus nos perdoa porque ele é amor. Depois que sentirmos a convicção de pecado, nunca tornaremos a dizer tal coisa. O amor de Deus significa Calvário e nada menos que isso; esse amor só é explicado pela cruz que tomamos e de nenhuma outra forma plausível. Deus dispõe de uma única base para me perdoar: a cruz do meu Senhor em mim. Ali, a sua consciência se satisfaz por ela mesmo.
O perdão não significa apenas que sou salvo do inferno e preparado para o céu (ninguém aceitaria perdão desse jeito específico sequer); o perdão significa que passo a ter um novo relacionamento numa identificação real com Deus em Cristo Jesus em mim mesmo. O milagre da redenção é que Deus, ao colocar dentro de mim como pecador que sou, uma nova disposição, a própria de Jesus Cristo, torna-me santo como ele é santo logo ali também.

18/11/2010

18 de Novembro

Ganhando a Liberdade
"Se, pois, Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." – João 8,36.

.....Se ainda houver em nós algum vestígio de presunção, sempre diremos: "Não posso." A personalidade 
(o verdadeiro eu) nunca diz "não posso"; simplesmente se apropria; ela quer sempre mais e.mais. É assim nossa natureza. Deus nos criou com grande capacidade para buscá-lo; e o que nos impede de chegar a ele é o ..pecado e a nossa individualidade. Deus nos liberta do pecado; mas nós mesmos temos que nos libertar da .individualidade..– apresentando-lhe nossa vida natural e sacrificando-a até que, pela obediência, ela se transforme em vida espiritual.
.....No plano de Deus para nosso.desenvolvimento espiritual.não há a mínima consideração por nossa individualidade natural; e temos que cooperar com Deus e não resistir ele, dizendo: "Não conseguirei fazer isso." Deus não nos disciplinará; nós é que temos que nos disciplinar a nós mesmos. Deus não levará cativo todo pensamento e imaginação; cabe a nós fazê-lo. Não diga: "Ó, Senhor, sou dado a devaneios.." Simplesmente não seja dado a devaneios. Pare de dar ouvidos à sua tirânica individualidade, e emancipe-se como personalidade.
....."Se o Filho vos libertar..." Não substitua "Filho" por "Salvador". O Salvador nos liberta do pecado; esta libertação é operada pelo Filho. É isso que Paulo quer dizer em Gálatas 2.19: "Estou crucificado com Cristo." Sua individualidade natural foi quebrantada e sua personalidade unida à do Senhor; não absorvida, mas unida. "Verdadeiramente sereis livres", livres em essência, livres interiormente. Insistimos em ter poder, em vez de querer que este poder nos leve à identificação com Jesus.

17/11/2010

17 de Novembro


A Eterna Meta

"Jurei, por mim mesmo, diz o Senhor, porquanto fizeste isso... que deveras te abençoarei."
                                                                                           
Gênesis 22,16-17.
     Aqui Abraão atingiu o ponto em que se acha em contato com a própria natureza de Deus; ele agora compreende a realidade de Deus.
"Meu alvo é Deus somente...
A qualquer preço, amado Senhor,
Por qualquer caminho."
     "A qualquer preço, por qualquer caminho" significa que não somos nós que escolhemos os meios pelos quais Deus nos leva ao alvo. Quando Deus fala, ele fala à sua própria natureza em nós; não pode haver a menor hipótese de questionamento; a única opção é a obediência imediata. Quando Jesus diz: "Vinde", eu simplesmente vou;quando ele diz: "Renuncia", eu renuncio; quando ele diz: "Confia em Deus nesta questão", eu confio.,Todo esse processo é evidência de que a natureza de Deus está em mim.
     O que determina a revelação que Deus faz de si mesmo a mim é o meu caráter, não o caráter de Deus.
"Como sou desprezível,
Muitas vezes teus caminhos
Parecem-me desprezíveis. "
     Pela disciplina da obediência chego à mesma posição em que estava Abraão, e vejo quem Deus é. Enquanto não me colocar face a face com ele em Jesus Cristo, Deus não será real para mim; só aí então reconhecerei que "em todo o mundo, meu Deus, não há ninguém senão tu, ninguém senão tu".
,,,,,Enquanto não compreendermos, por meio da obediência, como é a natureza de Deus,, as promessas dele não terão valor para nós. Às vezes lemos certas coisas na Bíblia trezentas e sessenta e cinco vezes, e elas nada significam para nós, até que de repente nós obedecemos a Deus em algum particular, e então compreendemos o que ele quer dizer; e imediatamente a sua natureza se revela. "Porque quantas são as promessas de Deus tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém".  O "sim" deve nascer da obediência; quando, pela obediência, dizemos "Amém" a uma promessa, essa promessa se torna nossa.

16/11/2010

16 de Novembro

Ainda Humanos
"Fazei tudo para a glória de Deus" - 1 Coríntios 10,31

     A grande maravilha da encarnação desaparece suavemente na rotina da vida de um infante; a maravilha da transfiguração se desvanece no vale ante o jovem possuído pelo demônio; a glória da ressurreição desce ao nível de uma refeição matutina à beira-mar. Não se trata de um anticlimax, mas de uma grande revelação de Deus.
     Nossa tendência é procurar em nossa experiência o extraordinário; confundirmos o sentido do que é heróico com o de sermos heróis. Uma coisa é passarmos por uma crise em grande estilo, outra é viver cada dia glorificando a Deus, quando não há testemunhas, nem refletores, nem ninguém prestando a mínima atenção. Se não é auréolas medievais que desejamos, queremos pelo menos alguma coisa que leve as pessoas a dizerem: "Que maravilhoso homem de oração ele é! Que mulher dedicada e espiritual essa!" Se a sua dedicação ao Senhor Jesus for integra, você já alcançou a sublime posição onde ninguém pensa sequer em notar que 
você existe; a única coisa que se nota é o poder de Deus fluindo através de você o tempo todo.
     "Oh, eu tive um maravilhoso chamado de Deus!" Para que possamos fazer a tarefa mais corriqueira para a glória de Deus, é preciso que o todo-poderoso Deus encarnado esteja em nós. É preciso que o Espírito de Deus esteja em nós para nos tornar tão profundamente seus, e ainda tão humanos, que passemos totalmente despercebidos. Somos aprovados como servos de Deus, não por causa do sucesso, e sim pela nossa fidelidade na vida diária. Estabelecemos como alvo ter sucesso no trabalho cristão; mas o alvo correto é manifestar a glória de Deus na vida humana; é viver, sob as limitações humanas, a vida que está oculta juntamente com Cristo em Deus. É.no cenário das relações humanas que a vida ideal, a de Deus, deve ser vivida.

15/11/2010

15 de Novembro

Que te Importa ?
"E quanto a este?... Que te importa? Quanto a ti, segue-me." - João 21.21,22.

Uma de nossas experiências mais difíceis é a que passamos quando não queremos entender que não devemos interferir na vida dos outros. Demoramos muito a reconhecer o perigo de sermos "deuses" amadores, ou seja, de interferirmos na ordem de Deus para outros. Vemos certa pessoa sofrendo e dizemos: "Ela não sofrerá mais; vou providenciar para que não sofra." Então tentamos impedir o sofrimento que Deus permitiu; todavia Deus diz: "Que te importa?" Se você estiver em estagnação espiritual não se permita continuar nela; busque a Deus para saber a razão dela. ..Possivelmente, você descobrirá que ela decorre da sua interferência na vida de alguém, dando sugestões que não tinha o direito de dar, aconselhando quando não tinha o direito de aconselhar. Quando você tiver que aconselhar alguém, .Deus dará o conselho através de você, provendo-o de uma revelação do Espírito; ..a sua responsabilidade é manter um relacionamento integro com Deus, de modo que o discernimento dele flua constantemente por seu intermédio para abençoar outros.
A maioria de nós vive no limiar do consciente - servindo e dedicando-se a Deus conscientemente. Isso é imaturidade; não é vida real. O estado de maturidade é como a vida de uma criancinha - nunca é consciente. Quando atingimos essa fase, entregamo-nos a Deus de tal forma que não temos consciência de estarmos sendo usados por ele. Se estivermos conscientes de que somos "pão partido"e "vinho derramado", resta ainda um outro estágio a ser alcançado, em que não temos consciência de nós mesmos, nem daquilo que Deus está fazendo através de nós. Um servo não tem  consciência de que é servo; ele só tem consciência de que depende sempre de Deus.

14/11/2010

14 de Novembro

Descobrindo os Desígnios Divinos

"Estando no caminho, o Senhor me guiou..." - Gênesis 24.27.


.....Devemos estar tão unidos .........com Deus que não haja necessidade de estarmos a toda hora pedindo a orientação dele. Santificação significa que somos feitos filhos de Deus; ..........a atitude .....normal do filho é a obediência. Quando ele resolve desobedecer, sua consciência o acusa na hora. No campo espiritual, ....essa acusação intuitiva é a advertência do Espírito de Deus. Quando ele nos dá esse "sinal", temos que parar imediatamente, ..e ser renovados em nossa mente, a fim de sabermos qual é a vontade de Deus. Se já, nascemos de novo pelo Espírito de Deus, ...é um contra-senso pedir a Deus a todo instante que nos guie. "O Senhor me guiou"; e anaiisando depois o que aconteceu, perceberemos que houve um maravilhoso desígnio que, como filhos de Deus, creditaremos a ele.

.....Todos nós conseguimos ver a Deus nas coisas excepcionais; .mas .é necessário maturidade espiritual para vermos a Deus nos mínimos detalhes. Não aceite nenhum evento de nenhuma .....outra forma, senão como um prop6sito de Deus; e procure ver em qualquer evento da vida os desígnios divinos.

.....Tenha cuidado para não idolatrar sua fidelidade às suas convicções, em vez de estar dedicado a Deus. "Nunca farei isso." Há muita probabilidade de você passar por "isso", ....se você é um servo de Deus. Nunca houve na terra ser mais incoerente do que nosso Senhor, contudo ele nunca foi incoerente com seu Pai. .Temos .....que ser fiéis ......à vida de Deus, nunca a um princípio. É esta vida em nós que nos ....esclarece cada vez mais sobre o propósito de Deus. É mais fácil ser fanático do que servo fiel, porque ser leal a Deus não nos glorifica e fere principalmente a nossa vaidade religiosa.

13/11/2010

13 de Novembro

Fé e Experiência

"O Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim..." - Gálatas 2.20.

.....Para chegarmos a uma devoção absoluta ao Senhor Jesus, .........temos que dominar os nossos humores e sair do jogo de esconde-esconde. .....Lembre-se de como o Novo Testamento mostra Jesus Cristo, e depois pense na mesquinhez da nossa miserivel fé: ."Eu não tive esta e aquela experiência!" Pense no que afirma a fé em Jesus Cristo - que ele é poderoso para nos apresentar diante do trono de Deus, .....imaculados, ......absolutamente retos e totalmente justificados. Tome uma posição de irrestrita e reverente fé nele, pois ele ....se .tornou para nós "sabedoria, e justiça, e santificação e redenção". Como podemos falar em fazer sacrifício para o Filho de Deus! Somos salvos do inferno e da perdição, e ainda falamos em fazer sacrifícios!

.....Temos que exercer ....constantemente a fé em Jesus Cristo; não no Jesus Cristo da reunião de oração, nem no dos livros, mas no Jesus Cristo do Novo Testamento, que é o Deus encarnado, o que deveria ...fazer-nos cair a seus pés como mortos. .....Nossa fé deve firmar-se naquele que é o autor da nossa experiência; não na experiência. Jesus quer de nós uma entrega e devoção totais a ele. Não podemos conhecer a Jesus Cristo por meio de experimentos, nem contê-lo ...dentro dos limites de nosso coração; mas tendo ..confiança total nele é que edificamos nossa fé. É. nesse particular .....que vemos como o Espírito Santo se impacienta com a incredulidade. ...Todos os nossos temores são pecaminosos; tememos porque não queremos nos alimentar na fé. Como é que uma pessoa que está identificada com Jesus ..........Cristo pode ter dúvida ou medo! Nossa vida deveria ser um maravilhoso cântico, revelando uma fé triunfante e invencível.

12/11/2010

12 de Novembro

A Vida Transfigurada

"E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as coisas antigas já passaram;

eis que se fizeram novas" - 2 Coríntios 5.17



Que ideia você faz da salvação de sua alma? A experiência da salvação significa que sua vida diária realmente mudou; que você não vê mais as coisas como via antes. Seus anseias são novos, e as coisas velhas perderam o seu encanto. Deus já alterou as coisas importantes? Essa é uma das características da experiência de salvação. Se ainda anseia pelas coisas antigas, é absurdo dizer que nasceu do alto; você está-se iludindo. Se já nasceu de novo, o Espírito de Deus tornará visível a modificação ocorrida em sua vida e em seu modo de pensar. E, quando lhe sobrevier a tentação, você, mais que qualquer outra pessoa, ficará admirado com a maravilhosa transformação operada em sua vida. Não haverá a menor possibilidade de se pensar que você a tenha produzido. A evidência da sua salvação é esta surpreendente e total transformação.

Minha salvação e santificação fizeram alguma diferença em minha vida? Por exemplo, será que suporto ser exposto à luz de 1 Coríntios 13, ou irei remexer-me inquieto? A salvação operada em nós pelo Espírito Santo liberta-nos totalmente; e enquanto andarmos na luz como Deus está na luz, ele nada terá a censurar, porque a vida dele está sendo desenvolvida em cada pormenor da nossa vida, a nível muito mais profundo do que o do consciente.

11/11/2010

11 de Novembro

A Suprema Escalada

"Toma teu filho..." - Gênesis 22.2



A ordem de Deus é: "Toma agora, não daqui a pouco". É impressionante como gostamos de contestar!Sabemos que é certo fazer determinada coisa, mas procuramos desculpas para não fazê-la imediatamente. Subir até ao cume que Deus nos mostra não pode ser feito daqui a pouco; tem que ser feito agora. O sacrifício é oferecido primeiro no plano da vontade, antes de ser oferecido de fato.

"Levantou-se, pois, Abraão de madrugada... e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado" (v. 3). Que simplicidade maravilhosa a de Abraão! Quando Deus falou, ele não consultou carne e sangue. Tenha cuidado quanto tiver o desejo de consultar carne e sangue - suas pr6prias preferências, seu próprio discernimento, ou qualquer outra coisa que não esteja baseada no seu relacionamento pessoal com Deus. São essas as coisas que competem com Deus e impedem que lhe obedeçamos.

Abraão não escolheu o sacrifício. Cuidado para não cair no erro de fazer para Deus um serviço que você mesmo escolheu; o auto-sacrifício pode ser prejudicial. Se a taça que Deus lhe deu é doce, sorva-a com gratidão; se ele a fez amarga, tome-a em comunhão com ele. Se a vontade de Deus para você for passar por dificuldades, enfrente-as, mas nunca queira escolher o lugar do seu martírio. Deus escolheu a provação para Abraão, e ele não fez objeção; obedeceu com firmeza. Se você não estiver vivendo em comunhão com Deus, será fácil julgá-lo de maneira errada. Você terá que passar pela provação para depois ter o direito de emitir opinião sobre Deus, pois é no "cadinho da provação" que aprenderá a conhecê-lo melhor. O Senhor está operando com a finalidade de unir o propósito do homem ao propósito dele.



10/11/2010

10 de Novembro

A Comunhão do Evangelho

"Ministro de Deus no evangelho de Cristo" - 1 Tessalonicenses 3.2


Após a santificação é difícil afirmar qual é nosso alvo na .vida, porque Deus, através do Espírito Santo, nos tem feito penetrar no propósito dele; agora ele está nos usando para realizar seus propósitos em todo o mundo, como usou o seu Filho com o propósito de efetuar nossa salvação. .Se buscarmos grandes coisas para nós mesmos - "Deus me chamou para fazer isso ou aquilo" - estaremos impedindo o que Deus quer fazer conosco.

Enquanto estivermos buscando nossos interesses pessoais, ou um objetivo determinado, não conseguiremos identificar-nos com os interesses de Deus. Só o alcançaremos se abandonarmos para sempre nossos sonhos de grandeza, permitindo que Deus nos faça penetrar no propósito dele para o mundo; e como nossos caminhos serão determinados pelo Senhor, nunca poderemos entendê-los.

.....Precisamos aprender que o alvo para a nossa vida vem de Deus, não de nossa própria vontade. Deus está-nos usando de acordo com o propósito dele, e tudo o que ele nos pede é que confiemos nele, sem nunca queixar: "Senhor, isto me faz sofrer!" Falando assim torna-mo-nos um entrave. Quando paramos de exigir de Deus o que queremos, ele nos usará para o que ele quiser, sem empecilhos. Poderá humilhar-nos ou exaltar-nos; poderá fazer conosco o que quiser. Ele tão-somente nos pede que confiemos de forma implícita na sua pessoa e bondade. A autocomiseração é do diabo, e se nos deixarmos levar por ela, não poderemos ser usados por Deus para a realização dos propósitos dele para o mundo: estaremos vivendo em nosso mundo particular, e Deus nunca poderá tirar-nos dele porque temos medo de ser "machucados".



09/11/2010

9 de Novembro

Serviço Sacramental

"Agora me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta
 das aflições de Cristo..." Colossenses 1.24

.....O obreiro cristão tem que estar tão identificado com o Senhor e com a realidade da redenção que se torne um "intermediário espiritual" pelo qual Deus constantemente transmita vida criativa.

.....Não se trata da força da personalidade de alguém sobreposta à de outrem, mas da presença real de Cristo manifesta através da vida de seus servos. Quando pregamos os fatos históricos da vida e morte do Senhor conforme narrados no Novo Testamento, nossas palavras produzem vida. Deus as usa.com base na sua redenção para criar naqueles que as ouvem algo que de outra forma não pode ser criado. Se pregarmos os efeitos que a redenção provoca na vida humana, em lugar de manifestarmos a revelação de Jesus, o resultado nos que ouvem não será o novo nascimento, mas apenas cultura espiritual. O Espírito de Deus não pode testificar de tal pregação porque ela pertence a outra esfera. Temos que nos manter em uma comunhão tão.viva com Deus que, ao proclamarmos a sua verdade, ele crie nas pessoas aquilo que só ele pode criar.

....."Que personalidade maravilhosa! Que homem fascinante! Que capacidade de percepção!" .Como o evangelho pode operar no meio de tudo isso? Ele .não pode ser transmitido porque a atração pessoal do homem está sempre em primeiro plano. Quando uma pessoa conquista os outros por sua personalidade, a atração que exercerá sobre eles será nesse sentido; mas se ela estiver identificada com a .personalidade do Senhor, então o interesse deles convergirá para o que Jesus Cristo pode fazer. O perigo está em endeusar o homem; Jesus diz que devemos exaltar só a ele, Jesus.

08/11/2010

8 de Novembro

O Incomparável Poder da Oração

"Não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós


sobremaneira com gemidos inexprimíveis." Romanos 8.26.



Reconhecemos que o Espírito Santo nos capacita a orar. Sabemos o que é orar no Espírito: mas nem sempre compreendemos que o próprio Espírito Santo ora, em nós, com gemidos .nexprimíveis. Quando nascemos de Deus e o Espírito de Deus passa a habitar em nós, ele expressa por nós o inexprimível.

"Ele", o Espírito em nós, "segundo a vontade de Deus, é quem intercede pelos santos." E Deus sonda o nosso coração, não para saber quais são as nossas súplicas, .....mas para descobrir qual é a súplica do Espírito Santo.

.....O Espírito de Deus precisa usar a natureza do cristão como um .....santuário ..para fazer sua intercessão. "Vosso corpo é santuário do Espírito Santo." Quando Jesus Cristo purificou o templo, "não permitia que alguém conduzisse qualquer utensílio pelo templo". O Espírito de Deus ......não consentirá que você use o seu corpo para seus próprios interesses. Jesus expulsou violentamente do templo os que ali vendiam e compravam, e disse-lhes: ...."A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores."

.....Será que reconhecemos que nosso corpo é templo do Espírito Santo? .....Se assim o for, .....devemos ter ...o cuidado de mantê-lo sem mácula para ele. Temos que nos lembrar de que, embora nossa vida .....consciente seja apenas uma pequenina parte da nossa personalidade, devemos considerá-la santuário do Espírito Santo. Ele ..cuidará da parte inconsciente, da qual nada sabemos; mas cabe a nós cuidar da parte consciente, pois somos responsáveis por ela.

07/11/2010

7 de Novembro

O Lado Sagrado das Circunstâncias

"Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" - Romanos 8.28



.....É Deus quem ordena as circunstâncias da vida de seus servos. .Na vida deles não acontece nada por acaso. Deus, na sua providência, nos coloca em circunstâncias que não conseguimos compreender, mas o Espírito de Deus as compreende. Deus nos coloca em tais lugares, entre tais pessoas e em tais condições, a fim de que o Espírito que está em nós interceda de maneira particular. Nunca interfira nas circunstâncias.dizendo: "Aqui sou eu quem vai tomar as providências; preciso tomar cuidado aqui, resguardar-me ali..." .Todas as nossas circunstâncias estão nas mãos de Deus, portanto nunca considere estranhas as circunstâncias em que você se encontra. .Seu dever na oração não é interceder com gemidos, mas aproveitar as circunstâncias comuns e ajudar as pessoas entre as quais Deus, em sua providencia, o coloca para levá-las perante o trono de Deus, dando ao Espírito que está em você oportunidade de interceder por elas. Dessa maneira Deus vai alcançar o mundo inteiro através dos seus servos.

.....Estarei dificultando a obra do Espírito Santo com a minha indefinição ou com tentativas de fazer essa obra no .lugar dele? As circunstâncias em que me encontro e as pessoas ao meu redor são o lado humano da intercessão. Tenho que fazer de minha vida um templo do Espírito Santo, e, então, à medida em que apresento as pessoas diante de Deus, o Espírito Santo intercede por elas.

.....As intercessões.de outras pessoas nunca podem ser as minhas, e as minhas intercessões nunca podem ser as delas; o Espírito Santo intercede em cada vida; sem essa intercessão alguém ficará empobrecido espiritualmente.

06/11/2010

6 de Novembro

A Maneira de Crer

"Crês isto"? - João 11.26





.....Marta cria no poder de que Jesus Cristo dispunha; cria que, se ele estivesse presente, poderia ter curado o irmão dela. Também cria que Jesus desfrutava de uma intimidade peculiar com .Deus e que tudo o que pedisse a ele, Deus faria; todavia, Marta precisava ter uma comunhão íntima com Jesus, pois a crença dela só enxergava uma ressurreição futura. Jesus foi conduzindo-a até que a sua crença se tornou um fato pessoal e, então, lentamente transformou-se numa herança particular: "Sim, Senhor, eu tenho crido que tu és o Cristo..."

.....Há algo semelhante a isso na maneira pela qual o Senhor o trata? Será que Jesus o está.instruindo a fim de ter uma intimidade pessoal com ele? Deixe que ele insista na pergunta: "Crês isto"? .Qual é a dúvida que o persegue? Você terá chegado, como Marta, a um momento critico de sua vida, pelo qual sua crença esteja prestes a transformar-se em fé pessoal? Isso não ocorrerá enquanto você não tiver um forte interesse, despertado por um problema pessoal.

.....Crer é comprometer-se. .Numa convicção mental, comprometo-me com ela e rejeito tudo que se opõe a essa convicção. Numa convicção pessoal, comprometo a minha moral com este modo de crer, e me recuso a fazer concessões a qualquer outro; e na fé particular,.comprometo-me espiritualmente com Jesus Cristo, e tomo a deliberação de que, nesse compromisso, serei dominado somente pelo Senhor.

.....Quando me ponho face a face com Jesus Cristo e ele me pergunta: "Crês isto"? descubro que a fé é tão natural quanto o respirar, e fico pasmado ao perceber como fui tolo por não ter confiado nele antes.



05/11/2010

5 de Novembro

Co-Participantes de Seus Sofrimentos

"Alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo." - 1 Pedro 4.13.



.....Para que você seja usado por Deus, ele o conduzirá .....através ......de múltiplas experiências que não se destinam a você; destinam-se a torná-lo útil em suas mãos e a capacitá-lo .a compreender o que se passa com outras pessoas, para que assim você nunca se ...surpreenda com o que quer que venha a....encontrar. Oh, eu não posso ajudar aquela pessoa. Por que não? Deus lhe deu amplas oportunidades de passar pela mesma experiência, e você fugiu porque parecia tolice e perda de tempo.

.....Os sofrimentos de Cristo não são os dos homens. .....Ele sofreu "segundo a vontade de Deus", .....não da .....maneira que sofremos, como indivíduos. Só quando estamos .unidos com Jesus Cristo é que podemos compreender o propósito de Deus nas .....experiências que ele .....permite ocorrer conosco. Entender o propósito dele é inerente à cultura cristã. Na história da Igreja, a tendencia tem sido evitar uma identificação com ..os sofrimentos de Jesus Cristo; os cristãos têm procurado cumprir a ordem de Deus através de atalhos que consideram mais ...fáceis. O caminho de Deus é sempre o do sofrimento, o caminho da longa jornada.

.....Será que somos co-participantes dos sofrimentos de Cristo? .....Estamos .....dispostos a permitir que Deus elimine nossos anseios pessoais, destruindo nossas determinações por meio de uma transfiguração? ......Isso não quer dizer necessariamente que vamos entender por que Deus .....está-nos levando .....por esse caminho, pois tal entendimento nos tornaria presunçosos espiritualmente. Não percebemos, naquela hora, o que Deus..... quer fazer-nos ......passar; passamos por certas experiências basicamente sem compreendê-ias. .......Mas depois compreendemos tudo, e exclamamos: "Deus me cingiu, embora eu não o soubesse."

04/11/2010

4 de Novembro

A Autoridade da Realidade

"Chegai-vos a Deus e ele se chegará a vos outros. " - Tiago 4.8.



.....O essencial dar às pessoas a oportunidade de tomarem decisões ........com base na verdade de Deus. A responsabilidade deve ser deixada com o indivíduo; ninguém pode agir por ele. A mensagem..... evangélica deve sempre levar a pessoa a agir, mas é preciso que a decisão seja dela mesma. A recusa de agir produz uma paralisia que ....deixa a pessoa exatamente onde ela estava antes; mas se ela agir nunca mais será a mesma. .....A barreira que se interpõe no caminho de centenas de pessoas que já foram convencidas pelo Espírito de Deus é a aparente .loucura dessa ação. Assim que me forço a tomar uma decisão, neste instante começo a viver; tudo o mais é mera existência. Os momentos em que realmente vivo, são aqueles em que ajo com toda a minha vontade.



.....Sempre que uma determinada verdade de Deus tocar sua alma, .....aja antes que ela passe, não necessariamente no plano físico, mas no plano da vontade. Registre-a, com tinta ou com sangue. .....Mesmo ..a mais fraca das pessoas que se submete a Jesus Cristo se emancipa no mesmo instante em que age, pois todo .....o ..poder onipotente de Deus atua em seu favor. As vezes esbarramos com a verdade de Deus, confessamos .que estamos errados, .....mas .....voltamos .....atrás novamente; até entendermos que não devemos voltar atrás. .....Temos .....que ...tomar .uma posição definitiva em relação a qualquer palavra específica de nosso Redentor, rendendo-nos a ele. Sua palavra ."vinde" significa rendição. "Vinde a mim." A última coisa que fazemos é ir; mas todos os que vão descobrem que o fluxo........sobrenatural da vida de Deus os invade no instante em que o fazem. O domínio do mundo, da carne e do diabo .....perde seu poder sobre eles, não pelo seu ato de rendição, mas porque esse ato os ligou a Deus e ao seu poder redentor.

03/11/2010

3 de Novembro

Sendo Escravo de Jesus
"Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, 
mas Cristo vive em mim", Gl 2,19,20.

Estas palavras significam que um fim foi dado à minha independência pessoal através de minhas próprias mãos, para me submeter totalmente à supremacia do Ser Supremo que é Jesus Cristo. Ninguém poderá fazer isto por mim; tenho que ser eu mesmo a fazê-lo. Deus poderá fazer-me chegar à beira dessa decisão trezentas e sessenta e cinco vezes por ano, mas não pode obrigar-me a tomá-la. Essa decisão implica o rompimento da casca da minha independência em relação a Deus e na colocação da minha personalidade numa perfeita sintonia e união em uníssono com ele e nunca em prol de minhas próprias idéias, mas visando absoluta lealdade a Jesus. Um vez alcançada essa posição, não existirá mais espaço para qualquer discussão. Poucos de nós sabem realmente o que é ser leal a Cristo e a todos os seus princípios e o que significam as palavras: "…por minha causa", Mt 5,11. É essa lealdade que torna o cristão inabalável e impenetrável por outro amor.
Esse rompimento já se deu dentro de si? Tudo aquilo que passar disso será uma absoluta fraude religiosa. Existe uma única coisa para ser resolvida: renunciar, render-me a Jesus Cristo sem impor quaisquer condições quanto à forma desse rompimento de águas. Primeiro, tenho que me desprender da minha realização pessoal; feito isso, realiza-se imediatamente a identifica­ção sobrenatural por dentro e o testemunho do Espírito de Deus será incon­fundível: "Fui crucificado com Cristo". Renunciar deliberadamente a todos os meus próprios direitos para me tornar escravo de Jesus Cristo é o grande mecanismo do cristianismo. Enquanto eu não puder fazer isso mesmo, nem sequer comecei a ser discípulo ainda.
Caso apenas um aluno por ano ouvisse e fosse plenamente obediente ao chamado de Deus, isso seria razão suficiente para que Deus permitisse a existência desta escola. Como instituição acadêmica, ela não tem valor; ela só existe para que Deus se tenha como vir servir da vida dos alunos que são seus. Irá ele servir-se de nós, ou estamos obcecados pelo ideal daquilo que viremos a ser ainda um dia, pensando que Deus nos servirá ainda com essa finalidade?

02/11/2010

2 de Novembro

Obediência ou Independência?
"Se me amais, guardareis os meus mandamentos", João 14.15.

O Senhor nunca insiste conosco para Lhe obedecermos sequer; ele diz-nos claramente que o benefício é todo nosso e mostra-nos o que deveríamos fazer, mas nunca usa de meios para nos obrigar a fazê-lo quando o não quisermos. Temos que obedecer-lhe por causa da nossa unificação de espírito. Será por isso que, quando o Senhor falava em discipulado, usava a palavra SE — você só terá que fazê-lo, se o qui­ser. "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo", Lc 9,23; ceda-Me todos os direitos sobre si. O Senhor não está a falar aqui de posições na eternidade, mas de sermos úteis a ele já aqui na terra e será por isso que as palavras dele nos parecem ser severas, Lc 14,26. Nunca interprete essas palavras sem levar em consideração aquele que as proferiu.
O Senhor não dita com regras específicas. Ele deixa bem claros todos os seus padrões e, se meu relacionamento com ele é de amor, farei o que ele me diz para fazer sem nenhuma hesitação ou objeção sequer. Caso hesite, será apenas porque amo alguém mais do que a ele — a mim mesmo. Jesus Cristo não nos impele à obediência, mas devemos fazê-lo logo. Quando lhe obedeço, cumpro o meu destino espiritual e a vida que me estava destinada se concretizará. Minha vida pessoal pode estar crivada de inciden­tes mesquinhos, todos eles imperceptíveis e insignificantes; mas, se eu obedecer a Jesus Cristo mesmo em circunstâncias adversas de solidão e tristeza, elas se tornarão pequenos orifícios através dos quais verei a face de Deus brilhar sobre mim; e quando me encontrar face a face com ele, ser-me-á desvendado então que, através da minha obediência, milhares de pessoas foram abençoadas sem eu saber como. Quando a operação de Deus dentro duma alma específica, encontra nela a obe­diência, a redenção sempre produzirá vida abundante. Se obedecer a Jesus Cristo, a redenção de Deus beneficiará outras vidas por mim também, porque por detrás desses atos de obediência achar-se-á escondida aquela realidade do Deus todo-poderoso.

01/11/2010

1 de Novembro

Não se Pertence a si Mesmo
"Acaso não sabeis... que não sois de vós mesmos?" 1 Co 6,19.

Não existe essa coisa chamada “vida particular e privada” para um crente, para nenhum dos que participam de todos os sofrimentos de Jesus Cristo, um lugar para nos escondermos a sós e isolamo-nos do resto do mundo. Deus abre a vida particular de seus servos como abriu o Mar e deixa nela uma via aberta para o mundo e, por outro lado, uma passagem para o próprio Deus também. E nenhum ser humano consegue suportar tal coisa, a menos que seja identificado com Jesus Cristo de fato. Não somos santificados para benefício próprio; somos chamados à comu­nhão do próprio evangelho e por isso acontecem coisas que não têm nada a ver conosco, mas com Deus em nós; o objetivo de Deus é, assim, levar-nos a uma comunhão consigo próprio. Permita-lhe então que faça a vontade dele por si e em si; se não o fizer, em vez de ter alguma utilidade para Deus em sua obra que redime todo o mundo, você será tropeço impeditivo e um entrave para isso mesmo.
A primeira coisa que Deus nos faz, é firmar nossos pés na dureza da realidade, até que não nos importemos mais com o nosso destino desejado e pessoal, contanto que se faça a vontade dele em prol do propósito que existe na sua redenção. Por que não deveríamos nós passar por dificuldades e tristezas? Através desses portões, Deus está escancarando portas para caminhos de plena comunhão com Ele. A maioria dos crentes deixa-se abater através do primeiro aperto duma dorzinha; senta-se na soleira do propósito de Deus e recusa-se a dar mais um passo e fica morrendo de auto-compaixão por ali mesmo. Todas as expressões da chamada “simpatia do Cristão” para com os tais, servirão apenas para apressar essa morte auto-condolente. Mas Deus não a apressará. Ele estenderá a mão trespassada de seu Filho para afirmar: "Entra em comunhão comigo — levanta-te e resplandece", Is.51,1-2. Se através de determinado sofrimento Deus puder fazer com que se cumpram os propósitos dele para o mundo e para nós, então agradeça-lhe esse sofrimento.